terça-feira, janeiro 27, 2009
BOB MOTTA
Imagem: Aurora, escultura em bronze 165x54x48 do escultor, pintor, desenhista, gravurista e ceramista pernambucano Abelardo da Hora.
A APOLOGIA À MULHER DO POETA POTIGUAR BOB MOTTA
Se a mulher vem da costela,
e é gostosa como é;
tu já pensastes se ela,
fosse feita do filé ?...
CANTADA LÍRICA DE UM MATUTO...
Acordei de madrugada,
apóis sonhá cum você.
Essa é a razão e pruquê,
tô lhe iscrevendo, minha amada.
Lhe vi quage dirmaiada,
linda e nua, sem pudô.
Seu chêro imbriagadô,
me dexô maraviado,
dispôi de nóis tê travado,
uma batáia de amô.
Nêsse sonho tão gostôso,
isquecendo ôtos assunto,
nóis passemo a tarde junto,
prá mim, foi maraviôso.
Sastisfeito e orguiôso,
tezão prá lá de profundo,
uma vida in um sigundo,
cum nossos côipo suado,
fizemo, maraviado,
o maió amô do mundo.
Sem pressa, divagaríin,
no moté fui lhe dispindo,
você cunsintiu surrindo,
uis meus gesto de caríin.
Num improvisado níin,
eu lhe deitei cum coidado,
te oiando maraviado,
vi teu côipo me chamando,
quage qui me supricando,
p’ru mode sê ixplorado.
Naquêle isato momento,
a tarefa eu cumecei.
De riba abaixo bêjei,
o tão belo munumento.
De amô, faminto e sedento,
juro, me deliciei.
De emoção inté chorei,
vi tu, tôda arrupiada,
no início da caminhada,
a cada bêjo qui eu dei.
Te amei de tôda manêra,
qui se possa imaginá.
Lhe fiz gemê, fiz chorá,
de amô, uma tarde intêra.
Você, incríve parcêra,
tombém num se acumodô.
Pru pôco, quage matô,
seu poeta apaixonado,
qui ficô ixtinuado,
cum o qui você aprontô.
No verso, quero dizê,
cumo foi lindo, querida;
lhe vê tão disinibida,
se tremendo de prazê.
Inda sinto, pode crê,
ais suais côxa prendendo,
minha cabeça e eu sóivendo,
lá na cama do moté,
teu maraviôso mé,
de feliz, quage morrendo.
Meu amô, se você qué,
me vê feliz, de verdade,
vamo torná realidade,
êsse meu sonho, muié.
Se acauso você quisé,
só abasta uis seus caríin.
Faça o seu arrumadíin,
e adispôi, mande chamá,
o covêro prá interrá,
o qui sobrô do véíin...
MEUS POEMAS AMORÔSO
(Poema Matuto Erótico)
Meus poemas amorôso,
cum erotirmo e tezão,
iscrevo cum o coração,
e num acho iscandalôso.
Se parece maliciôso,
é pruquê o farso pudô,
jogo fora, meu amô.
E tu pode tê certêza,
prá êles, busco a belêza,
no teu côipo sedutô.
Num longo aperto de mão,
no fogo do teu oiá,
num surriso a insinuá,
a propíça ocasião.
Na duçura de um chupão,
nuis mil lugá mais gostôso.
Nuis bêjo maraviôso,
de tua bôca insaciáve,
in tua língua incansáve,
e in teus peito apititôso.
No ispaço entre uis dois, chêrôso,
e nuis teus mamilo armado,
nos teus pêlíin iriçado,
num abraço in preno gôzo.
Num afago carinhôso,
no ispaço prometedô,
do imbigo ao púbis, setô,
da fruita doce e gostosa,
da mais fóimosa dais rosa,
do jardim do teu amô.
Nais côxas grossa, ruliça,
no mais qui lindo quadril,
in tua bunda, nota mil,
qui o meu tezão cobiça.
Na beleza da priguiça,
que vem de tu, saciada.
In tua calcinha rendada,
in tu, surrindo prá mim,
sobre o lençó de citim,
languidamente istirada...
BÊJO SUA FRÔ DO DESEJO
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ
(Cordel erótico matuto)
Sô poeta sessentão,
mais tu pode fazê fé.
Qui o tá do bicho muié,
me anima e dá reinação.
Inda me resta tezão,
você pode acreditá.
Se eu mais tu me deitá,
pensando qui é um “vialêjo”,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Eu quero você, muié!
Lhe peço, num se aburrêça.
Bêjo você, da cabeça,
inté seu dedão do pé.
Me lambuzo no seu mé,
mode me deliciá.
Juro qui se tu dêxá,
eu, qui nem rato no quêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Sô viajante do amô,
da istrada maraviosa,
dais cuiva mais pirigosa,
do teu côipo sedutô.
Sô carente do calô,
qui você tem prá me dá.
Mais, mode lhe apragatá,
e acumpanhá seu molêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Vô chegá divagaríin,
vô tirá seu sutian,
vô vê suais duais maçã,
carente do meu caríin.
C’uma lambida de finíin,
faço tu se arrupiá.
E lhe vendo suspirá,
dispudorado me vêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Quando do bãe tu saí,
me ispere qui eu tô chegando.
Vá logo se perparando,
de amô nóis vai sucumbi.
A doçura de um cáquí,
sei qui in você, vô achá.
Ali vô me lambuzá,
fico feliz num lampêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Bem fresquinha e prefumada,
vistindo um longo eu te acho.
Maginando qui pru baaixo,
tu num tá usando é nada.
Cum a frô da pele iriçada,
feliz, vô te dirnudá.
Te fazê munto gozá,
acordando o lugarêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Vô transfoimá um sigundo,
numa vida, minha amada.
Nóis vai dá uma trepada,
da qui cego vê o mundo.
No erotirmo, vamo fundo,
inté a gata miá.
Cum a língua eu vô vascuiá,
Você todinha, no insêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Se inrrolada na tuáia,
passá pru eu, eu lhe agarro.
Sem rôpa, nóis tira um sarro,
e o seu côipo me agasáia.
Vamo prá bêra da praia,
prumode mió trepá.
No quilaro do lua,
eu, poeta sertanejo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Se acauso você quizé,
ir mais eu lá prá fazenda,
vô aimá a nossa tenda,
detráis de casa, muié.
Assistindo o garnizé,
uma penosa traçá.
Nóis vai se intusiarmá,
no cenáro qui pranêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Se você quizé cumigo,
o qui eu quero cum você,
nunca mais vai s’isquecê,
do qui eu fizé cuntigo.
Sem medo, no iscuro eu sigo,
mode o seu côipo afagá.
Canto canção de niná,
dispôi, fazendo o qui aimêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Mêrmo tando eu cum sessenta,
cum muié eu me deleito.
Lhe dêxo daquele jeito,
quente cumo uma pimenta.
Só num sei se tu agüenta,
o qui eu quero lhe aprontá.
Porém, se você topá,
saciada lhe antevêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ.
Éis minha fonte de tezão,
tombém; digo e num me acanho,
personage duis meus sonho,
oceano de inspiração.
Letra da minha canção,
mutivação prá eu cantá,
você pode acreditá,
qui a língua, in você calêjo,
BÊJO SUA FRÔ DO DESÊJO,
INTÉ VOCÊ DIRMAIÁ...
BOB MOTTA – o poeta potiguar Roberto Coutinho da Motta, artisticamente Bob Motta, é membro da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, da União Brasileira de Trovadores – UBT-RN, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, União dos Cordelistas – UNICODERN, Associação dos Poetas Populares do Rio Grande do Norte e do Instituto Histórico e Geografico do Cariry – PB.
VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA
LUIZ ALBERTO MACADO NO CALDEIRÃO DO HUCK
FOLIA TATARITARITATÁ
PREMIO NASCENTE DE POESIA 2009
GANHE LIVROS BRINCARTE
BIG SHIT BÔBRAS