sábado, novembro 28, 2015

O AMOR MAIS QUE DE REPENTE



Ela surgiu de repente com seus lábios carregados de paixão. E beijou-me pela primeira vez como se fosse nunca mais. Nem deu tempo para eu me dar conta de nada. Fui pego de surpresa, pudera, andava cabisbaixo com as desandadas da vida. A sua boca envolveu-me por inteiro, abarcou toda minha dimensão. E só me restava corresponder àquele momento de extrema satisfação. Jamais podia prever. E aconteceu como quem chegava pra ficar, a incendiar meus nervos, vísceras e alma. Arrepiado, senti o prazer do seu hálito a se apoderar de mim com toda fúria da sua tesão. Logo suas mãos percorreram minha intimidade e alcançou-me o membro rijo, agora por ela afagado e agarrado com carinho jamais sentido. Conferi-lhe as curvas com as minhas mãos errantes até alcançar-lhe o ventre, invadindo por baixo da saia, entre a calcinha a ter-lhe a vulva úmida entre os meus dedos, completamente apalpada pela minha mais louca sede de prazer. Contornando o meu sexo com as suas hábeis mão provocadoras, eu a lhe sentir a profundidade deliciosa de sua vagina requerente a me dizer de tudo o que é gozo e quereres. Dali, só as vestes no chão, ela com todas as poses de sua nudez e o orgasmo por salvação.


Imagem do pintor hiper-realista Juan Carlos Manjarrez.

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quinta-feira, novembro 26, 2015

SEGUNDO POEMA DE AMOR PARA ÍSIS NEFELIBATA


CENTO E OITENTA E SETE HORAS

Luiz Alberto Machado

Da primeira vez foram noventa e uma horas de mútua passagem pelas noites, dias e tardes da nossa expectativa pra nos fazer varar a madrugada até que a manhã fosse o nosso símbolo diuturno e plano de voo. Foram entregas e comedimentos, carícias e espreitas, festa e timidez.

Da segunda vez foram noventa e seis horas de maior efusão na catarse das expectativas. Éramos ainda estranhos que se conheciam e de cabeça mergulhamos nas nossas intimidades a nos batizar de nós e de tudo que queríamos e pudemos. Foi festa da constatação a nos certificar que devíamos singrar na gente o que nos incendiava para seguir adiante.

Ao todo foram cento e oitenta sete horas de fatos reais para que nos fizéssemos acesos e íntimos na vida.

Foram cento e oitenta e sete horas para definir o alicerce do empreendimento sentimental a projetarmos na cabeça a plataforma crástina e toda a trajetória da estrada vindoura.

Foram cento e oitenta e sete horas para eu descobrir a trina una que me deu apetite, fartei-me aos bocados e me senti feliz de antemão.

De primeira chegou-me se arrastando súcuba a deliciosíssima vampira de carne faminta e sedenta qual Mulher Gato com seus apetites ilícitos a se mover em mim e me fazer maior e a se esborrar de gozo para me ensinar que o seu prazer era o meu prazer.

Em seguida se fez presente no sonho de musa altruísta, materna, solidária a me fazer Osíris resgatado e me ensinar que a nossa entrega era o meu renascimento.

Por fim, eis a guerreira aplicada, dona de casa e parceira, politicamente corretíssima e a me ensinar com a sua iniciativa a minha realização.

Essas cento e oitenta e sete horas viraram noitedias que nos fizeram insones para sermos de nós mesmos os súditos e soberanos de nossa comunhão, até que o futuro nos faça prêmio com a remissão da cobiça e da gula que nos alimenta por todo esse tempo.

Essas cento e oitenta e sete horas de fato se tornaram inúmeros momentos sucessivos e intermitentes para a manifestação do amor na realização de se amar.


Imagem de Dario Ortiz Robledo.

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quarta-feira, novembro 25, 2015

A PAIXÃO DE ARISTÓTELES


Impossível conciliar ciência e coração. Há sempre a exigência de vinte e quatro horas de dedicação integral, por isso, não como manter uma convivência pacífica entre a Filosofia e a paixão, ambas são irreconciliáveis. Viver esse conflito é por demais doloroso, não há como colocá-los num mesmo balaio. Ou se mantém com a frieza do racional de forma obstinada nos objetivos, ou se entrega às raias da paixão cegamente. Ambos não se misturam. Por isso, a vida é inexorável: ninguém tem a capacidade de sair da zona de conforto para entender o labirinto. Não consigo projeção com minhas ideias, sou mais que ignorado, quando não ridicularizado. Além do mais, não sou belo aqui, só se valoriza a beleza física e atlética. Queria ascender na vida pública, mas não sou nada nessa cidade-Estado. Só há aceitação para Isócrates com os sofistas com suas explanações sobre a virtude e a pólis, seus seguidores, oradores, persuasão, retórica. Ou só se aceita a vigência do mestre Platão e a base da ação política, a investigação científica e a matemática. Ademais, só ouço Eudoxo falar de prazer e é o que todo mundo quer: somente ser feliz, nada mais. E que essa felicidade venha sem esforço, caída do céu e para se viver bem bom. Minha vida virou de pernas pro ar. Não tenho mais nada, nem o fundo do poço consigo enxergar, quanto mais perspectiva de saída. Se falo alguma coisa, não me entendem; sou preterido por todos, até a mulher que amo, me rejeita. Todos só ouvem o dizer platônico. Como ter tranquilidade para enfrentá-lo? Como ter firmeza para enfrentar a turba descrente? Na minha cabeça um conflito impera: a Filosofia e a mulher que amo. E isso me persegue desde Estagira e me sinto carregado com todas as lembranças as quais quero me libertar. Não havia mais espaço pra mim em Calcídica, como também agora em Atenas. Sou dúplice: helênico e macedônio ao mesmo tempo, ninguém entende. Sou apenas um estrangeiro aonde quer que seja, aqui, ou ali, ou alhures. Por isso, sou meteco aqui, apenas um estudioso que precisa de paz para pensar, isolado. Preciso ir para Assos, mas não tenho nem disposição para me locomover, quanto condições para andar noitedia mundo afora. Vinte anos em Atenas e nada por resultado, todas as coisas daqui já não me fazem mais bem. Preciso ir para Assos, lá posso ser melhor entendido no reino de Hérnias, apesar da sua tirania preponderante. Preciso de paz mas como consegui-la se minha cabeça quer o mundo e a Filosofia, e o meu coração clama por uma mulher que me recusa e que preciso dela, preciso saciar meus desejos, preciso amá-la e que ela me ame para que eu tenha paz e possa filosofar. Não consigo raciocinar com tudo isso. A peripatética se atrapalha com o meu desejo latente por ela, a necessidade que tenho dela para me reorganizar por inteiro, para apaziguar meu corpo e minha carne. Sem ela, o mundo não dá trégua. E pelo constante enfrentamento, estou sem forças, esvaziado, não consigo concatenar as ideias no meio desses embaraços todos. Ela poderia ser condescendente. Mas não e por isso não me concilio com a escolha de Espeusipo para o lugar do mestre na Academia. Ah, não há conciliação. Nada se concilia em mim, a dor do abandono. E ela que povoa todas as minhas ideias e pensamentos insiste em me repulsar, não me aceita, e eu aqui ardendo, precisando de paz e descanso nas suas sedutoras carnes. Preciso concluir os Tópicos, os argumentos sofísticos, a metafísica, a Ética a Nicômaco, a Poética, enfim, estou enlouquecendo, preciso prosseguir com meus estudos, não consigo, tudo é tão difícil. Perguntaram-me pela Poética, não sei mais, a única poesia que eu sei é quando ela se entrega nua a mim para fazermos nossa tragicomédia real, no teor mais profundo do gozo de todos os orgasmos. Mas nem isso tenho mais, estou desamparado, caindo em queda livre. Eu a quero e ela me rejeita, não posso conviver com isso. Ela só me dirige impropérios, enquanto eu preciso levantar a barra do seu vestido, vê-la a nudez deliciosa e empurrar-lhe meu desejo carne adentro, até me saciar e recobrar os sentidos para retomar a vida. Ela conseguiu arruinar minha cabeça, acabar comigo, me deixar no chão. Ela me tira do sério e me deixa doido varrido. A indiferença dela me queima e me causa desnorteios. Eu só tenho a ela, o meu porto seguro, a minha âncora, a única segurança. Ela não me quer, acho que me tem por imundo ou com alguma enfermidade contagiosa. Ah, não há compreensão, pra todo lado infelicidade, ofensas e insatisfação. E mesmo que tente compreender, é infelicidade demais, não dá para viver tolhido com essas situações aversivas. Mas vou lá vê-la, preciso senti-la de perto, seu perfume, isso me acalmará para poder colocar a cabeça no lugar. Ah, lá está ela, na cozinha, ocupada com o almoço, vestido curtinho colado no corpo quando se remexe nos afazeres e vivo todo o seu encanto de sempre. Atrevo-me e dou-lhe um cheiro no cangote. E ela: - Sai-te! Tento alcançar-lhe os seios e ela me acotovela inflexível. Tento beijar-lhe, ela obsta, não me quer. Sua recusa deixa meu pênis em estado de ereção. Ah, eu quero. Encosto na parede e fico a fitar-lhe o equipamento corpóreo. Ah, ela é a ninfomaníaca para minha satiríase. E mesmo intolerante não deixa de ser sedutora. Ah, preciso dela! É quando me vem a cabeça de colocar minha mão entre as suas pernas, subindo pelo joelho e ela espremendo minha mãos aos gritos de não, alcanço-lhe entre as coxas até alcançar o encontro delas com sua vagina úmida sobejando seus prazeres com meu toque e ela insistentemente não. Tomo-lhe a buceta na mão, apalpo e seguro, acaricio sua vulva com o dedo anular e fico, ao mesmo tempo que acarinhando toda sua intimidade, contornando o clitóris até senti-la aos gemidos, ronronando feroz, e com a minha outra mão levanto as vestes e vejo a bunda nua e aprumo meu caralho e basta tocar a glande no bico da sua priquita, ela já esmorece trêmula e rendida num paroxismo de se descabelar toda em misto de atitude de aplacar minha investida e de, ao mesmo tempo, querer-me sem saber o que fazer. E logo enfio-lhe lenta e comedidamente a pica na cavidade vaginal, centímetro a centímetro até alcançar-lhe toda a profundidade e lentamente retirando e voltando, deslizando o cacete nela num vai e vem gostoso e comedido, até senti-la aos zis gozos do orgasmo explodir e ela arrear sobre a pia e lá ficar rebolando e saracoteando no meu pau, a ponto de quando já quase escapulindo do seu sexo, ela agarrá-lo, comprimindo-o, a dizer-me: - Ah, agora que ele vai ele ver... e assim agarrada no meu membro puxa-me até o quarto, deitando-me carinhosamente para logo se acercar do meu ventre, jurando: - Ah, agora ele me paga... e começa a acarinhá-lo e a lambê-lo ternamente por toda extensão, a beijá-lo e a sugá-lo, dizendo manhosamente: - Gosto do gosto gostoso do suco dessa pica. Ela é linda, maravilhosa! E depois fica esfregando a ponta da minha peia na palma da sua mão, ao mesmo tempo em que lambe e beija todo cabo, causando-me arrepios de prazer. E assim vai demoradamente até que depois de muito chupar meu cacete, resolve cavalgá-lo por gratificação. E monta e trota e dança como na sela com meu caralho enfiado na buceta, até ter novos e zis gozos de se arrepiar por inteiro e depois arriar resfolegante de lado. – Venha -, chamou-me – agora quero gozar com esse caralho no cu, vai! Vem! Não me fiz rogado e torei-lhe o caneco, enfiando com força até ejacular inteiro e probo naquele ânus deliciosamente demais. Ah, que delícia! Agora eu que arfava caindo pesado na cama. Ela insaciável, monta nas minhas costas e fica relando o pinguelo na minha coluna vertebral. Roça grunhindo como louca, gozando. Até que tomo respiração, pego-lhe pelas pernas às minhas costas, ela na minha cacunda, roçando a buceta nas minhas costas e nós saímos nus pelas ruas festejando nosso mais extraordinário gozo.


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terça-feira, novembro 24, 2015

PRIMEIRO POEMA DE AMOR PARA ÍSIS NEFELIBATA


DOAÇÃO

Luiz Alberto Machado

Para todos sou pedaços que me dou e me doo como o riso da criança no meio dia sem ter nem pra quê.

Pra você sou pedaços, os melhores de mim e os que me restam: aquela fatia de bolo com gosto de quero mais. É só o que tenho, nada mais.

Tivesse a vida, eu daria pra você como o sol todas as manhãs.

Do nada que sou e tenho faço os presentes de quem só tem aquilo pra dar: mas são como se fossem a maior das posses que qualquer ser humano tivesse na maior das farturas.

Sou apenas o que tenho - posse alguma, o mundo de cabeça pra baixo,  sem ter onde cair morto -, mas o pedaço inteiro que sou é seu.



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