quinta-feira, novembro 22, 2007
Imagem: Andrômeda, 1929, da pintora polonesa/americana de Art Déco, Tamara de Lempicka (1898-1980).
UM POEMA DE HILDA HILST
Antes que o mundo acabe, Túlio, deita-te e prova esse milagre do gosto que se fez na minha boca. Enquanto o mundo grita belicoso. E ao meu lado te fazes árabe, me faço israelita e nos cobrimos de beijos e de flores. Antes que o mundo se acabe, antes que acabe em nós nosso desejo. (HILDA HILST, Árias Pequenas. Para Bandolim).
CILADA
Música de Mazinho & letra de Luiz Alberto Machado
Você sequer fitou meus olhos
Pra saber da cilada que o amor pregou em mim
Desatinou
Nem reparou o dano
E o meu coração profano
Duvidou do que era sim
Enfim à mercê dos seus açoites
Pelas emoções da noite
Na batalha de se amar
No ter de sua façanha
Abissal paixão tamanha
Fez o fogo me queimar
E as garras hábeis de tocaia
Fez de mim sua cobaia
No contágio do calor
Era luz da maravilha
E sob os trilhos da armadilha
A partilhar do seu amor
Amor de fera mansa
No bailado dessa dança
Fez a guerra e o desertor
Sequer o meu olhar fitou
Não sabia da cilada
Qual picada envenenou
Mesmo fera indulgente
Seus desejos diligentes
Fez do canto o seu cantor
Rosnou no ar felicidade
Fez soar cumplicidade
No afã do caçador
E as garras hábeis de tocaia
Fez de mim sua cobaia
No contágio do calor
Era a luz da maravilha
E sob os trilhos da armadilha
A partilhar do seu amor.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife. Bagaço, 1992.
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