
Impossível
conciliar ciência e coração. Há sempre a exigência de vinte e quatro horas de
dedicação integral, por isso, não como manter uma convivência pacífica entre a
Filosofia e a paixão, ambas são irreconciliáveis. Viver esse conflito é por
demais doloroso, não há como colocá-los num mesmo balaio. Ou se mantém com a
frieza do racional de forma obstinada nos objetivos, ou se entrega às raias da
paixão cegamente. Ambos não se misturam. Por isso, a vida é inexorável: ninguém
tem a capacidade de sair da zona de conforto para entender o labirinto. Não
consigo projeção com minhas ideias, sou mais que ignorado, quando não
ridicularizado. Além do mais, não sou belo aqui, só se valoriza a beleza física
e atlética. Queria ascender na vida pública, mas não sou nada nessa
cidade-Estado. Só há aceitação para Isócrates com os sofistas com suas
explanações sobre a virtude e a pólis, seus seguidores, oradores, persuasão,
retórica. Ou só se aceita a vigência do mestre Platão e a base da ação
política, a investigação científica e a matemática. Ademais, só ouço Eudoxo
falar de prazer e é o que todo mundo quer: somente ser feliz, nada mais. E que
essa felicidade venha sem esforço, caída do céu e para se viver bem bom. Minha
vida virou de pernas pro ar. Não tenho mais nada, nem o fundo do poço consigo
enxergar, quanto mais perspectiva de saída. Se falo alguma coisa, não me
entendem; sou preterido por todos, até a mulher que amo, me rejeita. Todos só
ouvem o dizer platônico. Como ter tranquilidade para enfrentá-lo? Como ter
firmeza para enfrentar a turba descrente? Na minha cabeça um conflito impera: a
Filosofia e a mulher que amo. E isso me persegue desde Estagira e me sinto
carregado com todas as lembranças as quais quero me libertar. Não havia mais
espaço pra mim em Calcídica, como também agora em Atenas. Sou dúplice: helênico
e macedônio ao mesmo tempo, ninguém entende. Sou apenas um estrangeiro aonde
quer que seja, aqui, ou ali, ou alhures. Por isso, sou meteco aqui, apenas um
estudioso que precisa de paz para pensar, isolado. Preciso ir para Assos, mas
não tenho nem disposição para me locomover, quanto condições para andar
noitedia mundo afora. Vinte anos em Atenas e nada por resultado, todas as
coisas daqui já não me fazem mais bem. Preciso ir para Assos, lá posso ser melhor
entendido no reino de Hérnias, apesar da sua tirania preponderante. Preciso de
paz mas como consegui-la se minha cabeça quer o mundo e a Filosofia, e o meu
coração clama por uma mulher que me recusa e que preciso dela, preciso saciar
meus desejos, preciso amá-la e que ela me ame para que eu tenha paz e possa
filosofar. Não consigo raciocinar com tudo isso. A peripatética se atrapalha
com o meu desejo latente por ela, a necessidade que tenho dela para me
reorganizar por inteiro, para apaziguar meu corpo e minha carne. Sem ela, o
mundo não dá trégua. E pelo constante enfrentamento, estou sem forças,
esvaziado, não consigo concatenar as ideias no meio desses embaraços todos. Ela
poderia ser condescendente. Mas não e por isso não me concilio com a escolha de
Espeusipo para o lugar do mestre na Academia. Ah, não há conciliação. Nada se
concilia em mim, a dor do abandono. E ela que povoa todas as minhas ideias e
pensamentos insiste em me repulsar, não me aceita, e eu aqui ardendo,
precisando de paz e descanso nas suas sedutoras carnes. Preciso concluir os
Tópicos, os argumentos sofísticos, a metafísica, a Ética a Nicômaco, a Poética,
enfim, estou enlouquecendo, preciso prosseguir com meus estudos, não consigo,
tudo é tão difícil. Perguntaram-me pela Poética, não sei mais, a única poesia
que eu sei é quando ela se entrega nua a mim para fazermos nossa tragicomédia
real, no teor mais profundo do gozo de todos os orgasmos. Mas nem isso tenho
mais, estou desamparado, caindo em queda livre. Eu a quero e ela me rejeita,
não posso conviver com isso. Ela só me dirige impropérios, enquanto eu preciso
levantar a barra do seu vestido, vê-la a nudez deliciosa e empurrar-lhe meu
desejo carne adentro, até me saciar e recobrar os sentidos para retomar a vida.
Ela conseguiu arruinar minha cabeça, acabar comigo, me deixar no chão. Ela me
tira do sério e me deixa doido varrido. A indiferença dela me queima e me causa
desnorteios. Eu só tenho a ela, o meu porto seguro, a minha âncora, a única
segurança. Ela não me quer, acho que me tem por imundo ou com alguma
enfermidade contagiosa. Ah, não há compreensão, pra todo lado infelicidade,
ofensas e insatisfação. E mesmo que tente compreender, é infelicidade demais,
não dá para viver tolhido com essas situações aversivas. Mas vou lá vê-la,
preciso senti-la de perto, seu perfume, isso me acalmará para poder colocar a
cabeça no lugar. Ah, lá está ela, na cozinha, ocupada com o almoço, vestido
curtinho colado no corpo quando se remexe nos afazeres e vivo todo o seu encanto
de sempre. Atrevo-me e dou-lhe um cheiro no cangote. E ela: - Sai-te! Tento
alcançar-lhe os seios e ela me acotovela inflexível. Tento beijar-lhe, ela
obsta, não me quer. Sua recusa deixa meu pênis em estado de ereção. Ah, eu
quero. Encosto na parede e fico a fitar-lhe o equipamento corpóreo. Ah, ela é a
ninfomaníaca para minha satiríase. E mesmo intolerante não deixa de ser
sedutora. Ah, preciso dela! É quando me vem a cabeça de colocar minha mão entre
as suas pernas, subindo pelo joelho e ela espremendo minha mãos aos gritos de
não, alcanço-lhe entre as coxas até alcançar o encontro delas com sua vagina
úmida sobejando seus prazeres com meu toque e ela insistentemente não. Tomo-lhe
a buceta na mão, apalpo e seguro, acaricio sua vulva com o dedo anular e fico,
ao mesmo tempo que acarinhando toda sua intimidade, contornando o clitóris até
senti-la aos gemidos, ronronando feroz, e com a minha outra mão levanto as
vestes e vejo a bunda nua e aprumo meu caralho e basta tocar a glande no bico
da sua priquita, ela já esmorece trêmula e rendida num paroxismo de se
descabelar toda em misto de atitude de aplacar minha investida e de, ao mesmo
tempo, querer-me sem saber o que fazer. E logo enfio-lhe lenta e comedidamente
a pica na cavidade vaginal, centímetro a centímetro até alcançar-lhe toda a
profundidade e lentamente retirando e voltando, deslizando o cacete nela num
vai e vem gostoso e comedido, até senti-la aos zis gozos do orgasmo explodir e
ela arrear sobre a pia e lá ficar rebolando e saracoteando no meu pau, a ponto
de quando já quase escapulindo do seu sexo, ela agarrá-lo, comprimindo-o, a
dizer-me: - Ah, agora que ele vai ele ver... e assim agarrada no meu membro puxa-me
até o quarto, deitando-me carinhosamente para logo se acercar do meu ventre,
jurando: - Ah, agora ele me paga... e começa a acarinhá-lo e a lambê-lo ternamente
por toda extensão, a beijá-lo e a sugá-lo, dizendo manhosamente: - Gosto do
gosto gostoso do suco dessa pica. Ela é linda, maravilhosa! E depois fica
esfregando a ponta da minha peia na palma da sua mão, ao mesmo tempo em que
lambe e beija todo cabo, causando-me arrepios de prazer. E assim vai
demoradamente até que depois de muito chupar meu cacete, resolve cavalgá-lo por
gratificação. E monta e trota e dança como na sela com meu caralho enfiado na
buceta, até ter novos e zis gozos de se arrepiar por inteiro e depois arriar
resfolegante de lado. – Venha -, chamou-me – agora quero gozar com esse caralho
no cu, vai! Vem! Não me fiz rogado e torei-lhe o caneco, enfiando com força até
ejacular inteiro e probo naquele ânus deliciosamente demais. Ah, que delícia! Agora
eu que arfava caindo pesado na cama. Ela insaciável, monta nas minhas costas e
fica relando o pinguelo na minha coluna vertebral. Roça grunhindo como louca,
gozando. Até que tomo respiração, pego-lhe pelas pernas às minhas costas, ela
na minha cacunda, roçando a buceta nas minhas costas e nós saímos nus pelas ruas
festejando nosso mais extraordinário gozo.
