segunda-feira, dezembro 03, 2007
UMA IMAGEM & DOIS POEMAS DA MARIZA LOURENÇO
novamente em tua boca
aberta entre as pernas
: a flor
e vai a vida, sem espinhos, sem cócegas, sem cheiros. entre as pernas convenientemente fechadas uma flor respira aos solavancos. sobrevive, não se sabe como, entre escombros de lutas e lembranças mornas. e quem pode com a vida? e quem sabe dela? ninguém, nem o espinho que surge de inopino, ou o cheiro manso de orvalho que desponta em meio à aridez de mil e tantas noites sem amor.
quem sabe, afinal, da vida? ou das surpresas que se revelam instantes úmidos? quem sabe, talvez, a boca. tua. ou a tua mão. artífices perfeitos para acordar quem dorme. para molhar de gozo a rosa inculta, bela. e minha.
e vem a vida, assim, com todos os espinhos, cheiros, e uma saudade faminta de ti. da mão que abre as pernas. da boca que rega a flor.
a minha (e tua) rosa.
e que seja sempre assim, a vida. acordada e em desacordo com o tempo que não passa enquanto tu não vens.
(Mariza Lourenço, de rosas).
querem-me nua. vintequatrohoras. nua. entre palavras e escândalos. como se em mim não existissem vestes e pudores brancos. como se o vermelho fosse minha eterna sina.
eu sou um verbo deflorado. uma puta. um regalo.
eu sou uma mulherzinha
só
(Mariza Lourenço, Uma putinha só).
Veja mais Mariza Lourenço.
E também canções e poemas do Crônica de Amor Por Ela no VIMEO, acessando:
QUANDO TE VI
ARDÊNCIA
COBIÇA
AURORA
PONTE SOBRE ÁGUAS TURVAS
POSSESSÃO INSANA
CONVITE
AH, ESSE OLHAR
QUANDO O AMOR É AZUL
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.