segunda-feira, setembro 22, 2008
FRANÇOIS DE MALHERBE
Imagem: Fanciulla nuda, 1933, do pinto intaliano Francesco Trombadori (1886-1961)
O PICANTE SONETO BARROCO DE FRANÇOIS DE MALHERBE
SONETO
Quinze anos eu passara, os primeiros da vida,
Sem ter sabido nunca o que era esse furor
Em que a dança do cu deixa na alma um torpor
Após a ânsia viril na cona ser remida.
Não que a morte tão doce e tão apetecida
Não me impelisse um forte, juvenil ardor,
Mas o membro que eu tinha, embora lutador,
Não chegava a deixar a Dama bem servida.
Trabalho desde então com pertinácia rara
Por compensar a perda e o tempo que não pára,
Pois o sol no Poente ameaça os meus dias.
Oh Deus, venho rogar-te, meu zelo ajudai:
Para tão doce agir, meus anos alongai
Ou devolvei-me o tempo em que inda eu não fodia!
FRANÇOIS DE MALHERBE – o poeta, teórico e critico barroco francês, François de Malherbe (1555 - 1628), deixou peças de circunstância, odes, estâncias, canções e sonetos que representam um dos exemplos mais significativos da literatura maneirista e barroca. Ele ridicularizou os poetas franceses do séc. XVI, atacando sem piedade sua frivolidade e suas construções elaboradas, preconizando a forma estrita e contida e acentuando o predomínio da técnica sobre a inspiração.É considerado o introdutor do rigor na poesia francesa, exercendo influência sobre os grandes clássicos do século XVII.
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