sexta-feira, fevereiro 20, 2009

FOLIA TATARITARITATÁ!!!



Gentamiga,
Vamos brincar este carnaval com muito frevo na Folia Tataritaritatá da Rádio Tataritaritatá!!!

Beijabrações e até 02 de março!!!!

Luiz Alberto Machado

VERS&PROSA PARA A MENINA A AZUL



Imagem: Derinha Rocha

NAQUELA NOITE TODAS AS NOITES

Luiz Alberto Machado

Naquele dia a gente navegou por nossas fronteiras mais arraigadas e se curtiu o dia todo, era o aniversário dela.
Logo de manhã eu saboreei sua delícia na cozinha: a comida da comida. De tarde, namoramos todos os mormaços. E quando a noite chegou, eu acendi todas as estrelas com o prêmio da sua língua lua na varanda. Era a festa total, como se todas as noites estivessem nesta noite na rodada de sua saia estampada, mãos na cabeça e sussurros de vontades. Ali, de nós dois, todas as posses e bens despojados varridos pela nossa dança na sala, no quarto, nuvens e céus.
Foi quando ela me agarrou com seu beijo Maragogi e me afogou nas ondas do seu corpo.
Foi quando ela engatinhou faminta, engolidora de espadas e devoradora de desejos incendiando o meu sexo iluminado que a fazia rodopiar, se entreter e esfomear na cena explícita de nossa explosão pornô e na minha hipofixilia agoniada de gozo.
Com a minha explosão ela me deu seu sorriso que dinamitou de vez todas as minhas neuras, traumas, frustrações.
Ofegantes na cama, nossos corpos vencidos.
Aí eu levitei com o aperto de seu abraço Porto Calvo. O seu beijo molhado fez o mundo girar mais depressa e caímos lentamente no Passo e bailamos nus na Matriz de Camaragibe.
Eu sou seu par e ela se debruça na cama e me puxa com força sobre as costas lanhadas para que eu vença seus montes e sua carne rendida. Foi aí que venci a sua Paripueira, usurpei o seu Sonho Verde, venci a sua Guaxuma até fazer no seu corpo o Riacho Doce.
Coração saindo pela boca, nosso suor lavou a minha vitória. E venci urrando de gozo sobre sua carne varada e servida sobre a bandeja do meu domínio. O meu peso sobre a rendição de sua maravilha dorsal.
Os meus braços no seu corpo: o banho da noite. A água iluminava a sua pele nua na minha língua que percorria a sua Cruz das Almas, o seu Mata-Garrote, Jatiuca, Ponta Verde, Pajuçara até enfiá-la na mina do seu Pontal e ela me deu a Madalena do Francês rebolando na Barra, se espremendo no Gunga, se ajeitando na praia de Jequiá, enlouquecendo no Pontal de Coruripe, até rebolar seu Piaçabuçu na curva do Penedo que assaltou a minha loucura profana e a fez chorar de satisfação.
O trem do meu tesão seguia os seus trilhos. E ela tributária de tudo se valia dos nossos nervos que reagiam na luta dos quereres mais safados.
Não havia como saltar fora, soltar agora toda libidinagem visceral.
Foi quando ela, frango assado, escancarou todos os segredos desvelando toda sua alma perversa. Ela Amanda Peet premiando o meu apetite. E se deitando no céu como se fosse um presente de natal, como se fosse toda folia de carnaval, como se fosse maior fungado de São João, como se fosse as bênçãos de ano novo, todas as festas juntas, todas as noites nessa noite.
Era aniversário dela e por isso me olhava com seu jeito azul de me beijar a virilidade, quando eu enlouquecido sugava no seu ventre como quem bebe gasolina, gerando a todo vapor a nossa putaria, pele na pele nua e eu me apoderando de sua carne com a fúria dos gritos de quem ama aquilo tudo e muito mais. E insistia alisando a sua carne tocando cada milímetro de sua feitura, como se num walkaround com toda força vital.
Ah, minha vulnerável Lois Lane que quando eu um simples Clark me fazia de Superman. E foi: todas as noites nessa noite. E sobreviventes, emergimos enquanto mergulhávamos um no outro. Aí, lá e loa. Ah, coisa tão boa. A gente mandava bem sem sossegar o facho, maior repasto.
Foi quando ela então vira Madonna ousada e sacana e tudo outra vez e de novo. Puxa!
Todas as noites nessa noite quando eu sonho nossas entregas que fazem viver.

VEJA MAIS:
VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
FOLIA TATARITARITATÁ
LUIZ ALBERTO MACHADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
PRÊMIO BRINCARTE PARA A GAROTADA
FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS
BIG SHIT BÔBRAS

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

MARIA DA GRAÇA ALMEIDA



Imagem: S/T, de Helder Mendes

VERSOS FEMININOS DE MARIA DA GRAÇA ALMEIDA

MULHERES

Fui nascida mais mulher
do que tantas e quaisquer,
sobre mim há muitas delas,
são capazes, são sinceras.
Muitas há em minha mente,
outras vivem-me na alma,
várias saem-me pelas palmas,
outras ficam quando calmas.
Sou mulheres bem maduras,
sou mulheres tão meninas,
estas são tão femininas
e aquelas mais seguras.
Pelas partes de meu corpo
sempre surge uma mulher,
não as vê só quem é tolo
ou verá quem eu quiser.
Várias usam-me as entranhas,
outras moram-me nas manhas,
há algumas que se assanham,
poucas há que cedo apanham.
Só há uma que insiste
em ser frágil, em ser triste
e entregue a sua sorte,
temerosa aguarda a morte.
Há mulheres temporais,
há mulheres sazonais,
sempre tenho uma mulher
inserida nos anais!

À ESPERA

Tua sensibilidade crítica
é que me traz e instiga,
a investigar teus escombros!

Quero no teu interior,
com euforia ou dor,
revelar os teus sonhos.

Larga-te às minhas investidas,
são curiosidades antigas,
que me ligam a ti.

Deixa que eu te penetre
e jamais te apresses
em despir-te de mim.

Vou conferir-te a fundo,
saber-te profundo,
num chegar e partir.

E quando fores embora
ficarei aqui fora,
esperando por ti!

Sei que sempre tu voltas
e bates à porta,
que eu vou abrir.

Eu te recebo sorrindo,
achando tão lindo,
voltares pra mim.

PUDORES

Chama -me à cama,
não dou ouvidos!
Esse seu jeito
julgo atrevido!
Rejeito a cama,
abro as janelas,
pudores contidos
fogem por elas.
Fecho as janelas,
volto pra cama,
tiro o pijama.
louco me ama!

LINGUA LIQUIDA

A líqüida língua vaza!
Infiltra-se entre os dentes,
rompe os limites dos lábios
gotejando boca á fora
ou, entornando livremente...
Não há fronteira que a reprima,
não há limite que a contenha.
O dono da língua líqüida,
possui ouvidos alados
que saem pelas orelhas,
lúcidos ou atordoados,
diretos ou de qualquer maneira
e colhendo informações
voam pra todo lado!
Temo essa língua por ela,
pelos ouvidos que a acompanham
e por todos ouvidos alheios
nos quais chega, sem medo,
a relevar os segredos.
Se uma dessas, liqüefeitas,
vem molhar-me os ouvidos,
afasto-a rapidamente,
secando depressa o líquido,
temendo que tal proximidade
impune contamine-me a língua,
e que por momentos, instantes
ou pelo restante da vida
liqüefaça-a abundante, infame
larga, solta e incontida...

BEIJO

Você se faz tão suave,
pedintes seus lábios são.
Pousando feito uma nave,
trazem gosto e emoção!
Chegam doces, molhadinhos,
disfarçados de sorriso,
beijam bem devagarzinho,
põem meu ser tão indeciso.
Vêm só para me sentir,
ou querem se distrair?
Quem os dirige sou eu,
ou, a mãozinha de Deus?

CHEGANDO E PARTINDO

Ante minha face hirta,
pálida, envelhecida
há um túmulo
uma cruz fosca
torta e velha,
uma jarra
trincada,
uma flor amarela; única
flor; amarela e bela;
bela e única; única e
frágil; frágil e muda,
muda e bela,
a flor amarela,
em jarra trincada,
sob cruz torta, velha,
sobre um tosco túmulo,
atrás de minha nuca suada...

A DAMA

Cheiro de lama,
cheiro de trama,
cheiro de dama,
nua na cama.

Vão-se as dores,
fortes venenos,
vêm os olores,
leves, amenos.

Estira-se a dama,
em brasas e o leito
aviva-lhe a chama,
desnuda-lhe o peito

Vão-se os olores,
leves, amenos,
ficam as dores,
fortes venenos.

Encolhe-se a dama
dolente e o leito
apaga-lhe a chama,
oculta-lhe o peito.

UMBIGO

O umbigo
afoito,
na premissa
do lazer,
oferece-se
ao coito,
muito antes
do prazer.

PÚBIS

Dessujeito,
posta-se
sob os peitos
desabados.
Desinibido,
mostra-se.

ENLEVO

este olhar tão bandido
é o olhar atrevido,
que trago comigo!

nestas mãos satisfeitas,
da paixão mais perfeita,
eu me encosto e abrigo...

este peito discreto,
suado e incerto,
incansável, eu ouso!

nestas pernas alongadas,
umedecidas de gozo,
faço meu, seu repouso!

CARÊNCIA

Secura de mim.
Vazo de um vaso trincado,
sem a querença, sem a crença
e a certeza do amanhã.
Vida que vadia resfolega
sob o relógio que se arrasta
entre a solidão matinal
e a noite fria... ermitã.

MARIA MORTALHA

Cedo, deitou-se Maria, pronta
pra logo morrer,
vestindo a alva mortalha, sem medo de
adormecer.
Os olhos tanto mais fundos, coroados
por olheiras,
cerravam-se moribundos, nessa hora
derradeira.
Implorando-lhe ajuda, veio um
moleque qualquer:
- Vó, apanha uma agulha, me tira o
bicho do pé!
Servil, levanta a Maria, desvestindo
a alva mortalha
e já mais morta que viva,
do pé, o bicho estraçalha.
Volta, esvaída, Maria para o
bom leito de morte,
quando lhe chega a nora , chorando a
fome e a sorte.
Maria, do quarto, dormente, sai e
aquece o fogão,
serve-lhe o leite fervente e duros
nacos de pão.
Com a fome, então, saciada e o corpo
fortalecido,
parte a jovem senhora com olhos
agradecidos.
Maria, assim, novamente, põe-se no
leito de palha,
julgando que, certamente, não mais
tiraria a mortalha.
E eis que lhe chega a vizinha com um
pote tosco à mão.
Queria do sal, só um pouco, que lhe
salgasse o feijão.
Maria deixa o leito... que a Morte
espere um instante...
pra atender a boa vizinha, ergueu
-se, mesmo ofegante.
Bem cheio o pote de sal, a dona vai
-se embora.
Maria, já fria, descora e aguarda,
da Morte, a hora.
A Morte que vinha chegando, notou-a
em pele ardente,
porém, percebeu que a lida, tornara
Maria valente.
Vendo a mulher à espera, recolhida
em seu leito,
ordena que se levante e atenda-a
com medo no peito.
Maria coloca, surpresa, os olhos
esbugalhados
sobre as vestes que a Morte trazia
em trapos rotos, rasgados.
A Morte impõe, soberana: - Sobreviva
só mais um dia,
ainda que condenada, cosa-me a capa,
Maria!
E apontando-lhe as entranhas,
ressecadas e vazias,
exige-lhe que, ao fogo, torne, o leite,
que frio jazia.
Maria salta do leito, arranca a tal
da mortalha
e sem mesura ou respeito, rebelde,
à Morte, detalha:
- Em face aos desmandos alheios,
viverei mais um ano e meio.

A MENINA DA CAPELA

- Que menina é aquela?
- É a menina da capela.
A capela é sua casa.
O altar é a cama dela.

Quando o dia amanhece,
Toca o sino em doce prece.
Aos fiéis essa menina
Sua casa oferece.

- Que menina é aquela?
- É a menina da capela.
A capela é da menina.
A capela é a casa dela.

A menina da capela
quer a casa bem florida,
pra rezar na casa dela
uma prece colorida.

MARIA DA GRAÇA ALMEIDA - a escritora, pedagoga e professora paulista Maria da Graça Almeida, é formada em Educação Artística. Ela participa de diversas antologias e possui crônicas, cartas e poemas publicados em diversos sites da rede. Ela é autora de vários livros publicados e de outros tantos inéditos. Seus trabalhos estão publicados no Jornal de Poesia, Usina de Letras e Recanto das Letras, entre outras páginas da rede.

VEJA MAIS:
FOLIA TATARITARITATÁ
LUIZ ALBERTO MACHADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
PRÊMIO BRINCARTE PARA A GAROTADA
FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS
BIG SHIT BÔBRAS

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Christoph Martin Wieland



Imagem: Women’s Bath, 1496, do pintor e gravurista alemão Albrecht Dürer (1471-1528)

A PEQUENA LOUVAÇÃO DE CRISTOPH MARTIN WIELAND

O jardinzinho bem fechado
Todo mês de rosas ornado
Onde o jardineiro se enfia
E cuida e rega noite e dia,
Louvado seja!

O bom mineiro tão robusto
Que em negro buraco, sem susto,
Penetra e fura sem cansaço,
Até acabar-se, ficar lasso,
Louvado seja!

CRISTOPH MARTIN WIELAND – Formado no ambiente do pietismo luterano, Christoph Martin Wieland (1733-1813) cedo se libertou dele para afirmar-se um livre-pensador segundo o modelo voltairiano. Autor de romances, dramas e narrativas em verso, viveu parte de sua vida na corte de Weimar, ao lado de Goethe e Schiller. Dentro do Rococó literário, destaca-se, conforme Otto-Maria Carpeaux, como um libertino alegre cujo erotismo não temia ofender ouvidos castos. Era considerado o Baccaccio alemão.

FONTE:
CARPEAUX, Otto-Maria. Historia da Literatura Ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1980.
PAES, José Paulo. Poesia erótica. São Paulo: Companhia das Letras, 2006;

VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

VERS&PROSA



Imagem: Derinha Rocha.

ESSA MENINA

Luiz Alberto Machado

Essa menina é feita de lua. Ela voa na rua prontinha querubin. E me apronta tlin tlin no alto da campina onde tudo é cantina feita só de si.

Ah, essa menina que dança com jeito, somente a gingar. Qual estrela lá mansa na unha matutina, desde sonsa ilumina onde antes supunha nunca existir. Ela está sempre aqui como chama na retina, como a grama que mina todo o quintal. E se faz de vestal de todos os presságios. Ela alucina ao contágio. E ela só vale ágio na sina do apelo a brilhar nos cabelos toda magia. O que eu mais queria: roubar o seu cheiro, seu secreto terreiro de tangerina. Ah, fulmina iminente – ela não é gente – é deusa a mendigar.

Essa menina é feita de mar, intensa, quiçá, real mais divina. Quando vem cabotina só me desmantela. Ela vira a janela pronta pr´eu abrir.

Essa menina chega com o olhar ardendo de vida. Quase desvalida com a boca nas asas que vaza e é guia perdidas esquinas, toda emoção repentina com o sopro de aguerrida na pele. O paladar que repele na maior febre, que tudo se quebre ao sol posto - a saliva com gosto de boa cajuína. Ela é tão traquina: o seio da boca sedenta. E venta maior ventania. E, todavia, se põe a chover: o corpo queimando o prazer.

Essa menina é feita do rio que escorre ao quadril pra me afogar. Patati, patatá, é ela que me abriga como se eu fosse a viga que ela quer sustentar.

Essa menina, bailarina da noite, em carne viva, vitalina, essa flor menina a me servir sucessivas entregas, peças que prega nos meus cinco sentidos.

Essa menina é feita de peso: a coxa tatua o desejo que as pernas eqüinas rolam sobejo do sexo azul. Eu todo taful com seus pés nos meus braços que o abraço fulmina e lateja, água que poreja tão pequenina e vira ribeirão na luz feminina. Vingo-lhe a nuca que me ilumina e ela me sorri encantada, franzina com a gula que vai da glória à ruína.

Essa menina e a mão culpada de amor. Ela brota, ereta, me socorre, me empesta. Salta da grota, na greta, virada na breca, capeta, na alvura exalta, cristalina. E tudo se arrasta, arrebata, contamina. E me larga no sopro. Meu corpo oficina. Maior serpentina de carnaval. E me faz imortal. Vem e ilumina a vida toda esquecida no meio da paixão. É quando, então, ela cisma do mundo e reduz quase tudo na palma da mão onde ela mais que altaneira me deita na esteira e me nina um milênio de paixão.

VEJA MAIS?
VERS&PROSA DE AMOR PELA MENINA AZUL
FOLIA TATARITARITATÁ

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

GERUZA LEAL



Imagem: Noturna, de Amanda Com

OS POEMAS DE GERUSA LEAL

SOU?

caminhando vou -
fumaça, vôo, nuvem
chuvisco de azul
nuvem de chuva
sabe-se lá porquê
dia de lua

CINTILÂNCIA

desde que brota
desejante
vai umedecendo de vida todo o curso

num remanso
embora feita de assossego
embora pura harmonia
inacessível e mansa
branca e elegante se faz garça

e num segundo de descuido
deixa-se fotografar
desnuda


NÃO-FALO

falo de mãos e de dedos
falo de figos
e de seus segredos

falo de lábios e línguas
falo de peixes e serpentes
e maçãs

falo de pele e de arrepio
falo de velas, espadas e
bastões

falo de cheiros e de sabores
falo de flores
falo de romãs

falo de cálices, de sinos
e de torres
falo de calores e de convulsões

falo e a noite se vai
e eu não durmo

não-falo

EX-FINGE

percorre as veredas do meu corpo
verás que ainda há parte do humano
que fui quando assim fingia ser

tateia com vagar todos os flancos
desse ser tão incomum igual a ti

de quatro talvez me descortines
de quatro animais encontras partes
à minha humanidade amalgamada

cabeça e seios de mulher
corpo de touro (ou de cão se assim preferes)
garras de leão asas de ave
e essa imensa cauda de dragão

não temas, amado, inda sou eu
a mesma que desconhecendo, amastes
e se duvidas de mim, olha no espelho
verás que, enfim, me decifrastes


ÁQUATICA

Navega-me,
que me faço mar.
Não para me singrares de velas enfunadas.
Teu deslizar há de fazer marolas
que hás de alisar docemente.
Eu crescerei em vagas impetuosas
e te farei soçobrar.
Mergulharás em mim e eu, maremoto.
Até que,
juntos,
na praia morna,
em branca espuma
morreremos.

GERUSA LEAL – a poeta e escritora pernambucana Gerusa Leal, é autora de contos e poemas publicados nas coletâneas Contos de Oficina, organizadas pelo escritor Raimundo Carrero e também as organizadas pela Fundação de Cultura Cidade do Recife. Conquistou premiação nos concursos Luís Jardim, Prefeitura de Cordeiro – RJ, Maximiano Campos, Fliporto e mais recentemente o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007 da Academia Pernambucana de Letras, com o livro de poemas versilêncios, livro ainda com lançamento previsto para final de março/2009. É integrante da Rede de Escritoras Brasileiras – REBRA. Ela edita o blog Flor de Gelo.

VEJA MAIS:
FOLIA TATARITARITATÁ

domingo, fevereiro 08, 2009

VERSYPROSA



Imagem: foto de Derinha Rocha

QUANDO O AMOR É AZUL

Luiz Alberto Machado

Quando o céu se reflete no seu olhar estrelado de imensa ternura, eu já tomado de amores, flor miosótis, sou cada vez mais o escravo que não pode viver longe do encanto que me prende a todo desvario e vertigem dos impulsos do coração abrasado de amor. E esse amor é você.

Quando o mar se aprofunda no seu ser onde corre o sangue ardente de irresistível encanto, excepcional beleza e suas íngremes e deliciosas dunas, cada vez mais, beija-flor, sou servo inteiro ao seu dispor. E meu beija-flor é você.

Quando o sol se reflete no seu riso cheio de surpresa e furor com cintilações azuladas onde você, tostada pelo fogo ardente do coração na febre do amor, trazendo meu gosto na boca, minha posse no corpo e meu desejo na alma, mais me vejo grato sangue ardente a me jogar onde quem manda é o amor. E o amor, beija-flor, está em você.

VEJA MAIS:
VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
LUIZ ALBERTO MACHADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
FOLIA TATARITARITATÁ
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
GANHE LIVROS BRINCARTE
BIG SHIT BÔBRAS

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

LETICIA CESARIO



Imagem: sem título de Nuri.

OS VERSOS NUS E SOLITÁRIOS DE LETICIA CESARIO

TUA MERETRIZ

Deixa-me ser tua meretriz
Tua escrava, sem pudor
Encostar meu corpo nu em ti
Deixar banhar-me com o teu calor
Domina-me com prazer
Ordena-me!
Provoca-me!
Coloca-me em tua frente
Ajoelhada a te olhar
Segura em meu cabelo com força
Puxa-me, para que com minha boca, eu te sugue
Aperta com força tua dama de encontro à ti
Sinta o calor de meus lábios a envolver-te
Com minha língua passeando por teus recantos
Forte...quente...sedutor
Ao mesmo tempo em que te olho
E me faço serva, sem pudor
Tens o gosto do melhor vinho apreciado
Bebo de ti, até o fim
Sorvo teu néctar sagrado
Absorvo de teu prazer, enfim
Com minhas mãos toco-me insana
Na busca do prazer gritante
Num instante chego ao clímax
Explodindo meu gozo, pulsante...

UMA NOITE DE AMOR

Jogo-te na cama
Lençóis desfeitos
Cabelos bagunçados
Perdidos, do avesso

Num impulso quase febril
Desejo beirando o insano
Deito meu corpo sobre o teu
Coloco-te dentro de mim, inflamo!

Ritmo marcado, pulsante
Tento com minha boca tocar teu peito
Sinto teu coração vibrante
Como se nunca antes assim, tivesse feito

Penetra por caminhos meus
Apropria-se do que já é teu
Puxa-me com força de encontro à ti
Acorda esse vulcão que um dia adormeceu

VOLÚPIA

Corpo nú
Fúria desnuda
Mãos úmidas...
Pensamento veloz
Respiração ofegante
Desejo lancinante
Braços trêmulos
Mãos ágeis
Apnéia
Gozo
Denso
Solitário
Pleno..!

AMOR E DESEJO

Uma noite linda com a lua a nos inspirar
Toco seu corpo quente...macio
Nossa pele arrepia-se pelo simples olhar
Beijo sua boca úmida...seus olhos fecham-se ao meu toque
E suas mãos estremecem em meu corpo

Tento manter meus pensamentos organizados
Mas em mim, tudo já está acelerado
Joga-me na relva molhada pelo sereno da noite
Como tivessem se amado o céu e o mato
Beija todo o meu corpo sedento de amor

Penetra-me com sua mão...ouve meu gemido de prazer
Conhece-me pelo tato...pelo paladar...pelo cheiro...
Caminha forte com seus dedos pelo meu corpo
Aperta-me de encontro à você,
Num desejo insano de me possuir!

E no auge do tesão
Penetra-me sem pudor
Olhando em meus olhos
Que feito chama, estão a te olhar
Marca forte seu ritmo

Levanta-me com seu corpo a bater no meu
Segura-me pelos cabelos
Qual animal sedento
Deita em meu pescoço sua língua
Em busca de gotas do meu suor

Urra de prazer
E deixa em mim, seu néctar sem igual
Beija-me ao final...
Tendo somente a Natureza a testemunhar
Tal ato de amor e desejo carnal

CASA VAZIA

Dormir sem você é ruim.
Mas não é pior do que acordar sem a sua presença.
Não ao meu lado. Isso eu não sinto. Ainda sou capaz de sentir seu corpo junto ao meu.
Mas o calor...Ah! O calor! Esse já não existe mais. Já não há mais o calor dos corpos que se amam, nem a loucura de estarmos colados um ao outro.
Nunca mais tive a deliciosa sensação de estar com você...em você!
Não a sensação mecânica de dois corpos num ato de “frenesi”, mas sim sentir-me plena em contato com seu sexo...sentir que o amor multiplica-se pelo simples toque...a face ruboriza-se, o corpo estremece, todas as veias parecem querer saltar! Ah...que saudade de sentir-me em descompasso cardíaco!
Não há mais a conversa matinal sobre as manchetes de jornal...nem há mais o jornal. Ele ficou amontoando-se na porta a espera de um dono fiel que o lesse, que o segurasse por entre os dedos e manusease-o como a um companheiro. Ah...quanta falta sinto das letras regadas ao cheiro impregnante de café...
A casa silenciou-se...não ecoam mais as gargalhadas....a TV nunca mais fora ligada...os móveis tão vistosos escolhidos ‘a dedo’, agora jazem cobertos por uma fina névoa de desilusão...
Mas o pior de tudo....a maior de todas as dores...é quando silenciam-se as palavras...
Não porque resolveu-se calar o que está prestes a ser dito. Mas por um motivo maior e mais agravante: não há mais o quê falar...não há mais nada...Nossa história fica limitada a retratos semi desbotados, guardados dentro de uma caixa....Dentro dela também ficaram os sorrisos estampados numa face juvenil, com olhos brilhantes e corações esperançosos... tudo esvaiu-se pouco a pouco... findou-se... caíram os cabelos... embranqueceram-se os fios... o sorriso deixou de ser uma marca...e as palavras...ah...as palavras...elas me fazem tanta falta!

ONDE ESTOU?

Aqui...

Sofrendo por esperar uma resposta
Questionando se falei algo que não devia
Querendo que tudo mude na rapidez de um raio
Mordendo o cantinho da boca - meu calmante
Precisando dormir, mas com o peito em ebulição...
Tentando lembrar de me esquecer...

E a história é sempre a mesma...
Desejando virar a mesa, mas com medo de pisar nos cacos que sobrarão dela...cansada de ser boazinha e querendo respirar ar puro, desinfetado de você...’nao te quero mais’...palavras caladas em minha garganta mas transbordadas em meu olhar....um olhar cansado de ver a vida, corpo latejando a vontade de vivê-la...ansiando pelos horizontes e meus pés aqui, estagnados! Não posso mais deixar de sentir a brisa bater em meu rosto...não quero mais sentir culpa pela sua culpa... Quero voar, sem direção! Sem asas, até! Me deixar levar pelo fluxo incerto da minha emoção...

....E quando estou só [não raro] olho pra você...
Seu sorriso me encanta, seu cheiro me embriaga...até seus problemas são interessantes...uma conversa marcada de cumplicidade, de saberes implícitos [ entrelinhas poderosas] rumos novos [sem rumo]...ultrapassar aquilo que sei para alcançar o que desejo....ardente...queimando....cheio de motivos para ser...cheio de razões para não acontecer...deixo a razão [antiga companheira], para ficar à mercê de você...serva, submissa, amante...[sou, enfim, amada]

...Se eu sumir, me procure nas estrelas...
Cansei de suportar o peso do mundo!

POETA DA DOR

Não sou poeta da dor
Apenas falo de amor
Ainda que não seja em forma de flor...

Não quero fazer sangrar a ferida
Quero apenas achar uma saída
Para esse peito, maculado na dor

Deixo que saiam as palavras
Quero extravasar minha mágoa
Quando em versos, desenhar minha tristeza

Tenho confesso minha amargura
Minh’alma em dor se contorce
Quando a realidade, do avesso, perdura

Tristeza, és linda e pura!
Ainda que de mim, vertam lágrimas obscuras
Desenho-te como a uma partitura..!

LETICIA CESARIO – a poeta Leticia Cesário é de São Paulo e diz dela mesma: Sou mulher, amiga, profissional e sentimento. Tenho-os à flor da pele. Amo escrever. Meus cadernos, meus lápis e as palavras que neles cabem são o meu Divã... Seus poemas estão no Recanto das Letras.

VEJA MAIS:
GUIA DE POESIABIG SHIT BÔBRAS
LUIZ ALBERTO MACHADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
FOLIA TATARITARITATÁ
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
GANHE LIVROS BRINCARTE

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

RUBEM FONSECA



Imagem: The gardeners' daughter II, de Angelica

VASTAS EMOÇÕES E PENSAMENTOS IMPERFEITOS DE RUBEM FONSECA

“E os prazeres do sexo?”, perguntou Liliana enquanto tirava os rolinhos do cabelo.
“Não estou interessado.”
“É mesmo”, disse Liliana, tirando a roupa. Seus seios tinham bicos vermelhos. “O que você anda fazendo? Exercicios de ascese? Masturbação? Ou arranjou uma dessas atrizinhas que para trabalhar em qualquer filme dão para qualquer diretor? Anda, deita aqui comigo.”
Ela apagou a luz. Podia vê-la no escuro – Liliana sempre apagava a luz para fazer amor – ali na cama ao meu lado, brilhando como um ferro em brasa.
“Quero que você acenda a luz, se não vou-me embora. Quero ver a tua boceta vermelha.”
“Você está louco!”
Saí da cama. “Estou falando sério.”
Liliana acendeu a luz.
“Você não está bom da cabeça, nunca falou assim comigo”, disse ela, não sei porque faço o que você está mandando.”
Abri as pernas de Liliana e olhei. Sua boceta escarlate estava úmida e rutilante como se estivesse sangrando, não propriamente sangue, mas esmalte de unhas.
“Agora vira de bruços.”
Delicadamente abri os dois rijos hemisférios glúteos da bunda musculosa de Liliana – suas nádegas eram separadas, como as das bailarinas – e contemplei o pequeno orifício cor-de-rosa, que pareceu se contrair ante o meu olhar.
“Isto está me dando uma sensação esquisita”, ela disse, “acho que é tesão.”
Depois Liliana em perguntou se eu não queria com ela ao baila do Scala. Não.
(...)
(…) Fornicação – os poetas estão sempre certos: “That´s all the facts when you come to brass tacks”.
(…)
Ao acariciar o corpo nu de Liliana, sua pele lisa e macia, ao sentir seus ossos, sua carne, seu calor, sua vida, fui dominado por uma grande alegria, uma estranha felicidade, misturada com uma espécie de vertigem que por momentos supus, erradamente, ser um pródromo da pseudo-síndrone de Meniére. Eu não odiava mais Liliana, talvez nunca a tivesse odiado. Podia me entregar àquela fruição simples e primária, aceitar o contentamento puro que ela me trazia.
(...)
Ela me diz que o amor não existe, que só existe o orgasmo, cuja vitalidade é uma coisa parecia com cagar, por exemplo, algo que te alivia e depois você se limpa, com uma toalha, ou com água, em seguida vai tratar da vida – comprar uma roupa,ou uma casa, ou uma jóia, ou fazer ginástica.
(...)
Ficamos, depois, deitados na cama nus, lado a lado.
(...)
O que fazia uma pessoa ser atraída por outra? O que me fizera segurar a mão de Mitiko, naquele instante? Casanova, segundo Schnitzler, queria muito mais dar do que receber prazer. Eu também era assim. Esse dar prazer era uma forma de se exibir? Uma espécie da bazófia?...
(...)
Agora é tarde, fazemos nosso destino e eu não soube fazer o meu. Mas agora sei o que quero. (...) Por quê? Quem pode explicar por que o desejo por uma mulher linda pode acabar?...
(...)
“Qual o seu sonho de consumo?”, ela perguntou.
“Acreditar em Deus”, eu disse.
“Isso mudaria alguma coisa?”
“Talvez o meu estilo. Minha linguagem é assindética, cheia de elipses de conjunção. A fé tornaria meu estilo hiperbólico, polissindético”. Etc. Na época pensei que estava brincando.
“Se os filmes brasileiros”, escreveu a jornalista, “fossem tão interessantes quanto as entrevistas dos seus diretores, o cinema brasileiro seria o melhor do mundo”.
Meu sonho de consumo, eu sabia agora, era a liberdade. O ser humano se caracteriza, na verdade, por uma grande estupidez. Ele só descobre que um bem é fundamental quando deixa de possuí-lo.

RUBEM FONSECA – O premiadíssimo escritor, roteirista e advogado mineiro, Rubem Fonseca, foi comissário de polícia no Rio de Janeiro, chegando a se aperfeiçoar na área e a estudar Administração de Empresas na New York University. Depois trabalhou na Light quando, por fim, dedicou-se exclusivamente à literatura sendo agraciado com inúmeros prêmios literários por seus escritos literários e roteiros cinematográficos. Entre as suas obras está “Vastas emoções e pensamentos imperfeitos”, um romance que foi publicado em 1988 que traz a sensação de se estar no cinema assistindo a uma colagem de questões intelectuais, angústias humanas, romance policial, cenas da guerra fria, loucuras do sonho. Talvez seja o melhor da obra de Rubem Fonseca porque ler Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos significa não conseguir parar um minuto sequer. É enxergar a vida e as situações cotidianas do homem dentro de uma ótica cinematográfica, na qual é necessário que haja uma lógica concisa e eficiente. Os personagens devem ser sempre muito bem definidos, suas ações delimitadas, seus sentimentos delineados para que o público capte "o quê o diretor quis dizer". E é aí que se encontra a confusão. A história de um cineasta-narrador que se envolve com uma história de pedras preciosas e assassinato, ao mesmo tempo em que começa a ler os contos do judeu soviético Isaak Bábel. A tentativa de transformar tais contos em roteiro para sua nova produção, junto aos seus confusos sentimentos e amores acaba em uma mistura da lógica racional da linguagem cinematográfica, à completa falta de lógica da linguagem inconsciente dos sonhos e a tentativa de adaptar a linguagem literária à uma realidade. E então, qual a mensagem que deve ser passada? Há algo que deve ser passado? Como organizar as vastas emoções sem deixar com que se percam em pensamentos imperfeitos? Rubem Fonseca não fornece respostas, mas incita questões - questões essas que valem muito a pena.

FONTE:
FONSECA, Rubem. Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. São Paulo: Planeta De Agostini, 2003.

VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA
LUIZ ALBERTO MACHADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
FOLIA TATARITARITATÁ
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
GANHE LIVROS BRINCARTE
BIG SHIT BÔBRAS

domingo, fevereiro 01, 2009

VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha.

QUARTO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL

Luiz Alberto Machado

O quarto poema de amor nasceu numa noite fria. Nasceu duma fantasia que eu sonhava então. Apesar de ser verão, chovia longamente. Foi então no de repente que sonhei, ave-Maria. Eu já sabia porque ela passeia nua de dia e na noite da minha vigília e nos capítulos dos meus sonhos mais medonhos. Sempre nua e minha e toda etérea, vem pousando toda aérea na atmosfera que anoitece. Aí o seu encanto me embevece e tudo em nós nos apetece, nada engilha, tudo enrijece, sorvo muito e bocadão. É de endoidar qualquer cristão porque o beijo da sua boca é o mais gostoso. O seu jeito a se entregar é tão demais delicioso, chega perco a vida e a noção. Isso é só provocação. Aí me torno cativo do carinho, ela faz com que amocegue o seu caminho e lhe sirva de escravo e servil. Estou a mais de mil e faço o que ela quiser. Dou-lhe tudo que tiver, dou-lhe posse e poder. Até não ter mais o que e me tenha despojado, réu confesso e condenado, dela todo poderio. Que desvario! Ela me soma em seus beijos quando em meus desejos ela se subtrai. É tudo demais! A gente se enrosca e se retalha em posta para servir de prazer. A gente abre as comportas, escancara todas as portas, todo limite a vencer. Aí me chama na grande e brame louca a valer, me explora pra sobreviver, a me fazer servo e senhor. E me faz seu pirão, me chama de bestão e me joga no seu balaio. Inda diz: ai, ai, meu papagaio! E a coisa dá na canela, de apertar todas as costelas, de desmaiar de paixão. E me faz seu refrão e quero que ela me ame como a musa de Modigliani, se entregue ronronando entrecortadas frases, feito Amy Winehouse com toda inquietude e deixe a minha morenice na sua branquitude sem que me visse pelas pernas entreabertas, eu que sentisse minha farra ereta no seu corpo lavado pelo estupor e o meu cio a chave certa, o seu grunhido e o seu sabor. Isso é que é show! Ela é linda e nua na minha loucura! É de fato. É como um retrato de valor que emoldura com torpor a candura do amor.

VEJA MAIS:
VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
LUIZ ALBERTO MACADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
FOLIA TATARITARITATÁ
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
GANHE LIVROS BRINCARTE
BIG SHIT BÔBRAS