segunda-feira, junho 29, 2009

KIERKEGAARD



Imagem: Bather with a Griffon, 1870 do pintor do Impressionismo francês, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919)

DIÁRIO DE UM SEDUTOR DE SOREN AABYE KIERKEGAARD

(...) Ela arrependeu-se, mas não encontra repouso, porque os pensamentos acusadores a desculpam; foi ele quem, pela sua astúcia, lhe introduziu na alma tal projeto. E então odeia-o, o seu coração alivia-se em maldições, mas, uma vez mais, não encontra repouso; censura-se por tê-lo odiado, ela, que é afinal uma pecadora; censura-se porque, apesar de todas as perfídias pro ele praticas, sempre será culpada. Ele agiu cruelmente para com ela, enganando-a e – quase seriamos tentados a dizê-lo – mais cruelmente ainda por ter despertado nela a reflexão versátil, porque lhe provocou uma evolução suficientemente estética para que ela não escute já, com simplicidade, uma só voz, e seja capaz de nessa voz descortinar, ao mesmo tempo, múltiplos sentidos. Desperta então na sua alma a recordação; esquece a sua falta e culpa, para apenas recordar os momentos de beleza, aturdindo-se numa exaltação mórbida. Em tais momentos, não somente o recorda, como ainda o compreendo como uma clarividência que prova quão profundamente ela evoluiu. E já não vê nele nem o criminoso, nem o homem nobre; nesses momentos a lembrança que dele tem é puramente estética. Escreveu-me uma vez um bilhete onde exprimia as suas impressões a respeito dele: era, por vezes, de tal modo intelectual que eu me sentia reduzida a nada como mulher, e noutras tão selvagens e apaixonado, cheio de tantos desejos que quase me fazia estremecer. Umas vezes eu era para ele como uma estranha, outras abandonava-se inteiramente; mas se, num destes últimos momentos, lhe lançasse os braços ao pescoço, tudo podia mudar num só instante e o que eu abraçava era apenas uma nuvem (...) Ele era um incompreensível instrumento, sempre vibrante e com uma amplitude que a nenhum outro poderá alcançar; ele era a soma de todos os sentimentos, de todos os estados de espírito; (...) E era uma inexpressível angustia, mas misteriosa, feliz e inefável, que eu escutava essa musica que eu própria provocava e, ao mesmo tempo, não provocava, mas era sempre harmoniosa. Ele continuava a enredar-me nas malhas do encanto. (...) Ai de mim, nada existe no mundo tão totalmente impregnado de sedução e maldito como um segredo.

(...) Se um homem fosse incapaz de manter na memória uma imagem da beleza, nem sequer no instante da sua presença, ver-se-ia obrigado a desejar estar sempre afastado dela, nunca demasiado próximo para assim poder ver a beleza do que aperta nos braços, e que já não vê, mas poderia rever se se afastasse, e que afinal, no momento em que lhe é impossível ver esse objeto por estar próximo dele, no mento em que os seus lábios se unem num beijo, será mesmo assim visível para os olhos da sua alma... ah, como ela é bela! Pobre espelho, que suplicio para ti, mas também que sorte por não saberes o que é o ciúme. A sua cabeça, perfeitamente oval, inclina-se um pouco para a frente, o que lhe realça a fronte; esta ergue-se, altiva e pura, sem de modo algum refletir as suas faculdades intelectuais. Os seus cabelos escuros emolduram terna e docemente a fronte. O seu rosto é como um fruto, arredondado e túmido; a pele é transparente e os meus olhos dizem-me que será, sob os dedos, de macio de veludo. Os seus olhos – sim, ainda os não vi, escondem-se atrás de pálpebras cujas armas, pestanas onduladas e sedosas, representam um perigo para quem lhe procure o olhar. A sua cabeça é como a de uma madona, impregnada de pureza e inocência;inclina-se como a da Madona, mas sem se perder na contemplação do Único, há mobilidade na expressão do seu rosto. O que ela contempla é a variedade, as múltiplas coisas, sobre as quais lançam um reflexo as esplendidas suntuosidades da Terra. (...) Nada de impaciência, nada de avidez; o prazer deve ser bebido em lentos tragos; ela está predestinada, encontrá-la-ei de novo.

(...) – Eis uma jovem na primeira sala, e como ela se precipita, mais rápida que a má consciência perseguindo o pecador. (...) Estarei cego? Terá a minha alma perdido o seu poder visual? Via-a, mas é como se tivesse sido uma revelação celeste, pois a sua imagem de novo desapareceu completamente para mim (...) Nunca esperei ser capaz de voltar a saborear estas primícias de uma paixão. Sucumbi ao amor, obtive aquilo a que os nadadores chamam uma passagem, não é pois de espantar que me sinta um pouco perplexo. Tanto melhor, vejo nisso a promessa de um prazer maior.

Já não me reconheço. Frente às tempestades da paixão o meu espírito é como um mar enraivecido.

Como é belo estar apaixonado e como é interessante saber que se está. Eis a diferença. (...) A sorte não nos bafeja muitas vezes, devemos pois aproveitá-la o mais possível quando se apresenta; o mal está em que não é de modo algum difícil seduzir uma jovem, mas sim encontrar uma que valha a pena ser seduzida. – O amor possui muitos mistérios e, no primeiro, também os há, embora de importância secundária – a maior parte das pessoas lança-se para a frente de olhos fechados, comprometendo-se num noivado ou fazendo qualquer outra parvoíce e, pronto, em menos de um nada tudo está acabado, e ficam sem saber nem o que ganharam, nem o que perderam.

(...) O destino mais profundo da mulher é ser companheira do homem (...) Quisesse eu imaginar a jovem ideal, vê-la-ia sempre só no mundo e, por conseqüência, entregue a si própria, e sobretudo sem amigas.

Cordélia! Que nome magnífico! – Fico em casa e, como um papagaio, exercito-me a tagarelar, digo: Cordélia, Cordelia, minha Cordélia. Tu, minha Cordélia! (...) É necessário ter poesia bastante para não trair o encanto do momento, e o ator deve ter sempre o seu papel de cor.

(...) É verdade que estou apaixonado, não há duvida, mas não no sentido próprio, e a este respeito é também necessário ser muito prudente, pois as conseqüências são sempre perigosas; e só se está apaixonado uma vez, não é assim? Mas o deus do amor é cego e, sendo-se suficientemente astuto, é possível enganá-lo. No que se refere às impressões colhidas, a arte consiste em ser tão receptivo quanto possível, e em saber aquela que se produz sobre as jovens, bem como a que estas provocam. Assim, pode-se estar apaixonado de muitas ao mesmo tempo; porque as amamos de diferentes maneiras. Amar apenas uma é demasiado pouco; amar todas é uma leviandade de caráter superficial; porém, conhecer-se a si próprio e amar um numero tão grande quanto possível, encerar na sua alma todas as energias do amor de modo que cada uma receba o alimento que lhe é próprio, ao mesmo tempo que a consciência engloba o todo – eis o prazer, eis o que é a vida.

(...) Como estava graciosa no seu vestido muito simples, de algodão, de riscas azuis, com uma rosa acabada de colher, tão fresca e viçosa como se tivesse desabrochado naquele mesmo instante.

(...) Uma tal rapariga deve tornar um homem feliz (...) A jovem é deliciosa e dá prazer aos olhos.(...) nunca no entanto esquecerei que um homem só está acabado quando atinge a idade em que nada pode aprender com uma donzela.

O amor ama o segredo – o noivado revela; ama o silêncio – o noivado é pregoeiro; ama o murmúrio – o noivado proclama ruidosamente; e no entanto, graças precisamente à arte de Cordélia, o noivado será um meio excelente para iludir os adversários. Numa noite sombria, nada há de mais perigoso para os outros barcos que acender as luzes de bordo, pois enganam mais que a escuridão.

(...) Para uma jovem o infinito é tão natural como a idéia de que todo amor deve ser feliz. Onde quer que uma jovem se encontre, ela encontra o infinito ao seu redor, e para ele passa num salto...

(...) e o amor prefere preparar os seus próprios caminhos.

O amor tem suas posições. (...) Chamarei à sua paixão presente uma paixão ingênua. Mas, efetuada a mudança de rumo, quando eu começar seriamente a retirar-me, ela fará todo o possível para me encantar realmente. Como meio apenas lhe restará o próprio erotismo, com a diferença de que este aparecerá então numa escola muito mais vasta. Lutará por causa de si própria, porque sabe que eu possuo o erotismo; lutará por casa de si própria a fim de me vencer. Terá mesmo necessidade de uma forma de erotismo superior. O que, graças aos meus estímulos, lhe ensinei a suspeitar, far-lho-á compreender então a minha frieza, mas de modo que ela pense que o descobriu por si própria. Deste modo, pretenderá apanhar-me desprevenido, julgará ser-me superior em audácia e, assim, ter-me conquistado. A sua paixão tornar-se-á então decidida, enérgica, concludente, dialética, o seu beijo total, o seu abraço de um irresistível entusiasmo. – Procurará em mim a liberdade e encontrá-la-á tanto melhor quanto mais fortemente eu a enlaçar. O noivado será desfeito, e então necessitará de um pouco de repouso , para que nenhuma fealdade se produza nesse tumulto selvagem. A sua paixão recolher-se-á ainda uma vez, e ela será minha.

(...) O amor é demasiado substancial para se alimentar de conversas, e as situações eróticas demasuado graves para com elas se sobrecarregarem. São silenciosas, calmas, tem contornos nitidamente definidos e, contudo, são eloqüentes como a música do colosso de Mêmnon. Eros gesticula, não fala; ou se o faz, é apenas através de misteriosas alusões, de uma harmonia repleta de imagens. As situações eróticas são sempre plásticas e pictóricas; mas se dois amantes falam, juntos, do seu afeto, isto não é plástico nem pictórico.

(...) Eis por que velo por ela, por todas as suas observações fortuitas, por qualquer palavra lançada ao acaso e, ao restituir-lhas, tenho-as sempre transformado em algo de mais significativo, de que ela, não o conhecendo, sabe mesmo assim o sentido.

(...) Como são sedutores os caminhos do amor, e como é interessante descobrir até onde se atreve a chegar uma determinada jovem! Continuei a atear o fogo. O espiro, os ditos graciosos, a objetividade estética, contribuíram para tornar o contato mais livre e, no entanto, nunca foi ultrapassada a mais estrutura decência. (...) usa as flechas dos olhos, o enrugar das sobrancelhas, a fronte cheia de mistério, a eloqüência da garganta, as fatais seduções do seio, as súplicas dos lábios, o sorriso das faces, a doce aspiração de todo o seu ser. Há nela a força, a energia de uma Valquiria, mas essa plenitude de força erótica tempera-se, por sua vez, com uma certa languidez terna, como que exaltada sobre ela.

(...) Cada um tem o seu: o sorriso alegre; o olhar ladino; os olhos ardentes de desejo; a fronte altiva; o espírito galhofeiro; a doce melancolia; a intuição profunda; o humor sóbrio e fatídico; a nostalgia terrestre; as emoções não confessadas; as sobrancelhas eloqüentes; os lábios interrogadores; a testa cheia de mistério; os caracóis sedutores; os cílios que escondem o olhar; o orgulho divino; a castidade terrena; a pureza angélica; o insondável rubor; os passos leves; o balançar gracioso; a pose langorosa; o devaneio cheio de impaciência; os suspiros inexplicados; a cintura esbelta; as formas suaves; o colo opulento; as ancas bem arqueadas; o pé pequeno; a mão gentil. – Cada uma tem o seu, e uma tem o que a outra não possui. (...) Fique Deus com o céu, se eu puder ficarei com ela. (...) pois todo o rubor dos lábios e o fogo do olhar e a inquietação do colo e a promessa das mãos e o pressentimento dos suspiros e a confirmação dos beijos e o estremecimento do contato e a paixão do amplexo – tudo -, tudo seria reunido nela, que me prodigalizaria tudo o que teria sido suficiente para este mundo e o outro. (...) pois a mulher é o sonho do homem. Ela apenas desperta ao contato do amor, e antes desse momento é apenas sonho. Mas nessa existência de sonho, podemos distinguir dois tempos: primeiro o amor sonha com ela, depois ela sonha com o amor.

Esta existência da mulher é corretamente expressa pela palavra: graça, que recorda a vida vegetativa. Como os poetas gostam de o dizer, ela assemelha-se a uma flor, e a própria espiritualidade tem nela um caráter vegetativo. (...) apenas se torna livre através do homem, e por isso o homem lhe pede a mão e se diz que ele a liberta; o homem pede, a mulher escolhe. A mulher é vencida, o homem o vencedor e, contudo, o vencedor inclina-se diante do que foi vencido; aliás, nada mais natural, e apenas a grosseria e a estupidez e a insuficiência de sentido erótico serão capazes de não apreciar o que assim resulta do contexto. Podemos também encontra uma razão mais profunda para este fato. Porque a mulher é essência, o homem é reflexão.

(...) Um Barba-Azul mata, na própria noite de núpcias, todas as jovens que amou, mas não tem prazer em matá-las, pelo contrário, o prazer foi tido antes, o que constitui a manifestação material: não há crueldade pela crueldade. Um Don Juan seduz-las e abandona-as, mas todo o seu prazer reside em as seduzir e não em as abandonar; não se trata, pois, de modo algum, dessa crueldade abstrata. (...) a mulher é também aparência; é tudo para eles durante toda a vida.

(...) – Que ama o amor? O infinito. – Que teme o amor? Limites.
(tradução de Carlos Grifo)

SOREN AABYE KIERKEGAARD (1813-1855) – O filosofo e teólogo dinamarquês, Søren Aabye Kierkegaard é conhecido como o pai do Existencialismo, um dos raros autores onde a vida pessoal exerceu profunda influencia no desenvolvimento de sua obra, com as inquietações e angustias que o acompanharam ao longo da vida. A subjetividade de Kierkegaard não é tributária apenas da atmosfera romântica que envolvia sua época. Seu profundo significado a-histórico tem a ver, mais do que com essa característica do Romantismo, com uma concepção de existência que torna todos os homens contemporâneos de Cristo. O Diário de um Sedutor é um livro escrito que corresponde ao estágio estético da existência que o próprio Kierkegaard viveu, enquanto se entregava a uma vida boêmia pelos salões e teatros de Copenhague. O sedutor kierkegaardiano desempenha o seu papel na época da juventude, pautada pelos padrões da vivência estética, em que a ópera se revela mais real do que as próprias contingências do cotidiano com suas responsabilidades e deveres. Johannes, o diarista desta obra, conta o modo como seduziu a inocente e pura Cordélia, os ardis de que se serviu para se insinuar na sua esfera social, o modo como lhe foi captando a atenção, principalmente quando se anulava enquanto espectador interessado, a astúcia que o fez cativar a tia para chamar a atenção da sobrinha e como, finalmente se tornou seu noivo. No entanto, esta assunção do noivado não interessava ao nosso esteta, pois uma vez seduzida, qualquer jovem perde o interesse para o sedutor, pois o noivado e o casamento não podem inscrever-se nos contextos da fruição artística. Ele não quer possuir, muito menos conquistar ou conduzir até ao altar o objeto de sedução: o seu prazer reside no deleite de absorver o rubor da face da jovem enlanguescida, o tremor do lábio, o agitar dos cílios e, embora Cordélia seja a protagonista por excelência desta obra, o certo é que Joahnes lança as suas redes sobre outras jovens, deleita-se, no mero fruir da contemplação, nessa "concupiscência espiritual" tão cara ao espírito superior do joven Sören. O autor quando jovem tentou, em vão, aderir ao comprometimento ético com a bela Regina Olsen e, se não veio a consegui-lo não foi porque o motivasse o regresso à vivência própria do período estético - os saltos existenciais não se dão para trás - mas porque a sua vocação de pensador metafísico o atirou para a solidão da missão religiosa.

Fonte:
KIERKEGAARD, Soren Aabye. Diario de um sedutor. São Paulo: Abril, 1979.

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sexta-feira, junho 26, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Imagem: Derinha Rocha

MONÓLOGO DO ROMEU – UMA CANÇÃO DA LEMBRANÇA DO GRANDE AMOR E DO ADEUS.


(...) O amor é fumaça formada pelos vapores dos suspiros. Purificado, é um fogo chispeante nos olhos dos amantes. Contrariado, um mar alimentado pelas lágrimas dos amantes. (...) Ela é belíssima, discreta demais, sabiamente belíssima, para merecer a felicidade em troca do meu desespero. Ela jurou não amar e, por causa desse voto, vivo morto, vivendo somente para dizer-to agora. (...) Uma mulher mais bela do que minha amada! O sol, que tudo vê, nunca viu outra semelhante desde a aurora dos tempos! Terno ser é o amor? Áspero demais, rude demais e pungente como um espinho. (...) É minha dama. Oh! Ela é o meu amor! Oh! Se ela o soubera! Fala, entretanto, nada diz. Mas que importa? (...) Com as leves asas do amor transpus estes muros, porque os limites de pedra não servem de empecilho para o amor. E o que amor pode fazer, o amor ousa tentar. Aí, mais perigos há em teus olhos do que em vinte de suas espadas. Amor, que foi o primeiro que me incitou a indagar; ele me deu conselho e eu lhe dei meus olhos. (...) O amor corre para o amor". (Romeu e Julieta, William Shakespeare).

ARMADILHAS



Luiz Alberto Machado


Bela é aquela que amo e ela é o sol que me faz Romeu enamorado com todas as rosas no coração e que surgiu para mim só pra ser a razão da vida.

Bela é ela, ah, Julieta linda, meninazul que dançava e sorria, girava e vivia em meus braços, carinha feliz, sussurrando coisinhas que vinham da mais funda satisfação das almas.

Meninazulinda vinha sempre pronta para as minhas investidas, a boca sabida e tudo na medida revolta devolvendo a vida que me fugia a cada distância da saudade.

Menina lindazul minha que veio na seta de cupido pelo arco do amor e me batizou com seus beijos e sexo para que eu profanasse com minhas mãos e gula o seu santo relicário e me fartasse eivando sua carne com meus beijos solidários e imundos transpondo muros, transgredindo fronteiras e leis, até alcançar-lhe a fonte rubra e peregrina a me endeusar verdadeiro dono de todo.

Ah, meninazulinda, muitas vezes morri e ressuscitei com seus beijos. Ela me deu tudo e eu lhe dei meus olhos e nos refratamos juntos com todos os nossos remédios e venenos, deleites e infortúnios, sedes e cobiças.

Jurei pela lua e por todos os astros atrás do muro da nossa abadia fazendo o meu juramento de amor no meio do sonho mais encantado e mais doce de toda a minha vida: porque o amor se paga com o amor.

Depois, a meninazul se foi e não mais sorriu e não mais me viu nem me quis ver. Nunca mais me ver. E negou-me tudo. E eu tentei e ela deu-me o ermo e a solidão, fez-me em vão quando me insulta, depois pede desculpa e ainda provoca, me virou as costas, bateu a porta e sou mais que ninguém.

Meninazul, santa adorada, eu tentei mas qual nada eu me dei num confronto, não sei se avença de Capuleto ou arenga de Montecchios, não sei se feriado indigesto, ou descolorido presépio com todos os desaforos do desamor, com todas as fúrias dos inimigos, adversos como se a gente naquela Verona dos rancores onde as mãos cidadãs estão ainda hoje tingidas de sangue civil.

E foi, meninazul, eu tentei e de novo tentei e no desmaio da nossa estrela adversa só desventura fez valer a lástima do fim, como se jamais tivesse amado, e mesmo assim tentado jamais se visse entregue ou se nada valesse ter feito ou vivido.

Foi preciso que ela devolvesse o meu pecado porque sofria na minha inquietude que surgira pela desarmonia do compasso entre a vida de tribulação e os sonhos em presságios nos riscos dos azares, condenado aos pedaços, farrapos, alaridos, infortúnios de tenebroso exílio aterrador.

E ela, meninazul com todas as espadas dos seus olhos de sempre e o peso de todos os seus grilhões de agudo punhal, se asilou na indiferença e no desdém violando cortesias, gentilezas, reverências e fomos asnos com todos os açoites que se fizeram amarguras e nunca mais o sol brilhou.

Restam as migalhas de todas as tentativas em vão e, privado do amor daquela que se ama com o maior dos amores, carregar a opressão de todos os pesares no peito, e o destino da agonia do desejo de ficar e a sentença da vontade de partir, sem tocha no escuro, sem esperança no passo vagaroso, sem o aceno amoroso demais, até restar banido de Verona onde, sucumbido ao enorme peso do amor, esperar por ela até nunca mais. O final pesaroso é a verdade periclitante ardendo tudo na carnalma. Aí, deixo o que resta da melhor lembrança do grande amor e do adeus.

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quinta-feira, junho 25, 2009

THEÓPHILE GAUTIER



Imagem: do pintor do Romantismo Vutoriano inglês, William Etty (1787-1849)

A MORALIDADE DE THEÓPHILE GAUTIER

MORALIDADE

Menina, sê ardente,
Mas prudente,
Se sentires calores
Sedutores
Embaixo do teu ventre,
Que não entre
Tua flor de donzela
Uma vela,
Pois logo o castiçal
– Por teu mal –
Lhe iria atrás, matreiro,
Quase inteiro.
Em templo tão estreito,
Vá com jeito
Teu dedo em sua gana,
E a membrana
Só rompa, do hímen teu,
O himeneu.
(Tradução José Paulo Paes)

THEÓPHILE GAUTIER - Pierre Jules Théophile Gautier (1811-1872) foi jornalista, escritor, poeta, dramaturgo e critico literário francês. Sua vida esteve envolvida com a maior parte dos acontecimentos políticos e sociais na França do século 19, o que acabou por lhe render grandes obras de diversidade artística. Apesar de ser um defensor do romantismo, a obra de Gautier é complexa para ser classificada, pois flertou com diversas tradições literárias e estilos, como o parnasiano, o simbolismo e o modernismo. Mas Gautier, ao longo de sua carreira literária, ficou mais famoso por escrever um gênero bastante apreciado no século 19: o fantástico. Gautier era admirado por vários e escritores como Baudelaire, Flaubert e Oscar Wilde.

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quarta-feira, junho 24, 2009

TEXTOS ERÓTICOS



Imagem: foto de Luis Mendonça.

A EXPLOSÃO DO PRAZER NO RECIFE

Voltei, Recife. Foi a saudade que me trouxe pelo braço. Quero ver novamente "Vassoura" na rua abafando, tomar umas e outras e cair no passo. Cadê "Toureiros"? Cadê "Bola de Ouro"? As "pás", os "lenhadores" O "Bloco Batutas de São José"? Quero sentir a embriaguez do frevo que entra na cabeça e depois toma o corpo e acaba no pé” (Voltei, Recife. Frevo de Luiz Bandeira)


Luiz Alberto Machado


Quando eu cheguei ainda era um menino na cidade. As retinas cheias de rios. O coração afogado de mar. Era o Recife. E eu gemia noites e dias de prazer quando adolescia em Maria de todos os nomes como se fosse a montada da bicicleta sonhada. Eu crescia e morria todos os dias gemendo Capiba e sonambulava como quem nada sabia.

A cidade era em mim a agonia dos seios que me fartavam e que mais eu sabia Maria que nem nome tinha e que saciava a volúpia acertada.

A cidade era em mim os braços de abraços apertados quando eu mais me explodia de força para viver.

A cidade era em mim as pernas abertas da mais apetitosa das bagas que me embriagava e queria sempre mais.

A cidade era em mim toda doação e eu usava e abusava sem um tostão da puta, a mulher que era a mãe e desconhecida, numa incestuosa loucura de órfão pagão.

Um dia eu voltei e a cidade de novo era braços de frevos abertos de Luis Bandeira embalando a chegada de quem era só couro e osso e não podia chorar porque todos os seios, bocetas e beijos, carinhos e chupadas estavam ligadas eletrizando a minha libido e beliscando todo meu sexo que não sabia outra coisa senão sonhar de gozo por todos os dias, tardes e noites do Recife.

Aí eu fiquei até me esgueirar por todas as ruas, becos, sarjetas, favelas da Maria Recife que sempre me agarrava e me alentava e me beijava e manhava para eu não mais fugir de seu dengo até que um dia eu fugi sob olheiras e zarpei por anos afora.

Agora eu volto Recife, volto com o coração na mão, batendo biela e pernas qual menino de antes com todos os sonhos incinerados à procura da Maria para acender a vida e descansar meu coração sob sua acolhida e guarda que me surpreende desde menino com todas as poses, acrobacias, closes, cenas, trepadas, gozadas, chupadas que me fazem renascer pra vida. Eu voltei, Recife. Eu voltei pros seus braços.

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terça-feira, junho 23, 2009

Akasha De Lioncourt



Foto: Sandálias de João da Mata Costa.

OS VERSOS DERRAMADOS DE AKASHA DE LIONCOURT

TUA BOCA

Tua boca é um convite ao pecado,
Pecado que cometemos sem temores.
Teus beijos têm o efeito do absintho,
Que embriaga e nos consome de prazer.

Meu corpo estremece com teu beijo,
Me levas a flutuar, nos delírios do desejo.
Teus lábios são macios, doces, tentadores,
E tua língua me faz a tudo o mais esquecer.

Teu beijo é doce, como o néctar dos deuses,
E eu me entrego ao prazer que ele me conduz,
Se eu pudesse, beijaria-te eternamente,
Para talvez um dia a minha sede saciar.

Adoro a tua boca roçando minha pele,
A tua língua a deslizar no corpo meu.
Teus beijos, tua boca, meu desejo,
Ah, que frenesi maravilhoso, você e eu!

Tua boca é o pecado mais gostoso,
Que a minha boca algum dia cometeu!
Hummmmmmmm, tua boca...

NO TEU CIO

O beijo... Ardente...
A boca... Sensual...
A língua... Macia...
No teu colo eu me deixo seduzir...
Na tua pele me perco em explorações...
Nos teus lábios busco o néctar fatal...
Que me inebria e me embriaga e não faz mal...
No teu cio eu me entrego,
Devassa, insana, profana...
No teu leito eu me desnudo sem pudores,
Entregue, à vastidão dos teus sabores...
Te sinto na minha língua,
Te devoro sem compaixão...
Esse é o segredo, meu menino...
Desse nosso eterno tesão.

NA PONTA DA LINGUA

Eu quero estudar
A gramática do teu corpo
Retilíneas
Curvilíneas
Depressões
Metáforas eloquentes
Misturar geografia com ortografia...
E decorar cada detalhe seu
Na ponta da minha língua

MEU ANJO AFRODISÍACO

De onde vens, meu anjo afrodisíaco
Que me inebrias, me embriagas, e me enlouqueces?
Sabes o que tens feito em meus pensamentos?
Tens me tirado o sono, só por querer-te!

Tua voz macia me faz subir às nuvens,
Teu jeito doce me conduz ao paraíso.
A tua boca deslizando em minha pele,
E os teus beijos, tão repletos de carinho.

Ah, meu anjo, vem pra perto de mim e me abraça,
Preciso do calor desse teu corpo junto ao meu!
Olhos nos olhos, quero ler a tua alma,
Teus pensamentos, tuas vontades e o teu eu...

Cola teu corpo no meu, sente meus afagos,
Nos teus cabelos minha mão a deslizar.
Te dou meu colo, meu carinho e meus mimos,
Quero a todos teus sonhos realizar.

Vem, que sou tua, toda nua, como nunca,
Meu corpo, minha'alma, meus desejos e vontades...
Quero contigo conhecer todo o nirvana,
E navegar em doces ondas de felicidade.

POSSUA-ME

Quero-te tanto, já não posso mais!
Meu corpo todo clama tua presença,
Meu sangue grita e a saudade aumenta,
Eu não consigo mais viver sem ti!

Já te pertenco, corpo, alma e mente,
O meu prazer agora é todo teu!
Só contigo meu corpo todo se acende,
Meus lábios se entreabrem para buscar os teus.

Meu abraço só sabe corresponder aos teus abraços,
Minha boca só reage quando sente a tua,
Percorrendo-me gostoso, enroscando tua língua na minha,
Eu me entrego a esse beijo, e flutuo no Paraíso!

Sinto a chegada do gozo, tal o prazer que experimento,
Tuas mãos pelo meu corpo, me arrepiam e me embriagam
Teus carinhos me enlouquecem
Sinto-me toda molhada!

Corre teus dedos no meu sexo,
Sinta-o quente, úmido, latejante!
Acaricia meu clitóris, massageia, bem de leve,
Sinta-o rijo e flexível ao toque dos teus dedos...

Desce com essa boca quente por toda a minha pele,
Deixa-me sentir tua língua explorando-me,
Passeia com ela por meus mamilos arrepiados,
Suga-os, mordisca, e me enlouquece!

Quero gritar, tamanho meu tesão,
Lambe-me os seios, ah, deliciosa sensação!
Quero dar-te todo o meu prazer,
Que emana do meu corpo quente e sedento de ti!

Desce mais um pouco, com tua boca em minha barriga,
Desliza na minha pele, vem até o meu sexo,
Quero inundar tua boca com meu gozo, ahhhhhhhhhhhhh
Penetra-me com a língua, me faz delirar!

Quero ser tua, possuas-me, por inteiro,
Quero teu membro dentro de mim, me despertando
Vem, me invade, me abre, ai, vem, vem, vem!!!
Penetra-me, entrando e invadindo, tome posse do que é só teu!

Goza dentro da tua mulher, bem gostoso,
Vem sentindo que fui feita no teu molde,
Como um ninho, bem quentinho, apertadinho,
Pronto para te receber com amor, e muito carinho.

Quero explodir em êxtase, e levar-te comigo!
Vamos beber o néctar no Paraíso!
Ah, meu amor, vem ser meu, como sou tua,
Preciso fazer amor com você, vem, estou nua!

Tê-lo eternamente ao meu lado, dentro de mim,
Já não sei mais viver longe da tua presença.
Vem, meu amado, vamos ser felizes!
Sem medos, sem culpas, sem acusações!

Sou tua, eternamente tua, basta que me possuas!!!!!!!!!

ENTREGA TOTAL

Doce menina entregue à submissão,
Busca quem lhe tome as rédeas e a razão.
Escrava, aceita todas as condições,
Ainda que não compreenda de todo,
Em seu dono confia cegamente,
Coloca sua vida aos pés de seu amo.
Só ele sabe o que é melhor para ambos,
Ordens acatadas sem discussão,
Orgulhosa de sua condição,
Presta-lhe sempre sua devoção,
Nasceu para servir, servir, servir sempre,
Seu prazer é dar prazer, amor e dor.
Amor e devoção, confiança e servidão.
Fidelidade infinda, amor à coleira,
Aprendeu o valor da submissão,
Bebeu da fonte da dor e da decepção,
Trilhou caminhos pedregosos,
Feriu-se, curou-se e floresceu...
Da menina insegura que era,
Nasceu uma escrava segura e desperta.
Seu maior dom: a devoção.
Uma pérola de brilho raro,
Bela como uma manhã de sol,
Jeito de menina, desejo de mulher,
Tesão sem fim, vulcão latente,
Depois de mim, seu gozo é iminente.
Vem, minha pequena, sirva-me contente,
Entregue-se inteira, corpo, alma e mente.
Eu sei que consegue, é minha submissa,
A entrega é total, plena, e te faz viva.

AKASHA DE LIONCOURT – Psuedônimo de Alcione que é uma araraquense bacharel em Direito, que adotou este nome como a Rainha dos Condenados da Anne Rice. Ela publicou parte dos seus trabalhos no sítio Akasha em Prosa & Verso.

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LITERATURA ERÓTICA

sexta-feira, junho 19, 2009

NOVAS ESCRIVINHAÇÕES ERÓTICAS



Imagem: Casal nu, óleo sobre tela de Lucia Costa.



DIA BRANCO


Luiz Alberto Machado


Estava eu desamparado de tudo quando saí pra vida e ela surgiu sussurrando lindo o “Dia branco”. Minha alma Geraldinho Azevedo logo se arrepiou, entregou os pontos e embalamos coro no palco da vida.

Era o amor.

Bastou uma centelha, nada mais. Apenas, um riso de mulher. E tudo ficou sendo como se eu tivesse acabado de ser parido: eu nasci entre um rio e um sorriso de mulher. Nada melhor para me recolocar na vida saindo do negrume desalmado da indiferença para alcançar a esperança real.

Aí cantamos e nos embalamos na noite imensa quando beijei seus olhos de dias infindos.

Foi quando percebi seus braços quase véus divinos de todas as estrelas do universo, me enlaçando o pescoço para levar meus lábios até seus lábios ardentes e feitos de rios que nos levam caudalosos pelas corredeiras mais distantes de tanto se entregar.

E nos beijamos imensamente como se a vez fosse para redimir todas as minhas dores e remediar todas as minhas cicatrizes abertas e chagadas, sarando tudo ao mais leve eflúvio do encanto altaneiro de um beijo de mulher.
E nos abraçamos inteiramente entregues um ao outro sem jamais dar conta de nada nem de nós que estávamos à beira extrema da paixão irremediável que clamava por nós todos os nossos fôlegos de acrobacias e danças.

E nos envolvemos inteiros até que lhe lambi as faces, mordi-lhe a carne do ombro, pescoço, seios, troncos e lhe lambuzei os ductos até saltar-lhe o umbigo e me embrenhar na sua selva pubiana e sobejar suas águas e me fartar do seu pote de todos os sonhos de amor.

E nos sorvemos um ao outro como se jamais pudéssemos saciar nossas vontades e a nos travar definitivamente pela loucura de estarmos servos mútuos e perenes prontos para que dali criássemos um mundo possível de viver.

Foi quando gozamos o mais impossível de todos os gozos até nos extasiarmos de estarmos vivos e prontos para viver além da própria vida.

E compartilhamos e dividimos e nos entregamos. Agora só quero quem me quer.

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LITERATURA ERÓTICA

quinta-feira, junho 18, 2009

DO FUNDO DO POÇO AO FULGOR DO FAROL: ARMADILHAS



Imagem: Attempting the Impossible, 1928 do pintor do Surrealismo belga, René Magritte (1898-1967)

DO FUNDO DO POÇO AO FULGOR DO FAROL: AS ARMADILHAS

“(...) Esse amor se existiu, floriu por dentro, imagem sem contorno e tão ficticia que se fez de renúncia, foi silêncio numa casa vazia” (Circulo, Gilberto Mendonça Teles).


ARMADILHAS


Letra & música de Luiz Alberto Machado


Eu te amei
apesar das armadilhas
Que perseguem todo amor

Eu me dei
Fui deriva tão somente
No teu jeito iridescente
Me pegou em pleno vôo

Me joguei
Respirei com tua vida
De maneira descabida
Que ninguém jamais ousou

Quando em vez
Permaneço em ti oculto
É aí que vem teu vulto
No poema que pintou

Hoje sou o delírio e a vertigem
Das lembranças que me afligem
Em pleno corredor

Já vingou e fez da dor o vício
Me jogou no precipício
E me salvou com teu amor

Eu bem sei quem sabe chega o dia
O destino dê valia
E me entregue a tua flor

O amor sempre prega das suas. É quando o amor quem manda que tudo sai da rota e dimensão. Quem escapa?

Primeiro, um ano: um mar de rosa. Só poesia e amor-perfeito. Mais: beijos, sexo, paixão. Tudo lindo, maravilhoso e entrega e identidade.

Dois anos, a coisa começa a emborcar. Ciúmes, cobranças, sexo, paixão e ódio. Tudo escalando uma íngreme passagem. Mas vai, aos trancos e barrancos.

Três anos: aos tombos, desce a ladeira desenfreada. É quando a gente olha pra gente à queima-roupa e diz: ela é linda de morrer, mas não é minha. Que adianta? Não tem mais âncora, nem porto.

É aí que a ainda se olha nos olhos e vê que nos últimos dois anos tudo se gastou, se desgastou e ofendeu o desejo e a ternura. Interrompida, virou silêncio na minha alma vazia. Virou renúncia de reavivar vulcão extinto. Não passou, mas ficou na insegurança, na aflição. O que era feitiço de luz e prazer, virou fatalidade chega dá no mocotó de dor até nas vísceras. Findando só com as prateleiras vazias, cinzas e uma dor de anteontem.

Foi quando vi o negro fundo do poço. Sem saída, sem apoio, sem perspectivas nem ninguém e com os nós das tripas coração.

É o fundo do poço. Na cabeça, veias e emoções, tudo reprisa, flash back, slow motion nos mínimos detalhes. Tudo em mim embriagado pela sedução da arte de ser mulher. Mas é mera ficção, já passou. Não tem firmeza, nem mais confiança. Desvaneceu. Restou o jejum e a clausura de não ter ninguém nem pra onde ir.

É o fundo do poço. E tudo desvelou o que não queria numa dor incoerente: a indiferença. Aí foi só arreando as bandeiras, arquivando as emoções, dando baixa no apreço e na paixão. E na minha dor eu jurei para mim: eu vou! Eu vou pagar, vencer, me livrar 100% de todas as garras e sumir! E fui, obstinado com a cabeça nos seios, no sexo, nas traquinagens de meio dia, nos agarrados da tarde toda, nas lambuzadas de noite adentro e fui destemido e certo. Morri por seis dias. Carreguei meu desespero, cavei tudo com minhas próprias unhas e alucinações. Me enterrei e não quis mais nada.

Aí quando a outra pessoa se faz de mouca, não dá mais: é o fim da picada. Para quem está morto enterrado, não há mais para onde ir. É o cúmulo do limite. Não tem mais jeito, não adianta ficar amuado cantando Jobim “Só tinha que ser com você” com a voz embargada e coração doendo mais que o corte que não sara. Não dá, tem que sair pro mundo, pra vida!

Bate a lembrança cortando a carne. Era tudo azul. Mas não deu, paciência. Passou. Agora só na outra. Não adianta, o que vale é a vida, ora.

Era o fundo do poço. Mas como tenho sete vidas lascadas e fôlego de escafandrista, me libertei, vou pra vida e vou deitar minha cabeça sobre os primeiros seios rosados, e vou amparar os meus dédalos nos primeiros decotes de sol e mar, e vou largar minha alma cansada e sofrida no primeiro relance de saias para dormir de não mais se acordar com a cabeça no colo da esperança entre as coxas que guardam o sexo desejado e me dará o ventre entumescido para que possa matar minha sede de século e poder morrer sorrindo a qualquer hora abraçado no jeito delirante de sedução da mulher.

PS: quero manifestar minha eterna gratidão à amiga, poeta, atriz e fotógrafa carioca, Mirita Nandi, pelo apoio inestimável e abraço terno dos últimos dias. E também para a minha amiga psicóloga paulista, Ana Bia Luz, que mesmo distante milhares de quilômetros, manifestou gesto inigualável de solidariedade. Obrigado, vocês são um amor de pessoas. Beijos no coração de vocês.

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Ouça a Rádio Tataritaritatá!!!! e LITERATURA ERÓTICA

NOVOS POEMÍNIMOS DE MIRITA NANDI



OS POEMETOS MACEIOENSES DE ULTIMA HORA DA MIRITA NANDI

Imagem: foto de Luis Mendonça.


Sururu e sol
Eu vi Maceió
Nos olhos dele


Eu sou mulher
E quero você
Como você é


Faz uma safada treta,
meu Romeu,
Na sua Julieta


Ele lindo
Na Ponta Verde
E eu morrendo de sede.


Na Jatiúca
Ele me olhou.
Eu fiquei maluca.


Ah, vida minha,
Sou feliz com seu beijo
Dentro da minha calcinha


Chova em mim
E me arremate em leilão
E então, faça aventura
Na minha clausura.


Você se derrama como água de bica
E eu, ladina, nado e mordo sua isca.


Seja meu poeta,
Serei tua musa.


MEU AMOR

Quando anoiteço
Nele que amanheço
Sou serva secreta e ele cresce
Desce e me despe e me pega
De pernas pro ar. Ah!
Ele rega e me entrega sacana
Me faz o seu sana, a sicrana
Da ponta da rua ou qualquer
Sou mulher, sou fulana
Sou a outra que o ama
Como ele quiser.


TEU PÊNIS

É minha crença, minha devoção
Meu crucifixo, minha vela de sétimo dia!
Revela a minha alegria, minha oração.
O diamante da minha ostra. Pedra de rio;
O que me faz pôtra, eguinha no cio são
E além de tudo mata minha sede
na minha degustação.


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MIRITA NANDI
LITERATURA ERÓTICA

sexta-feira, junho 12, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



O AMOR


Luiz Alberto Machado


Quem ama persegue o alcandor
E segue adiante o alvo da paixão
Vai mais distante seja pra onde a flor
Desabroche o amor no seu coração
Mantém a luta pelo que alcançou
A desfrutar pra sempre o seu quinhão
Maior a dívida do seu penhor
Por que o amor
Porque o amor
Porque o amor
É mútua condecoração
É o amor
É o amor
O amor
Que manda agora
Todo carisma
Como num prisma
Rolasse a hora do amor.


Veja mais: VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL

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LITERATURA ERÓTICA

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quinta-feira, junho 11, 2009

LETICIA MARQUES



Imagem: Naked Lights XI, de Nuno Belo.

A EXPRESSÃO PROVOCATIVA DE TESÃO, AMOR E SEXO DE LETICIA MARQUES

FOGO

Acende a chama
Labareda insensata
Do sentimento
Verte sobre o vento
As carícias torturantes
Do amor descontrolado
nefasto
despudorado
Entrega-te ao insano
Desliga-te do real
Viaja no nada
Do amor proibido
louco
improvável
Corre que o calor insuportável
Arde e queima
A cidade inteira
Rompe o dia
Incendeia o mar
Dos delírios trôpegos
Dos que querem
Apenas amar!

SE É AMOR O QUE FAZER?

Às vezes sinto-te
Tão perto de mim...
Sua energia...
Fecho os olhos
Enxergo seu olhar,
Olhos tristes,
Distantes,
Curiosos.
Estou cega,
Não posso ver sua alma,
Amor turva tudo,
Descolore o presente,
Redecora a nossa vida,
Remoça,
E embeleza...
Sim, será mesmo?
Estou sentindo
Vontade de me atirar em seus braços,
Tocar fundo sua existência,
Beijar a sua boca...
Ah! Se é amor o que fazer?

DOU-TE

Dou-te a alma
Pura...
A calma
Que perdura...
A consciência
Madura...
Dou-te um arrobo
De paixão...
Um comichão
Rompendo
O coração...
Dilacerando
A razão...
Dou-te a cópula
Indecente...
O gozo
Incandescente...
Um mar de prazer...
Dou-te os beijos
Alucinantes...
As roçadas
Torturantes...
A carne
Delirante...
Dou-te o arrebato
Do encontro
Insensato...
Na rua
No mato...
Dou-te todo
O meu viver...
O meu ser...
Até morrer
De amor por você...

SEXO

Olhava como se fosse violenta-la,
Os olhos contornavam suas formas,
Esfregava-lhe as pernas,
Penetrava-lhe a alma...
Respirava como um animal,
Poros ardendo,
Suor escorrendo,
Ofegando desejo...
Sussurra-lhe aos ouvidos
Palavras obscenas...
Toque preciso
Era forte,
Dominador...
Mãos úmidas,
escorregadias
E o cheiro do amor...
Roupas caídas,
Jogadas,
Perdidas...
Corpos que se roçam,
Deslizam,
Se entregam...
É pôr-do-sol...
Juras de amor,
Um pouco de dor...
Quero mais forte agora!!

PÊNIS

Tens o formato da delicia
E a dimensão exata do prazer
Me viola
Me domina
E mesmo assim não sei
Existir sem você
Sempre rijo ao me ver
Somos cúmplices
Num jogo
Sem vencedores
Mas não conseguimos nos abster
Rosa,
Moreno
É sempre portador do veneno
Capaz de me enlouquecer
E quando não aparece
Não me procura
Fico desnorteada
Sem aquela porção
Meu complemento
Meu desalento
A fonte da minha razão...

QUERER

Quero tocar-lhe fundo a alma
Rasgar-lhe a razão
Levar-lhe a calma
E conduzir-te no mar da paixão...
Usarei as armas da sedução
Para abrir-lhe o coração
Adentrar a sua história
Povoar sua memória
Encher-te de imaginação...
Faremos o improvável
Realizaremos o fruto da criação...
Seremos os mais matreiros
Na luta contra os travesseiros
No leito desfeito
Da nossa união...
Quero horas de arrebato
Um movimento insensato
Com risco
Ardor...
Quero os espasmos
Mais loucos de amor...

PENETRA-ME

Penetra-me o corpo,
Rasga a alma,
Deflora o meu desejo,
E viola meu pensamento...
Vem, garganta travando o grito...
Tropeços e afagos
Do amor...
Penetra-me a vida,
Invade meu jardim,
Incendeia a minha cama,
Rasga os lençóis...
Vem, bota em mim o seu amor,
Segura forte,
Faz-me uivar de dor...
Penetra-me com teu calor,
Até o fundo,
Leva-me pra longe do mundo,
Faz chover lá fora,
Faz nascer amor aqui dentro,
Agora!

LETICIA MARQUES – a poeta brasiliense Leticia Marques reside em Goiania, Goias, atuando como voluntária em um hospital de doenças infectocontagiosas e presidindo uma ONG ligada à área de saúde. Seus poemas eróticos estão publicados nos mais diversos sítios da rede, a exemplo do Escritores e Poetas e no Recanto das Poesias.

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quarta-feira, junho 10, 2009

ADEUS, ISOLDA



ADEUS, ISOLDA

Teu suspiro infla a vela do meu barco/ e eu navego à deriva dos seus beijos/Adeus, filha de Irlanda, meu amor louco/quanto mais longe de ti mais te desejo” (Tristão & Isolda).


Luiz Alberto Machado


Desde sempre a minha vida por um fio, fuga no frio das trempes e desvalida, já me dado como morto nas terras perdidas das trevas e ruínas, devorado por tudo ao meu redor. Sempre foi. E eu só Tristão, jogado órfão na vida, expatriado, navegante incauto à deriva, cavaleiro errante em carne viva pronto para ser arremessado para os confrontos entre gregos e troianos, contra os irlandeses e romanos, judeus e germanos, lusos e americanos, contra tudo e sicranos determinado pela busca do Santo Graal. Morto e ressuscitado tantas vezes Ícaro, muitas vezes Sísifo, quantas vezes nada deplorado, jogado pros infernos até pela boca amada.


Desde sempre. E eis que ela surgiu no mês de maio do nada do meu inopinado, me fez lacaio, eu, pobre coitado, sem ter onde cair morto e arrebentado. Tristão mais que dilacerado, entregue às baratas, derreado. Ela animou-me a vida, recolheu-me da barbárie, deu-me a pós-modernidade e força para enfrentar guerras, máfias, deuses, ogros, traições, sogros e rebeliões, motins, exclamações, tocaias, terrores, ciladas, horrores. E sem elmo nem escudo, enfrentei tudo e fui vencedor com os tons intensos do drama de Wagner e ferido com a espada envenenada que me dilacerou a alma, definhou-me a vida e submergi ao subterrâneo mundo dos mortos.



Imagem: Tristão e Isolda de Marcio Camargo.


Se havia a glória, jamais havia sabido. E ressuscitei pela primeira vez. Fui embalado pelo prelúdio do amor, tratado pelo encanto que sarou minhas feridas, dissipou todas as mágoas, dores, traumas e infortúnios. Fui tratado com todos os antídotos e fui curado de todos os venenos para me libertar de mim e das ilusões. E fui levado aos aposentos paradisíacos, iniciado na alcova dela onde o éden é o mar sereno de um dia radiante de felicidade.



Foto divulgação do “Romance”, filme do diretor Guel Arraes, protagonizado por Wagner Moura e Letícia Sabatella, que conta a história de um casal de atores que se apaixona enquanto trabalha na encenação de “Tristão e Isolda”.


Reencarnei então na carne dela onde me redimi de todas as derrotas e cavilações, me glorifiquei com seus beijos que eram a panacéia que me dava ânimo para todas as lutas e façanhas. E nossos encontros ao meio dia me revigoravam para superar todas as mazelas e fatalidades. E a nossa entrega por toda tarde era o refúgio do guerreiro para se reabastecer de luz e determinação. E toda nossa escalada noite adentro era a revelação de todos os segredos inauditos e irreveláveis. E nos amamos e fizemos o mundo. E sucumbi mil vezes para que seus lábios apascentassem minhas feras loucas e vorazes. E me enterrei mais de mil vezes para que seus seios apaziguassem a minha insônia e me dignassem o valor da queda para erguer o troféu da vitória. E me aninhei milhões de vezes para que seus braços alentassem a minha loucura de vencer o mundo mesmo que não me restasse mais nada. E me agarrei todas as vezes às suas coxas para que ela me levassem aos tesouros da maior riqueza dos céus até ter-me embrenhado no seu ventre para que eu pudesse sempre sorver do néctar da vida.




Foto divulgação do “Romance”, filme do diretor Guel Arraes, protagonizado por Wagner Moura e Letícia Sabatella, que conta a história de um casal de atores que se apaixona enquanto trabalha na encenação de “Tristão e Isolda”.


Reabilitado e pronto, dependente da sorte caminhei com seus pés nas águas siderais do infinito. E o seu corpo me curou tantas vezes quanto quando fui mais de uma vez atraiçoado pela espada do desamor. E amparou quando a febre ardia alucinada e me guardou da tempestade e da insolação. E me sarou todos os cortes, feridas e maleitas. E me arrastou pros abrigos, me esquentou com o seu calor e ministrou ungüentos e meizinhas quando eu estava entre a vida e a morte. E me fez dormir o sonho dos apaziguados. E me deu conforto e me salvou da morte de ontem. E me remediava brindando de beijos muitos e além de nossos desejos mais reverberado.


Hoje encaro a morte de Tristão. Depois de rompermos galáxias com nossas entregas e nos tornarmos um só na imensidão cosmogônica. E nessa ubiqüidade nos perdemos. Tudo se esvaindo pelas correntezas do rio porque já não somos nós nem mais nada, apenas o nosso escândalo por não me entender o gesto nem a minha língua. Por renegar meus sentimentos e ignorar meu coração, mouca no nosso escândalo patético sem nem me ouvir gemer o prazer de roubá-la para fugir comigo e implorar todas as horas que fosse minha para sempre e que tudo seria diferente assim. De mim, apenas a gratidão porque nunca fui tão feliz, porque nunca mereci ter sido tão inteiro e vivo. A minha gratidão porque nunca lhe dei nada que pudesse ver de meu doado para a sua doação. Nunca presenteei nada nem lhe fiz buquê de rainha nem princesa. A gratidão do ingrato só na dor da separação da nossa tragédia além da morte. Assim é o amor.


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LITERATURA ERÓTICA - CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Cordel, de Jayme Reis

LITERATURA ERÓTICA:

A POÉTICA ERÓTICA DE ASCENSO FERREIRA

O UNIVERSO ERÓTICO DE MANUEL BANDEIRA

NERUDERÓTICO – PABLO NERUDA

O EROTISMO CRISTÃO DE JORGE DE LIMA

O ERÓTICO DE BERNARDO GUIMARÃES

AS IMAGINAÇÕES ERÓTICAS DE LEDO IVO

O EVANGELHO DE JOSÉ SARAMAGO

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VASTAS EMOÇÕES E PENSAMENTOS IMPERFEITOS DE RUBEM FONSECA

OS GRITOS ERÓTICOS DE JOYCE MANSOUR

SONETOS LUXURIOSOS DE PIETRO ARETINO

A EROPOÉTICA ANÍMICA DE LYA LUFT

EPIGRAMAS DE JOHANN WOLFGANG VON GOETHE

A POESIA ERÓTICA DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA

A LADY VESTAL DE GREGORY CORSO

OS AMORES DE OVÍDIO

A QUARTA NOVELA DE PAMPINÉIA – PRIMEIRA JORNADA DO DECAMERÃO DE BOCCACCIO

UM EPIGRAMA E FRAGMENTOS DO DISCURSO SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE DE JEAN-JEACQUES ROUSSEAU

OS FRAGMENTOS DA GLAURA DE SILVA ALVARENGA

A CARNALIDADE DOS POEMAS LIGEIROS DE JOHN WILMOT, O CONDE ROCHESTER

A FABULOSA POÉTICA ERÓTICA DE LA FONTAINE

OS POEMAS MALICIOSOS E OBSCENOS DE ROBERT HERRICK

OS EPIGRAMAS ERÓTICOS DE MARCIAL (40 a.C – 104 d.c)

A ARTE ERÓTICA DE CATULO

A POESIA ERÓTICA DE CLEMENT MAROT

O EROTISMO MODERNISTA DE ASCENSO FERREIRA

O PICANTE SONETO BARROCO DE FRANÇOIS DE MALHERBE

A POESIA ERÓTICA DE ETIENNE JODELLE

OS POEMAS AMOROSOS DE PIERRE DE RONSARD

DE UM POEMA DE CHARLES BAUDELAIRE

UM POEMA DE HILDA HILST

UM POEMA DE W. H. AUDEN

SEXUS DE HENRY MILLER

ELEGIA, INDO PARA O LEITO DE JOHN DONNE

DO CÂNTICO DOS CÂNTICOS DE SALOMÃO

A PEQUENA LOUVAÇÃO DE CRISTOPH MARTIN WIELAND

OS POEMAS ERÓTICOS DE TOMÁS DE IRIARTE

OS AMOROSOS POEMAS DE ELIZABETH BARRET BROWNING

O RATO DAS CANÇÕES DE PIERRE-JEAN DE BÉRANGER

A ROMÂNTICA PORNOGRAFIA POÉTICA DE GIUSEPPE GIOACHINO BELLI

HENRY MILLER, DRUMMOND, PICASSO & DERRIÈRE: SALVE!

DOS 120 POEMAS & OUTROS VERSOS SENSUAIS DE ROGEL SAMUEL

A POESIA ERÓTICA DE RAYMUNDO ALVES DE SOUZA

A APOLOGIA À MULHER DO POETA POTIGUAR BOB MOTTA

A DIETA ERÓTICA DO BARÃO DE VON LOGAU

UM EPIGRAMA DE MATHURIN RÉGNIER

ANTIGA POESIA EROTICA GREGA DE DIOSCÓRIDES

SOB MEDIDA DE CHICO BUARQUE

DA COR BRASILEIRA DE JOYCE E ANA TERRA

CONDENADOS DE FÁTIMA GUEDES

MÃE DO OURO DE VEIGA MIRANDA

DE UNS EROPOEMAS DE VINICIUS DE MORAIS

SENHORA DE JOSÉ DE ALENCAR

FOI O AMOR QUE ME FEZ DE JACQUES PRÉVERT

TATUAGEM DE CHICO BUARQUE & RUY GUERRA

ELEONORA DE NIKIS EGGONÓPOUOLOS

CUSCUIS DA GATA DE CHICO NOVAES

EPIGRAMA DE RUFINO

DE AS CANÇÕES DE ANTONIO BOTTO

NAVIO DE DJAVAN

DO POÇO DOS MILAGRES DE CARLOS NEJAR

FRAGMENTO DE POEMA DO BAUDELAIRE

DO DIÁRIO DE UM SEDUTOR DE SOREN AABYE KIERKEGAARD

EPIGRAMA DE FILODENO

PAI ADÃO DE EDUARDO SOUTO

DE UM SONETO DE SHAKESPEARE

OS EXPRESSIVOS MINIMOUTROS DA MIRITA NANDI

UMA IMAGEM & DOIS POEMAS DA MARIZA LOURENÇO

OS POEMAS ERÓTICOS DE GERUSA LEAL

POETRIX DE MARIA JOSÉ LIMEIRA: AMAR, AMAR, AMAR!

A ERÓTICA E SABOROSA POESIA DE LILIAN MAIAL

A CARNE VIVA DE ARTUR GOMES

PRA VOCÊ DE ROSERLEI MARTINS ALVES

O POEMERÓTICO DE RUBENS DA CUNHA

A SENSUALIDADE POÉTICA DE LILIA DINIZ

A POÉTICA ERÓTICA DE ETHEL FELDMANN

OS POEMAS SENSUAIS DE CLEVANE PESSOA DE ARAUJO LOPES

OS MARAVILHOSOS VERSOS SENSUAIS DE JURACY RIBEIRO

A SENSUAL MAGIA DOS VERSOS DE SUELI FAJARDO

OS VERSOS SABOROSOS DA VOLÚPIA DE SARINHA FREITAS

OS DELICIOSOS VERSOS VOLUPTUOSOS DE LÍRIA PORTO

A POÉTICA SENSUAL DE BRANCA TIROLLO

OS LUXURIOSOS VERSOS FEMININOS DE ANA CRISTINA POZZA

O LIBIDINOSO AVESSO DO CRISTAL DE LIVIA TUCCI

A ESSENCIA SEXUAL DOS VERSOS DE VAN LUCHIARI

O ÊXTASE SEXUAL DOS VERSOS DE SONIA DELSIN

O ORGASMO DOS VERSOS DE REGINA RODRIGUES

OS ÍNTIMOS VERSOS FLAMEJANTES DE BETH JOY

A SINTESE IRONICA E A DESCARGA SEDUTORA DE LIH MEINE

A PUBIANA EXPRESSÃO DOS VERSOS DE SILVIA MARA

O UNIVERSO SEDUTOR DE VERA LINDEN

DOIS RELATOS PICANTES DE MARIETA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA

O SENSUAL DE TANIA MELO, ISABEL SILVEIRA E ROSERLEI MARTINS ALVES

OS VERSOS FÊMEOS DE ROSEMARI BOCCARDO

O AMOR NU DE APOLÔNIA GASTALDI

A FEITURA DE NILZA MENEZES

HAINETO Nº 10 DE ARI LINS PEDROSA

OS VERSOS DA GULA E DA NUDEZ DE SIMONE NOGUEIRA ATHAYDE

UMA ODE AO TEU CARALHO DE MARIA EUGÊNIA

A NUDEZ EROPOÉTICA DE LÚCIA NOBRE

CRÔNICA DE AMOR POR ELA – MULHER, DE DERINHA ROCHA

A MISTERIOSA CISTERNA DE MAURA DE SENNA PERIERA

A SEDUTORA EXPRESSÃO DA NUDEZ NOS VERSOS DE ELEN VIANA

A SABOROSA NUDEZ DOS VERSOS DE GRACIELA DA CUNHA

O SENSUAL NOS VERSOS DE VERA SALBEGO

A NUDEZ FEMININA NOS VERSOS DE MARIA DA GRAÇA ALMEIDA

A ENTREGA SEXUAL NOS VERSOS DE LETICIA CESARIO

O RITUAL DA PAIXÃO DE ALINE DREMIR

OS VERSOS OUSADOS DE MARIA HILDA DE JESUS ALÃO

O DECOTE DOS VERSOS AMOROSOS DE LARA CARDOSO

A PROVOCAÇÃO SENSUAL DE ANGELA FARIA DE PAULA LIMA

OS LÚBRICOS VERSOS DE VANDERLI MEDEIROS

POETRIX & OUTROS VERSOS DE AMOR E SEXO DE JULI LIMA

O AMOR E PAIXÃO DA NUDEZ FEMININA NOS VERSOS DE LULI COUTINHO

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