terça-feira, setembro 29, 2009
IARAMEL
Imagem: Sente a luz que te beija a pele, foto de Daniel Pedrogam
OS VERSOS SEDUTORES DE IARA MEL
DEVORA-ME
Devora-me
Faça-me tua presa
Enlace teu corpo junto ao meu
Explora-me pacientemente
Feito serpente...
Cola tua boca na minha
Sugue de meus lábios úmidos
Este desejo alvoroçado
Faz-me profanar em teus atos
Entrelace perfeito...
Ouça meu gemido
Feito um pedido
Possua-me
No instante que nos enlaça
No realce dos corpos nus
No limiar que reluz
E estampam as paredes do quarto...
Gotas de suor de um gozo anunciado
Pelo tremor que antecede
Sussurros que nos despem dos pudores
Entregamos-nos aos ruídos ilícitos
Para nós
Puros cantos líricos!
VEM ME SEDUZIR
Vem me seduzir
No silêncio da noite
Prazer e deleite
Possuir-me por inteira
Sob a claridade
Deste fogo que incendeia
Nossos corpos grudados
No ar o cheiro exalado
De um amor ousado
Sem fingir
Somente sentir
O gosto do “pecado”
Deste fato consumado
Marcado
Suado
Amado...
ENTREGA
Sinto teu corpo suado, cansado, molhado/Quero ao teu lado me deitar /Como sentindo meu olhar, abraça-me para mais uma vez me amar/E como em sonho, sinto tuas mãos quentes, suavemente me acariciar /Teus lábios sedentos, em minha nuca, me fazem suspirar... Vem , me faz sentir o pulsar de teu corpo sobre o meu , de teus lábios a me percorrer, me faz novamente viver /Entrelaça teu corpo no meu , como animal no cio,e como louca me esguio, para aos poucos me entregar.../Seja seu o meu corpo, seja você meu prazer... Olha-me como louco, beija-me como poucos, geme, aperta... Estremece... Aperta-me com teu corpo , me beija mais um pouco e me faz delirar/Aumentam-se os movimentos, que ao mais belo momento,
gemidos me deixa escapar.../No auge do nosso instante, gemidos são mais constantes e há prazer em nossos olhares.../Minha boca na sua geme, nossos corpos se estremecem, e atingem o prazer./Abraçados adormecemos, sentindo o cheiro de amor no ar. /Descansamos os corpos suados, para mais tarde acordar!
ABRAÇA-ME
Abraça-me assim, com ardor, abraço de desejo, com excitação, respirando as ondas de calor que nos aquece, aguçando ainda mais um corpo ao outro!
Abraça-me, entrelaça os corpos, moldando-os, e de amor se entregando e neste amor a intimidade se desnuda, possui...
Seu desejo com o meu se envolvendo, como que dançando ao som de uma suave musica, palavras sussurradas, ao longo desta dança inebriante de prazer.
Seus olhos fitando-me sensualmente, teu corpo agarrado ao meu, e me possui lentamente.
E, extasiados na ânsia do prazer, cerramos os olhos e apenas sentimos o amor saciado entre dois corpos cansados!
QUERO-TE... VEM?
Teu olhar doce invade e arde
Faz minha pele queimar em chamas
Meus sentidos não obedecem
É meu corpo que cede
Tento por varias formas esquecê-lo
Impossível tentativa de renovar o dia que amanhece
Na ânsia louca sentir tuas mãos
Explorando, desvendando meus segredos
E me entrego novamente a devaneios
Sinto o pulsar de teu peito de encontro ao meu
Exalando o perfume que entontece
De seus lábios, palavras que me enlouquecem
Perturbando sentimentos que adormecem
Bebo de tua boca, o sabor do mel
Misturado ao gosto do amargo do fel
Invadindo minha alma
Neste escuro breu
È quando te devoro com meu pensar
Fazendo tua sua sede em meu corpo saciar
Numa vontade inconseqüente
Do teu jeito moleque
Amando-me docemente...
Devoras-me com teu doce olhar
Enquanto entrego-me sem pensar
Esqueço cada instante
Quero-te insistente
Sem nada temer
Quero ontem, hoje e sempre
Sentir junto a ti
Um delicioso estremecer
De prazer
SIMPLESMENTE TUA
Também em meu peito
O amor somente não me satisfaz
Quero-te mais e mais
Sentir que se enroscar em mim
Fazendo um nó, e tornando-nos um ser somente
Queimando num desejo ardente
Que nos surpreende tamanha intensidade
Pura , insanidade!
E vou provocar-te com meus beijos
Adocicados pelo gosto de tua boca
beijar-te a nuca
Ouvir baixinho teus gemidos
Depois...
Ah, depois...
Quero aninhar-me em teu peito
Sentir o cheiro do teu corpo
Exalado nos momentos
Que me fez tua
me puseste nua
Saciando meu desejo
Com sua maneira "animal"
Pra mim, tão natural
Sem igual
Assim quero-te amor meu
Desta forma meu homem "animal"
Meu mundo desigual.
VOCÊ EM MIM!
Meus lábios te percorrem
Excitante
O prazer aumenta
Tua boca docemente me atormenta
Sinto teu corpo vibrante...
Em ondas de delírios incessantes
Exalando o cheiro de teu corpo
De encontro ao meu
Num delírio louco
Num aguçar de sentidos
Levando-me da sã realidade
À loucura extrema
Sou tua, por inteira
Teu olhar revela
O instante anunciado
Num ritmo alucinado
O prazer refreado
Sem nada dizer
Aperta-me de encontro a ti
Fazendo das siluetas esboçadas
Um só “croqui”
Nesta hora
Arrepios nos atacam ferozmente
Em ondas, e simultaneamente
Aos movimentos acelerados
Marcando este gozo já anunciado!
IARA MEL – a poeta, escritora e auxiliar de enfermagem paulista, Iara A. Máximo Melchor, que se assina Iara Mel, mora em Guarulhos – SP. Tem seus trabalhos publicados no Recanto das Letras, no Portal CEN e no Poetas Del Mundo.
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sexta-feira, setembro 25, 2009
LOLITA
Imagem: Cerca... de Nelson Perez
OS TEXTOS PICANTES DE LOLITA
TERAPIA DO SEXO
Quando estou com problemas, preciso transar. Sou uma mulher sensível, que precisa de amor e carinho, mas quando estou angustiada não me importa fazer amor, quero o sexo puro e simples. Preciso de um homem que me deseje até a raiz dos cabelos e me faça sentir pura e simplesmente mulher.
Sempre senti fascinação e respeito pelo sexo desde a mais tenra idade; dois corpos, duas almas em um abraço sem controle, sem razão, mágico.
Meu companheiro entende muito bem quando chego amuada, sem muitas palavras, me aninhando em seu peito como uma gatinha acuada. Foi assim que cheguei, ontem. Sei que isso o excita e a mim também, me fazendo pensar que essas são nossas melhores performances.
O encontrei no shopping, no final de uma tarde fria e nublada. O mau tempo só acentuou minha melancolia. Entrei em seu carro e o beijei. Quando estou assim, não pergunto pra onde vamos e ele também não me diz. Acendi um cigarro e fiquei observando a paisagem sem ver. Conseguia ouvir sua respiração, dirigindo tão concentrado. Às vezes, passava os olhos nos meus e voltava a fitar o trânsito, sem sorrir, sem demonstrar qualquer tipo de emoção. Isso me excita ainda mais por me dar a impressão de estar com um estranho. Como se tivesse pegado uma carona pensando ir a um certo lugar e, na verdade, estar a mercê de sabe-se lá quais intenções do motorista.
Fiquei observando este que é meu homem; pele morena, braços torneados e adornados com uma bela tatuagem... Um homem bonito e viril. Entramos em um motel. Chegamos ao quarto superluxo e meu companheiro sentou na cama, tirou os sapatos e continuou fitando o chão. Tomei um gole de vodka com gelo. Estava de vestido. Começou a chover. O quarto estava escuro. Levantei o vestido e tirei a calcinha, dobrando o corpo até os pés. Ele parou pra me observar. Cheguei a sua frente e sentei em seu colo, com as pernas abertas, encharcada de desejo. Ele segurou minha nuca e me beijou. Desabotoei sua camisa, enquanto ele apertava meus seios. Fiquei de joelhos entre suas pernas, abri sua calça e descobri seu sexo pulsante. Antes que eu fizesse qualquer coisa, ele estava completamente ofegante. Sabe como se chupa um picolé? ... Exatamente!
Ele ficou fora de si, me pegou pelo braço, me apoiou na cama, senti sua mão roçando entre minhas pernas, depois afastando minhas nádegas... Nunca fizemos isso! Tentei me virar, ele me imobilizou com firmeza e me penetrou por trás. Dor! Gritei mas ele continuou firme, gemendo, me arranhando e aos poucos fui sentindo que ia ficando gostoso. Friccionei meu clitóris e gozei longamente sentindo meu homem gozar comigo.
Me levantei e entrei no banho. Estava me sentindo leve, bem. Nada como um bom sexo selvagem pra relaxar! Liguei o chuveiro, mas quando bati o olho na banheira, mudei de idéia. Deixei que a água morna fosse me cobrindo, massageei meus seios, meu clitóris... Abri um pouco mais as pernas, deixei o jato d’água bater lá dentro... quando me dei conta de que ele estava lá, parado na porta, me olhando com o sexo ereto. Andou, entrou na banheira sem tirar os olhos de mim, agarrou meus cabelos, se enfiou entre minhas pernas e me penetrou impetuosamente sem se importar se eu estava pronta ou não. Ora, tentava segurar na borda da banheira, ora cravava-lhe as unhas. Seus movimentos eram tão violentos que a água estava revolta. Pra mim, era uma mistura de tesão , dor e prazer, às vezes eu pensava em pedir pra parar mas a verdade é que eu não queria. Ele me abraçou e ficou de pé, comigo no colo saiu da banheira e me deitou na cama, me beijou carinhosamente e sussurrou no meu ouvido um pedido de desculpas. Eu não tinha o que desculpar. Deitou sobre mim e me beijou como se fosse a primeira vez. Eu me sentei na cama e quando vi que ele fez o mesmo, sentei em seu colo e assim cavalguei às estrelas o mais rápido que pude. Caímos exaustos e molhados na cama. Nunca tinha dito e não foi dessa vez, mas principalmente nesses momentos eu sentia que o amava com todas as minhas forças. E naquele exato momento eu soube que deveria vender as ações sem medo. Melhor terapia que essa não há.
UMA CARONA PARA AS NUVENS
Dia cheio. Dia quente. Mas eu prefiro isso a um dia vazio e molhado. Um dia, ainda vou ter um carro. Embora só por hoje eu possa agradecer por não ter um. Se tivesse e não precisasse andar até a parada de ônibus, não teria pegado a melhor carona da minha vida.
Estava fazendo minha caminhada de sempre, depois do trabalho, quando ouço uma buzina e vejo um carro encostar ao meu lado. Loucos tarados costumam fazer isso e eu morro de medo porém quando olhei direito pra direção, vi que não se tratava de um tarado e sim de um colega de sala da faculdade me oferecendo carona. Legal! Engraçado ele ter me visto e parado. Na faculdade, a gente conversa e tal mas não anda junto nem nada.
Sempre o achei uma gracinha mas não sou do tipo que dá em cima mesmo sabendo que, aparentemente, ele não tem ninguém. Chamem de lerdeza, o que quiserem. Não sou muito boa na arte da sedução, confesso.
Fomos batendo um papo tão agradável que eu pedi que ele me deixasse na rodoviária. E continuamos discutindo sobre a obra do destino de termos nos encontrado tão por acaso e podia não ser acaso, etc. Paramos em um sinal vermelho e aconteceu um lance mágico. Não consigo me lembrar o que estávamos conversando exatamente quando olhamos um para o outro sorrindo e o tempo parou. Senti uma vontade enorme de beijá-lo mas fiquei quieta. Ele rompeu o transe avançando pra mim de sopetão, me dando um beijo. Levei um susto e por impulso virei o rosto, de modo que o beijo pegou na bochecha. Foi, então, que reparamos que o sinal estava verde há muito tempo com um monte de carros buzinando e arrancando em mil xingamentos. Caímos na gargalhada. Paramos de falar, contudo, havia alguma coisa ali, um clima descontraído e algo mais de misterioso, excitante.
Sem dizer nada ele tomou o caminho do Parque e como se eu intimamente quisesse, desejasse o que nem sabia direito, consenti sem dizer palavra. Em poucos minutos, estávamos estacionados em uma área incrivelmente deserta do Parque, onde não se via sinal de viva alma. Meu coração batia no estômago quando mal ouvi ele dizer:
--- Se chegamos até aqui, é porque nós dois sabemos o que queremos.
E por incrível que pareça, nessa hora, eu o beijei. Um beijo forte, quente, cheio de desejo. No fundo, no fundo sempre o quis. E me sentia mais solta, relaxada e excitada sentindo que ele me queria também. Ele me beijava com força, com fome punha a língua reta, dura na minha boca, me sugando como se quisesse mostrar com o beijo o que iria fazer com meu corpo depois.
Eu estava completamente mole, entregue. Entre beijos incendiários, praticamente sem fôlego, sussurrei em seu ouvido:
--- Faça o que quiser comigo...
Ainda tive tempo de tirar a calça. Ele me puxou pra cima dele, então, estava em seu colo, tendo-o entre minhas pernas, grudados de cima a baixo por causa do volante logo atrás de mim. Ele tirou a blusa e eu desabotoei sua calça. Assim, sentada em cima dele, pude sentir como estava excitado. Eu mexia o quadril pra deixá-lo ainda mais louco e ele segurava minha cintura com força e dizia:
--- Vou por tudo dentro de você, você vai ver!
Eu mordiscava sua orelha e sussurrava:
--- Vem, eu quero sentir você todo dentro de mim.
Ele tirou minha blusa, desabotoou meu sutiã e ficou beijando meus seios, mordiscando o bico. Enquanto isso, ele enfiou os dedos por entre minha calcinha e introduziu dentro de mim. Eu estava completamente molhada. Ele dizia:
--- Eu quero você todinha!
Ele tirou pra fora, completamente latejante, eu segurei e coloquei a pontinha quente por entre a calcinha. Ele me olhava de um jeito extremamente selvagem. Fui descendo, sentindo-o entrar quente e rijo dentro de mim. Não conseguia mais segurar os gemidos e ouvia os dele junto com a respiração acelerada. Ele estava todo dentro de mim, um caminho sem volta. Daí pra frente só sentíamos a ânsia violenta dos corpos na busca da satisfação. Ele segurava minha cintura com uma força incrível, movimentando meu quadril e me beijando. Em certa altura, ele deitou o banco do passageiro. Entendendo o que ele queria, rapidamente passei para o outro banco e ele veio por cima de mim, abriu minhas pernas e com um beijo de tirar o fôlego me penetrou com força. Indescritível o êxtase de sentir seu corpo pressionando o meu, suas mãos me segurando, me apertando, senti-lo me penetrando com força e me beijando com carinho, seus movimentos ficando cada vez mais rápidos.
Em uma mistura de suspiros e gemidos, com os olhos fixos em mim, senti seu gozo quente invadir meu corpo, provocando o meu cheio de espasmos de prazer. Ficamos um tempo assim, imóveis.
--- Quem diria... --- disse ele --- você esperava por isso? Nem eu.
Vestimos as roupas e retomamos minha carona como se no meio do caminho tivéssemos sobrevivido a um furacão. O que não deixa de ser metaforicamente verdade. Nos despedimos com um beijo e cada um seguiu seu caminho. Nos encontramos depois, na faculdade e é engraçado ver como ambos encaramos tudo como uma simples carona e de vez em quando trocamos olhares cúmplices. Quem sabe um dia repetimos a dose...
LOLITA – Lolita é o pseudônimo da escritor Suzana Naihara Fernandes Pereira Silva, que é forma em Letras pela UCB, Cidade Ocidental – Goiás. Ela reúne suas poesias e textos eróticos no Recanto das Letras.
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quarta-feira, setembro 16, 2009
LADY M
Imagem: A almofada vermelha pintura digital vetorial (Flash) 32x45 cm, de João Werner.
OS VERSOS PICANTES DA LADY M
ASTROLÁBIO
Tua língua, hábil instrumento...
Usa-a com precisão
Mapeando os astros, presentes na imensidão do céu do meu desejo
Descobre no recôndito do meu corpo galáxias a serem exploradas
Astros que lampejam luz, excitantes faíscam...
P.a.c.i.e.n.t.e.m.e.n.t.e explora...
Entro em um voraz desvario que me consome... E assim...
Todos os novos astros que descobre têm apenas um nome: ‘Prazer’
TEU CORPO EM MEUS BRAÇOS
Observo-te dormindo - nu em nossa cama -
entre os lençóis amarfanhados pelos nossos corpos
Um arrepio eriça minha pele, me deixa em chamas
só por olhar-te. Tenho uma idéia insana...
Lentamente acaricio teu corpo cheio de sono
Nem assim te mexes – pareces um anjo -
Arranho-te levemente com minhas longas unhas...
- Gata no cio que ronrona a provocar o macho –
Beijo tua nuca, orelhas... Banho-te com a língua quente
- Sorris ainda com os olhos fechados -
Descubro-te do lençol para cobrir-te com meu corpo
Aos poucos despertas e fundes teu corpo ao meu...
Mordes minha boca, meu corpo, e meu desejo todo
Invade-me a intimidade com força - Desvario puro!
Depois do transe, voltas a dormir extenuado
- Teu corpo em meus [a]braços -
POESIA ASSANHADA
Minha poesia quer fazer um 69 com seus versos.
Quer saboreá-los em riste, descobrindo seu gosto.
Ser penetrada por seu verso ardente... Com urgência...
Minha poesia quer deliciar-se com suas metáforas.
Sem medo de ser devorada por seu swing canibal.
Quer embrenhar-se nas suas palavras lascivas...
Minha poesia quer um sexo primitivo com seu poema obscuro...
Quer morder o tesão provocante dos seus pontos de interrogação.
Na vã tentativa de ser desvendado, seu olhar grita... De desejo!
Minha poesia serpenteia pelos teus versos.
Sedenta desse manancial de prazer.
Que emana das tuas sílabas poéticas...
Minha poesia se despe.
De todos os preconceitos e tabus.
Entrega-se nua... Mas perfumada...
Quer ser possuída com amor... Paixão...
Que perdure pela eternidade!
VOU TE DEIXAR.... LOUCO!
Vou te deixar
Louco de desejo
Doido por meu corpo
Ansiando por meus beijos
Vou te deixar
Embriagado com meu cheiro
Molhado com minha essência...
Naquele quarto de motel
Vou te deixar
Excitado até o último fio de cabelo
Com a pele arrepiada
Desvairado por tomar-me nos braços
Vou te deixar
Uma tatuagem feita com a língua em chamas
Nesse corpo que clama
Gritando com o olhar...
E quando amarrado na cama
Implora por penetrar meus recantos mais íntimos...
Vou te deixar, amalgamado ao meu corpo...
Pra sempre...
CHEIRO DE SEXO, AMORA E CHOCOLATE
O teu Cheiro
É aquele cheiro de amora e chocolate
Daquela tarde quente na minha cozinha
O teu cheiro me invade
E alucina
Esse cheiro é de sexo
Amor
Cor
E sabor
Teu cheiro e teu sabor
Inesquecíveis
Ao calor de uma tarde quente!
MEU ALUNO GOSTOSO
Diz que me quer como professora de línguas...
Bem, meu currículo é vasto e meu preço é alto.
Pagará com noites cheias de tesão sem descanso...?
Saberá aprender de modo lúdico
a língua que quer que eu ensine a você...?
A linguagem dos corpos, sedentos e em desvario...
Os beijos quentes, sugados e alucinantes...
Eu fêmea no cio...
Conseguirá aplacar meu fogo?
Terá que exercitar muito a língua,
em exercícios constantes, profundos e penetrantes...
Memorizá-los e saber identificar
os movimentos desse linguajar excitante...
Quando quer começar...?
...
OFIOFILIA SEXUAL
Eu: a presa
Você: a serpente
Morrer pra sentir-me viva...
DE OLHOS VENDADOS
De olhos vendados
A sensação...
A percepção tátil aumenta...
Não vejo, apenas sinto...
Sua boca na minha vulva.
Que tortura!
Suga, enlouquece...
Morde, belisca, invade, penetra...
É um degustador cheio de gula...
E pra não deixar minha boca
Apenas salivando,
Traz na sua meu gosto...
Me beija, sinto meu gosto de fêmea...
_E-n-t-o-r-p-e-c-e-n-t-e_
Desce, vai escravizando meu sexo...
E quando gozo em sua boca,
Bebe,
Se lambuza,
Mas nunca se farta...
INCÊNDIO
Mulher como eu não nega fogo
Venha logo que apago o teu
Sem nenhum tipo de jogo.
EXPLORAÇÃO SEXUAL
Eu: arqueóloga
Seu corpo: o sítio
Tesouro a desvendar...
SEXO ANIMAL
Eu: a amazona
Você: meu corcel
Cavalgada em busca do prazer...
SEXO COM ANJO DO INFERNO
Diz que me quer...
Então cedo...
Todo meu desejo e tesão
Na banheira, ou no chão...
Tudo deixará de ser sonho
Quando sentires
A quentura sugada
Da minha boca, minha fome insaciável...
Já me disseram que tenho sexo de anjo do inferno
É verdade...Por isso nunca me satisfaço...
Seja rápido, aproveite ao máximo
Porque como miragem eu logo parto!
LADY M (por ela mesma) - LadyM é uma personagem [criada por M. escritora amadora]. Nasceu no Brasil porém atualmente vive em Londres. É uma Mulher de 30 anos...Não tem papas na língua. Fala o que bem entende sem medo de machucar a quem quer que seja... "I'm Dangerous!" Adoro sexo... Sou louca e lasciva... Cheia de tesão e sem tabus... Dona de personalidade forte... Inteligente... Muito irreverente... Sou atraente... Sedutoramente envolvente... Mas odeio homem que mente! About me... I'm a woman who dreams too much, living between reality and dream. Living between the fiction and the reason. I love him very much, I'm very passionate. I have a man who reigns in my heart. My thoughts are for him, my kisses to your mouth, my fire to heat it. Ela publica seus textos no blog SEGUNDAS INTENÇÕES e no Recanto das Letras.
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terça-feira, setembro 08, 2009
ANA TERRA
Imagem: Woman, do pintor surrealista belga René François Ghislain Magritte (1898-1967)
HOMENS
Por Ana Terra
Vivências e memórias de uma poetisa e letrista da MPB.
Homens, melhor tê-los. E aprender com eles o que nos ensinaram por meio da poesia, da literatura, das artes, quando dominavam sozinhos esses territórios. O amor romântico é uma invenção do masculino. Fruto da inteligência emocional para tornar menos árida a luta pela sobrevivência e a reprodução da espécie. Afinal, o que fazer no intervalo entre um ato sexual e outro? Como me ensinou um amigo: quem ama é o homem, a mulher confia.
Mas há os desencontros, desacertos e uma grande discussão entre natureza e cultura, como se os humanos não fossem filhos dos dois. E agora a nova lei que equipara abuso a estupro, para o bem e para o mal.
Homens não são objeto de desejo das feministas radicais de gênero, que acreditam ser o órgão sexual do homem, assim como o machado, uma arma utilizada desde a pré-história para atemorizar as mulheres e mantê-las sob seu jugo. E que toda sedução masculina é um estupro, só que alguns homens se dão ao trabalho de comprar uma garrafa de vinho.
A teoria oficial do estupro, nos Estados Unidos, originou-se no livro de Susan Brownmiller, Against our Will (Contra nossa vontade), lançado em 1975, que apresenta o estupro como crime de violência e não de sexo.
A doutrina do “bom selvagem”, aliada à percepção da década de 1960, quando o sexo deixa de ser visto como sujo e passa a ser encarado como natural, e como o que é natural é bom, o estupro sendo um mal não teria vinculação com o sexo. Como se o sexo não fosse também cultural e um tsunami fosse bom porque é um fenômeno da natureza.
A idéia das feministas passa a ser uma avaliação consensual e, em 1993, a Organização das Nações Unidas (ONU) declara: “O estupro é um abuso de poder e controle no qual o estuprador tenciona humilhar, envergonhar, embaraçar, degradar e aterrorizar a vítima.”
Essa idéia foi posta em dúvida quando, em 2000, é publicado A natural of rape, do biólogo Randy Thornhill e do antropólogo Craig Palmer. A lógica apresentada na pesquisa é que havendo possibilidade de procriação, mesmo que pequena, poderia ser uma “tática oportunista”, uma ação selecionada, e não excluída, do processo de seleção natural. “Ou poderia ser subproduto de duas outras características da mente masculina: o desejo por sexo e a capacidade de praticar violência oportunista para atingir um objetivo.”
Esses cientistas não apresentam nenhuma justificativa moral para o estupro, pelo contrário, apresentam cenários onde haveria maiores possibilidades de ocorrência e fazem sugestões para evitá-lo. Também sugerem que a aversão das mulheres ao sexo forçado teria origem na sua natureza biológica: a fêmea é que escolhe o macho para copular, selecionando os genes que desejam para dar continuidade à espécie. Essas idéias incendiaram o campo feminista e a crítica em geral: os autores haviam desrespeitado um tabu.
A questão principal que se apresenta é que se o estupro e sua proibição estão presentes em todas as sociedades humanas, o que pode ser feito para diminuir sua ocorrência?
Legislação com graves punições é uma óbvia medida, afinal o papel da cultura é afastar o homem de sua natureza animal e instituir regras civilizatórias. Quando os laços da civilização se afrouxam, no caso de guerras e ausência do Estado, o estupro é uma prática muito mais frequente do que gostaríamos de supor. Assim como a tortura, amplamente divulgada, infringida por soldados americanos, homens e mulheres, a prisioneiros iraquianos, por exemplo.
A relação sexual evidentemente deve ser consensual mas, excluindo os casos praticados por psicopatas e os de guerra (considerando-os uma patologia coletiva), até onde pode ser razoável atribuir toda responsabilidade ao homem?
Quando depois de aceitar o jogo de sedução, uma mulher concorda em ir para o quarto de um homem? Temos o famoso caso do lutador Mike Tyson que rendeu uma boa indenização à vítima e cadeia para o acusado. Neste, como em tantos outros, não existiria um consentimento implícito da mulher? Não podermos desconsiderar o puritanismo da sociedade americana e a consequente hipocrisia, além da indústria de indenizações, que é uma instituição naquele país.
No oposto ao puritanismo, o que dizer dos bailes funk do Rio de Janeiro onde se praticam, pública e anonimamente múltiplos “estupros consentidos”? E o que pensar do argumento que justifica a violência como expressão legítima dessas comunidades?
E por que não se discute seriamente a precoce erotização das crianças pelos programas infantis da televisão. E por que confundi-los com a prática em voga de dar “selinho” e dizer “eu te amo”, como se essas expressões fossem destituídas do erotismo que, na verdade, contêm? O ato sexual é para adultos. Às crianças deve-se permitir a infância. E todas as fantasias que lhes cabe em suas mentes infantis. E não as nossas. Será que para elas um tapinha não dói?
6/9/2009. Fonte: ViaPolítica/A autora
Referências:
Pinter, Steven. Tábula rasa - A negação contemporânea da natureza humana. São Paulo, Companhia das Letras, 2004. Cap. 18: Gênero
ANA TERRA – Ana Terra é compositora profissional desde 1975 e tem cerca de 100 gravações de obras musicais com letras de sua autoria, como Elis Regina - “Essa Mulher”, “Pé sem Cabeça”, “Sai Dessa”. Milton Nascimento e Nana Caymmi - “Meu Menino”. Maria Bethânia -“Da Cor Brasileira. Emílio Santiago - “Ensaios de amor” e “É só uma canção”. Barão Vermelho e Ângela Rô Rô - “Amor meu grande amor”. Elton Medeiros - “Virando Pó”, “Direito à vida”, “Mãe e Filha”. Sueli Costa e Lucinha Lins - “Insana”, “Minha Arte”. Dori Caymmi, Leila Pinheiro e Renata Arruda - “Essa Mulher”. Lisa Ono - “Os dois”, “Eu sou carioca”, “Diz a Ela”, “Essência”. Mart’nália - “Sai Dessa”. Publicou os livros Letras e Canções (poesia) e Estrela (prosa). Recebeu prêmio do Ministério da Cultura pelo roteiro original do longa-metragem Os Campos de São Jorge. Produz e dirige audiovisuais e tem peças de teatro inéditas. Ao lado da criação artística, atua como ativista política desde os anos 1970, participando do movimento independente das artes, da implantação do canal comunitário de Niterói, dos fóruns de música. Em 2004 foi tema do documentário Ana Terra, do cineasta Luiz Rosemberg Filho. Veja a entrevista de Ana Terra pro Guia de Poesia.
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sexta-feira, setembro 04, 2009
MENINA AZUL
Imagem: Foto de Derinha Rocha
PROVOCAÇÃO
Luiz Alberto Machado
Naquela manhã meus olhos flagraram o frêmito dos seios dela tremulando dentro da sua blusa decotada e ela sequer desconfiava o quanto a amava por inteiro, a desejava além da vida e da morte, a venerava além do querer e poder e persigo e persevero e a quero comigo para sempre e a todo momento.
Ela a minha anfitriã que amo e ela pensa que não, insegura e dando o melhor de si só por dar e por amar num pirão que o meu mar engrossa e eu raspo a panela de todas as suas deliciosas emanações.
O seu jeito lindo de ser era mais que sensacional com um encanto pronunciado na exibição daquelas duas frutas saborosas mexendo-se a cada movimentada de seu corpo nos afazeres domésticos.
Ela inteiramente dedicada à labuta enquanto eu fazia juras silenciosas de amor e paixão por ela.
Ela remexendo inocente e eu fazendo estréia da cobiça buscando os agasalhos do seu corpo.
Havia poucas horas da nossa chegada, mas ela logo se dedicara às arrumações colocando suas vestes sumárias, provocando instantaneamente em mim o vuque-vique de seus caprichos corporais: era o tempo do cozimento e eu fervendo imaginando a nossa gangorra.
E eu me deliciando qual voyer descarado imaginando suas curvas, remexidos, sensualidade, tudo dela ao meu dispor.
Ali eu me continha fazendo um esforço danado para agarrá-la atrapalhando sua diligência.
Mas, a cada olhadela, eu suava frio e tudo desembocava ventre abaixo se avolumando nas minhas partes baixas só para fazer-lhe um parque de diversão além do que eu podia dar.
Era a explosão do amor na paixão mais medonha que eu já tivera oportunidade de viver.
Era a paixão mais devastadora de todas.
E ao lado de uma tesão que surgia inopinadamente para consagrá-la integralmente dona do meu coração.
Com isso eu me insinuava aproximando-me o máximo que podia de sua dedicada atuação na limpeza da cozinha.
Cada sacudidela dela no arremate das funções, mais eu me achegava lambendo os beiços e atacando sutilmente suas intimidades, roçando-lhe a nuca, as reentrâncias, o osso do mucumbu, enfeitiçando-lhe para arrancar os seus suspiros mais vibrantes e a deixá-la minando de emoção.
Ela ainda sequer tinha a mínima idéia da minha mais absoluta paixão.
Quanto mais amava, mais queria e queria.
Era ela, sim, ela, tudo o que sempre quis e passaria a querer dali por diante.
Com os meus ardis em pauta mais procurava domá-la nas intenções mais safadas a ponto de apoderar-me por inteiro de todo seu desejo, seu corpo e alma.
Dominada, ela se entregava como quem dar-se ao carrasco.
E eu deliciosamente sorvia cada bocado de sua mais extremada emanação corpórea e anímica.
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quinta-feira, setembro 03, 2009
PAULA LEE
Imagem: xXx de Pedro Gonçalves.
UM SONETO E DOIS CONTOS DA AMANTE PROFISSIONAL PORTUGUESA PAULA LEE
SONETO
Pelo meu corpo as mãos passeiam macias
relaxo, viajo, estou quase dormente
paraíso achado, sem mapas, nem guias
sem regras, sem horas e sem expediente.
As mãos que outrora estiveram tão frias
agora aquecidas estão indecentes
apalpa, escorrega, me acaricia
e descobre o prazer já tão iminente.
Quando menos espero ele me enfia
o pênis - e me segura pela bacia
o meu corpo segue o seu, obediente.
Meu corpo em desejos já se pronuncia
Gritos, gozos, convertem-se em calmaria
E o que resta agora é paz, somente.
FOSTE UMA DAS MINHAS MELHORES FODAS
Tenho 19 anos e sempre quis ir para a cama com o João, um militar de 28. É melhor amigo do meu irmão, e por isso trata-me como se eu fosse uma criança.
Apesar das minhas investidas, inúmeras, ele não se atreve a ir comigo para a cama, por causa da bendita amizade.
Lourdes, a minha melhor amiga, já havia tido sexo com ele. Fizemos um pacto de que não destruiríamos a nossa amizade por causa de homem. Caso encontrássemos alguém a sério, por quem estivéssemos apaixonadas e cegas de desejo por uma vida conjunta, alguém por quem sentíssemos uma reciprocidade a nível sentimental, diríamos à outra, e aí não haveriam divisões ou concessões. Confessávamos aberta e liberalmente os nossos desejos e fantasias em relação ao João, sem sentir que a outra seria uma ameaça. Se existisse um homem que não se pudesse ter por inteiro, dividiríamos a metade. Como o João só me olhava como se eu fosse uma criança, era natural que a Lourdes fosse a primeira. Fiz com que ela me contasse todos os detalhes. Ela andou muito eufórica durante alguns dias, mas depois confessou-se um pouco desiludida e não queria tocar no assunto. Na última semana ela apenas tinha me ligado a dizer: “Agora é a sua vez.” O João deve ter perdido a graça para ela. A Lourdes costumava perder o desejo pelos homens, depois que conseguia levá-los para a cama. Apesar de ser cinco anos mais velha que eu, dizia nunca ter se apaixonado. “Eu não acredito em amor, pois não consigo acreditar em nada que eu não possa tocar” – era a sua afirmação de praxe, que usava para justificar que o sexo para ela era uma espécie de sentimento. Nunca acreditei que seria assim para sempre. Um dia ela experimentaria o amor, mas, quando isso acontecesse, talvez ela não me contasse, por ser dominadora e não gostar de se sentir frágil ou vulnerável.
Eu já tinha percebido: o João era um homem mulherengo, do tipo que gosta muito de sexo. Estava sempre a sair com várias mulheres. Era casado há apenas dois anos, mas isso não impedia seu louco desejo de experimentar novas ratas. Não era o tipo de homem que inventa que é solteiro, ou que conta que a mulher está acamada, em estado terminal. É o tipo de homem que, se você o conhece de forma diferente da familiar qual o conheci, te diz que é casado mesmo, mas gosta de sexo e quer ir contigo para a cama. E termina a frase com uma pergunta simples e directa: "Topas?" Não consigo imaginá-lo a levar um "não" como resposta, também porque, o João é um homem irresistível. Tem 1.80m, cabelo escuro, olhos castanhos enigmáticos, e um corpo muito bem definido. Alinha-se como uma espécie de homem que gosta de seduzir, e parece estar a fazê-lo todo o tempo. Um dia ouvi uma conversa em que ele contava para o meu irmão que a situação estava um pouco complicada, porque uma mulher com quem tinha saído estava apaixonada por ele. “Eu não represento nada para você?” – era o que ela parecia ter-lhe dito, aos prantos. Mas a sua resposta não havia deixado margem de dúvidas de que ele não queria nada mais além de sexo: “Sim, claro que representas. Foste uma das minhas melhores fodas.”
Já tinha apreciado seu belo corpo na piscina, todo molhado e bronzeado, mas toda a família e amigos estavam reunidos, e não tive oportunidade de abordá-lo.
Pobre João…Ele ainda não sabe que eu consigo tudo o que quero! Peguei uns dvds no quarto do meu irmão e resolvi ir até o seu apartamento. Quando cheguei, quem abre a porta é a Sofia, sua esposa. Calculei mal a hora; pensava que ela já tinha saído, pois tinha marcação feita no salão da minha irmã, e pelos vistos demoraria, já que reservou hora para fazer cabelo e depilação. Eu disse que tinha uns dvds para entregar ao João. “Deixe comigo que eu entrego.” – ela interpelou. “Mas ele não está em casa? É que não tenho bem certeza se são esses, e quero ver se não está algum a mais.” – foi o que eu consegui inventar na hora. Deu um grito no João para que ele se despachasse, informando brevemente que eu tinha que entregar-lhe umas coisas. Pediu desculpas porque estava de saída, mas disse que eu aguardasse na sala, porque ele estava no banho. Despediu-se de mim e saiu. Fui até a janela e vi-a arrancar com o carro. Contei dez segundos e subi para o quarto deles.
Ele acabava de sair do banho, vestindo apenas numa toalha branca, amarrada na cintura. Fez uma cara de espanto inicial, mas depois já não parecia preocupado com a minha presença. Receoso talvez, porque sabia que sempre que eu estava por perto era sinal de que eu tentaria seduzi-lo. Sentou-se numa poltrona cor de vinho que estava na frente da cama, puxou por um cigarro, e perguntou: "O que mesmo você disse que tinha que me entregar?" Tirei o meu vestido e sentei-me em cima do seu colo, apenas vestindo uma cueca fio dental. Senti o pau dele crescer debaixo de mim. "A minha virgindade" - respondi.
- Mas eu já te disse que contigo eu não vou para a cama. Sou o melhor amigo do seu irmão. Eu prometi-lhe que serias a única mulher com quem eu não iria para a cama. – e deu uma tragada longa, colocando o cigarro no cinzeiro.
- És o melhor amigo dele; não vais para a cama com ele.
- Não seja malcriada… Eu posso ir para a cama com todas as mulheres que eu quiser, mas não vou estragar a minha amizade com seu irmão por causa disso…
- Meu irmão não precisa de saber. Fica sendo um segredinho nosso… - eu falei meiguinha com voz de gato. – Veja bem… Você me quer que eu sei. E não adianta esconder a verdade, porque o Joãozinho não te deixa mentir. – E desfiz o nó da toalha, colocando o pau dele pra fora, erecto e cheirando a xampu. – Veja só como eu estou nervosa por estar aqui contigo…- falei mansinho, pegando na sua mão e colocando-a no meu peito esquerdo, nu e rijo. – Sente as batidas do meu coração? E não é só o meu coração que está assim. - Puxei minha cueca para o lado e mostrei minha rata. – Está vendo? Ela está ansiosa para encontrar com o Joãozinho, que está aí, bem na minha frente. Vem cá… Me dá a sua mão… Sente como ela está molhadinha? Já estou sentindo-a inchar por dentro, de tanto desejo… Parece que meu coração está agora dentro dela, pulsando, cada vez mais forte. Acho que vou explodir se o Joãozinho não cuidar dela. Agora seja um bom menino e faça o que tem que fazer. – ordenei num tom suave e insinuador.
Ele calou-se, pois não teria mais como resistir. Puxou o resto da toalha para o lado e meteu o seu pénis dentro de mim. Ele deve ter sentido que eu mentia em relação à virgindade, mas possivelmente não estava a se preocupar com isso naquele instante. Como já estava dentro, agora não ia parar antes do objectivo final. Beijou-me na boca intensamente. Brincou com a ponta da língua nos meus seios, depois pegou-os com as mãos e começou a beijá-los, a chupá-los, quase mesmo a sugá-los para dentro da sua boca. Beijou-me o pescoço e deu uma lambidela na minha orelha. Continuamos metendo ali sentados no sofá, suas mãos ora tocavam meu rabo, ora segurava na minha cintura, e ele ficava dizendo o quanto eu era apertadinha e gostosa. “Me chama de sua putinha” – pedi. “Arranca meu cabacinho todo!” Era tanto desejo que eu sentia, era tanto tempo que eu queria aquela foda, que nesse momento eu já estava a ter meu primeiro orgasmo. Ele notou que eu estava completamente molhada, e chegou o rabo um pouco mais para a frente no sofá, permitindo que eu passasse os meus pés em volta das suas costas. O movimento ficou mais sincronizado e nossos corpos ficavam cada vez mais juntos. O sofá parecia se mover junto com a gente, e já quase chegava na cama. Levantou-se do sofá, me levando junto, ainda com as minhas pernas em volta das suas costas. Continuou me metendo de pé, e depois deitou-me na sua cama, que ainda estava desfeita, e continuou a penetrar-me, chamando-me nomes e suspirando. Depois saiu e tirou a minha cueca, que possivelmente já deveria estar a incomodá-lo. Colocou-me de quatro na beirada da cama, e ficou de pé do lado de fora. Começou a meter de novo na minha rata, segurando-me pelas ancas e dizendo: “Sua putinha deliciosa! Toma todo o meu pau, toma!” Vez ou outra dava-me tapinhas no rabo, e continuava no movimento de vai e vem, até que ele gritou: “Ahhhhh. Estou quase… Quase… Qu… Hum…” E senti ele tremer, e o pau dele a latejar dentro de mim.
Ficamos ali deitados na cama. Olhamos um para o outro, como dois namoradinhos, e de repente vi no seu olhar que ele parecia encabulado. Depois levantei-me e pedi que me emprestasse uma toalha. Entrei no quarto nua, depois de um duche rápido, e ele ainda estava deitado, a olhar-me e sem dizer muitas palavras. Peguei na minha cueca e coloquei dentro da minha bolsa, pois ela estava completamente molhada.
Ele não havia conseguido ser fiel ao seu melhor amigo, mas eu tinha sido fiel à minha. Ele viu-me a sair sem cuecas e sem palavras, mas antes de fechar a porta eu disse:
- Foste uma das minhas melhores fodas.
Foto: sem título de Pedro Gonçalves.
GOSTO DOS TÍMIDOS
Nada me excita mais do que um homem tímido. Desde a escola era assim. Os tímidos eram caçoados pelos outros homens, mais espertos e aventureiros. Certa vez o Artur, um rapazito muito tímido, o mais inteligente da classe, de óculos de grau e sempre cabisbaixo, era humilhado por esses rapazes, que diziam que ele seria gay. Jogavam os seus livros no chão, e pressionavam para que ele confessasse sua homossexualidade. Ele mal pronunciava as palavras, de tanto que tremia e gaguejava. Cheguei e pus-me no meio da conversa, para saber o que acontecia. Logo me olharam, pois todos eles me desejavam, sem nunca ter conseguido nada comigo. Mas eu não lhes dei atenção. Fui até o Artur e dei-lhe um grande beijo na boca, e depois disse: “Adorei a nossa noite de ontem. Estou ansiosa para repeti-la”. Desde então ganharam respeito pelo Artur. O Artur veio agradecer-me pela mentirinha, e viramos grandes amigos. Até tive vontade de ir para a cama com ele, mas a nossa amizade havia virado algo mais importante que o tesão.
Os garanhões estão literalmente riscados da minha lista. Já estive com alguns, mas sempre me decepcionaram. Fazem todo aquele jogo de sedução, mas depois, quando acham que já me têm, esquecem de todas as boas maneiras iniciais.
Mas eu gosto é de seduzir, e não de ser seduzida. Não vou à caça dos meus homens nos lugares mais badalados, como as discotecas, festas ou na praia.
Minhas presas geralmente frequentam bibliotecas, livrarias, sarais de poesia, ou se escondem com um nick suspeito na Internet.
O Gabriel eu conheci num ambiente em que eu não esperava conhecer ninguém razoavelmente interessante. Foi numa discoteca. Possivelmente levaram-no amarrado. Eu observava de longe, sentada no bar. Ele parecia ser diferente de todos os outros. Até parecia tentar agradar, mas não se encaixava no ambiente. Levaram-no para a pista, mas ele não sabia dançar, e voltou para a mesa quando notou que estaria sendo ridículo. Olhava muitas vezes para o relógio. Dois dos seus amigos voltaram para a mesa com mais duas miúdas. Beijavam-nas e apalpavam-lhes os rabos, na sua frente, e eu via que ele ficava constrangido. Três dos outros rapazes ainda estavam na pista de dança, à caça. Um deles aproximou-se de mim, e começou a lançar conversa. Qual o seu nome? Sua idade? Onde moras? Vens sempre aqui?... Ele bombardeou-me de perguntas, até dizer que eu era muito gira e que gostaria de me dar uns beijos. “Na verdade…” – eu comecei. “Estou interessada num amigo seu.” Ele ficou parado, chocado, e quis logo perguntar qual deles. “Daqui a pouco vou até a sua mesa e te mostro.” – eu disse. Ele foi para a pista, e começou a falar com os amigos e a apontar para mim. Todos foram para a mesa. Acabei de beber o meu drink. Levantei-me e fui até lá. Sentei-me do lado do menino tímido e disse, abraçando minha mão no seu ombro: “É esse que eu quero.” Vi várias bocas abrirem na minha frente. Convidei-o para beber no balcão comigo. Ele ficou confuso, mas foi, talvez porque qualquer coisa seria melhor do que estar junto daquele montão de marmanjos, que só queriam intimidá-lo.
- Por que você me chamou aqui? – ele perguntou-me depois de um longo silêncio.
- Porque gostei de ti.
- Foi meus amigos que te pediram para me pregar uma peça, não foi? Pois se foi…
- Ei… - eu interrompi. – Seus amigos não têm nada a ver com isso. Nem os conheço, nem quero conhecer. Gostei de ti, e é você que eu quero.
- Mas por quê? – ele corou.
- Porque só gosto de homens tímidos.
Ele deu um gole no whisky fazendo careta. Tinha 26 anos, mas não parecia nada experiente. Todo aquele ambiente parecia contrastar com a sua postura reservada, quase acanhada.
A música mudava, e só víamos pessoas a balançar a cabeça no meio da pista. Alguns já bêbados, pareciam tocar guitarras e baterias invisíveis.
- Vamos sair daqui. – eu disse-lhe.
- Para onde?
- Importa?
Levei-o para a minha casa. Sentei-me no sofá e indiquei que se sentasse, e estive a observar o seu silêncio.
Descalcei as botas, e estive a brincar com os meus pés nas suas pernas. Ele parecia tremer.
- Tens medo de mim?
- Não, não é isso.
- Então é o quê?
- Na verdade… nunca imaginei que estaria com uma mulher como você.
- Então não imagina nada… Deixa acontecer…
- Não sei o que fazer.
- Não precisa… Deixa que eu faço tudo.
Sentei-me no seu colo. Tirei minha roupa de cima e fiquei com meus dois seios nus, bem à frente dos seus olhos. Parecia que ele estaria vendo uns seios, ao vivo, pela primeira vez na vida. Peguei nas suas mãos e coloquei em cima deles, devagar.
- Vês? Pode tocar…
Ele tocava, apertava, como se experimentasse pela primeira vez, como se fosse comprovar que eles eram mesmo reais. Meus biquinhos rosados ficavam excitados, como se estivessem com frio.
- Também podes colocá-los na sua boca… - eu sugeri, já chegando os meus peitos bem perto dos seus lábios.
Ele chupou, como um bezerro desmamado. Eu tirava uma mama e colocava a outra, bem devagarinho. Ele foi ganhando o jeito, e chupando uma enquanto acariciava a outra com a mão.
Senti o seu cacete crescer, bem debaixo da minha cona. Minha xota parecia ferver, de tanto desejo.
Tirei sua camisa. e encostei meus seios, rijos, quentes e molhados pela sua saliva, no seu.
- Gostas? – perguntei.
- Muito. – ele respondeu, quase a gaguejar.
Desencostei-me e saí do seu colo. Abaixei e tirei seus sapatos. Continuei de joelhos e abri o zíper da sua calça. Senti suas pernas contraírem. Deixei que ele continuasse de calça, mas coloquei o seu pau para fora. Senti que ele tinha vergonha de expor o seu membro para uma quase desconhecida, e eu disse para que não tivesse medo, pois seria muito bom. Acariciei seu pau com as minhas mãos, ágeis e delicadas.
Abandonei seu mastro, e sentei bem ao seu lado no sofá, lançando-lhe um olhar sedutor, ameaçador, traiçoeiro e misterioso. Tirei a meia calça, e depois, bem devagar, fui arrancando minha cueca. Continuei com a saia. Sentei em cima do seu instrumento, sem meter, apenas para que ele sentisse o calor da minha cona. Depois virei de posição, sentando com o rabo no seu pénis, deixando-o bem no meio do meu rego, e deitando minhas costas no seu tronco nu. Peguei nas suas mãos e coloquei novamente nos meus seios. Estive a rebolar por cima dele, seguindo os movimentos circulares das suas mãos. Coloquei uma das suas mãos na minha cona, por baixo da saia, para que ele sentisse com os dedos o que sentiria com o pénis, metido dentro dela, alguns minutos depois. Enfiei um dedinho dele na minha coninha, e ele conseguiu notar o quanto já estava molhada.
Tirei seu dedinho e levantei-me novamente. Nesse instante ele já se sentia um bonequinho, que não sabia o que eu faria a seguir. Pus-me de joelhos, e coloquei o seu pirilau na minha boca. Coloquei-o todo lá dentro, e ia subindo e descendo. Ele começou a gemer. Parei o broche, começando a dar beijinhos no seu cacete, e a lambê-lo com a ponta da língua. Passei a língua nas laterais e depois enfiei-o todo na minha boca, novamente, num golpe de misericórdia. Levantei-me e abri o zíper da minha saia, deixando-a cair. Arranquei-lhe as calças e os boxers. Peguei um preservativo na minha bolsa, e ensinei-o a colocar. Sentei no seu colo, mirando o seu pau no meu buraquinho. Fui descendo bem devagar, de modo a sentir cada centímetro a entrar. “Vamos brincar de elevador…” – eu disse, marota. Quando eu cheguei no fundo, ele gemeu. Continuei rebolando, subindo e descendo.
PAULA LEE – A escritora, blogueira e amante profissional portuguesa, Paula Lee (ou Paulinha para os íntimos), mora em Lisboa e é terapeuta sexual, se diz loura de 27 anos de idade, meiga, educada e discreta. Ela foi operadora de linhas eróticas, fez circuito nas boites e é massagista profissional. É autora dos livros “Alugo o meu corpo”, “O dobro e a metade” e “Sexo não rima com nexo”. Para ela, ser prostituta se resume em receber a massa e abrir as pernas. Ser amante profissional "[...} envolve todo um trabalho terapêutico, que por acaso envolve sexo, e que consiste em muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto deverei abrir as pernas. Envolve carinho e principalmente respeito pelo ser humano, suas carências, suas fragilidades, seus desejos e suas limitações. Entre quatro paredes, pelo menos por alguns instantes, na minha cama que também serve de divã, um cliente se torna um homem livre". Ela edita o site Amante Profissional e o blog Amante Profissional.
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PABLO NERUDA
Imagem: Diana and Callisto, 1525, do pintor da Alta Renascença italiana, Jacopo Palma il Vecchio (ca.1480-1528)
OS ERÓTICOS POEMAS DE PABLO NERUDA
CAVALHEIRO SÓ
Os jovens homossexuais e as mocinhas amorosas,
E as longas viúvas que sofrem de insônia delirante,
E as jovens senhoras há trinta horas emprenhadas,
E os gatos roufenhos que atravessam meu jardim em trevas,
Como um colar de palpitantes ostras sexuais
Rodeiam minha casa solitária,
Inimigos jurados de minha alma,
Conspiradores em traje de dormir,
Que trocaram a senha grandes beijos espessos.
O verão radiante conduz os namorados
Em uniformes regimentos melancólicos
Feitos de gordos magros e alegres tristes pares:
Sob os coqueiros elegantes, junto ao mar e à lua,
Há uma vida continua de calças e galinhas,
Um rumor de meias de seda acariciadas,
E seios femininos a brilhar como dois olhos.
O pequeno empregado, depois de tanta coisa,
Depois do tédio semanal e das novelas lidas na cama toda noite,
Seduziu sua vizinha inapelavelmente
E a leva agora a cinemas miseráveis
Onde os herois são porcos ou são príncipes apaixonados
E lhe acaricia as pernas, véu macio,
Com suas mãos ardentes, úmidas que cheiram a cigarro.
As tardes do sedutor e as noites dos esposos
Se unem, dois lençóis que se sepultam,
E as horas de após almoço em que os jovens estudantes
E as jovens estudantes, e os padres se masturbam,
E os animais fornicam sem rodeios
E as abelhas cheiram a sangue e zumbem coléricas as moscas,
E os primos brincam de estranho jeito com as primas,
E os médicos olham com fúria o marido da jovem paciente,
E as horas da manhã nas quais, como que por descuido, o professor
Cumpre os seus deveres conjugais e desjejua,
E inda mais os adúlteros, que com amor verdadeiro se amam
Sobre leitos altos, amplos como embarcações:
Seguramente, eternamente me rodeia
Este respiratório e enredado grande bosque
Com grandes flores e com dentaduras
E raízes negras em forma de unhas e sapatos.
OS TEUS PÉS
Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouo levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
MULHER
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e
dois corpos por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos ténues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo nocturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
O INSETO
Das tuas ancas aos teus pés
quero fazer uma longa viagem.
Sou mais pequeno que um inseto.
Percorro estas colinas,
são da cor da aveia,
têm trilhos estreitos
que só eu conheço,
centimetros queimados,
pálidas perspectivas.
Há aqui um monte.
Nunca dele sairei.
Oh que musgo gigante!
E uma cratera, uma rosa
de fogo humedecido!
Pelas tuas pernas desço
tecendo uma espiral
ou adormecendo na viagem
e alcanço os teus joelhos
duma dureza redonda
como os ásperos cumes
dum claro continente.
Para teus pés resvalo
para as oito aberturas
dos teus dedos agudos,
lentos, peninsulares,
e deles para o vazio
do lençol branco
caio, procurando cego
e faminto teu contorno
de vaso escaldante!
PARA QUE ME OUÇAS
Para que me ouças
as minhas palavras
adelgaçam-se por vezes
como o rasto de gaivotas sobre as praias.
Colar, guizo ébrio
para as tuas maos suaves como as uvas.
E vejo-as tão longe, as minhas palavras.
Mais que minhas são tuas.
Vão trepando pela minha velha dor como a hera.
CUERPO DE MUJER
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
�Ah los vasos del pecho! �Ah los ojos de ausencia!
�Ah las rosas del pubis! �Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.
DORMI CONTIGO TODA NOITE
Dormi contigo toda a noite
junto ao mar, na ilha.
Eras doce e selvagem entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Os nossos sonos uniram-se
talvez muito tarde
no alto ou no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento agita
em baixo como vermelhas raízes que se tocam.
O teu sono separou-se
talvez do meu
e andava à minha procura
pelo mar escuro
como dantes,
quando ainda não existias,
quando sem te avistar
naveguei a teu lado
e os teus olhos buscavam
o que agora
- pão, vinho, amor e cólera -
te dou às mãos cheias,
porque tu és a taça
que esperava os dons da minha vida.
Dormi contigo
toda a noite enquanto
a terra escura gira
com os vivos e os mortos,
e ao acordar de repente
no meio da sombra
o meu braço cingia a tua cintura.
Nem a noite nem o sono
puderam separar-nos.
Dormi contigo
e, ao acordar, tua boca,
saída do teu sono,
trouxe-me o sabor da terra,
da água do mar, das algas,
do âmago da tua vida,
e recebi teu beijo,
molhado pela aurora,
como se me viesse
do mar que nos cerca.
PABLO NERUDA – Ricardo Eliezer Neftali Reyws Basoalto (1904-1973) ou simplesmente Pablo Neruda, é o poeta chileno que se tornou um dos mais importantes poetas da língua castelhana no século xx. Ele foi cônsul do Chile na Espanha e no Mexico. Foi eleito senador e ganhou o prêmio Nacional de Literatura em 1945, ano em que homenageia Luis Carlos Prestes lendo seu poema para 100 mil pessoas no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Em 1953 recebeu o Premio Lenin da Paz. Em 1965 lhe foi outorgado o titulo de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã Bretanha. Em 1971 recebeu o Premio Nobel de Literatura. Entre outras coisas, sua vida inspirou o filme “O carteiro e o poeta”.
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quarta-feira, setembro 02, 2009
TANIA TOMÉ
Imagem: sem título do fotografo português Luis Mendonça.
POEMAS SENSUAIS DA MOÇAMBICANA TANIA TOMÉ
SHOWESIA – POEMA VIVO
Queda-se o corpo neste poema
Uma entrega, entrega-se toda
com um desígnio imenso da semente no núcleo da flor
despindo os versos um a um no centro deste poema
E onde o som nasce, cresce uma palavra devorando lentamente
as metáforas num gesto iniciado de luz e vida
Existe um tortuoso labirinto por entre as sílabas cheio de lustre
por onde brotam os rios e os lábios no mesmo momento de partida
Mas ama-las bem depressa, bem devagarinho deve ser o caminho
E a pontuação se eleva na subtileza dos versos,
da métrica, da rima no âmago do silêncio
E há um desejo insano de desfigurar a branca página,
Com cor do olhar que percorre intenso para o outro lado do espelho
onde o mundo acontece sua estrela bailante
E dentro das palavras há melodia,
dependurando-se sobre as arestas do verso
e dançando os murmúrios constantes do voo das aves
E o poema ganha rosto:
uma arvore cheia de cabelos ao vento como teias da aranha,
onde nos pés das raízes habitam os sarcófagos diversos no húmus da loucura
E onde as mãos de asas são janelas,
por onde as pupilas escancaram o mundo entre os dedos.
INLOUCURA
No principio
era o fim
uma última asa
pousa voo
sem viajem...
POETA DA NOITE
Poeta da noite
Quando a semente brota na lua
Intelectualidade na boca do beijo
E sémen no “livre arbítrio” da democracia....
SAUDADE
Acordei no desespero de te ter
te embalar no compasso do vento
como se fosses um menino
que adormece descalço para renascer
no utópico que existe
quando amar é possivel
Acordei de estômago vazio
esperando que do meu estado mórfico
resulte a sede que me vai nos ossos
O MEU CANTO
Tu és o meu cisne
A minha última criação
No urgir das asas
És o meu ângulo saliente
No vértice do encontro
Lírio com os sonhos
És o olho angustiado
No que me falta ainda
Por a vida não ser o bastante
És a minha sã loucura
No óbolo beijo
No toque dos dedos
És o meu silêncio
No sussurro lírico
Da minha voz nas palavras
Poesia
És o meu canto
TANIA TOMÉ - Tãnia Teresa Tomé nasceu a 11 de Novembro de 1981,na cidade de Maputo em Moçambique. Desde cedo que nutre uma paixão fulminante pelas artes, e com ela vai crescendo nos envolvimentos e interações que vai tendo na vida artistico-cultural. Cantora, compositora e declamadora são as outras atividades que a identificam e que vai exercendo para além da atividade profissional de nalista de Risco de Crédito no Banco. É licenciada em Economia e Pós-graduada em Auditoria e Controle de Gestão pela Universidade Católica Portuguesa de Porto, Portugal. Faz parte de uma antologia Palop com 10 poemas da sua autoria, para além de participações em alguns boletins e jornais, é membro da AEMO (Associação dos escritores Moçambicanos), e fez parte de diversos Movimentos culturais, tanto em Portugal, como em Moçambique que promovem recitais de poesia e música tradicional e acústica de Moçambique. Faz parte do CD produzido e editado pela MOZBEAT produtora do Júlio Silva com uma música da sua autoria intitulada Pétalas. Ganhou alguns prêmios de poesia. O seu primeiro sarau de poesia inicia-se com 13 anos, onde a mesma representava o Poeta José Craveirinha e cantava e declamava os seus poemas, acompanhada pelos seus próprios dedos ao piano. E em 2009 nasce o seu primeiro bebe germinado no processo de mais de 15 anos intensos de vida artística bebendo a arte e a cultura e fazendo o casamento profundo entre a música e a poesia, o seu DVD SHOWESIA que é o espetáculo de poesia produzido e realizado pela mesma em 2008 em homenagem ao poeta José Craveirinha. É um conceito e movimento criado e divulgado pela Tania que designa Show/espetáculo de Poesia, um evento cultural que incorpora poesia, declamação de poesia e todas as outras formas de expressão artística, tais como dança tradicional e moderna, e musica nas suas mais diversas variantes desde tradicional com instrumentos tradicionais (tais como as timbilas, tambores, mbiras entre outros), e outros instrumentos como Baixo, Guitarra, Piano, voz, e Skach teatral com cenários diversos para dar vida a poesia. Tânia faz parte dos PoetasdelMundo, e a data de 23 Junho de 2009 fez parte do Poetry Africa organizado em Maputo representando Moçambique com poemas da sua autoria. Visite o sitio dela, o MySpace e o Showesia.
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