sexta-feira, maio 30, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Reclining Nude, 1883-85, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo francês Edgar Degas (1834-1917)
PAIXÃO NEFELIBATA
Luiz Alberto Machado
E se nada acontecesse, nada valeria
Tudo porque antevejo à clara luz a invasão do seu jeito desvelado: a paixão da sua carne nua.
E velejo aprumado pelo ritmo de suas ancas com balanço de mar e desejo o universo cintilante do seu corpo onde ressoa meu verso a descortinar seus múltiplos véus de infinitude completa.
Ah, mais eu quero e me inflamo na plena sedução e eu insisto na superstição de Schopenhauer: eu quero!
Eu quero vê-la escorregar trêmula e arfante pelo nosso toque de recolher sem opor resistência, vencida no lance.
Eu quero senti-la atirando a chave fora para correr perigo no nosso eterno presente que servirá para valer o jamais acontecido.
Eu quero segurá-la nefelibata no impulso lúdico que não comporta em si nem mesmo a própria significação, a saber de quando o incabível esborra do caber de ser mulher, enigma presente da verdade.
Eu quero abraçá-la com a minha loucura na verdade nietzscheana que nos remete ao futuro imprevisível ao emparelhar nossos corpos de chamas ateadas e membros enredados.
Eu quero e quanto mais quero mais encorajado a ancorar no desvelo de seus mistérios, onde tudo acontece e vale porque encontro o sabor de trocas mútuas ao leve toque do seu seio na minha pele.
Porque tomo a sua terra e alcanço o seu mais recôndito esconderijo de onde provêm colheitas vastas e abundantes até cintilar o triunfo no gozo de mar agitado, no apogeu de nossas entregas mais urgentes.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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quinta-feira, maio 29, 2008
CRÔNICA DE AMOR
PONTE SOBRE ÁGUAS TURVAS from LUIZ ALBERTO MACHADO on Vimeo.
PONTE SOBRE ÁGUAS TURVAS
Música de Luiz Alberto Machado sobre poema de Juareiz Correya
Se teu sorriso
Não movesse o rio
Contra as correntes do leito
Onde escorre
Eu poderia sim eu poderia
Cair nesta noite
Sem esperança de te encontrar
Minha canção é tão pouca
Minha canção chove
E me faz um homem débil
Tua lembrança joga no meu rosto
Teus braços cheios
De plantas e odores
Teus peitos macios de tremores
E de nuvens encharcadas
Cigarros sapatos cuspo pedaços
De árvores e de pássaros
E tuas palavras algumas, que eu misturo
Com seixos assovios e a melodia
Que você gostava de ouvir na minha boca
Agora também o céu é feio e não tem graça
Tua lembrança me entristece
E me enterra
Nestes espelhos
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quarta-feira, maio 28, 2008
GINOFAGIA
Imagem: arte/foto de Derinha Rocha
GINOFAGIA
(POEMIUDERÓTICOS)
Luiz Alberto Machado
PRIMEIRO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
ESSA MENINA
DELA
PRESENTE
FESTA
ESSA CARNE
VIAGEM
CONTAGEM REGRESSIVA
CHEIRO DA FELICIDADE
PARANÓIA
GINOFAGIA
BEIJU
GULA VORAZ
ESFÍNGICA
MÚTUA COLHEITA
PÁLIN!
CANGULA
GINOFAGIA
OS SEIOS DELA
LÁ
REMELEXO
ELA
CULTO
RENDEIRA
LASCÍVIA
I
II
III
IV
V
GINOFAGIA
GINOFAGIA
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terça-feira, maio 27, 2008
ROL DA PAIXÃO
ROL DA PAIXÃO
(NOVELETAS ERÓTICAS)
Luiz Alberto Machado
AIJUNA, O MURAL DOS DESEJOS FLORESCIDOS
O NOVELO DA VOLÚPIA DO MENINO
A PROFESSORA
PRESENTE
O PULO DO AMANTE
A LOBA
O GOSTO DA ÚLTIMA VEZ
A MAGIA DO OLHAR DE QUEM CHEGA
MINISSAIA
A MENINA DOS OLHOS DO BOCEJO ETERNO
O TANGO NOTURNO MOLHANDO O DESEJO
A CHUPÓLOGA PAPA-JERIMUM
A SÍNDICA DOS SEIOS ONÍRICOS
A ESPERA DE BIA, ARIANA
O VERMELHO DA AMORA
A CHUPÓLOGA PAPA-JERIMUM
O PISOTEIO NOTURNO
LAVANDO A JEGA
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segunda-feira, maio 26, 2008
PABLO NERUDA
Imagem: Venus Anadiomene, 1808, do pintor neoclássico francês Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867)
NERUDERÓTICO – PABLO NERUDA
CAVALHEIRO SÓ
Os jovens homossexuais e as mocinhas amorosas,
E as longas viúvas que sofrem de insônia delirante,
E as jovens senhoras há trinta horas emprenhadas,
E os gatos roufenhos que atravessam meu jardim em trevas,
Como um colar de palpitantes ostras sexuais
Rodeiam minha casa solitária,
Inimigos jurados de minha alma,
Conspiradores em traje de dormir,
Que trocaram por senha grandes beijos espessos.
O verão radiante conduz os namorados
Em uniformes regimentos melancólicos
Feitos de gordos magros e alegres tristes pares:
Sob os coqueiros elegantes, junto ao mar e à lua,
Há uma vida contínua de calças e galinhas,
Um rumor de meias de seda acariciadas,
E seios femininos a brilhar como dois olhos.
O pequeno empregado, depois de tanta coisa,
Depois do tédio semanal e das novelas lidas na cama todas noite,
Seduziu sua vizinha inapelavelmente
E a leva agora a cinemas miseráveis
Onde os heróis são potros ou são príncipes apaixonados,
E lhe acaricia as pernas, véu macio,
Com suas mãos ardentes, úmidas que cheiram a cigarro.
As tardes do sedutor e as noites dos esposos
Se unem, dois lençóis que me sepultam,
E as horas de após almoço em que os jovens estudantes
E as jovens estudantes, e os padres se masturbam,
E os animais fornicam sem rodeios
E as abelhas cheiram a sangue e zumbem coléricas as moscas,
E os primos brincam de estranho jeito com as primas,
E os médicos olham com fúria o marido da jovem paciente,
E as horas da manhã nas quais, como que por descuido, o professor cumpre os seus deveres conjugais e desjejua,
E inda mais os adúlteros, que com amor verdadeiro e se amam sobre leitos altos, amplos como embarcações:
Seguramente, eternamente me rodeia
Este respiratório e enredado grande bosque
Com grandes flores e com dentaduras
E raízes negras em forma de unhas e sapatos.
A CANÇÃO DESESPERADA
Aparece tua recordação da noite em que estou.
O rio reúne-se ao mar seu lamento obstinado.
Abandonado como o impulso das auroras.
É a hora de partir, oh abandonado!
Sobre meu coração chovem frias corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cova de náufragos!
Em ti se ajuntaram as guerras e os vôos.
De ti alcançaram as asas dos pássaros do canto.
Tudo que o bebeste, como a distância.
Como o mar, como o tempo. Tudo em ti foi naufrágio!
Era a alegre hora do assalto e o beijo.
A hora do estupor que ardia como um faro.
Ansiedade de piloto, fúria de um búzio cego
túrgida embriaguez de amor, tudo em ti foi naufrágio!
Na infância de nevoa minha alma alada e ferida.
Descobridor perdido, tudo em ti foi naufrágio!
Tu senti-se a dor e te agarraste ao desejo.
Caiu-te uma tristeza, tudo em ti foi naufrágio!
Fiz retroceder a muralha de sombra.
andei mais adiante do desejo e do ato.
Oh carne, carne minha, mulher que amei e perdi,
e em ti nesta hora úmida, evoco e faço o canto.
Como um vaso guardando a infinita ternura,
e o infinito olvido te quebrou como a um vaso.
Era a negra, negra solidão das ilhas,
e ali, mulher do amor, me acolheram os teus braços.
Era a sede e a fome, e tu foste à fruta.
Era o duelo e as ruínas, e tu foste o milagre.
Ah mulher, não sei como pode me conter
na terra de tua alma, e na cruz de teus braços!
Meu desejo por ti foi o mais terrível e curto,
o mais revolto e ébrio, o mais tirante e ávido.
Cemitério de beijos,existe fogo em tuas tumbas,
e os racimos ainda ardem picotados pelos pássaros.
Oh a boca mordida, oh os beijados membros,
oh os famintos dentes, oh os corpos traçados.
Oh a cópula louca da esperança e esforço
em que nos ajuntamos e nos desesperamos.
E a ternura, leve como a água e a farinha.
E a palavra apenas começada nos lábios.
Esse foi meu destino e nele navegou o meu anseio,
e nele caiu meu anseio, tudo em ti foi naufrágio!
Oh imundice dos escombros, que em ti tudo caía,
que a dor não exprimia, que ondas não te afogaram.
De tombo em tombo inda chamas-te e cantas-te
de pé como um marinheiro na proa de um barco.
Ainda floriste em cantos, ainda rompes-te nas
correntes.
Oh sentina dos escombros, poço aberto e amargo.
Pálido búzio cego, desventurado desgraçado,
descobridor perdido, tudo em ti foi naufrágio!
É a hora de partir, a dura e fria hora
que a noite sujeita a todos seus horários.
O cinturão ruidoso do mar da cidade da costa.
Surgem frias estrelas, emigram negros pássaros.
Abandonado como o impulso das auroras.
Somente a sombra tremula se retorce em minhas mãos.
Ah mais além de tudo. Ah mais além de tudo.
É a hora de partir. Oh abandonado.
CUERPO DE MUJER
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.
POEMA XV
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
MULHER
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e
dois corpos por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
OS TEUS PÉS
Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
A DANÇA
Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Vacilei pelas ruas e as coisas.
Nada contava nem tinha nome.
O mundo era do ar que esperava
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se dependiam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo.
Caído, abandonado, decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio.
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
O INSETO
Das tuas ancas aos teus pés
quero fazer uma longa viagem.
Sou menor que um inseto.
Percorro estas colinas,
são da cor da aveia,
têm trilhos estreitos
que só eu conheço,
centimetros queimados,
pálidas perspectivas.
Há aqui um monte.
Nunca dele sairei.
Oh que musgo gigante!
E uma cratera, uma rosa
de fogo umedecido!
Pelas tuas pernas desço
tecendo uma espiral
ou adormecendo na viagem
e alcanço os teus joelhos
duma dureza redonda
como os ásperos cumes
dum claro continente.
Para teus pés resvalo
para as oito aberturas
dos teus dedos agudos,
lentos, peninsulares,
e deles para o vazio
do lençol branco
caio, procurando cego
e faminto teu contorno
de vaso escaldante!
A NOITE NA ILHA
Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora - pão,
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
SONETO XVI
Amo o pedaço de terra que és tu,
Porque das campinas planetárias
Outra estrela não tenho. tu repetes
A multiplicação do universo.
Teus amplos olhos são luz que tenho
Das constelações derrotadas,
Tua pele palpita como os caminhos.
Que percorre na chuva o meteoro.
De tanta luz foram para mim teus quadris,
De todo o sol tua boca profunda e sua delícia,
De tanta luz ardente como o mel na sombra
Teu corpo queimado por longos raios rubros,
E assim percorro o fogo de tua forma beijando-te,
Pequena e planetária, pomba e geografia.
DE NOITE AMADA
De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.
Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.
PABLO NERUDA (104-1973) – Este foi o nome com que se notabilizou o poeta chileno Neftali Ricardo Reys, premio Nobel de literatura de 1971. Diplomata de carreira, vivia na Espanha por ocasião da Guerra Civil, que lhe inspiraria um livro de poemas politicamente engajados, “Espanha no coração”, em 1936. sua ulterior filiação ao Partido Comunista o levou a cultivar regularmente esse tipo de poesia, cuja expressão mais ambiciosa está no “Canto Geral”, de 1950. Bem antes disso, Neruda já cultivava o lirismo amoroso em obras como “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, de 1924. Mas o ponto mais alto de sua dicção lírica, na qual a pletora metafórica da tradição de Gongora se enriquece com as surpresas da imagem surrealista, se encontra no telurismo de “Residência na terra”, de 1933 e na concretude da poesia de coisas das “Odes elementares”, de 1954.
FONTES:
AGUIRRE, Margarita. Genio y figura de Pablo Neruda. Buenos Aires: Eudeba, 1997.
CARPEAUX, Otto Maria. Historia da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1978.
DE TORRE, Guillermo. História das literaturas de vanguarda. Lisboa: Presença, 1972.
EDWARDS, Jorge. Adeus poeta: niografia de Pablo Neruda. São Paulo: Siciliano, 1993.
FACIO, Sara. Pablo Neruda. Argentina: La Azotea, 1988.
FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Grandes vozes liricas hispano-americanas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
FRANCO, Jean. Historia de la literatura hispanoamericana: a partir de la independencia. Barcelona: Ariel, 1998
GRUNFELD, Mihai G. Antologia de la poesia latinoamericana de vanguardia (1916-1935). Madrid: Hiperion, 1995.
PAES, José Paulo. Poesia erótica. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
SANCHEZ, Luis Alberto. Historia comparada de las literaturas americanas: del vanguardismo a nuestros dias. Buenos Aires: Losada, 1973.
SKIRIUS, John (comp). El ensayo hispano-americano del siglo XX. 4. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1997.
TEITELBOIM, Volodia. Neruda. Mexico: Hermes, 1996.
URRUTIA, Matilde. Minha Vida com Pablo Neruda. São Paulo: Bertrand, 1990.
VERANI, Hugo J. Narrativa vanguardista hispanoamericana. Mexico: UNAM, 1996
YURKIEVICH, Saul. Atraves de la trama: sobre vanguardias literarias y otras concomitancias. Barcelona: Muchnik, 1984.
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sexta-feira, maio 23, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Provocation, do fotógrafo italiano Aldo Palazzolo.
PUXAVANQUE
Luiz Alberto Machado
Nua e linda, nuvem clara alva dada
Nem se repara, toda minha, lua deitada
Encolhidinha, alma rua tez exaltada
Já jóia rara, deusa flor carne almejada
Quase calada dou-me verso em homenagem
Vem da miragem e dá de bruços e espalmada
Feito a canção que sou do pulso em serenata
Quase tão grata vem sem fuso, fera indomada
Agoniada enquanto ferve a vacilada
Serve de graça, sem saída, encurralada
Dá por vencida e não retira até gozada.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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quinta-feira, maio 22, 2008
CRONICA DE AMOR
Imagem: Silvia Pontual. Arte de Derinha Rocha.
PURA MAGIA
Santanna, o Cantador & Luiz Alberto Machado
Pura magia no jeito
Do amor pra se conquistar
Irrequieta simpatia
Faz se iluminar
Nas avarias do peito
Dos ais que vem solução
Remove toda apatia
Pra poder sonhar
Tudo quanto pode o sonho
Pode o amor provar
Até o impossível que veleja pelo ar
Não se deve desistir
Porque o espaço
É pra se conquistar
A luta segue sempre em frente
Até se exaurir
No mais
O que explode há de ressurgir
O que se esgota há de reluzir no fim
E noutra maneira
A coisa seja outro amanhã
Ah e faça a vida inteira
Nunca parecer tão vã
Tão sã manhã
O amor parece perfeito
E é muito mais do que amar
Bem mais que a fé de amar
É perder o senso, a razão
É deixar rolar a emoção
Os acordes soltos do violão
Acontecer no coração
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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quarta-feira, maio 21, 2008
GINOFAGIA
Imagem: Amantes IV, pintura digital vetorial escala 1,33:1, de João Werner.
PRESENTE
Luiz Alberto Machado
O seu amor, ela me dá. Nuínha em flor? Mas, tá! E toda mandona, de tudo pidona porque tudo dá.
O seu sorriso, ela me dá. Ô coisa linda da gente endoidar. É maior que a vitória que se possa ganhar. Maior que bolada que se quer premiar. Destá.
O seu carinho, ela me dá. E faz burburinho preu não me aquietar. Ô bicha danada, arteira, que diz que não presto pra nada, que sou porqueira e em mim faz sua pirãozada, faz a sua feira. Isso porque ela é dona e quer sempre mais. E me quer na sua cona todo cheio de gás. Depois vira a Madona toda brincalhona de frente pra trás.
O seu beijo, ela me dá. Quando vai lá e me traz a luz do dia. Faz que vai lá no cais e minha vida arrodia só pra fazer diferente no meio da noite quente quando a gente se arrepia. É quando sou seu quibebe, ela minha abóbora. Atrepada ou de cócoras, ela mata minha sede e a gente se irradia. É muito demais, coisa de arrasar. Tudo ela me dá. aniversario sempre porque todo dia ela me de dá tudo dela de presente.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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terça-feira, maio 20, 2008
A DELÍCIA DA PAIXÃO
Imagem: The Morning Bath – 1883, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo francês Edgar Degas (1834-1917).
USO & ABUSO
Luiz Alberto Machado
O olhar. E eu vejo o meu verso indeciso nas suas entremanhãs. Nas suas manhas vãs. E sou mais que herói na sua retina. A ponto que afina as necessidades e ela com vaidade me segura com toda travessura pr´eu não ir embora. Agora? Não, nunca, só ela que adunca acha que posso ir embora.
É canção. E ouço. Função por todo meu osso. De dor e prazer eu canto. Rigor e lazer, seu manto. E ela me ouve mortal criatura como se eu tivesse a candura de enfeitiçá-la. Quando na sala ela está nua para que eu a possua até o final dos tempos.
Toco seu corpo, sua pele macia. É puro conforto quando vasculho sua alvenaria.
É perfume no ar. É o seu cheiro a me fazer levitar no seu ventre com seu grito ancestral entre os dentes e a vida caindo na sua face sorrindo o atlântico sol.
É quando ela desmancha na minha boca ancha com o seu gosto singular: o meu verso incisivo a poetar na sua carne cunhã que usufruo com afã seu sabor de caju, maracujá, de abacaxi, de cajá, é quando ela foca e com a ponta da língua ela toca todos os meus poros, eu só revigoro e me rendo de paixão com ela estirada inteirinha na palma da minha mão.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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segunda-feira, maio 19, 2008
ASCENSO FERREIRA
Imagem: José Cláudio, in: Poemas de Ascenso Ferreira. Recife: Nordestal, 1981.
O EROTISMO MODERNISTA DE ASCENSO FERREIRA
O GÊNIO DA RAÇA
Eu vi o gênio da raça!
(Aposto como vocês estão pensando que eu vou falar de Rui Barbosa).
Qual!
O gênio da raça que eu vi
Foi aquela mulatinha chocolate
Fazendo o passo do siricongado
Na terça feira de carnaval!
CINEMA
- Mas D. Nina, aquilo que é o tal de cinema?
O homem saiu atrás da moça,
Pega aqui, pega acolá,
Pega aqui, pega acolá,
Até que pegou-la
Pegou-la e sustentou-la
Danou-lhe beijo
Danou-lhe beijo
Danou-lhe beijo...
Depois entraram pra dentro dum quarto!
Fez-se aquela escuridão
E só se via o lençol bulindo...
- Me diga uma coisa, D. Nina:
isso presta pra moça ver?!....
PREDESTINAÇÃO
- Entra pra dentro, Chiquinha!
Entra pra dentro, Chiquinha!
No caminho que você vai
Você acaba prostituta!”
E ela:
- Deus te ouça, minha mãe...
Deus te ouça...
ALUCINAÇÃO
As chamas...
As brasas...
Depois, apenas o bafo morno das cinzas....
O pó....
Amor! Amor!
Ajuda-me ao menos a arder com violência!
MISTICISMO Nº 2
O espírito meu entrou no meu couro,
Entrou no meu couro algum mangangá!
E eu quero mulheres... mulheres... mulheres....
Curibocas!
Mamelucas!
Cafuzas...
Caboclas viçosas de bocas pitangas!
Mulatas dengosas caju e caju!
Mulheres brancas como açúcar de primeira!
Mulheres macias como a penungem do ingá!
Mas sempre mulheres... mulheres... mulheres...
(Ô lelê)
todas formosas,
todas belas,
todas novas...
(Ô lelê)
deitadas molengas em folhas macias!
Na sombra rajada das bananeiras lentas
Iluminadas por um sol-das-almas!
Só pra eu,
Devagarinho,
Fazer com elas:
“Pinicadinho
da barra do 25,
mingorra, mingorra,
tire esta mão
que já está forra...”
MARTELO
Teu corpo é branquinho como a polpa do ingá maduro!
Teu seio é macio como a polpa do ingá maduro!
- E há doçura de grã-fina no teu beijo, que é todo ingá....
- E há doçura de grã-fina no teu beijo, que é todo ingá....
por isso mesmo, minha Maria,
eu,como a abelha do aripuá
pra quem doçura é sempre pouca,
só quero o favo de tua boca...
há veludos de imbaúba nessas redes de teus olhos,
que convidam, preguiçosas, a gente para o descanso,
um descanço à beira-rio como a ingazeira nos dá...
- um descanso à beira-rio como a ingazeira nos dá...
por isso mesmo, minha Maria,
de noite e dia nessa corrida triste de ganso
para descanso e gozos meus,
só quero a rede dos olhos teus!
Só quero a rede macia dos teus olhos!
Só quero a doçura grã-fina do teu beijo!
Só quero a macieza do teu corpo da cor do ingá...
E na rede eu me deito, cochilo e descanso,
Tenho um sono manso que me faz sonhar....
Sonho que és ingá de doçura louca,
Que na minha bica vem se desmanchar....
- Que na minha bica vem se desmanchar....
A FORÇA DA LUA
Não te achegues assim, pra mim... Ó Maria!
Ai! Não te achegues não...
A lua cheia tem muita força, Maria!
- E o luar sempre foi a nossa perdição...
O vento que assopra,
Assopra com força...
Há força nas águas,
- repara a maré!
E há força também ocultas na gente,
Talvez que as das águas maiores até....
Não te achegue assim, para mim... Ó Maria!
Ai! Não te achegues não....
Há forças nas águas, há forças nos ventos
E forças que em nós ocultas estão...
A lua cheia tem força muita, Maria!
- E o luar sempre foi a nossa perdição!
MULATA SARARÁ
O cajueiro te deu a flor para cabelo;
Deu-te o maracujá o agateado dos olhos
- teus olhos cujo olhar faz a gente dodói!
No Brasil, quem te nega está fazendo é fita,
Pois tu és, na verdade, uma coisa bonita:
- madeira que o cupim não rói!
- madeira que o cupim não rói!
Paris – que dá modas,
Costumes e gostos,
Pinturas pros rostos,
Carvão e carmim...
Paris – dente de ouro!
- Boca de tubarão!
- Goela de sucuri!
Que engole odaliscas
Rajás e sultanas
As gueixas, musmês,
Os beis os paxás...
- E engoliu até a negra Josefina Baker!
Paris, contigo, topou foi osso!
Foi rocha esquisita da nada destrói!
Nosso Senhor abençoe teus avós de Lisboa...
- Madeira que o cupim não rói!
- Madeira que o cupim não rói!
REISADO
“Guvernadô destes Brasi, daí-me licença pra divirti...”
- Ô de casa! – Ô de fora!
_ Manjerona quem sta ao?
- Ou é um cravo, ou é uma rosa, ou a fulo do bogari...
Governadora de meu pensar,
Dá-me licença para contar:
Naquele dia, minha formosa,
Quando teu vulto, de longe, eu vi,
Disse minh´alma, por ti ansiosa:
Ou é um cravo, ou é uma rosa, ou é a flor do bogari...
Hoje, te amando essa alma ansiosa...
Ai! Se ao senti-la perto de ti,
Também disseste, minha formosa:
- Ou é um cravo, ou é uma rosa, ou é a flor do bogari....
CATIMBÓ
Mestre Carlos, rei dos mestres,
Aprendeu sem se ensinar....
- ele reina no fogo!
- ele reina na água!
- ele reina no ar!
Por isto, em minha amada acenderá a paixão que consome!
Umedecerá sempre, em sua lembrança, o meu nome!
Levar-lhe-á os perfumes do incenso que lhe vivo a queimar.
E ela há de me amar... há de me amar... há de me amar...
- como a coruja ama a treva e o bacurau ama o luar!
À luz do sete-estrelo nós havemos de casar!
E há de ser bem perto. Há de ser tão certo
Como que este mundo tem de se acabar.
Foi a jurema de sua beleza que embriagou os meus sentidos!
Eu vivo tão triste como os ventos perdidos
Que passam gritando na noite enorme...
Porque quero gozar o viço no seu lábio estua!
Quero sentir sua caricia branda como um raio da lua!
Quero acordar a volúpia que no seu seio dorme...
E hei de tê-la, hei de vencê-la, ainda contra o seu querer...
- Porque de Mestre Carlos é grande o poder!
Pelas três-marias... pelos três reis magos... pelo sete-estrelo
Eu firmo esta intenção
Bem no fundo do coração
E o signo-de-salomão ponho como selo.
E ela há de me amar... há de me amar.... há de amar...
- Como a coruja ama a treva e o bacurau o luar!
Porque Mestre Carlos, rei dos mestres,
Reina no fogo...reina na água... reina no ar...
- Ele aprendeu sem se ensinar...
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sexta-feira, maio 16, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Venus and Adonis, c.1555, do pintor da Alta Renascença italiana, Tiziano (ca.1488-1576).
NO DOMÍNIO DA PAIXÃO
Luiz Alberto Machado
A sua imagem linda povoa o meu desejo de vê-la todo dia e a todo instante como se fosse uma adoração profunda no domínio da paixão e eu não poderia negar jamais da minha solidão atormentada que me persegue na noite adulta criando sonhos de tê-la inteira ao alcance dos meus sentidos ah! como sonho despudoramente louco capaz de verdadeiramente alcançá-la aos meus braços ah! como você é real... a sua imagem doce é mais que real na minha loucura onírica e me persegue pelos melhores caminhos dos devaneios em que eu possa flagrar-lhe linda pronta para que eu despeje os galanteios de um flerte mais que obsessivo e possa venerá-la sempre como uma deusa inatingível... isso porque a sua imagem sensual é alvissareira prometendo que um dia eu possa assenhorear-me do seu corpo, furtar os seus prazeres, tatuar o sol no seu sorriso, roubar seus cheiros mais íntimos e agridoces, fazer uma pilhagem de sua voluptuosa emanação que corrompe meus anseios para apossar-me indecente canibal de toda sua compleição medonhamente saborosa... eu juro, pegou-me de jeito e, por isso, atenda o meu apelo priapo e eu farei você tremer na base, gemer na rampa, chorar na vela porque me apoderarei de sua cintura a rebolar ardendo de desejo e nua enquanto me oferece o pescoço, os lábios, os seios, o sexo para fazer o que bem me convier até escrever com a minha língua os versos eróticos que me inflamam no seu corpo até uivar de gozo com as mordidas que darei na sua carne deliciosa chupando a sua gostosa boceta arreganhada se derretendo com trejeitos lindos de prazer na minha língua inquieta e deixarei sussurrar as mais deliciosas indecências depois das vinte e duas e trinta, enquanto sua mão buliçosa procura nos infernos do meu corpo o sabor do seu apetite até levar-me o sexo à boca para felar providente e hábil como a degustar do sorvete mais delicioso e eu crescendo rijo perante a mágica do seu contato reluzente e deixarei rosnar rolando no chão enquanto suas coxas se inflamam entre as minhas coxas fazendo de conta que nem querem, mas que se entrelaçam para as acrobacias de trepar dolosamente lambuzando a sua pele de mulher verdadeira de nascença e eu juro, farei um carinho que lhe acorrente até consumir suas energias pro sorriso do seu útero, enquanto aliso suas costas, aperto seus glúteos, apalpo seu sexo, fodendo sua alma enquanto você debruçada escreve um poema tórrido com nossas ânsias e u lhe comendo toda enquanto você deposita versos luxuriosos no papel em branco, enterrando o meu cajado no seu mais sedutor remelexo com seu sexo no meu na maneira louca de você a mim se entregar até deixá-la livre para pousar sentindo-se amada, gostosa, divina com a cara lisa e eu lhe direi loucamente embevecido que é impossível não amar você.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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quinta-feira, maio 15, 2008
CRÔNICA DE AMOR
Imagem: Derinha Rocha.
TEUS OLHOS
Música de Luiz Alberto Machado sobre poema de Arriete Vilela.
Penso que mistérios guardam esses teus olhos:
A ambivalência me convida a transitar entre a ordem,
Com suas máscaras,
E o limbo, com seus arrebatamentos.
Penso ainda que não há como entendê-lo,
Embora eu teime
em desentrançar as palavras que eles calam,
A senha denunciadora,
Para que orquestrem em mim
Afetos variados, vadios,
Perdidos nos atalhos das tuas equivocadas certezas.
Esses teus olhos cristalizam-me o desejo;
Parecem frios e indiferentes,
Mas, à luz da lua nova,
Têm brilhos suaves,
Frêmitos quase imperceptíveis,
Como os sucessivos repousos
Com que a flecha se põe em movimento.
Se esses teus olhos não se negassem a me prometer,
Em silenciosas ternuras,
O cheiro adocicado dos frutos da estação
E não se negassem tanto ás minhas rondas,
Eu atiçaria neles o sussurro amoroso,
Como, em criança, via a avó atiçar a brasa do carvão:
Delicado sopro, repetido e estimulante.
Ou, ainda, atiçaria neles quebrantos esgarçados em delicadezas,
Sombras boêmias
- dispersas mas não dissolutas -,
à luz de castiçais das alcovas ressoadas das agonias do amor
e seus panos mornos sobre fictícios ferimentos
e ardores abruptos vindos da dor.
Esses teus olhos,
Por se saberem chama,
Miram-se, como flor-de-amores,
No narcísico prazer
Da minha palavra amorosa
E me flagram
Ave exaurida
De mim mesma a perseguir o modo licencioso
De apossar-me da alma humana.
Penso que mistérios guardam esses teus olhos
De resistente pérola selvagem:
Desiludem-me
Nos desvãos do tempo
E me deixam, apenas,
Ecos de ilusões banhadas
Em metal ordinário,
Convulsivas nas promessas
Enganadoras.
Penso que mistérios guardam
Esses teus olhos
E que ciladas
Eles me aprontam
Sempre que quero ser
Uma tácita celebração da vida.
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quarta-feira, maio 14, 2008
GINOFAGIA
Imagem/Foto: Derinha Rocha.
DELA
Luiz Alberto Machado
Como sempre ela me ganha! Numa façanha de paixão tamanha. Só porque ela me faz a maior manha e me alisa entre as mãos. E me escraviza em sua prisão: sua tesão gulosa, dela ficar cor de rosa de tanta possessão. Maior sedução. E mais fricção quando fecha os olhos, é quando eu me molho e ela me beija, lambe e boceja toda alagada. E de uma só talagada, ela me engole e me agita e me bole quando tudo palpita porque mais se ajeita, mais ela se enfeita com o meu suor. Eu fico zoró e ela, com teimosia, me dá toda regalia de ser todo seu sem dó.
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terça-feira, maio 13, 2008
A DELÍCIA DA PAIXÃO
Imagem: Fêmea nua no divã, do pintor do Romantismo francês, Eugéne Delacroix (1798-1863).
FESTA NO CÉU
Luiz Alberto Machado
Enquanto rodopiava pelos devaneios solfejando a canção dos seus idílios, ela sonhava comigo: um quase príncipe encantado na sua predileção que chegasse gentil e sedento com o fervor apaixonado de um Dom Quixote buscando nela a Dulcinéia desejada.
Enquanto ela encantadoramente azul passeava sobre as nuvens oníricas dos meus desejos, eu coaxava sonhando com uma rã-pintada nua e maravilhosa na fonte das águas amorantes.
Ela dava conta de mim nos seus sonhos de princesa. Eu ansiava a sua vida nas minhas alucinações de anuro desolado da beira do rio.
Quanto mais cantarolava, mais transluzia infinitamente iridescente na vida. E eu cada vez mais apegado à imagem anfíbia de sua expressão mágica.
Certo dia a princesa veio se bronzear no campo. Foi quando correu o boato de que haveria uma festa no céu. Essa eu não poderia jamais perder. Porém, para meu desapontamento, fui excluído pelos promotores do evento por ter a boca grande. Uma desfeita. Mas, cá pra nós, uma provocação para minhas astúcias. E fui: aproveitei a ocasião e me acomodei cuidadosamente dentro da calcinha da princesa e ali fiquei escondido. Ah, um verdadeiro porto seguro, a maloca mais aconchegante e segura que já tinha saboreado desde a maternal fase da concepção. Era o reino da vida e da paixão. Parecia até que ela gostava da minha presença ali. E, por isso, fiquei todo ancho, maior que o meu próprio tamanho.
Lá para as tantas, eu fui surpreendido. É que a princesa deu por minha existência. Assustou-se, permitindo que eu caísse em queda livre. Nessa hora pude cantar aos gritos de socorro: “Béu, béu, béu! Se desta eu não escapar, nunca mais festa no céu!”. Tei bei. Lasquei-me! Estava eu ali desfeito em zis pedaços pelo chão. Ao ouvir minha cantiga a princesa azul lembrou dos conselhos de uma cigana despachada que lhe adivinhara as palpitações ocultas na alma, recomendando que desenhasse a efígie do amor dos seus sonhos para sacudi-lo na boca do primeiro sapo que encontrasse e que, ao encontrá-lo, deveria depositá-lo embaixo da sua cama, cuidando para que fosse a sua existência regada à base de ouro, dinheiro e metais. Com isso e só com isso seus desejos se realizariam.
Foi aí que ela se encheu de ternura e compaixão, caindo de cócoras cantarolando a juntar pacientemente os meus pedaços. Ao juntá-los passou a cerzir cuidadosamente até me deixar inteiramente coaxando enamorado e todo remendado na beira dos seus sonhos. Ah, a emenda foi melhor que o soneto. É que ela passou a me embalar com canções de sua predileção a me tratar com carinhos até me deitar confortavelmente numa aveludada tipóia embaixo da cama e no escuro do seu quarto. Eu, aos pinotes, queria voltar pro meu habitat, enquanto ela me cercava por todas as direções, cuidando para eu não fugir. Numa dessas tentativas de fuga, fui agarrado e no pedestal de uma de suas mãos espalmadas, ela me fitou os olhos: leu-me a alma e o amor. Não sei, acho que se apaixonou por mim. E beijou-me. Crás! Desencantei. Não era o príncipe que ela esperava, mas nem deu tempo para que nomes ou feições valessem nessa hora. Passamos a nos confundir aos beijos um no outro. E rodopiamos juntos o idílio dos nossos sonhos. E desnudados cavalgamos os dias e as noites, lambendo um ao outro para nos purificar de amor e nos entregarmos no meio da chuva que explodiu dos nossos mais selvagens desejos no reino da paixão.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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segunda-feira, maio 12, 2008
OS GRITOS ERÓTICOS DE JOYCE MANSOUR
Imagem: Colagem de Alexandro Puga, "Homenaje a Joyce Mansour"
OS GRITOS ERÓTICOS DE JOYCE MANSOUR
Febre teu sexo é um caranguejo
Febre os gatos mamam em tuas tetas verdes
Febre a rapidez do movimento de tuas ancas
A voracidade de tuas mucosas canibais
O abraço de teus tubos que estremecem que bradam
Despedaçam meus dedos de couro
Arrancam meus pistons
Febre esponja morta inchada de moleza
Minha boca breve ao longo de tua linha do horizonte
Viajante sem medo em um mar de frenesi
Que phallus tocará o sino
No dia em que dormirei sob uma tampa de chumbo
Derretida em meu medo
Como azeitona no frasco
Fará um frio metálico e feio
Não farei mais amor em uma banheira esmaltada
Não farei mais amor entre parênteses
Nem entre os lábios javaneses de uma grama de primavera
Exsurderarei a morte como uma umidade amante
Delimitada sitiada pelas visões de outubro
Encolherei-me enfim na lama
Eu quero dormir com você lado a lado
O nosso cabelo entrelaçado
Nossos sexos juntaram
Com sua boca de um travesseiro.
Eu quero dormir com você de volta para trás
Sem fôlego para participar nos
Não palavras para distrair-nos
Não olhos a mentir a nós
Com a roupa não.
Para dormir com você a mama mama
Tensa e sudorese
Brilhar com um milhar de tremores
Consumidos pela inércia extática das loucas
Esticada em sua sombra
Com as marteladas da sua língua
A morrer em um coelho da podridão dentes
Feliz.
O meu riso vai alto,
Mais alto que os chapéus dos cardeais
Mais alto que a esperança
Os meus seios riem quando o sol brilha,
Apesar dos meus fatos apesar do meu noivo.
Feia que sou, sou feliz.
Deus e os vampiros
Amam-me.
Me deixa te amar
Amo o gosto do teu sangue espesso
Por longo tempo o conservo em minha boca sem dentes
Seu ardor me incendeia a garganta
Amo o teu suor
Amo acariciar tuas axilas banhadas de alegria
Me deixa te amar
Me deixa lamber os teus olhos feichados
Me deixa furá-los com a minha língua pontuda
E lhes encher as órbitas com a minha saliva
Me deixa te cegar
Queres o meu ventre para te nutrires
Queres meus cabelos para te fartares
Queres meus rins meus seios minha cabeça raspada
Queres que eu morra lentamente lentamente
Que eu murmure morrendo palavras de criança
Quero me mostrar nua aos teus olhos cantantes
Que me venhas gritando de prazer
Que meus membros dobrados sob um excesso de peso
Te levem a atos ímpios
Que os cabelos lisos de minha cabeça oferta
Se embaracem nas tuas unhas recurvas de furor
Que permaneças de pé escequecido e crente
A contemplar lá de cima o meu corpo depenado.
As maquinações cegas de tuas mãos
Em meus seios trêmulos
Os lentos movimentos de tua língua paralisada
Em minhas orelhas patéticas
Toda minha beleza afogada em teus olhos sem pupilas
A morte em teu ventre comendo meu cérebro
Tudo isso faz de mim uma moça muito estranha.
Convide-me para passar a noite em sua boca
Conte-me sobre a jovialidade dos rios
Aperte minha língua contra seu olho de vidro
Dê-me sua perna como alento
E depois durmamos irmão de meu irmão
Pois nossos beijos morrem mais rápido que a noite
Não quero mais seu semblante de sábio
Que me sorri através das velas vazias da infância
Não quero mais as duras mãos da morte
Que me arrastam pelos pés nas brumas do
Espaço
Não quero mais olhos lânguidos que me entrelaçam
Crateras que cospem seus espermas frios de
Fantasmas
Em minha orelha
Não quero mais ouvir as vozes murmurantes das
Quimeras
Não quero mais blasfemar todas as noites de
Lua cheia
Toma-me como refém como círio como
Bebida
Não quero mais maquiar sua verdade
Eu faria o grand écart para lhe impressionar
Senhor
Quero partir sem bagagens para o céu
Meu desgosto asfixia-me porque a minha lingua é pura
Quero partir para longe das mulheres com mãos gordas
Que acariciam meus seios nus
E que cospem sua urina em minha sopa
Quero partir silenciosa à noite
Hibernar nas brumas do esquecimento
Penteada por um rato
Estapeada pelo vento
Tentando crer nas mentiras de meu amante
JOYCE MANSOUR (1928-1986) – poeta surrealista inglesa que viveu no Egito e em Paris, tornando-se poeta de expressão francesa em 1953 com sua obra “Gritos”. É autora de livros como “Rasgões”, “Rapaces”, “O azul dos fundos”, “Essencial”, entre outras publicações em prosa e poesia.
FONTE:
CÉSAR, Júlio. Uma história nociva. Lisboa: Hiena, 1987.
MISSIR´S, Marie-Laure Missir's Joyce Mansour: Une Etrange emoiselle. Paris: Place, 2005.
PAES, José Paulo. Poesia erótica em tradução.São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
PIERRE, José; SCHUSTER, Jean. Los arcanos mayores de la poesia surrealista y su exaltacion. Buenos Aires: Argonauta, 1992.
TORRE, Guillermo. História das literaturas de vanguarda. Lisboa/Santos: Presença/Martins Fontes, 1972.
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sexta-feira, maio 09, 2008
CRONICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Nude Woman Combing Her Hair - 1876-77 c, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo francês Edgar Degas (1834-1917).
TRANSBORDANDO
Luiz Alberto Machado
Eis que vôo acima dos mortais pela abissal língua esfíngica soberana ensopada dos desejos mais intensos que revejo na viagem pela imensa abóbada dos fulgores estelares onde tudo baila na flor do coração suplicando amor, onde tudo transborda de prazer no sobejo quando deliro amante na saliva e gotejo o triunfo no lago de água cristalina que almejo nas profundezas, serranias, orgias e curvas dos seus lábios encarnados pela fúria dos amantes.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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quinta-feira, maio 08, 2008
CRÔNICA DE AMOR
ESTIGMA
Ozi dos Palmares & Luiz Alberto Machado
Toda vez que penso em ti vejo ouro
pois tu és a minha jóia rara
céu de azul e furta-cor
promessa de flor, prisioneira da vida
dúvida do ser para amar
porque já se amou
pois já que tu és a promessa
de um sonho por se realizar
pra viver e ser feliz e jamais
será fuga de um beijo
ou desejo fugaz
enquanto não se chora uma dor
a gente poderá ser feliz muito mais.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados dos autores.
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quarta-feira, maio 07, 2008
GINOFAGIA
Arte/Foto: Derinha Rocha.
FESTA
Luiz Alberto Machado
Bebo do seu caldo toda vez que minha língua insone lambe sua alma entre as pernas com os sabores de vida. E ela madeira que me faz seu cupim se espreme nua como quem canta na voz de Joyce todos os seus desejos, como quem levita insaciável trepadeira, que enlouquece como uma Rita Lee fuviando no cio e eu descascando a Maria-sem-vergonha que se mija toda no orvalho da noite e que me banha com sua baba iluminando o meu sexo que se enfia pelas corredeiras e curvas e quebradas de sua nudez em festa para o meu prazer. E errante afoito eu vou por suas ruas, montes, dorso, púbis e infernos e sou mais que deus no sacrifício do seu ventre anímico.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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