segunda-feira, dezembro 22, 2008

FELIZ ANO NOVO




Gentamiga,
Agora entro de férias até o dia 12 de janeiro!

Beijabrações & Feliz Ano Novo!!!

Luiz Alberto Machado

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sábado, dezembro 20, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Naked Lights V, de Nuno Belo.

POR VOCÊ

M´amour, m´amour o que é que eu amo e onde estás?” (Ezra Pound)

“...por você vou roubar os anéis de Saturno” (Rita Lee)

Luiz Alberto Machado

Por você tenho estado a levitar incólume pelas nuvens mágicas do amor, a cantar o Exagerado de Cazuza para orbitar contumaz toda flor de sua emanação.

Por você tenho dedicado todo infrene teor do meu verso lascivo, toda meta da minha perseguição da felicidade, todo meu corpo, minha alma, idéias e pensamentos e já não consigo distinguir o que é meu de seu nessa correspondência para lá de imantada pelos nossos mais aderentes desejos.

Por você sigo perseverante a desafiar de deus, do mundo e de tudo, a fazer da minha crença apenas a sua deificação.

Por você vou rompendo barreiras porque recito de cor um a um dos cinco mil versos d´Os Cantos de Pound enquanto aliso a corcova de suas ancas miríficas onde perco todos os pontos cardeais afiançando a valia de todos os seus atributos.

Por você subestimo convenções porque quero passear de mãos dadas e trocando beijos apaixonados no meio do espetáculo da aurora boreal até a austral e vê-la seguir com o meu monograma tatuado no seio como o distintivo do nosso amor.

Por você vasculho o universo de sua compleição, faço surf no tsunami de suas carnes, viro goleador no Maracanã do seu ventre, percorro a nado todo Amazonas de suas águas profundas, faço happy hour na lua dos seus seios, enfrento a fera do seu desejo exaltado e recolho de sua mais absoluta e íntima graciosidade todos os acepipes exatos da minha esfomeada vontade de você.

Por você todo limite usurpado no fogo insano do prazer a ponto de não haver extintor de incêndio capaz de apagar a feroz volúpia de possuí-la a mais das suas dimensões angulares.

Por você toda exata e possessa como uma naja de capuz estufado, premida pela necessidade excitante de ver-me enveredar por seu olho pidão, por seus lábios bons de beijar, pelos seios de todos os sabores, pelas pernas carnudas, nádegas voluptuosas até o ventre ávido com nuto pro concúbito.

Por você terei o muito de todo tudo, porque na paixão, o que for demais além da infinitude, para o querer, ainda é muito pouco.

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segunda-feira, dezembro 15, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Em sonhos fui sereia, de aoluar

AMAR VOCÊ

Luiz Alberto Machado

Amar você é minha festa porque é a maior maravilha do universo o seu amor.

Por isso você é a minha religião, meu credo, minha devoção; a sintonia do meu dial, meu porto de abrigo na chegada, o meu pouso, o meu combustível para viver.

Amar você é o meu prêmio porque você é a camisa 10 da minha predileção, craque de fazer embaixadinhas de mim, firulas, banhos de cuia, toques de arrodeio, marcando de letra e a me deixar extasiado com seu gol de placa na minha paixão.

Você é a pole position na minha preferência, sempre largando na frente, batendo recorde em todas as voltas e recebendo a bandeirada da minha mais exaltada satisfação.

Você é a obra-prima da natureza representada na mulher de Copacabana com seus olhos de mar, seu feitio sedutor, seu riso cativante, sua grandiosa generosidade.

Amar você é a minha vida.

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terça-feira, dezembro 09, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Fran Nua, de Amanda Com

EU TE AMO

Luiz Alberto Machado

Quanto mais os dias renascem em manhãs ensolaradas ou frias, mais eu te amo como quem busca na tua fonte a água de todas as sedes

E quanto mais as horas se consomem por si só na voracidade do tempo, mais ratifico a minha confissão de dívidas com o teu amor, sem o menor arrependimento ou culpa, como se cumprisse à risca a nossa mútua promessa de escoteiro, o nosso anímico pacto de sangue

E quanto mais os dias passam loucamente uns nos outros na maior confusão da vida, mais eu te amo como súdito fiel que guarda a recompensa e a devoção pela lua-de-mel das nossas mil e uma noites

E quanto mais os meses viram cinzas na página virada que já será jamais, mais persigo megalômano ao ninho do nosso repasto mútuo, miss minha, como um marupiara encantado tal qual Aquiles venerando Pentesiléia e que jamais deixará morrer a vibrante incandescência da musa

E quanto mais os anos revolvam nossas vidas anunciando que o futuro jamais chegará, mais eu te amo e chegarei sempre ávido e pronto a decorar de cor e salteado o teu mapa para massagear com apalpadelas acariciantes e manusear febril de desejo e paixão o teu corpo de deusa, minha Vênus de Milo estonteante

E quanto mais de ti me vieres com nuto afirmativo, mais te amarei derrubando as muralhas dos nossos limites, cultivando a liberdade da nossa entrega, e mais me escravizarei ao teu encanto, e mais me fascinarei pela posse do teu afeto, e mais me extasiarei com o toque do teu afago e mais te agarrarei a efígie, o busto, a epiderme, a aura, o gesto, o jeito, a alma, a pérola de tuas sensações mais desacorrentadas de ti, o perfume mais inebriante de tua expressão

E quanto mais te achegares ansiando por descobrir meus mistérios mais ignotos, quanto mais faminta e encantadora, quanto mais vívida e sedutora, quanto mais possessiva e acasaladora, mais te amarei e mais e mais estarás me cativando ao paraíso de teu domínio que me promete a felicidade além dos céus e a paixão além dos confins de tudo.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Eine Tanzerin, 2003, de Jan Saudek.

JURAMENTO

Eu juro te querer enquanto o ouro do turno da tarde cair no beiral (...) meu lado, luz acesa de pescador bom de mar, quer me ver sonhar? Traz a tua vida mais pra perto de mim...” (Djavan, Beiral).

Prometo te querer até o amor cair doente, doente...”
(Chico Buarque & Cristóvão Bastos, Todo sentimento)

Luiz Alberto Machado

Quando a tarde faz vida no mormaço do seu corpo, eu juro por todas as delícias de céu e terra mergulhar nos ventos agitados de sua prodigiosa nudez sacudindo minha lucidez nas raias da loucura e é quando sou de mim mais que real.

Eu juro por sermos feitos pelo amor e para o amor onde tomo por testemunho o meu corpo e o meu sangue no seu corpo e sangue, que não haverá perjúrio porque juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade porque a verdade é a sua alma nua exposta para a minha iniciação. E prometo pelo fogo do prazer no calor do seu sexo que se empanzina com o meu, linda, nua, caprichada de beleza acendendo a luz de todas as noites na beira do amor, pelando de febre, que cantarei aos berros a canção viva com versos queimando a pele, a cumprir que nos seja dado gozar feliz da vida para ir até longe de onde não se volta mais.

E juro com os olhos vendados de paixão por seu corpo que carrega o tempo de muitas sedes no seu minadouro, como a maior e mais completa maravilha do mundo, enquanto a terra gira entre suas pernas e sexo febris com a gula das minhas mãos côncavas agarrando enlaçado na idade dos sonhos que giram sem parar na corda bamba que me devolve multiplicadas vezes a vida que me faz mais vivo que nunca!

E juro pela doçura dos seus lábios de orquídeas molhadas com o cheiro do riso destamanho com o amor queimando a face, relâmpago nos seios na promessa de que em mim tudo de seu sobreviva, a tesão apaixonada se fortaleça e o que for do amor se concretize em nós. E juro por seu olhar de titânio com toda atração do meio dia de místicos fulgores dos que dão tudo à vida debaixo da chuva do edredom onde a tempestade demorada inflama o paiol de todos os gozos desgovernados até o derradeiro pousar da voz de zis luxúrias do seu doce-de-leite coração.

Por isso e só por isso eu canto inteiro com toda paixão a nossa eucaristia.

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domingo, dezembro 07, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Estella, de Tuta.

PARTILHA



PARTILHA

“(...) E por entre as coxas da noiva envolvente, a mulher com seus seios e o pássaro de crista celestial, foi ele enfim derrubado ardendo no leito nupcial do amor, no torvelinho do centro desejado, nas dobras do paraíso, no botão rodopiante do universo”. (Dylan Thomas, Conto de inverno).

“(...) Debaixo de ti e de mim, tu e eu, sinceramente, teu cadeado afogando-se de chaves, eu, subindo e suando e criando o infinito entre tuas coxas”. (César Vallejo, Doçura por doçura).

Luiz Alberto Machado

Saibam todos quantos virem esta canção entoada que eu amo esta mulher nua e linda como a terra que me faz abrigo e me reparte toda a felicidade universal de sua beleza ruidosa no meu coração.

Saibam. E que este poema exaltado seja o testemunho do quanto vivo e me sou dado à propícia magia da boca fresca de uma mulher com o seu riso refulgente espalhando o prazer perpétuo, onde fecho os olhos para imergir no beijo e seja lá o que deus quiser.

Por isso eu canto toda canção para ela nua e linda, porque eu conheço todas as astúcias de quem cavalga na minha carne onde o seu nome é o sexo úmido a pulsar exsudando gozo aos grandes goles.

Por isso eu declamo aos quatro ventos todos os versos viscerais do meu poema imperfeito, porque conheço a fundura do paladar de quem se debruça oferecendo a maçã com um verso na mão estendida e uma poesia na carne de todos os molhos para que eu faça festa impudente e reine com açoites para ocultar-me no porão de sua alma.

Por isso vou vociferando com meu coração barulhento todas as rezas da maior adoração de quem na lonjura conhece o abraço do jeito irrigado que tece a luz do sol e vou decidido a transpor além das margens e colunas do seu jeito crepuscular à maneira de quem soterra quente rajada do que sou por todos os lados até levar-me tapete mágico por todos os seus dons ao alcance do meu canto.

Por isso sou terno eternamente grato porque conheço o perfume de quem me espera nua em cada esquina, porque conheço o aguaceiro que nos lava o íntimo envolto em névoas oníricas até sermos alagados de suspiros na luz rubra do archote que empunhamos em nome da paixão.

Por isso sou reiteradamente grato porque conheço o namoro do olhar que não repara de nada e reata amorante as distâncias por todos os ângulos de espera e se arrasta até pôr-se de pé pedinte e acossada que eu seja infindável na minha poesia rústica até a fronteira que nos divide quando somos na total comunhão.

Por isso me faço cantor para envolver os braços de cisne jurado de amar que não medem um palmo sequer, nem se demora um triz e prevalece na altura estelar adivinhando a vigília de quem é capaz de empreender a mais inescrutável loucura na voz que trespassa tudo a me dizer que amar é costume gostoso que dá na gente e faz da vida a festança de partilhar do amor.

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sábado, dezembro 06, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Capa revista com modelo no estadio futebol do Cor, de Daniel Segundos.

CONFISSÃO

Luiz Alberto Machado

Hoje amanheci repleto de sol pleno dos dias claros e das noites tórridas matando a sede milenar dos meus desejos desenfreados pela musa que me cativa confessando um grande amor, ah! eu nunca fui feliz!

Para quem sempre se dera por voraz Varnhagem, abrindo a porta atônita da procura, flagrando os olhos do mar de Copacabana, beijando o rosto dos lábios do sorvete de morango, abraçando o corpo da felicidade amarela, ah! nunca tivera mesmo a oportunidade de ser feliz

Aí que me banhei no chafariz de todos os seus líquidos,
que debulhei os carinhos mais ternos e amorantes,
que esqueci das ruínas da minha vida no colo da verdadeira pedrália de Schaffer,
que exorcizei minhas maldições nas sinuosidades do mais saboroso retângulo de Cruls,
que dilapidei todas as querências do mais delicioso quadrilátero de Goiás,
que despenquei extasiado em queda livre na arquitetura de aeronave enfeitiçadora das latitudes 10 e 15 graus sul da tua tropical climática,
até alcançar o pico do Roncador na serra do Sobradinho do teu planalto central,
ah! logo eu que nunca pude ser feliz!

E me confessei amante incorrigível sob o lençol macio que encobria a nossa nudez,
que saculejei profano como um candango indômito sob o edredon de nossas vertigens mais desvairadas,
que me danei a beijar o riso lindo e safadinho de tua satisfação apoiada no travesseiro da sorte apaixonada
e que retribuí desaguando-me por toda a tua sedução incorporada na minha alma pedinte,
deixando-me as marcas do teu sotaque carioca no cerrado imenso de tua esplendorosa magnitude,
a me fazer migrante retido a cultivar teu solo fértil
e pronto para ser servido,
ah! como eu nunca fui feliz!

E desse amor me vem a mais absoluta constatação de que não poderei jamais te deixar
porque não mais haverá de mim nada mais que teu magnífico esplendor
e a verdadeira sorte de ser,
pela primeira vez,
verdadeira e estrondosamente feliz.

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sexta-feira, dezembro 05, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: flies to me, de Daniel Oliveira

CIRANDA

Luiz Alberto Machado

Sim, foi você singela e nua quem veio do fundo dos oceanos para redimir meu abandono, veraneando a minha vida enquanto eu estava na beira da praia ouvindo as pancadas das águas do mar.

Foi exatamente com a sua súbita aparição que meus devaneios revividos puderam entoar o enleio pelos estribilhos de cirandeira, sua mão na minha mão, de braços dados e na cadência da zabumba, tarol, saxofone, gingando descalços nas areias do mar.

Foi quando pude ter a noção de que seria encurralado por seu domínio e por seu feitiço solaçoso, me iniciando em seus mistérios no tamanho cósmico da nossa entrega na beira do mar.

Foi, portanto, a minha oportunidade de ser feliz.

Foi e meu coração cresceu de amor e exagerou na dose dos versos mais audaciosos, até saber-me cantor dos quereres que nos anima a alma.

E cantei o amor porque essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá.

Sim, é o fogo do seu corpo que revitaliza o meu, é a candura da sua alma que restabelece a minha, é a grandeza do seu amor que me faz ser seu.

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quinta-feira, dezembro 04, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Curvas, de Mircea Marinescu.

PAINEL DAS FÊMEAS

Luiz Alberto Machado

A mulher jaz do meu lado
E de mãos dadas
Somos finalmente felizes
Felizes além da vida
A vida pelo amor

A nossa consangüinidade sob a auréola da paixão
A pérola dela que mastiga meus pensamentos
E me atrevo chegar ao seu trono
Súdito sem cetro do seu querer
Inculto fiel da imagem dela

A quem seria dado à permissão de lhe desposar
Que plebeu afortunado alcançaria sua majestade
E renunciando um reinado
Seria apenas seu amante
Um rei destronado
Entronizado apenas pelo amor

A mulher jaz do meu lado
É quase de manhã
E a nossa distância cislunar
No que pese ser feliz

Ainda sinto seu cheiro quente
Seu repouso incólume
Depois da entrega dos corpos
Sem condenação inquisitorial
Sem gravidez rejeitada
Sem a perseguição de sicários

Dorme sem saber Heloísa
Sem a despedida de Tzvetaeva
Pelos vitrais dos sonhos
No prisma de turmalina
A deusa mulher que jaz do meu lado

Seu corpo modelado
Sua ferida santa e viva
Seu jeito grácil
O milagre da prodigalidade
Seu rosto belo
Feliz semblante de Thereza
A viúva bela
Mais bela sem par
Seu nome endereçado
O seu condão
O seu sexo desejado
Sua graça e seu feitio

A mulher jaz do meu lado
E insulto primeiro afeto
O seio embaixo da blusa
As mãos ungidas pelo prazer
A boca dos desejos que não se dizem
O corpo de tão puro recheio

- os maus pensamentos de Moliére repousam na minha cabeça

Minhas mãos resvalam e apalpo e enlevo
Pelo evasé de sua saia bandô
As coxas grossas
Roliças
A anca macia
A vulva
Fulvas redondas
Remexe o quadril a minha intemperança
A minha concupiscência

Hei de vê-la ferver no molde exato
A dar o que me falta
Coisa feita de coisas que não se dizem

Seu olhar lânguido na avareza do querer
Endemoninhando minha sede

Bebo na sua boca a água que me sacia
E me incendeia
Testemunho, portanto, seu poder de seduzir minha alma

Deusa Maceió
Invado sua maldita reclusa
Reclusa que detona o viço
E me engalfinho em seu esconderijo
Por suas peças íntimas
E intumescido e cheio
Me afogo
Bebo o seu rio
Mordo a sua carne
- sou seu canibal!!!

Índia pura
Seu corpo baila no meu Albertville
Achega-me
Sua chama me domina
A mira
O alvo
Tonta
E dança
Mais dança o meu coração
A dança do ventre de Sheyla Matos
Quando pudesse estimar o meu extermínio

E ela vem tão indomável quanto santa
A se despir
- um pênalti na pequena área do meu coração

E ela vem bulindo
Dinamitando meus sonhos
A se dissolver em mim
Com meu dedo na boca
E despejo a minha vida
E engole o meu sêmen
No centro do feitiço

Viúva alada
Dorso febril
E a febre e a cintura
Roço-lhe o esfíncter até Grafemberg
Na sua nudez Carolina Ferraz do Pantanal
Na penumbra ardente do seu ser

O seu gemido me extasia no movimento sensual
De Margret, de Durga, de Rachel
Das três uma de cabelos lisos em seu tamanho menor
Da geografia colada no vestido curto
No Delicate Sounds of Thunder

Faz valer a minha fantasia e desmaia
Oh! coreografia do prazer
Bundinha vai-e-vem

Viúva bela
Minha tenda de Maria Brown
Me enlaça e diz que sou a camisa dez do seu coração!!!
Me espera que eu contarei das aventuras
Ao me reabilitarem entre os vivos
E reinarei sobre sua volúpia
E derramarei meu esperma
E saltarei fundo na paixão

Vou dormir nos seus olhos
Com toda a minha agonia de ilha encantada
E cantarei a linda canção de amor de J. Alfred Pruckfork
E será lindo acordar com você do lado

A mulher jaz ao meu lado
Depois de um xeque mate no xadrez de Midleton

Sua meiguice sem pudor
No dever de sermos o protótipo dos deuses

Me acuda
São juras sinceras de um poeta vário e um verso lascivo

Amar não faz mal a ninguém
E ensaio versos pros seus olhos
Faço cantigas pro seu jeito
Rainha minha, rainha nua

Sequer suspeita que eu já morria
Enrubescido e despudorado
Com a cara e a coragem peculiares aos enamorados

Cadê você? Pedi tanto pra São Lunguinho lhe encontrar
Logo jamais deixarei partir

Amando com voragem até saber
O feitiço do cogumelo de Alice
Que me rasga e me cura
E com todo ímpeto eu espero sem medo, viúva
Espero ver-lhe o talhe a alma o ser
Anestesiado na moita
Repousado às suas coxas
Na noite roxa e olhos revirando
No gemido de estar gozando
O prazer extremo
O átimo
O ápice
Da minha jugular aberta
Minha aorta infecta
De ser feliz deste lado
E do seu lado, viúva
Pra mulher que jaz
Agora aqui comigo.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

quarta-feira, dezembro 03, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: 3036, de Luis Azevedo.

SOB O VÉU DA VIÚVA NEGRA

Luiz Alberto Machado

A minha alma no aranzel de nossas juras amorosas

Oh! meu amor

Minha matrona
Que sei mais nada
No visgo da tua teia

O jugo que me recolheu
E atendi todas as suas súplicas nos arredores da paixão

És abelha-raínha reinando sobre a colméia
E eu sou o teu zangão no vôo nupcial
O teu alimento é sugado do meu ventre

Vasculho teu corpo, teus contornos
Minha vestal que viceja,
Minha cortesã e o coito é meu elixir

Gosto de ter esses seios expostos,
essas coxas adúlteras,
esse pescoço e a minha mordida,
essa respiração ofegante à espera de que eu invada a tua vulva
no encontro mais desejado de chegar à citera,
inteiramente submissa,
se esgazeando perante o meu carinho obsceno

E eu deslizo o teu tegumento
Matando a minha sede no teu pote

E o teu rosto, o meu ombro
E teu sorriso de carícia
Beijando os meus olhos e amando e gozando
E teu prazer me amarrará,
Me coagirá nossas núpcias e serás meu credo

Deste-me o fruto do prazer e em retribuição dar-te-ei minha vida

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

segunda-feira, dezembro 01, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: S/T, de Pedro Gonçalves

UMA VEZ NA GRUTA DO CÉU

Luiz Alberto Machado

Visitei teus aposentos
Tua tenda,
Gueixa minha,
Uma fragrância calmante de delírio no ar

Adentrei fervendo de paixão
E te desnudei
Oh! Não se esquive,
Oh! Não se esquive,
vou te conquistar
e como vou!
Inteiramente
Totalmente

E vou capturar o teu olhar faminto
A tua sede mulher
Quando me debruçar no teu corpo
E devorar tua oferenda: a gruta do céu!

Vou invadir teu território
Acariciando teu rosto
A tua expressão imaculada

Vou invadir teu hangar
E deslizar impune escancarando tuas pernas
E provando de todo sabor do teu fruto exposto à comida para pecaminosas mordidas de amor

E vou fustigar com afago tuas entranhas
O teu desejo sedento
E toda tua exaltação

E vou lamber teu umbigo
Chupar tua América do Sul
Alcançar teu profundo poço
E me afogar enaltecido de ti, minha odalisca tão lasciva

E vou eriçar teu pelo e te montar, égua minha,
No pleno domínio com meu talismã de Sigefredo
O meu poder sobre o teu
O teu sob o meu
Com toda a tua beleza
Tua prodigalidade

Verás o meu dardo empurrando a espada rija
No vai-e-vem do remexido dos quadris
Arrepiando tua alma
Revolvendo tuas entranhas
E te fazendo mulher amada

Vou sorver todo o teu néctar, Hero minha
Entregar-te com toda inquietude para que meu dna possa te fecundar na fúria louca do prazer

E suaremos juntos
E gozaremos mútuos
E desfaleceremos iguais

E saberemos unidos a plenitude e a agonia do amor
Qual Filemom e Baucis
Eu feito Abelardo condenado de heresia pelo amor de Heloísa
Tal qual Endimião morto pelo amor à deusa Selene
Feito Dáfne e seus versos à Cloe

O teu nome ficará para sempre na tarja do meu coração
Preso ao sortilégio do amor
A morar para sempre no Monte Latmo, totalmente minha

E quando eu morrer
me salvarás, Minha Ísis,
Juntarás meus pedaços de Osíris
E eu serei todo teu ressuscitado
Refém eterno de tua delícia

Minha alma a ti se revelou
És meu amor

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