domingo, fevereiro 27, 2011

DECAMERON



SEGUNDA JORNADA DO DECAMERÃO DE BOCCACCIO: FILOMENA



SEGUNDA NOVELA – [...] Numa das dependências interiores do referido castelo, vivia certa mulher viúva, tão linda de corpo como as que mais lindas o fossem. [...] Muitas e muitas vezes a viúva comprazeu-se fitando-o, sem dar demonstração disso; e apreciou-o em seu intimo. Aliás, como o marques devera ter vindo e não viera, para ficar a noite em sua companhia, a mulher estava com o apetite concupiscente bem desperto. Por isso, em sua mente, já se unira ao belo Reinaldo. Finda a ceia, a mesa foi retirada. A viúva consultou a criada para saber se, já que o marquês a enganara, não seria de bom aviso que ela tirasse o maior e mais agradável partido possível da companhia a sorte lhe oferecia daquele modo. A criada, conhecendo o intimo desejo de sua patroa, aconselhou-a que o satisfizesse quanto fosse do seu agrado. Desse modo a viúva, regressando à sala onde ficava a lareira, e onde deixara Rinaldo a sós, pôs-se a olhar para ele amorosamente e disse: - Então, Rinaldo? [...] Fique tranqüilo: alegre-se! Você está como em sua casa. Aliás, desejo dizer-lhe que, vendo-o assim com essas roupas que pertencem ao meu falecido marido, você até passou a parecer-me ele em pessoa. Por esta razão esta noite, senti, por mais de mil vezes, vontade de abraçá-lo e de beijá-lo; e está claro que, não fosse por recear desagradá-lo, certamente já o teria feito. Ouvindo isto, e vendo os clarões sensuais que relampejavam nos olhos daquela mulher, Rinaldo, que, como homem, nada tinha de tolo, correu ao encontro dela, os braços abertos, exclamando: - Mulher esplendorosa! Acho que poderei dizer para sempre que é por sua causa que ainda estou vivo! Contemplo a situação da qual você me tirou, e comparo-a com o estado em que você me deixou. Seria grande a minha vilania, se eu não fizesse todos os esforços para satisfazê-la em tudo o que for de seu agrado. Assim sendo, dê largas ao seu desejo, satisfazendo-o. abrace-me, beije-me, visto que eu a abraçarei e a beijarei com enorme e sincero entusiasmo. Ditas estas, não precisaram eles dizer mais palavras. A mulher, ardendo toda em amoroso enleio, de imediato atirou-se aos braços dele. Deu-lhe mil beijos, ansiosa, apertando-o contra o peito; foi por ele beijada mil vezes, veementemente. Deixando a sala da lareira, ambos encaminharam-se para o quarto de dormir; não demoraram a meter-se na cama; e as vezes sem conta satisfizeram os repsectivos desejos, antes que raiasse o novo dia.



TERCEIRA NOVELA – [...] Alexandre indagou, com doçura, quem eram os monges que seguiam à frente, com comitiva tão grande; e perguntou, ainda, para onde seguiam. A isto, um dos cavaleiros retrucou: - Esse que vai cavalgando à frente é um rapazinho, parente nosso, que foi eleito recentemente abade de uma das mais abastadas abadias da Inglaterra. Como, entretanto, ele tem menos idade do que se requer, por lei, para tão elevada dignidade, vamos nós com ele a Roma, para impetrar, junto ao santo padre, que, dada a sua pouca idade, revogue, em relação a ele, a exigência desse requisito e, mais tarde, na ocasião conveniente, o confirme na mesma dignidade. A respeito disto, entretanto, é necessário que não se dê com a língua nos dente. Como o novo abade cavalgasse ora adiante ora atrás do lote de seus criados - assim como, todos os dias, vemos os grão-senhores fazerem, ao viajar -, aconteceu-lhe ver, pertinho de si, Alexandre. Alexandre era muito jovem; bem feito de corpo, rosto muito formoso, finíssima educação; e de maneiras tão agradáveis que, nisso, não havia quem o superasse. Logo à primeira vista, Alexandre caiu na simpatia do jovem abade que, vendo-o, ficou tão contente como se visse a pessoa mais esperada do mundo. Chamou-o mais para perto de si; pôs-se a conversar com ele, como que encantado [...] Entretanto, o abade não dormia. Ao contrario. Estava refletindo mesmo, até com determinação em seus novos desejos. Escutou, portanto, o que o hospedeiro e Alexandre disseram. Do mesmo modo, ficou sabendo onde Alexandre se acomodou, para o pernoite. Então, pôs-se a meditar: “Deus deu tempo aos meus desejos; caso eu não o agarre, acho que uma oportunidade como esta não voltará a surgir em minha vida”. Resolveu, de uma vez por todas, agarrá-lo. Parecendo-lhe que tudo estava em silêncio, na estalagem, chamou o nome de Alexandre em voz baixa; rogou-lhe que se deitasse ao seu lado. Depois de recusar-se várias vezes, Alexandre lá se foi deitar, já despido. O abade acariciou-lhe o peito, e pôs-se a bulir em seu corpo, carinhosamente, de modo não diverso daquele que as moças apaixonadas fazem com os seus amados. Alexandre ficou profundamente maravilhado com o fato. E duvidou que fosse o abade, assaltado por amor impulsivo e desonesto, quem se arriscava a acariciar-lhe o corpo daquela forma. Ou por presunção, ou por algum ato cometido por Alexandre, o abade logo concebeu clara idéia desta dúvida. E sorriu. Despiu, rapidamente uma camisola que estava vestindo; segurou a mão de Alexandre, colocou-a sobre o próprio peito, e disse: - Alexandre, apague esse tolo pensamento; procure por aqui.. assim... veja o que eu escondo aqui. Colocando a mão sobre o peito do abade, Alexandre achou dois seios, pequenos e redondos, duros e delicados, como feitos de marfim. De pronto, assim que os encontrou e os apalpou, notou que a pessoa que ali estava era uma mulher. Não aguardando novo convite, procurou logo abraçá-la, apertá-la ao peito e beijá-la. Nesse momento ela disse: - Antes que você se aproxime mais intimamente de mim, ouça o que quero dizer-lhe. Como pode constatar, sou mulher, não homem. Sou donzela; saí virgem de minha casa. [...] a verdade é que vi você outro dia; desde que o vi, fiquei inflamada de amor, de tal maneira que creio que nenhuma mulher nunca amou tanto um homem. Por isso resolvi que você seria o meu marido, em lugar de outra qualquer pessoa. Se não me quer por esposa, saia logo daqui, e retorne ao seu lugar.



SEXTA NOVELA – [...] Spina, enviuvou de um senhor Nicoló da Grignano e voltou à casa paterna. Era muito jovem, bonita, atraente, e não contava mais do que dezesseis anos; um dia, por acaso, pousou os olhos em Giannoto. Aconteceu o mesmo com ele em relação a ela. E os dois ficaram fervorosamente apaixonados. Este amor não durou muito tempo sem conseqüências; mas decorreram muitos meses, antes que alguma pessoa o percebesse. Confiantes em excesso, os dois começaram a comportar-se da maneira menos discreta que se aconselha em casos semelhantes. Passeando um dia por um lindo bosque, muito denso de arvores, a jovem e Giannoto afastaram-se dos demais companheiros, indo bem à frente. Quando lhes pareceu, em certo trecho, que se tinham afastado o suficiente, rumaram ambos para um local agradável coberto de ervas e flores, resguardados por altas frondes. Puseram-se, ali, a entreter-se reciprocamente com os prazeres amorosos. Por muito tempo assim ficaram juntos; foi um tempo realmente longo, ainda que os prazeres da volúpia lhes sugerisse que fora breve. Em vista disso, os dois acabaram sendo apanhados de surpresa...



SÉTIMA NOVELA – [...] Dia a dia, Pericão exacerbava os seus próprios desejos. E tanto mais crescia seu furor amoroso quando mais perto estava e mais negada ele via a pessoa amada. Percebendo que as atenções dispensadas não lhe rendiam nada, pôs em ação astucia e artimanhas, reservando para o fim o uso da força. Uma vê ou outra percebeu que a mulher apreciava o vinho, tanto quanto uma pessoa que não está acostumada a beber, devido à proibição de sua religião. Com auxilio do vinho, portanto, que age na qualidade de mensageiro de Vênus, Pericão julgou que poderia levá-la a ceder. Dando demonstração de não se importar com aquilo de que ela se mostrava esquiva, mandou que, uma noite, fossem feitas solenes festas, com uma riquíssima ceia, à qual a mulher compareceu. Durante a ceia, em que foram servidas muitas coisas deliciosas, Pericão ordenou ao servidor que deveria atendê-la que lhe desse a beber diversos vinhos, para que, ao bebê-los, ela os misturasse. O criado cumpriu, à risca, esta ordem. E a mulher, que não podia ter cuidado quanto a isto, sentiu-se dominada pela agradabilidade do paladar de cada vinho; e ingeriu mais vinho do que seria aconselhável para a manutenção de sua honestidade. A mulher logo se pôs alegre; olvidou toda a adversidade que sofrera; e, vendo que algumas mulheres estavam bailando à moda de Maiorca, achou que deveria dançar à moda de Alexandria. Ao contemplar este espetáculo, Pericão teve a impressão de que muito próximo estava aquilo que ele desejava; insistiu para que se prolongasse a ceia, sempre rica de iguarias e de vinhos; desse modo, a ceia entrou pela madrugada. Finalmente, quando já se tinham retirado os convivas, Pericão entrou em sua própria alcova, apenas acompanhado pela tal mulher. Mais alegre por causa do vinho, do que temperada pela honestidade, quase como se Pericão não fosse um homem, mas somente uma de suas criadas, a mulher despiu-se diante dele, sem nenhum constrangimento; e meteu-se na cama. Pericão não perdeu tempo; seguiu-a de perto. Apagou o lume e penetrou com habilidade por baixo das cobertas, do outro lado da cama. Cingiu-a com os braços, sem que ela opusesse nenhuma resistência; e começou a gozar os prazeres do amor na companhia dela. Após ter experimentados esses prazeres – nunca tendo sabido, antes, de que modo os homens agridem -, arrependeu-se ela de não ter atendido aos rogos anteriores de Pericão. Sem aguardar que ele a convidasse para outras noites, tão gostosas como aquela, ela mesma muitas vezes se convidou, porém não com palavras, pois não sabia falar idioma que o homem compreendesse, e sim com fatos.



OITAVA NOVELA – [...] É certo que, em razão da distancia em que se acha o meu marido em relação a mim, não posso opor resistência aos apelos da carne, nem á força do amor. De tão grande potencia se animam esses estímulos e esta força, que inúmeras vezes já venceram, e prosseguem vencer, todos os dias, homens muito fortes – e isto sem falarmos de débeis mulheres. [...] Deixei-me induzir aos prazeres do amor, e consenti em apaixonar-me. [...] porque foi praticado às escondidas, parece que não se pode afirmar que seja coisa desonesta. Entretanto, foi-me o amor generoso; não apenas não me desviou do acerto, na escolha do meu amante, porém ainda muito me ajudou ao mostrar-me que o senhor seria digno de ser amado por uma mulher como eu. Se não estou iludida pelo espírito, julgo que o senhor é o mais belo, o mais agradável, o mais elegante e o mais esclarecido cavaleiro que pode ser encontrado no reino da França. [...] Sendo assim, rogo-lhe por todo amor que sinto pelo senhor, que não me negue o seu amor; compreenda a minha mocidade, esta mocidade que consome pelo senhor, como o gelo se derrete junto ao fogo.



NONA NOVELA – [...] – Por certo, se, de cada vez que a mulher se entrega a uma aventura, lhe surgisse um corno na testa, para testemunhar o que ela fizera, acredito que poucas seriam as mulheres que se entregariam às aventuras. Entretanto, não apenas não surge o corno, como mesmo não se vê, nas mulheres que são prudentes, nem indicio, nem pegada. A vergonha e a ruína da honra não ficam concluídas senão nos atos ostensivos. Assim sendo, sempre que podem, prevaricam ocultamente; ou deixar de prevaricar, por preguiça. E esteja certo do que lhe afirmo: que apenas é virtuosa a mulher que jamais foi solicitada, ou que, se pediu algo a alguém, por esse alguém não foi atendida. Ainda que eu saiba que assim é, por razões naturais e justificadas, disso não falaria com tanta clareza, como o faço agora, se eu não tivesse comprovado diversas vezes, e com muitas mulheres. Declaro-lhe que, se eu estivesse junto a essa sua castíssima esposa, creio que em pouco tempo a levaria àquilo a que já levei muitas outras.



GIOVANI BOCCACCIO - O Decamerão, numa tradução de Torrieri Guimarães, foi escrito em 1350 pelo escritor italiano que nasceu em Paris, Giovani Boccaccio (1313-1375), uma obra em prosa que relata em dez histórias curtas, contadas por sete moças e três rapazes que se refugiam no campo para escapar da peste negra, os conflitos entre os valores cristãos e o espírito libertino da época, questões ligada à transição para o Renascimento. O “Decameron” é composto por cem histórias que abrangem as mais peculiares paixões e comportamentos humanos, e mantêm em viva presença, os clamores da carne, a infidelidade e as trapaças sexuais A obra tem a propriedade de revelar em cada conto que o proibido e o pecaminoso vigiados pelas autoridades no final da Idade Média, concretizavam-se em práticas habituais no dia-a-dia das pessoas comuns, do clero e da nobreza. Na obra, conforme dito anteriormente, há dez personagens principais que, para fugir da peste, refugiaram-se em um castelo, onde nada havia a fazer. Teriam que passar ali muito tempo, até que o ambiente externo voltasse à salubridade. Para ocupar-se, cada um dos personagens contou uma história em cada um dos dez dias. Essa obra, apesar der ter sido escrita há mais de seiscentos anos, ainda pode ser lida como enorme prazer. Por isso, tornou-se um clássico da prosa ocidental e um dos maiores livros eróticos de todos os tempos. Veja mais Decameron aqui.



FONTE:
BOCCACCIO, Giovani. Decamerão. São Paulo: Abril, 1979.



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As previsões do Doro para 2011 .

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

LYA FER



Imagem: Angela Queiros, de Manuel Vieira

A FOLYA DE LETRAS DA LYA FER

ANJO OU DEMONIO

Nossas marcas
estão espalhadas pela casa.
Lembranças
do desejo incontrolável, apressado e imediato,
aplacado no sofá da sala...
das longas conversas regadas a vinho...
das reconciliações em frente à TV...
da transa faminta na cozinha...
E o para sempre se,
eternizado no "Romeu e Julieta".
Amor confesso impresso nos lençóis.
Seu cheiro, seu gosto,
molhados, misturados
ao seu prazer
nos nossos melhores banhos juntos...
Quero mais desse sofrer!
Cala-me...
Sou seu Anjo
ou seu Demônio?
Tentação para resistir
ou o Êxtase a que se entregar?
Seu Bem ou seu Mal?
Um olhar analítico
atravessa meu corpo e
revira minha alma,
revela meu poder maior
e o motivo de minha submissão...
Tão antagônico quanto simbiótico.
Maltrata o coração, mas sublima a alma.
Desnorteia e guia.
Polariza desejos.
Completa com vazios...
Ah! PAIXÃO!!!
Amor apaixonado!
Como o diabo gosta,
Com um algo que divino...

MINHAS PALAVRAS

Vc quer as minhas palavras. 
As palavras q revelem minhas fantasias.
Vc quer conhecer meus sonhos...
Eróticos ?
E eu vou te dar,
E vou revelar,
Vou te mostrar, te contar
Vou expor meus desejos mais íntimos.
Vou segredar minhas ilusões,
Detalhar roteiros .
Vou te encher de carinho, 
De romantismo,
De erotismo,
De sensualidade,
Vou te fazer sonhar,
Vou te envaidecer,
Vou te revelar de prazer...
"Te fazer um poema e te cobrir de amor"
Apenas,
Não me torture, não mereço;
Não me assuste, fico acuada...
Não me teste, pq eu falho,
Não meça forças, pq eu perco;
Não quero ser melhor, 
Não preciso ganhar nada!
Mas me deixe entregar o q tenho pra oferecer.
Me ensine a aprender vc...
Estou disposta, a fazer seus dias mais felizes..
Deixa eu gostar de vc.
Abra seus braços e eu me encaixo...
Com minhas frases feitas, perfeitas, verbalizadas ...
Vou apimentando, recheando com tesão. 
Lembre, q se me magoar, eu deixo... 
Então me protege. Não posso sozinha.
Pede.  
eu entrego,
Pede. 
E eu conto
Pede.
E eu dou.

O BEIJO

Lembro-me,
Dos tantos beijos que trocamos...
e daquele...
Do beijo apaixonado!
Quanta emoção, em tão poucos gestos.
Tanta coisa dita, sem palavras.
Entrega sem dívidas, sem dúvidas.
Olhos nos olhos. Verdadeiros. 
Você mergulhado em minha paixão, 
enquanto naveguei o mar de sua alma azul.
Amor 
de Beijo beijado, dado, roubado...
Beijo
de Amor bom, terno, romantizado...

SE

Se me olhar,
Me observe inteira,
Devagar,
De cima até embaixo.
Se me vir,
Me veja perfeita e deseje!
Se me desejar,
Que queira tudo...
O corpo macio, o andar gracioso...
O riso solto, a beleza admirada, a alma...
Se me tocar,
Que me abrace, me envolva
Amplo,
Que arrepie a minha pele,
Que estremeça meus ossos...
E se me apertar,
Que seja onde as carnes são fartas...
E tenha fome de mim!
Se me beijar,
Beije-me a boca.
O beijo dos amantes...
Beije-me os seios, o sexo,
Prove e aprove...
Delicie-se!
Se me tiver,
Possua-me!
Virando, revirando, prendendo, soltando...
Que ferva meu sangue,
Que eu me contorça de prazer...
Se for o êxtase,
Quero primeiro,
E juntos, e depois...
E se eu gemer e gritar e arranhar suas costas
Morder você...
Confesse,
foi pra isso que me olhou.
Pela troca, pela recompensa...
Se me amar...
Apaixone-se,
Se entregue.
Mergulhe em mim...
Ame-me em excesso,
Com exagero...
Ame-me muito e intensamente,
Ame-me para sempre!
Porque é assim que eu amarei você...

MAIS DO MESMO

Estavam lá,
Esperando por mim,
Cada parte de você,
que busquei e desejei.

Estavam lá, esperando...
por meus anseios.
Pelo meu tanto querer!

Então, nesta noite nos amamos!

Nos admiramos como na primeira vez;
nos tocamos como na primeira vez;
percorremos nossos corpos famintos, saudosos...
Tímidos, contendo os impulsos,
como na primeira vez.

Nada desperdiçamos...
Arrepios, sussurros.
Admirados como na primeira vez.
Texturas, perfumes, jeitos e trejeitos...
guardados para relembrar.

Seus braços percorrendo os meus,
Buscando minhas mãos
Entrelaçando-nos,
Apertando-nos, ajustando-nos.

Os olhos nos olhos...
Sem se perderem,
hipnotizados
nos beijamos
como na última vez!

Enamorados.
Enroscados.
Misturados...No amor
já não era eu já não era
você começa termino eu
já não era
De novo de novo de novo...

Prazeres que nos completam!
Intatibilidade tangível dos sonhos!
Como se a primeira fosse
Como se a última fosse
Como se a única fosse.
Nos amamos mais uma noite!

Mais do mesmo
amor que sempre e que jamais
Amarei igual.

LYA FER – Pseudônimo de Eliane Fernandes que edita o sensacional blog Folya de Letras.

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quinta-feira, fevereiro 17, 2011

GRACE FARES



Imagem: Paisaje, do fotógrafo mexicano Revsol Rafael Dia Benitez.

AS LOUCURAS DE AMOR DE GRACE FARES

LOUCURAS DE AMOR

É o que me inspiras...
Teu cheiro de macho viril no ar me enlouquece.
Homem de sentimentos intensos...
Sensibilidade a voar, e retornando a flor da pele.

Da nossa pele em comunhão nestes desejos.
O teu sal impregnado em meus lábios indecentes,
Que percorrem pelo seu corpo ardente;
Partilhamos dos mesmos anseios.

Eu ardo febril em tuas chamas.
Exponho-me a todos os seus perigos quando me toca e me fala.
Viro, reviro e revido esta fome insana de nós dois;
Nos mordemos... nos devoramos...
Gozamos...

QUANDO ME INVADE O DESEJO

Quando me invade o desejo, Penso em ti.
E imagino o que estaria fazendo neste momento.
Não tem a mínima idéia do que imagino contigo.
Então, o desejo cresce mais e mais em meu interior.

Minha saliva, vestirá sua pele nua;
Minhas mãos esculpirão cada detalhe do seu corpo,com as pontas de meus dedos.
Minha língua, escorregará dando brilho em cada forma.
Meu quadril dançará com o teu, como em uma animada festa.

E um só gemido brotará de nossas gargantas.
O desejo aumenta...
Sua pele, cobre a minha, como um abrigo.
E sua língua será mais uma vez o pincel que pinta meu corpo.

Eu e você seguiremos juntos no jardim dos desejos,
e desta vez nossos gemidos estremecerão a terra.
Despertando o instinto mais selvagem das feras.
Assim é meu desejo por ti.

Não tem a mínima idéia do que passa na minha cabeça,
quando o meu desejo por ti, a sensação;
Cresce dentro de mim;
Transformando-me em puro tesão.

ME PÓSSUA

Ganha minha cabeça e depois meu coração;
Assim me ganhará por inteiro.
Meu corpo cheio de paixão.

Fala...
No meu ouvido somente para nós dois escutar;
Palavras obscenas que nós farão delirar.
Me Beija...
Docemente e depois ardentemente;
Até o ar me faltar.

Me Segura...
Com seus braços fortes e mãos decididas percorrendo todo o meu corpo;
Alcança meu ventre. Pare ai. Me bolina, me molesta, rasgue minhas roupas...
Arranque gemidos roucos da minha garganta de desejos por ti.
Com seus dedos ansiosos, abre as minhas carnes e percorre pela estrada do meu
interior.

Jogue-me...
Na cama, onde quero sentir o peso do seu corpo sobre o meu.
Sentir sua boca ávida e seu hálito quente, aflitos no meu pescoço,
Suas mãos segurando meus seios, que estarão de bicos rijos de tesão.
E sentir em meu ventre a virilidade crescida e dura da sua masculinidade.

Me doma...
Não me deixa sair da sua sofreguidão;
Satisfaça meus instintos de loba no cio.
Toque-me, nos lugares mais secretos
Faça-me render, ser prisioneira de suas calorosas mãos.

Me Suga...
As entranhas com sua língua ávida e quente;
Passeando pelo meu sexo incandescente;
Sinta o gosto do meu gozo;
O néctar do meu desejo que escorre no meio das minhas pernas.

Me Possua...
Lentamente, escorregando para dentro de mim;
Com força, em rítmo acelerado, tocando meu fundo;
Me enlouquece, com seus beijos molhados;
Sua saliva escorrendo em mim como um grande rio.

Me coma...
De quatro, segurando meu quadril,satisfaça a fome de nossos toques
Mordisca, minha nuca devagar;
Me fazendo arrepiar;
No seu tempo, me faça ser seu alento.

Me devora...
De lado, me cheira, me arranha;
Fala, grita; me enlouqueça;
Me segura, empurra... mais ...
Me faça urrar...
Urra...

COMO QUERO TE AMAR

De forma intensa e insana;
Sem temores, sem dores, sem cansaço.
Compartilharmos um amor pleno e absoluto,
Envolvidos pela grande paixão;
Em pleno enlevo.

E neste momento...
Soltos nos lençóis, não irei te perder.
Te procurarei, te encontrarei, te segurarei;
Te beijarei com volúpia.
Sinto sede de você...
Quero saciar esta sede, com sua saliva no encontro de sua língua com a minha.

Nos meus seios, sentirei suas mãos ávidas de desejo.
Seios, que anseiam pela sua boca sugando-os;
Lambendo-os, enlouquecendo-me de tanto prazer;
Seios, que você tanto quer tê-los espremidos em seus peitos;
E que irão te deliciar e te fazer delirar.

Quero te amar como fera na cama,
E por você, ser assim também amada.
Quero explorar poro por poro do seu corpo.
Te impregnar no meu corpo.
Quero berrar no nosso gozo quando te sentir jorrar em mim.

VAI FAZER ASSIM...

Arfar;
Gozar;
Poetar.

GRACE FARES - A escritora Grace Fares participa do Movimento dos Poetas del Mundo e integra a equipe Dom de Vozes, juntamente com Wanda Rabello e Odair Silveira, editando o excelente blog Voz em Poesia para divulgação da cultura brasileira, unindo a Poesia com as Artes Cênicas. Reune seus textos no Recanto das Letras e no Multiply.

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quarta-feira, fevereiro 16, 2011

ANA LAGO LUZ



Imagem: Ninfa Sonhando Azul, pintura de Ana Luisa Kaminski

A ENTREGA DOS VERSOS DE ANA LAGO DE LUZ

A ENTREGA DE UMA MULHER

A entrega de uma mulher
Que ama,e apaixonada
serena e tranquila
Como o cantar dos pássaros
Ao ser penetrada
Geme fecha os olhos
E imagina
Que o falo que a penetra
É como o canto dos pássaros

Imortal


Ao se entragar, uma mulher apaixonada,
se abre para um homem,
não só sussurra e geme,
espera ao ser penetrada
ouvir o canto dos pássaros...
O cântico amor
de quem a possui...
Murmúrios
de dois pássaros
afins...

DOMINA-ME

Se puder ser assim meu dominador
De jeito arrancar gemidos de prazer
Vai ter da forma que sempre desejou

Saiba com o teu corpo conduzir
Onde as tuas mãos percorrer
Da malícia nosso gozo explodir

Mas não tenha pressa em me prenetrar!

Fica bastante tempo a me acariciar!

CONDIÇÃO
Quando ele disse que não conseguia mais parar
eu ri e não quis acreditar
que chegava ao orgasmo rápido mas não conseguia parar
fiquei quieta porque esta eu nem entendi
do primeiro beijo ao calafrio na espinha
ja comecei a me preocupar
nos abraços , nos amassos
ainda tentava a boca dele olhar
mas ele tem algo que enfentiça
e la tava minha calcinha pelo chão
me penetrando sem pedir permissão.

Este amante ambicioso, no chuveiro
ou dentro do carro, passa uma mão pelos meus
lábios e a outra esta sempre dentro da blusa
apertando meus seios
ou entre as minha pernas procurando
minha condição...

Tentava freiar ou tomar as rédias
la estava eu encima do balcao
de algum banheiro publico com
seus labios entre minhas pernas
com uma delicia de dedicação
os beijos cada vez mais ardentes
deixava eu cravar as unhas e os dentes em seu corpo
chamava de minhas tatuagens as marcas que ele fazia.

E este amante habilidoso, ja com o blusão aberto
abre a minha blusa devagarinho
e fica se esfregando todo em mim
sem me tocar com as mãos
só verificando, só esquentando
a minha condição...

Ele me beija o tempo todo
e em qualquer posição em
qualquer parte do corpo que ele
conseguir alcançar, pois sabe que
quando ele chega ja fico toda molhada
Nos conhecemos a nossa condição.

EXIGÊNCIA DO FALO

A exigência do ato
me rasgo...
Declama pra mim
as gotículas
do teu Falo...
Sou tua presa você meu escravo
eu me delicío você se arrasta
quanto mais me abre
te prendo o Falo...
Nun afago, me prendo
me calo...

AQUI PERTO DO FALO


Bem próximo do Falo
sinto cheiro de chuva
terra molhada
mulher suada
penetra-me
o Falo
e diz-me palavras
sussuros
absurdos...
Eu te prendo
nem sabe a
insegurança
que sente.
Exposto o
teu Falo
que es meu
na cova úmida
onde consegue
saciar tua sede
Aqui no Lago!

SUSPIRANDO COM SEXO, SUSSURRANDO COM AMOR
suavemente ele deita sobre o meu corpo
unta meu corpo de mel
sensualmente lambe o meu umbigo
pingos de vela sobre o meu ventre
inicia as maos no meus seios
rir dos meus seios e brinca com eles
as mordidas ficam mais intensas
nada mais impede sua lingua entre as minha pernas
domina meu corpo por intero
observa meu rosto, sua língua dentro de mim

com minhas maos aperto sua nuca
olhos fechados contrações pélvicas
molhada minhas coxas, suas maos sob elas

segura agora meus quadris
entrego-me passiva
xingar a sensação obtida!
ouvir os sentidos transbordar dos corpos.

sensuais sao nossas noites assim
unidos na paixão do corpo da alma e do
sexo, um do outro, que veneramos
sempre se deixa passivo quando
uma parte de mim vagueia sobre voce
ruidosamente te devorando
rindo do quanto nao aguenta mais, a
amada sua que te faz feliz
na cama e onde mais voce quiser,
dou a ti o melhor de mim
outro sabor que delicia sua virilidade

conhece a mulher que tem
onde pode ir com ela
molhar meu rosto com seu sémen

amantes eternizados pelo
momento que da sedução
outro sentimento transbordou
razão de conhecermos um ao outro.

ONDE A BOCA DESLIZA

Duas bocas que nao ficam quietas,
uma seca demais, a minha;
pois ele sabe proporcionar sensações,
tremores na pele,suspiros nos lábios,
a dele nem sei por anda, de tanto que anda
pelo meu corpo...E acaba por encontrar o lugar certo de proporção
maior do meu desejo, onde se esconde,
e se realiza, o meu maior e
infinito prazer...

ANA LAGO LUZ – Pseudônimo da escritora e professora Ana Paula Pujol. Ela reúne seus textos no Recanto das Letras e edita os blogs Literatura da Ana, Uma Borboleta no Lago de Luz e Uma Contadora de História.

Confira mais:
Show poético musical Tataritaritatá no Projeto Palco Aberto ,
Comemorando 5 anos do Tataritaritatá e suas mais de 150 mil visitas ,
Também comemorando as mais de 160 mil exibições e acessos no canal LAM do YouTube ,
ARTE CIDADÃ ,
Nitolino: Projeto Escola – Campanha Todo Dia é Dia da Criança ,
PROJETO CORDEL NA ESCOLA ,
TCC ONLINE CURSO
TODO DIA É DIA DA MULHER,
CRENÇA: PELO DIREITO DE VIVER E DEIXAR VIVER,
MINHAS ENTREVISTAS e
As previsões do Doro para 2011 .

sábado, fevereiro 12, 2011

DELÍCIAS DO PASSADO



Imagem do pintor húngaro Michael von Zichy.


PRIMEIRO ENCONTRO: - A ENTREGA QUENTE NO FRIO DE JUNHO


Luiz Alberto Machado


Era dia dos namorados e eu solitário num quarto de hotel. A tarde caia e eu estava pelando de frio sem nada pra fazer. Resolvi tomar umas e outras no restaurante para esquentar os nervos e a carcaça. Nessas horas, o melhor a fazer é não pensar em nada, só deixar levar pela intuição. E fui. Desci e quando lá cheguei, logo dei por falta do note book, o que me fez retornar aos aposentos. Nossa, que coisa?! Sempre me esqueço das coisas, ô cabecinha tonta essa minha de confundir sonhos com realidade, andar todo atrapalhado e nunca dar uma dentro de certeiro.

De volta, já no elevador, dei de cara com uma elegante e simpaticíssima mulher que me saudou com um riso mais que acolhedor.

- Tudo bem? -, disse-lhe afetuosamente.

- Ótimo! -, respondeu-me com ar de espalhafato rolando um lance.

Ajudei a colocar suas malas ali, quando ela me disse:

- Terceiro, por favor.

Cliquei na tecla desejada e ficamos nos fitando desajeitadamente. Parece que algo ocorria no ar, de nós termos de nos desfigurar na maior das embatucadas situações. Ela sempre risonha e amável se arrumando no compartimento com as malas e bolsas. Eu tentando ajudar. Cheio de pernas e mãos, eu mais atrapalhava.

- Obrigada -, respondeu-me compreensiva como quem sacasse minha intenção solidária.

- De nada.

Chegou o andar dela, segui levando suas malas até o seu apartamento. O 305. Lá adentrei e depositei sua bagagem num canto próximo da cama.

- Oh, como posso agradecer? -, perguntou-me solícita.

- Nada, foi um prazer ajudá-la. Vou pro restaurante, qualquer coisa estarei ao dispor no 501.

- Ah, é?

- É.

- Então daqui a pouco passo por lá.

- Espero.

- Obrigada e até daqui a pouco.

- Até daqui a pouco.

Saí sentindo que ela queria me beijar, aquela impressão que a gente fica de não se dar o luxo à licenciosidade, mas a timidez não me deixou o atrevimento ir até tão longe no primeiro contato.

Logo me lembrei do note book e fui buscá-lo no apartamento. Ao me apossar dele, rumei pro restaurante, refiz todo trajeto, elevador, escadarias, batentes, portas e gentes e lá chegando pedi uma cerveja.

A garçonete simpática derramou o líquido numa tulipa enorme.

- Quer comer alguma coisa? Está aqui o menu.

- Obrigado, por enquanto só a cerveja.

Abri o note book e fiquei vasculhando os arquivos para rascunhar algum texto. Sorvi de um gole só todo líquido da tulipa e já enchia mais para nova talagada.

Comecei a repassar algumas sugestões de versos que eu havia esboçado, tentando ali encontrar a melhor forma de expressar a metáfora. Fiz e refiz muitas vezes, mas nenhuma das formas encontradas me satisfazia.

Fiquei entretido com isso longo tempo e já estava na segunda cerveja quando ela chegou toda altaneira numa saia vermelha que lhe pronunciava as formas, uma blusa colada no corpo denunciando seus seios quase pulando fora, um batom combinando com a saia, uma maneirice dócil que explorava sua brancura fascinante.

- Olá?

- Olá! -, respondi-lhe com surpresa agradável e acentuada.

- Sou Késnia e você?

- Luiz Alberto Machado.

- O escritor que vai fazer uma palestra agora de noite? Uau! Pela primeira vez me sento ao lado de uma pessoa importante.

Nem respondi, estava com as faces queimando, totalmente ruborizado, todo encabulado e tomando um gole para me recompor.

- Que coisa! Venho participar do congresso e logo estou com o palestrante da noite! Hum... isso é muito bom.

Mais sem ter como dizer, titubeando demais, num esforço descomunal ainda disse-lhe:

- Servida? -, apontando para a cerveja.

- Não, prefiro vinho.

Chamei a garçonete que anotou o pedido.

- Diga-me uma coisa: você é também do Nordeste?

- Sou pernambucano e moro em Maceió.

- Que bom, também sou nordestina com muito orgulho. De São Luis do Maranhão. Adoro Recife, nunca fui a Maceió. Mas sei que tem praias lindas.

- É, são muito belas as praias pernambucanas e alagoanas.

Disse-lhe insinuando o olhar pelo decote dela que me sugava pros seios espremidos no sutiã vermelho que combinava com o batom e a saia. A sua pele branca transpirava sensualidade e eu não conseguia dizer nada, só balbuciar algumas frases e ingerir os goles da cerveja. Era uma sedução proposital. E eu me enovelando na volúpia como se jogando dentro de um redemoinho.

O aquecedor do restaurante incomodava dela ficar inquieta, afogueada e mais lúbrica, ao que sugeri que fôssemos para o lado de fora, onde o frio imperava. Seguimos para lá e ela sentou-me ao meu lado maravilhada com o final da tarde. Na verdade era um lindo crepúsculo, um espetáculo.

- A sua palestra começa que horas? -, perguntou-me interessada.

- Está marcada para as 19 horas.

- Nossa, já são quase 6 da tarde, preciso me embonecar para vê-lo.

Aí sorveu o vinho e esvaziou o copo, despedindo-se.

- Vou me aprontar. Preciso estar nos trinques para ouvi-lo. A gente se vê lá no auditório.

Antes de sair sapecou um beijo carinhoso nas minhas faces, dizendo:

- Lindão. Chego já por lá.

Fiquei observando o seu andar manemolente, seu corpo assimétrico e voluptuoso. O seu rebolado me enfeitiçou, parece que ela mais me provocava propondo loucuras orgíacas e libidinosas. Eu, na minha, já com idéias mirabolantes revirando o quengo, tudo de coisas de beijos, fodas, sacanagens e muita curtição.

Fiquei aturdido quando me dei conta de que devia me aprontar também. Chamei a garçonete, paguei a conta e zarpei pro banho.

Aquele trajeto todo refeito me deu estímulo para um banho frio dos bons, daqueles que gosto. Não sou achegado a uma água quente, prefiro fria mesmo. Entrei de vez embaixo do chuveiro e a frieza aplacou minha tesão. Logo me enxuguei, me enrolei na toalha e fui escolher meu figurino. Nunca tive muita paciência para isso. Peguei a primeira camisa que vi, o palitó, uma calça, meias, lenço e o sapato. Logo estava pronto e perfumado além da conta.

O relógio marcava 18;40hs. Desci até o auditório do hotel. Lá já se encontravam muitas pessoas. Fui recepcionado pela promotora do evento que me encaminhou para um canto reservado dos cômodos. Uns 20 minutos depois, ouvi uma voz feminina daquelas de locutoras sensuais falando minha biografia. Logo me identifiquei, ninguém sabe mais de mim que eu mesmo. A diferença era que a coisa era mais afetada, elogiosa demais, ou era impressão minha.

Ela me anunciou e subi ao palco.

Fui levado por uma jovem bela até a tribuna e lá segurei os nervos e danei-me a falar.

Não demorou muito e encontrei com o olhar a Késnia toda radiante na platéia. Foi aí que me amostrei e danei blá blá blá pra cima.

Quando menos espero, já uma hora e meia decorrida, dei por finalizada. Aplausos eclodiram e a locutora abriu o microfone para a platéia que me sabatinou por mais duas horas e meia. Pensei que não terminasse mais.

Findado o debate, agradeci e saí de lá descendo a escada para a platéia. Sou de misturar no fim dessas coisas. Sair do holofote pro anonimato me dá certa satisfação. E também receber os gentis afetos dos presentes, faz bem pro coração. Mesmo que venham carregados de falsidade, bajulações e outras fraquezas menos decentes. Vou na boa e nem aí.



Imagem do pintor húngaro Michael von Zichy

No meio do tumulto, Késnia se aproximou exultante. Beijou-me novamente as faces e me deu os parabéns. Havia um batalhão de gente com meus livros para eu autografar. Uma movimentação que me saía do controle. Tinha que dar um jeito de ficar perto dela. Os demais me puxando daqui e dali, e eu puxando Késnia para onde me levassem. Logo me arrumaram uma cadeira e mesa. E eu com Késnia do lado. Quando ela ameaçava sair, eu lhe segurava pela mão e pedia que esperasse que autografaria o livro dela ao final com dedicatória especial. Ela me dizia que ia buscar água pra gente, eu assentia. Trouxeram-me um champanhe e bebi.

- Quer mais água? -, perguntou-me Késnia.

- Não, champanhe mesmo.

Quando terminaram os autógrafos, pedi o livro de Késnia para garranchar alguma dedicatória.

- Vamos sair, você autografa quando a gente chegar noutro lugar -, pediu-me com jeito carente.

- Vamos.

Ela me puxou pelo braço e fui seguindo seus passos.

Quando saímos do hotel, ela me perguntou para onde iríamos?

- Não sei, você conhece essa cidade?

- Não. -, disse-me ela.

- Eu também não.

Ela pediu um táxi e disse pro motorista:

- Leve-nos pro lugar mais romântico daqui.

Entramos no banco de trás e eu fiquei olhando as paragens enquanto ela tagarelava nos elogios sobre a minha palestra.

- Parabéns! Excelente a sua palestra.

- Obrigado.

Dali mais um tempo o taxista parou num restaurante muito movimentado. Paguei a corrida e descemos. Na primeira mesa que encontramos, nos aboletamos, fomos atendidos por um garçom bastante gentil que nos serviu a bebida requerida por nós: eu de cerveja, ela de vinho.

O frio imperava. Ela estava com aquela blusa decotada que me provocava os sentidos, coberta por um casaco elegante, uma saia longa, salto alto e muito mais bela do que percebera no primeiro momento. Reclamou do frio e mais se aproximou de mim. Bebeu do vinho e ficamos ouvindo as músicas românticas que tocava alto ali.

- Eu adoro essa música -, disse-me quando a cantora interpretou “Todo sentimento” do Cristóvão Bastos e Chico Buarque.

- É uma belíssima canção.

Foi quando ela deitou a cabeça no meu ombro e ficou solfejando a canção no pé do meu ouvido.

Outras canções vieram e ela assim, ora solfejando, ora tomando vinho, ora sussurrando no meu ouvido. Eu lhe passei o braço sobre os ombros para que ela melhor se acomodasse em mim. E ficamos assim curtindo.

- Deu fome! -, disse-me com um jeito de quem tinha perdido as forças.

- Quer jantar aqui ou em outro lugar?

- Outro lugar.

- Que tal no restaurante do hotel?

- Ótimo. Vamos.

Paguei a conta e pegamos outro táxi de volta para o hotel.

Quando chegamos no restaurante o ambiente estava ameno. Ela logo pegou o cardápio fez o pedido dela e exigiu que eu fizesse o meu. Fizemos e continuamos a tomar cerveja e vinho.

Com o silêncio do hotel pudemos conversar melhor e pela claridade também pude perceber quão linda ela era daquela forma meio cansada, meio exaltada, com sua branquitude que me tocava na alma.

Bebemos, conversamos, viramos piadistas picantes, jantamos, ela bebeu umas 8 taças de vinho e eu já estava na terceira cerveja.

Depois de nos encantarmos com todo fascínio do momento, ela avisou que ia dormir.

- Vamos? -, disse-me com certo ar de desolada.

- Vamos, eu lhe acompanho.

Paguei a conta e saímos juntos, ela toda encolhida de frio e eu ao seu lado, não me fiz de rogado, e lhe abracei até seguirmos pro seu apartamento.

Chegando lá, ela me fitou profundamente e disse:

- Foi uma noite maravilhosa.

- Maravilhosíssima. Obrigado pela companhia.

- Eu que agradeço companhia tão importante! -, disse ela toda meiga.

Foi nessa hora que ela pegando as chaves, virou-se para porta e voltou-se de repente para mim com um beijo abrasador. Eu me agarrei nela e curti tudo o que foi possível desse momento. Demoradamente. Deliciosamente.

- Vem -, chamou-me abrindo a porta.

Entrei e ela me agarrou mais safada, mais entregue. E eu lhe beijei tateando todo seu corpo, contornando seus seios e quadris, tomando pé de toda situação de sua geografia corporal.

Ela me puxou e caímos na cama e eu beijando seu rosto e corpo, enquanto desatacava sua blusa e saia. Ao divisar seu ventre, arranquei-lhe a calcinha e beijei-lhe a púbis, lambi sua vagina e chupei seu grelo até a urrar de prazer. Danei a língua dentro dela e fiquei ali o tempo todo sorvendo sua delícia úmida até ela gritar de gozo.

Ao gozar, ela me empurrou de lado e ficou sôfrega tentando equilibrar a respiração. Levantei-me e fui até a varanda fumar um cigarro.

No último trago ela chegou perto, respirou na minha nuca, beijou-me os ombros e me virou para vê-la completamente nua naquela noite enluarada. Ela alisou meu tórax, passou a língua na minha pele e foi descendo até alcançar meu pênis refeito para a guerra: duro e em riste.

- Lindo esse seu pênis!

Disse isso e começou a beijá-lo com todo afeto de sua alma. Eu enrubesci e me deixei levar por sua provocação hábil. Logo começou a lamber e a engolir todo meu caralho, suspirando a cada chupada, ronronando com a felação e eu desmaiando de prazer. Ela mais se agigantava com movimentos mais bruscos dos lábios, língua e mãos. Ela engolia e tornava a engolir minha pica, deixando-me louco. Friccionava com fervor com meu pau entre as suas mãos, enquanto lambia e chupava enlouquecidamente. Mais ágil, mais frenética, mais bruscamente ela buscava o meu gozo que já expelia as primeiras gotas do meu sêmen, até jorrar por inteiro minha vida toda na sua boca. Eu quase morro de prazer e ela como faminta insaciável continuava lambendo, mordiscando, beijando, chupando lentamente até nada sobrar de mim naquela noite de dia dos namorados.



Veja mais Delícias do passado.

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quarta-feira, fevereiro 09, 2011

MIRTES WALESKA SULPINO



Imagem: Nua, de Ana Silva.

OS VERSOS EXPRESSOS DE MIRTES WALESKA SULPINO

PROVOCANTE

Serena e calma me chega a noite,
Provocante e insinuante me chega você.
Teu sorriso provoca arrepios em mim
Teus beijos, êxtase sem fim.
Me enlaço em teus braços,
No teu amor,
Despertas a mulher que há em mim.
Teu toque me eleva,
E assim, revela
Gemidos guardados apenas para ti.

Nesse instante nem sei mais quem sou.
Apenas aceito o teu mais puro amor.
Aquele perdido, não menos sentido,
Provocante amor.

CÁLICE

Bebe no cálice do meu ventre
Oh, amado meu.
Sofrega um suspiro cálido,
pois és Senhor de mim.
Agora, escrava sou
Desse prazer.
Jamais
amor

AFÃ

O teu amor me inebria
Causa-me furor.
O teu amor é envolvente,
Quando me crava os dentes,
E acaricia-me sem pudor.
O teu amor me entontece
Deixa-me sem tocar o chão.
No seu amor,
Eu sou menina,
Sou mulher,
Sou paixão.
Sou o intervalo das horas,
Esperando na estação.
Sou o beijo na ausência das palavras,
E pra quê dizê-las?
Se é melhor senti-las...
O teu amor é melodia,
é poesia, é canção.
São nossos corpos jogados ao chão,
extasiados de prazer,
no afã da emoção.

MINH´ALMA

Hoje minha alma transborda, implora:
- quer ter-te.
Hoje minha alma grita, suplica:
- sedenta de prazer.
Hoje minha alma canta, dança:
- extravasa o querer.
Hoje minha alma, não tem corpo,
Mas tem todos os sentidos,
- emoção, desejo e prazer.
Hoje, minha alma tem as cores,
tem o cheiro das flores,
é orquídea vermelha,
flor do bem querer.

À FLOR DA PELE

Quando olhas em meus olhos,
Todo o meu corpo treme, entra em ebulição,
Tens um olhar penetrante, um olhar de sedução.
Um convite, uma prece, uma oração.

Quando tocas em meu corpo,
Meu peito transborda de amor, viro mar em plena tempestade.
Tens um toque aveludado, faz meus pêlos arrepiarem.
Meu corpo entra em sinestesia, já nem sei mais quem sou.

Quando beijas minha boca,
Tua língua, bailarina, acaricia-me sem pudor.
Teu beijo, uma ode ao amor, tem o sabor do néctar.
Como é divino o nosso amor.

Nossos corpos bailando, numa poesia sincrônica,
Música e melodia, uma orquestra regida pela paixão.
Um concerto, onde somos atores principais
Do espetáculo, de quando fazemos amor.

E nesse espetáculo divino,
Do amor em forma de música, de nossos corpos bailando,
Na busca do prazer, da explosão de orgasmos,
De nossos corpos sendo um.

Vivemos o nosso amor, compomos a mais linda canção,
A canção do amor almejado, do amor tempestade,
Que arrebenta o desejo guardado, revelado.
Aflorado, à flor da pele...
Assim como eu e você.

QUANDO O MAR INVADE O CAIS

Quando meus olhos os teus encontraram
Um sorriso faceiro dos teus lábios brotou
Nossas almas que há tanto vagavam,
Reencontraram-se após o escuro que nos assombrou.

Quando meus lábios em tua boca encostaram,
Um tremor absurdo em mim se formou,
Minhas mãos já não me obedeciam,
E do teu corpo se apoderou.

Quando do nada me despertastes,
Uma fonte de vida de minhas entranhas jorrou.
És o meu refúgio, meus momentos perfeitos,
Minha luz que irradia.

Quando nossas almas se amaram,
Não era mais meu corpo que tremia,
Era a eternidade preenchendo minhas noites vazias,
Enchendo de vida o meu dia, e minh’alma de poesia.

Quando em mim tu te perdias,
Era o amor que te encontrava.
O mesmo amor que me prometias,
E que a ti eu dedicava.

E ainda, quando de mim repleta estás,
A lua brinca com as estrelas,
E o mar invade o cais.

OUSADIA
O vinho,
O beijo,
Rosas vermelhas.
Lábios molhados,
Carícias ousadas,
Minha boca na tua,
Em forma de flor.
Minhas mãos te envolvem
Percorrendo em silêncio,
Teus lábios ousados,
Quentes molhados,
Num aroma envolvente.

SIMPLESMENTE SER

Quero vestir-me de ti,
Ser tua menina, Colombina,
De teus beijos cálidos, quero viver.

Quero vestir-me de ti,
Encobrir-me pela brancura da tua tez,
Angélica, macia.

E ser, simplesmente ser,
A metáfora que invade os teus dias.

MIRTES WALESKA SULPINO – Poeta paraibana Mirtes Waleska Sulpino cursou Letras e faz Comunicação Social. Ela é presidente da Associação Boqueirãonse de Escritores (ABES). Edita o blog Versos Expressos e veja mais dela no site Antonio Miranda.

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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

DELÍCIAS DO PASSADO



Imagem: Ksenia, do MPL Studios.

PRIMEIRO ENCONTRO – O VÔO DA LÍNGUA NO UNIVERSO DO GOZO


Luiz Alberto Machado


A viagem fora cansativa demais. Havia me levantado ainda nas primeiras horas da madrugada para chegar ao aeroporto lá pelas 2 e zarpar às 4 num vôo de horas e muitas escalas. Só cheguei lá perto do meio dia.

Era eu todo ansiedade. Não me cabia em mim mesmo de tanta exultação. Era o nosso primeiro encontro. Se bem que nós já nos conhecíamos pela internet, conversando nos fóruns e nos menssengers horas dias e noites adentro.

Tudo isso se deu porque um dia recebi um mail com um poema erótico e uma imagem provocante de mulher desnuda.

Aquilo aguçou o meu tesão. Fiquei ligado a ponto de me apaixonar assim na lapa, pronto para descobrir quem era. Nossa, que busca! Não esmoreci um só minuto na busca pela identidade daquela que mexia com meus nervos, veias, poros, epiderme e sexo. E foi com o tempo que percebi que a atração era da mesma forma da parte dela.

Com o passar o tempo e nossos contatos virtuais, descobrimos nossas identificações com a certeira relação das nossas predileções.

Vixe, como nos vimos idênticos nos gostos, nos afazeres, naquilo que detestávamos, como no que éramos apaixonados.

Foi por isso que nasceu uma grande amizade que logo culminou na troca de flertes e que enciumou outros tantos participantes de nossas comunidades. Enfim, ficamos só nós dois ali, todo mundo arribara porque o negócio estava escancarado e sem a mínima razão de limite.

Logo estreitamos e passávamos um longo tempo ouvindo músicas, trocando poemas, projetando atividades. Não demorou muito e já nos víamos íntimos um do outro, revelando nossa paixão mútua, ela já assinando meu nome no seu. Assumíamos publicamente nossa escandalosa paixão.

Namorávamos online, trocávamos juras por horas, até nos excitávamos com nossas conversas intimas, apimentadas por nossos versos, canções e sacadas.

Nossa relação cibersocial já durava uns dois anos quando resolvi conhecê-la pessoalmente. Cobrávamos isso. Ela mesma me perguntava quando ia vê-la ao vivo e em cores. Tanto me provocava insinuando libidinosas emoções que teríamos acaso estivéssemos ao vivo e em cores, nos abraçando, nos beijando, nos tocando e seduzindo nossas almas para satisfação das nossas carnes.

Ficávamos excitados a ponto de nos deixar levar pela volúpia e nos masturbarmos matando as nossas carências e distâncias.

No avião, durante toda viagem eu me mantive excitado com tudo aquilo.

Contava as horas nos dedos, irritando-me com as conexões, mudanças de aeronave, tudo muito lento, tudo muito demorado, quando eu queria mesmo era chegar e abraçá-la, agarrá-la, tocá-la, seduzi-la e me fartar com a delícia que ela me prometera o tempo inteiro nas nossas interações internéticas.

Quando desci da aeronave que cheguei no aeroporto, impei de satisfação. Eu não me cabia em mim mesmo, todo agigantado e saliente.

Até que enfim havia chegado lá e a hora se aproximava pro nosso encontro.

Meio atordoado e me sentindo um peixe fora d´água, corri todo aeroporto, peguei o táxi e me dirigi pro hotel reservado. Eu não via nada, só a sua chegada com espalhafato para fazer feliz meu coração.

Lá chegando, na recepção do hotel já havia um recado dela informando que estava no hospital acompanhando uma parente que fora internada, mas que mais tarde estaria comigo.

A recepcionista providenciou minha acomodação e logo me vi numa suíte de um hotel 5 estrelas, no centro do coração do Brasil.

Eu não pensava nada, não sabia de nada, não conseguia concatenar nada, só contava as horas observando pela janela todo horizonte daquelas paragens que eu nunca havia visto na vida.

Enquanto isso, sem ter o que fazer, desfiz calmamente as malas, acomodei tudo em seus devidos lugares, peguei uma cerveja no frigobar, quando enfim, me aboletei numa poltrona e tentei rabiscar as emoções daquele encontro. E mais bebia. E me esforçava por expressar toda emoção, mesmo tendo escrito uma série de poemas prévios e já mandados para ela, tentando adivinhar aquele momento.

As horas se passaram e a tarde foi chegando quando resolvi ligar para alguns amigos acertando encontros para a semana toda, vez que era uma segunda e eu permaneceria ali até a sexta.

A ansiedade me fez beber mais que o usual, ingerindo muitas cervejas e como já se adiantava a tarde pela noite, quase embriagado adormeci.

Acordei com o interfone estridulando e a recepcionista avisando que ela já havia chegado e batido muitas vezes na porta do apartamento.

Nossa! Ferrei mesmo no sono. E me levantei às pressas para ao abrir a porta, quando dei com ela pronta para o abraço. Um abraço demorado, apertado, carente.

Ficamos longo tempo assim, abraçados, ela soluçando, eu emocionado.

Até que ela, depois de muito tempo, tirou a cabeça deitada do meu ombro e me fitou demoradamente. Olhos nos olhos. Libido acesa. Era como se prevíssemos todas as peripécias malucas que iríamos nos imiscuir

Devagar nos encaramos e nos beijamos loucamente.

Alisados, apalpações, achegamentos, tudo fervia nas nossas carnes, até que não agüentei mais e empurrei-lhe para a cama, removendo sua calcinha e me atirando sexo rijo, ferro em fogo, carne viva, nas suas entranhas e nos sacudirmos um no outro até alcançarmos o nosso primeiro orgasmo presencial.



Imagem: Ksenia, do MPL Studios.

Foi demais.

Caímos um ao lado do outro arfando e lavados de suor.

Ficamos olhando pro teto como que hipnotizados, até que ela voltou-se e me fitou aos beijos por meus lábios de forma insistente e apaixonante, como quem matava a urgência de toda sua clausura.

Quando nos refizemos, começamos a conversar um papo entrecortado, desavontade, buscador. Era a procura da intimidade extrema.

Fui me banhar e ela lá, seminua com as vestes ainda desarrumadas, um dos seios à mostra, ventre quase visível pela saia desarrumada pela fresta feita em uma das de suas coxas provocantes.

Saindo do banho, ela se levantou e foi também se banhar, enquanto conversávamos coisas, até então, desconexas, nossas expectativas, nossos desejos aflorados.

Quando ela saiu do banho enrolada na toalha, logo meu pau fez sinal de vista e ela fisgou o olhar com uma boca saborosa de quem gostava de ver aquilo ali, pontudo, denunciando o meu tesão.

Logo se achegou, acariciou meu pênis por cima da toalha até tocá-lo em carne viva, enquanto me beijava com lábios carnudos de quem quer ser devorada a noite inteira.

Não me contive e já estava lá, em cima dela, em novo vuque vuque safado até a gente estertorar de gozo.

Quase desmaiamos de tanto prazer e descansamos. Cochilamos até.

Só acordei quando ela estava avexada se arrumando para ir pro hospital acompanhar a parente, dizendo que voltaria mais tarde. Saiu com um beijo longo, depois esfregando sua bunda voluptuosa no meu caralho. Ah que pódice, Deus meu, isso é um pecado vivo clamando a concupiscência.

Volto já, disse ela, saindo avexada para minha tristeza.

Sozinho, voltei ao telefone e à bebida, ligando para uns e outros.

Consegui confirmar agenda com jornalistas amigos para algumas entrevistas em emissoras de rádios, jornais e televisões, reencontro com alguns achegados de datas e até algumas visitas a pessoas que me requeriam a presença por lá.

Não demorou muito, um amigo chegou para que fôssemos a um bar do outro lado da cidade.

Antes disso, ele me levou no seu escritório para que eu me deliciasse sua biblioteca. Ele sabia que eu sempre tive predileção por livros, e aquela que ele havia montado, estava no tamanho ideal do meu espanto. Fiquei fascinado com tantos livros e o layout que ele deu para melhor ter acesso a eles. Invejei na hora.

Bebericamos a cerveja enquanto eu pegava volume por volume de suas estantes. E enquanto conversávamos coisas de antanho, discutíamos escritores e compositores musicais de nossa predileção.

Quando a cerveja acabou, o amigo me levou para um bar e lá ficamos rememorando o passado e projetando algum possível futuro.

A conversa no bar seguia como quem não queria acabar mais nunca, quando ela ligou dizendo que já estava no hotel me esperando. Avisei onde e com quem estava e que ia demorar um pouco porque não previa o seu retorno tão rápido e que ela me aguardasse que eu chegaria logo.

Voltei pra conversa e no maior entusiasmo de fechamento para uma entrevista numa TV, virei vários copos de cerveja quando o celular tocou e era ela requerente com manha de sedutora, se dizendo nua e carente à minha espera, pronta para matar todas as saudades.

Aquilo buliu por dentro e meu caralho respondeu na hora.

Não podia ficar mais, muito embora o amigo insistisse para eu que tornássemos ao papo e a gente conversar até o dia amanhecer.

Não dava, tinha que ir.

Chamei o garçom, paguei a conta. O amigo fez cara de poucos amigos e meio que decepcionado me levou pro hotel.



Imagem: Ksenia, do MPL Studios.

Quando cheguei lá, ela estava toda pronta para me servir. Cheirosa, linda, maravilhosa, seminua e com uma voz trêmula e apaixonante para me seduzir o resto da noite.

Não deu outra, me engalfinhei por suas pernas e me fartei no seu corpo por 5 dias encarriados, provando de tudo, mandando ver e sem o mínimo de consciência de onde estava, o que fazia ali, pra onde ia ou o que deveria ser feito. Eu só vivia o seu sexo, a sua entrega e me danava tome vai pega fica vem dentro dela, pica dura, boceta aberta úmida, pernas ao léu, seios sobejados, ânus arreganhados, corpos dados e eu na dança sem saber de mim nem de nada.

Nem dormíamos direito, era café da manhã e sexo, almoço e sexo, janta e sexo, talheres e pênis, pratos e vagina, bocas e fomes, línguas e ventres, carnes na carne, coxa nas coxas, mãos nos sexos e a vida revirando doida porque na gente a fome era tanta de sexo que não tinha data prevista de aplacar.

Quando a gente descansava, eu cumpria uma parte da agenda de entrevistas e durante tudo que a gente presenciava, nos excitávamos e já saíamos dos estúdios, redações e encontros, completamente agarrados com o sexo ávido por saciar.

Assim a vida rolou até a quinta de madrugada.

Quando foi na sexta, manhãzinha ensolarada, eu dormia para lá de vencido.

Despertei com seus lábios aveludados passeando por todo meu pênis.

Fiz que ia levantar e ela não deixou, colocou uma das mãos nos meus olhos e me sussurrou no ouvido: durma e sinta.

Deitei a cabeça no travesseiro e ela voltou a passear os lábios por meu pênis, pelos testículos. Era bom demais para ser verdade.

Os seus lábios passeavam como uma massagem sedosa que me acendia o sexo dele ficar ereto e ela abocanhá-lo só alisando-o com os lábios. A língua estava oculta, era só seus lábios acariciando toda minha vida.

Até que me vi arrepiando tudo quando ela carinhosamente com seus lábios aveludados, começou a bulir com a língua com toques intermitentes. Ela começou a lamber como uma fera no cio, aquelas lambidas de deixar minha alma completamente eriçada. E mais ávida e apaixonadamente me chupou até quase liquidar todos os meus sentidos. Eu me segurei, não poderia gozar e perder aquele carinhoso contato. Fiquei a ponto de explodir, mas agarrei na cama e contive para não ejacular, segurando o quanto podia. E ela mais chupava e murmurava para que eu gozasse e eu não atendia, quando não agüentei mais, puxei-lhe pelo cabelo e a trouxe para cima de mim, exigindo que cavalgasse o que ela fez com eximia postura de gineteira, murmurando, sussurrando e suspirando juras deliciosas de quem está balançando firme para ter o ápice do prazer jamais conquistado. E sentou, cavalou, trotou e arremedou saltos e pulos em cima do meu caralho doido para rasgar todos os seus véus e dela jorrava a chuva do gozo lubrificando o vai-e-vem, a ponto de me deixar sem saída e explodindo todo sêmen da minha compleição.

Deliramos juntos e nos extasiamos demais.

Permaneci dentro dela, sexo rígido, por toda manhã e parte da tarde quando nos levantamos, nos banhamos e ingerimos o almoço, simulando que cada pedaço do alimento era uma parte da gente que estava sendo devorada pelo outro.

Eu mais canibal que nunca, com a fome acumulada desde o ano passado, devorei a comida e logo estava com o meu pênis ereto esfregando nas suas faces. Lambuzei seu rosto com meu líquido prazeroso.

Quando mais eu lhe esfregava a pica, mais ela provocava passando a comida na minha pica e comia vorazmente nela.

Pegava o meu pau, mergulhava no copo vinho e depois banhava-o todinho com a bebida derramada ao longo de todo o meu pênis e degustava com a sua língua e lavando com a sua saliva o meu sexo insaciável.

Sem ter como fazer para agüentar aquela tortura deliciosa, puxei-lhe os cabelos e a debrucei sobre a mesa e ali mesmo me fartei empurrando com força toda minha virilidade no seu ânus cor-de-rosa.

Montei e subverti sua ordem, sua gana, desmoralizei sua índole e sobrepujei seus limites quando ela gritou: vai, mais, quero mais, mais, mais, maaaaaaaaaiss!!!!

E desmaiou sobre os pratos de comida, arfando e gemendo de gozo nunca dantes aproveitado.

Eu me joguei por cima dela e ficamos comida, corpos, frenesi e prazer tudo misturado na nossa insana vontade de amar.



Imagem: Ksenia, do MPL Studios.

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TODO DIA É DIA DA MULHER,
CRENÇA: PELO DIREITO DE VIVER E DEIXAR VIVER,
MINHAS ENTREVISTAS e
As previsões do Doro para 2011 .

domingo, fevereiro 06, 2011

HENRY MILLER



SEXUS DE HENRY MILLER

“[...] Mulher alguma é capaz de resistir à dádiva do amor absoluto”.

“[...] Só pensava em duas coisas – comida e sexo. Fui ao banheiro e, distraído, deixei a porta destrancada. Recuei um pouco por causa de um tesão lento e venenoso induzido pelo conhaque, e estava de pé assim, com o pau na mão e fazendo mira na privada numa curva alta, quando a porta se abriu de repente. Era Irene, a mulher do paralitico. Soltou uma exclamação abafada e começou a fechar a porta, mas por algum motivo, talvez por eu ter me mantido totalmente calmo e imperturbável, acabou ficando parada junto à porta e, enquanto eu terminava minha mijada, conversou comigo como se nada de incomum estivesse acontecendo. Um belo desempenho, disse ela, enquanto eu sacudia as últimas gotas. Você sempre fica assim a essa distância? Eu a peguei pela mão e puxei-a para dentro, trancando a porta com a mão livre. Não, por favor não faça isso, suplicou ela, com uma expressão de muito medo. Só um instante, murmurei, esfregando o pau em seu vestido. Cobri sua boca vermelha com os lábios. Por favor, por favor, implorava ela, tentando escapar do meu abraço. Você vai me desgraçar. Eu sabia que devia soltá-la. Mas trabalhava depressa e furiosamente. Eu vou soltá-la, disse eu, só mais um beijo. E dizendo isso apoiei suas costas na porta e, sem sequer me dar ao trabalho de levantar seu vestido, dei-lhe repetidas estocadas, emitindo uma carga considerável em seu vestido de seda negra”.



“Caminhamos um pouco, da estação do metrô até a cada dela. No meio do caminho, paramos debaixo de uma arvore e começamos os trabalhos. Enfiei a mão por baixo do seu vestido e ela remexeu em minha braguilha. Encostamo-nos no tronco da arvore. Era tarde e não havia vivalma à vista. Eu podia ter me deitado com ela ali mesmo na calçada. Ela tinha acabado de por meu pau para fora, e estava afastando as pernas para eu poder abrir caminho [...] Mara tremia como uma vara verde. Caminhamos até um terreno baldio e nos estendemos na relva. [...] A noite estava quente e eu me estendi de costas, olhando para as estrelas. Uma mulher passou mas não percebeu que estava deitado ali. Meu pau estava para fora e recomeçava a se manifestar com a brisa quente. Quando Mara voltou, ele já vibrava e corcoveava. Ela se ajoelhou ao meu lado com as ataduras e o iodo. Meu pau a fitava direto nos olhos. Ela se inclinou para a frente e abocanhou-o com avidez. Empurrei todas as coisas para o lado e a puxei para cima de mim. Quando disparei minha carga ela continuou a gozar, um orgasmo depois do outro, até eu pensar que aquilo jamais acabaria. [...] Anda não posso deixar você ir, disse ela. E em seguida atirou-se em cima de mim, beijando-me apaixonadamente e estendendo a mão para minha braguilha com uma pontaria mortífera. Dessa vez nem nos demos ao trabalho de procurar uma área desimpedida e caimos ali mesmo na calçada, debaixo de uma árvore enorme. A calçada não era confortável – precisei me deslocar alguns metros até um trecho de terra macia. Havia uma pequena poça d´água perto do cotovelo dela, e eu quis tirar o pau de novo para me deslocar mais alguns centímetros, mas quando tentei puxá-lo para fora ela ficou louca. Nunca mais tire isso de dentro de mim, pediu ela, ele me deixa louca. E me fode, me fode! Fique dentro dela me contendo por muito tempo”.

“[...]Será que a Maude ainda está acordada? Estou sentindo um certo tesão. Andando de volta para casa, abro a braguilha e ponho o pau para fora. A boceta de Maude. Ela fode muito bem quando resolve. É preciso pegá-la semi-adormecida, com as defesas baixas.deitado, quietinho, e chegando por trás feito uma colher. Enfio a chave na fechadura e empurro o portão de ferro. Ferro frio contra um pau fremente. Preciso me esgueirar, dar um jeito de entrar nela quando ela ainda sonha. Subo a escada sem fazer barulho e me livro das minhas roupas. Eu a ouço virar-se na cama, aprontando-se no sono para apontar aquela bunda quente na minha direção. Enfio-me de mansinho na cama e a envolvo com meu corpo. Ela finge estar desacordada, morta para o mundo. Não posso me movimento muito depressa, ou ela acorda. Precisa acontecer com ela dormindo, caso contrario ela ficará ofendida. Ponho a ponta do meu pau perto dos pelos soltos. Ela está terrivelmente imóvel. Bem que quer, a vaca, mas não dá nenhum sinal. Tudo bem, pode se fazer de cachorro morto! Eu a desloco um pouco, só um pouquinho. Ela se comporta como um tronco encharcado. Vai continuar assim, com todo o peso e fingir que está dormindo. Bem, já enfiei a metade. Preciso deslocá-la um pouco para o lado, mas ela se encontra num estado móvel, e tudo está devidamente lubrificado. É maravilhoso foder a própria mulher como se ela fosse um cavalo morto. Você conhece cada ruga dos lençóis sedosos; pode demorar bastante, e ficar pensando no que quiser. O corpo é dela, mas a boceta é sua. A boceta e o pau, eles estão casados, por Deus, pouco importa que os corpos estejam indo em direções opostas. De manhã, os dois corpos irão encarar-se e trocar palavras casuais; agirão como se fossem independentes, como se o penis e aquela outra coisa só servissem para verter água. Profundamente adormecida, Eça não se incomoda com a maneira como eu a manipulo. Estou com um desses tesões imbecis e insensíveis, como se meu pau fosse uma mangueira de borracha sem bico. Com a ponta dos dedos, posso deslocá-la à vontade. Esporro nela e deixo tudo lá dentro, toda a mangueira de borracha grossa, quer dizer. Ela se abre e se fecha como uma flor. É uma agonia, mas a agonia do tipo certo. A flor diz: fique aqui, filhinho! A flor fala como uma esponja embriagada. A flor diz: aceito esse pedaço de carne para com ele me satisfazer até acordar. E o que diz o corpo, a carga independente que se desloca sobre rolamentos de esferas? O corpo está ferido e humilhado. O corpo perdeu temporariamente o nome e o endereço. O corpo gostaria de cortar fora aquele pau e guardá-lo para sempre dentro de si, como se fosse um canguru. Maude não é o corpo deitado de bunda para o céu, vitima indefesa de uma mangueira de borracha. Maude, se o autor fosse Deus e não seu marido, vê-se pudicamente de pé no meio de uma campina dourada [..] De fato, Maude, é uma delicia. [...] A relva verde e limpa, o cheiro do couro quente do animal, a coisa comprida e macia que ele enfia e tira – ah, Deus, quero que ele me foda como se eu fosse uma vaca. Og, quero foder e foder e foder...”



“Então agora me coma!, sussurrou ela, e sua boca se contorcia com selvageria. Deitou-se atravessada na cama, com a saia em torno do pescoço. Tire!, implorou ela, febril demais para encontrar os fechos. Quero que você me coma como se nunca tivesse me comido na vida. Espere um pouco, disse eu, desvencilhando-me. Primeiro vou tirar essas coisas malditas. Depressa, depressa!, suplicou ela, enfie tudo, meu Deus, Val, eu não posso viver sem você...isso, bom, bom.... isso mesmo. Ela se contorcia como uma enguia. Oh Val, você não pode me deixar ir embora nunca. Com força, me abrace com força! Oh meu Deus, vou gozar... me abrace, me abrace. Esperei que os espasmos passassem. Você não gozou, não foi?, perguntou ela. Não goze ainda, deixe ai dentro. Não se mexa. Eu fiz o que ela pediu: meu pau estava bem fundo dentro dela e eu sentia as bandeirolas lá no fundo, agitando-se como avezinhas famintas. Espere um instante, querido.... espere. Ela acumulava forças para mais uma explosão. Seus olhos estavam úmidos e bem abertos, relaxados, pode-se dizer. À medida que o orgasmo foi chegando eles ficaram mais concentrados, dardejando loucamente de um canto ao outro, como se procurassem freneticamente alguma coisa em que pudessem se fixar. Agora, pode fazer agora, pediu ela com voz rouca. Vamos, agora meta em mim! Novamente, sua boca exibia aquela contorção selvagem, aquela expressão obscena de soslaio que, mais do que movimentos mais violentos do corpo, desencadeia o orgasmo do homem. Quando descarreguei o esperma quente dentro dela, ela teve convulsões. Parecia uma trapezista fazendo piruetas perto do reto. E, como ocorria frequentemente com ela, os orgasmos se sucederam em rápida sequencia. Cheguei quase a esbofeteá-la , para fazê-la parar com aquilo. [...] As vezes acho que o meu coração vai parar... e que vou morrer no meio disso. Estava relaxada, com a graça de uma pantera, as pernas bem afastadas, como que para deixar o esperma escorrer. Meu Deus, disse ela, levando uma das mãos ao meio das pernas, anda está escorrendo,... me dê uma toalha, por favor. Inclinado por cima dela com a toalha, enfiei meus dedos em sua boceta. Eu gostava de sentir como ela ficava depois de uma foda. Chegava a me dar arrepios. Não faça isso, implorou ela com voz fraca, ou vou começar tudo de novo. Enquanto falava, balançava a pélvis voluptuosamente. Bem de leve, Val... fiquei um pouco assada. Assim. Pois a mão em meu pulso e ficou com ela ali, conduzindo meus movimentos com uma pressão delicada mas segura de seus dedos. Finalmente, consegui retirar a mãe e imediatamente colei a boca em sua racha. Que maravilha, suspirou ela. Tinha fechado os olhos. Estava tornando a cair no vaio escuro do centro do seu ser. Estávamos deitados de lado, as pernas dela passadas em torno do meu pescoço. E então eu senti seus lábios encostando na minha pica. Eu estava separando suas nádegas com as duas mãos, meu olho fitando fixamente o pequeno botão castanho acima de sua boceta. Aquele é o cu dela, pensei eu. Era bom de se olhar. Tão pequenino, tão encolhido, como dele só pudessem sair pequenas titicas de ovelha negra”.

“[...] A bunda nos diz tudo sobre a mulher, seu caráter, seu temperamento, se é sanguinea, mórbida, alegre ou volúvel, capa ou não de corresponder, se é maternal ou amante dos prazeres, se é leal u mentirosa por natureza”.



HENRY MILLER – Henry Miller nasceu na cidade de Nova York, em 1891, de pais germano-americanos e passou toda a infancia no Brooklyn. Em 1909 ingressou no City College of New York, onde permaneceu por apenas dois meses. Passou a trabalhar em empregos variados, que iam de motorista de taxi a bibliotecário, até ingressar, em 1920,, na empresa de telegrafo Western Union. Em 1924, deixou o emprego, divorciou-se da primeira mulher, com quem tinha uma filha, e passou a viver com June Smith, taxi-girl que o estimulou a levar adiante a carreira de escritor. Em 1928, Miller que já escrevera dois romances não publicados, foi com June para Paris, na esperança de encontrar um editor. De volta a Nova York, escreveu um terceiro romance e, com o fracasso de seu casamento, partiu de novo para a Europa, onde viveu por uma década. Sobrevivendo basicamente de doações e trabalhos esporádicos como jornalista, em Paris conheceu Anais Nin, com quem teve um longo relacionamento. Lá, ela ajudou a publicar, em 1934, seu primeiro e mais famoso romance, Trópico de Cancer. Fortemente autobiográfico e sexualmente explicito, o livro foi banido de países de língua inglesa, ficando proibido por quase 30 anos nos Estados Unidos. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, Miller passou seis meses na Grecia, em visita ao escritor Lawrence Durrel, seu amigo e um dos primeiros admiradores de sua obra, e nesse período escreveu Colossus of Maroussi. De volta aos Estados Unidos, viajou pelo país. De 1944 a 1963 morou no Big Sur, California. Em 1949 surgiu Sexus, primeiro volume da trilogia autobiiográfica A crucificação rosada, acompanhado de outros dois Plexus e Nexus, que narra sua luta em Nova York, na década de 1920, para se tornar escritor. Com a liberação dos seus livros nos Estados Unidos, Miller, já reconhecido pela critica como um dos maiores escritores americanos do século 20, tornou-se também um best-seller.em 1957, foi eleito para o National Institute of Arts and Letters e, nos anos 70, foi indicado para o Premio Nobel. Morreu em 1980, em sua casa em Pacific Palisades.



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