segunda-feira, agosto 04, 2008
RONSARD
Imagem: Venus and Vulcan , 1610, do pintor do Maneirismo Flamengo Bartholomeus Spranger (1546-1611)
OS POEMAS AMOROSOS DE PIERRE DE RONSARD (1524-1585)
BRANCURA
Brancura que me satisfaz de tua reluzência e que me tumultua nas quatro noites
e me torna na vida muito satisfeito quando me embrenho galante por teus rebeldes dotes de tua beleza nua para me adorar.
ODE
Quando ao templo juntos nós iremos devotos pelo caminho de Deus,
Dormiremos os segredos litúrgicos para que possamos ter-nos na cama,
Entrelaçados.
Iremos lascivos com os disfarces do prazer,
Amando livremente pelo doce dos nossos corpos.
Queremos e tenho a chave certa beijando os lábios da amada
E escorrendo pelos belos seios que me guardam pro seu ventre delicioso.
Vivo a sua boca linda nos desejos que nos dividimos, onde sou seu e será toda minha porque vivo seu rosto pronto de prazeres.
SONETO
Eu te saudo, fenda de portentos,
A luzir entre dois flancos macios;
Saúdo-te, buraco de amavios,
Que dás ao meu viver contentamento.
Enfim me libertaste dos tormentos
Do alado arqueiro e dos meus desvarios;
Só quatro noites eu te possuí e o
Poder do arqueiro fez-se em mim mais lento.
Pequeno furo, furo arteiro,furo
Tão bem guardado em matagal obscuro,
Que ao mais rebelde domas com presteza:
Todo vero galã, para te honrar,
Devia de joelhos te adorar,
Firme empunhando a sua vela acesa!
PIERRE DE RONSARD (1524-1585) poeta francês conhecido como o principe dos poetas, primeiro fez carreira militar e diplomática, depois que voltou-se para a literatura. Pelo apuro formal e pela vividez das imagens, que celebram o gosto da liberdade, a alegria de viver e os prazeres do amor, Ronsard se consagrou como o principal poeta da França do séc. XVI.
FONTE:
PAES, José Paulo. Poesia erótica. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
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