domingo, maio 30, 2010

OBRIGADO.




Meus amigos, minhas amigas
Quero agradecer a cada uma das pessoas que enviaram suas mensagens por mail, no Orkut, no Facebook, no MySpace, no YouTube, no Fórum do Guia de Poesia, na Comunidade Tataritaritatá e nas minhas diversas páginas na rede.

Quero, aqui, manifestar a minha eterna gratidão e afeto a cada um de vocês que, direta ou indiretamente, contribuem para a satisfação da vida.

Saibam que é muito bom poder contar com vocês na caminhada íngreme dos nossos dias e noites, na insônia dos nossos projetos que se realizam depois de tropeços e acertos, na contumácia do desejo por um mundo melhor e na ciência de que a presença do outro e o seu compartilhamento solidário é que nos integraliza e nos satisfaz enquanto ser humano.

Ainda quero dividir com vocês algumas das manifestações recebidas e que foram postadas no Fórum do meu Guia de Poesia: aqui, aqui e aqui.

A cada um de vocês o meu muito obrigado.

Beijabrações

Luiz Alberto Machado

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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AGENDA


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domingo, maio 02, 2010

O PRINCIPE DE MAQUIAVEL




Imagem: O Beijo da Esfinge, 1895, do pintor e escultor do Simbolismo/Expressionismo alemão, Franz von Stuck (1863-1928)


O PRINCIPE DE MAQUIAVEL


O príncipe ideal não corteja nem implora a Fortuna, mas ao abordá-la agarra-a virilmente e faz dela o que quer” (Maquiavel, O príncipe).


FONTE:
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1979.


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sexta-feira, fevereiro 19, 2010

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Arte de Derinha Rocha

08 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
30 DE ABRIL – DIA NACIONAL DA MULHER

É PRA ELA (CRÔNICA DE AMOR POR ELA)

Música & letra de Luiz Alberto Machado

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar

Eis que ela altaneira, fez-se tal porto seguro
Deu de si a vida inteira com o seu ventre maduro
Para a vida premiar

É de dia a companheira, na sua missão mulher
Quando é noite é verdadeira, ser pro que der e vier
E tudo compartilhar

Seu perfil é doação na magia do esplendor
No seio a concepção da ternura e do amor

Aonde quer que eu vá, vem seu resplendor freqüente
Ela é luz resiliente para tudo superar

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar

Ela é meu dia
Ela é meu chão
Ela é alegria
No meu coração
Ela é folia
Ela é devoção
Ela é poesia
Na minha canção

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar



CRÔNICA DE AMOR POR ELA – Livro inédito de poemas, prosas poéticas e poemiudinhos (poemiuderóticos) e show poético-musical, reunindo poemas e canções de amor à mulher amada.

ALGUNS POEMAS & CANÇÕES DE AMOR POR ELA:

POR VOCÊ
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
OUTRA CRÔNICA DE AMOR POR ELA (vídeo)
QUANDO QUEM MANDA É O AMOR
VADE-MÉCUM
O CULTO DA ROSA
ELA NUA NA MANHÃ
CONVITE
O TRÂMITE DO DESEJO
BOLERO
CIRANDA
PAINEL DAS FÊMEAS
SOB O VÉU DA VIÚVA NEGRA
UMA VEZ NA GRUTA DO CÉU
CLOSE
ÂNSIA DO PRAZER
PLETORA DOS ANTÍPODAS
PECADO
MOTO PERPÉTUO
CHEGADA
CANTIGA
O ALVO DO PÓDICE
PERSEGUIÇÃO
A FÚRIA DO ARPÃO
ENCONTRO DO PICO VIGOROSO AO TERRAÇO DA JÓIA
O PÁSSARO VERMELHO NA PORTA DO CINÁBRIO
O TALO CORAL NA FENDA DOURADA
A NATA DO PRAZER
FULANA
REINADO
AS GARRAS DA FELINA
VOCÊ
MINHA
PUTA
PROFANAÇÃO
CAPTURA
MAÇÃ
ABDUÇÃO
NA ALCOVA DA MUSA
MERGULHO
CAPÉI
PAS DE DEUX
GALOPE DO AMOR DOIDO DE ALEGRIA
SUBMISSÃO
PAIXÃO NEFELIBATA
PUXAVANQUE
NO DOMINIO DA PAIXÃO
TRANSBORDANDO
PAIXÃO
II
III
MÃE DO OURO
AH, ESSE OLHAR
DELEITE
ÁRIA DA DANAÇÃO
MAPA DA MINA, A PANACÉIA
DESIDERATO
CONTENDA
FASCINIO
A LÍNGUA NO ÁTRIO DAS DELÍCIAS
SENDO
TUA LÍNGUA
A DELICIA DO BEIJO RELUZENTE
AH, ESSES LÁBIOS
BEIJO
A SEDUÇÃO DA SERPENTE
ALCOVA
II
POSSESSÃO INSANA
ENVOLTO
ALEGORIA DA LOUCURA
ELIXIR
PERFUME DE MULHER
CONFISSÃO
PARTILHA
JURAMENTO
EU TE AMO
AMAR VOCÊ
CANTARAU DE AMOR POR ELA – O SARAU DOS NAMORADOS
VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL
AO REDOR DA PIRA ONDE QUEIMA O AMOR
II
III
ROL DA PAIXÃO
CANTARAU: CANÇÕES DE AMOR POR ELA

PRESENTE – Para presentear a mulher amada com o livro inédito (capa dura, edição de luxo e acompanhado do cd) ou para contratar para o show poético-musical, é só encomendar pelo fone 82.8845.4611 ou pelo sítio www.luizalbertomachado.com.br. O livro-cd só será vendido sob encomenda.

SERVIÇO: CRÔNICA DE AMOR POR ELA. Show poético-musical & livro-cd. Contatos: 82.8845-4611 ou pelo site www.luizalbertomachado.com.br.

Confira mais:
Poemas, canções & textos de Luiz Alberto Machado , a Folia Tataritaritatá no Tudo Global, clipes de Luiz Alberto Machado no YouTube , o Big Shit Bôbras e as previsões do Doro para 2010

E mais:
NITOLINO NO REINO ENCANTADO DE TODAS AS COISAS
EVENTOS COM PARTICIPAÇÕES DE LUIZ ALBERTO MACHADO
BRINCARTE KIT LIVROS-CDS e BRINCARTE KIT FESTA
FREVO PELA CIDADANIA NA ESCOLA
PALESTRA: CIDADANIA & MEIO AMBIENTE
CURSO: FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS
ARTIGOS & PESQUISA
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terça-feira, fevereiro 09, 2010

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Imagem: Arte de Derinha Rocha

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL – É um livro inédito onde reúno poemas, narrativas, poemiúdos & canções dedicados à menina azul.

QUANDO O AMOR É AZUL
PRIMEIRO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
SEGUNDO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
TERCEIRO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
QUARTO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
CANTIGA
NAQUELA NOITE TODAS AS NOITES
ESSA MENINA
CHEGADA
O SABOR DA PRINCESA QUE SE FAZ SERVA NA MANHÃ
SHAKESPEAREANA
SHAKESPEAREANA – OUTRA VEZ
SHAKESPEAREANA – A NOSSA FESTA
SHALESPEREANA – A GUERRA DO AMOR
SHALESPEREANA – A MÚTUA DIVIDA DO AMOR
SHALESPEREANA – TEIMOSIA
SHAKESPEREANA – CONTUMAZ
SHAKESPEREANA – APRONTAÇÃO
SHAKESPEREANA – SONSA
SHAKESPEREANA – RAPIDINHA
A VARANDA
GINOFAGIA – ESSA MENINA
GINOFAGIA: PARANÓIA
GINOFAFIA – FEBRE
GINOFAGIA – AMBIÇÃO
GINOFAGIA – CONSOLO
GINOFAGIA – ALVOROÇO
GINOFAGIA – TERRINA
GINOFAGIA – MINHA
GINOFAGIA – TEU NOME
GINOFAGIA - NA TABA DA VENTA
GINOFAGIA – RITUAL
GINOFAGIA – ABRAÇADOS
GINOFAGIA – PRESENTE
GINOFAGIA – DELA
GINOFAGIA – FESTA
GINOFAGIA – ESSA CARNE
GINOFAGIA – VIAGEM
GINOFAGIA - CONTAGEM REGRESSIVA
GINOFAGIA - CHEIRO DA FELICIDADE
GINOFAGIA – CRÔNICA DE AMOR
GINOFAGIA: BEIJU
GINOFAGIA: GULA VORAZ
GINOFAGIA: ESFÍNGICA
GINOFAGIA: MÚTUA COLHEITA
GINOFAGIA: PÁLIN!
GINOFAGIA – LÁ
GINOFAGIA – ELA
GINOFAGIA – CULTO
GINOFAGIA – LASCIVIA – I
GINOFAGIA – II
GINOFAGIA – III
GINOFAGIA – IV
GINOFAGIA – V
GINOFAGIA – RENDEIRA
GINOFAGIA – FLOR CAETÉ
GINOFAGIA – SONSA
GINOFAGIA _ POEMAS & CANÇÕES
GINOFAGIA
GINOFAGIA – EROPOEMAS
GINOFAGIA – POEMIUDERÓTICOS
ELA
PRONTIDÃO
LUA CHEIA
AH, ESSES LÁBIOS...
CANGULA
TUA LÍNGUA
OS SEIOS DELA
MINISSAIA
CONTENDA
A VARANDA
TRAQUINAGEM
O REINO DA SURPRESA
ENTREGA TOTAL
TRANSBORDANDO
FESTA NO CÉU
USO & ABUSO
PUXAVANQUE
PROVOCAÇÃO
ENGATINHANDO NA NOITE AZUL
INCÊNDIO DAS PAIXÕES
DESPREVENIDA
DE TODO JEITO É BOM
MOLENGA
BEM NA HORA
A REFÉM
FESTA NO CÉU
USO & ABUSO
ENGATINHANDO NA NOITE AZUL
PROVOCAÇÃO
A PONTE
POMAR
INCÊNDIO DAS PAIXÕES
SUFOCO
DESPREVENIDA
BIZIGA
UMA CANÇÃO PRO MEU AMOR
O AMOR
ESSA MENINA
ERRÂNCIAS
BARREIRAS: UMA LOA PREVENDO O FIM
MONÓLOGO DO ROMEU – UMA CANÇÃO DA LEMBRANÇA DO GRANDE AMOR E DO ADEUS.
ADEUS, ISOLDA
ULTIMA CANÇÃO À FLOR DO ADEUS


Confira mais:
clipes de Luiz Alberto Machado no YouTube , a Folia Tataritaritatá no Tudo Global, o Big Shit Bôbras e as previsões do Doro para 2010

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sexta-feira, janeiro 29, 2010

PROF SEBAH



Imagem: Silhueta, de Insuhyoon.com

OS CÂNTICOS ENTRELAÇADOS DO AVERSO DAS MIRAGENS E NERVOS TÍSICOS DE SEBASTIÃO COSTA ANDRADE, O PROFESSOR SEBAH

DECOTES

Decote farejando olhos,
exaure um cheiro de tempero
rústico,uma fervura de torrar
os nervos.

Minhas mãos resvalando
olham
esses teus seios
de confeitos e musgos.

Faíscas emanam
dessas
curvas mistas:
maracatús
frevos esvoaçantes.

Fandangos,alpiste
armadilhas e tangos;

morango vestido de creme
de leite,
íscas de peixe
prá pegar relâmpagos...


BEIJO

Teu beijo é cálido e reconfortante
um tufão gratinado de serpente
gosto de nuvens de aguardente
um riacho de cores espumantes;

revoada de aço ,penugem de vinho
ostras assadas,caldo de diamante
recheio de vírgulas esfuziantes
salada de mitos,atritos e redemoinho!

Fico desejando almoçar desse beijo:
a fúria da dor,com pedaços de queijo
retalhos de medo,leite,alfinim e melão

Ah,se eu pudesse nestes lábios,pousar!
Eu seria uma cacimba no osso do mar,
fazendo estripulias no teu coração.

FORNALHA
Entre olhos fustigantes,trafegas,
parece uma garça de veludo e silêncio;
tens olhos de vagalumes
um riso de lavas hercúleas
e um jeito levemente aceso
de domar o mundo com frescor ,ternura
e abraços de hortelã;

Entre metáforas e verbos ardentes
fico imaginando teu corpo
numa taça de vinho e arrebol,
desejando tomá-la
num gole ecumênico!

Quando passas saborosa
e saliente
exalas um cheiro de lençóis
fadigados:
fazendo cócegas líricas
com essas coxas de espelhos
nos lábios ofegantes do meu poema.

APOGEU DAS HORAS

Esculpido em argila
e nuvens
recheadas, teu corpo;
de sonoridade reluzente
pergaminho de silêncio
musgos;
gritos e suspiros úmidos
cactos de relâmpagos
roucos;

Meu verso mergulha
num delìrio de manhãs
de sêdas;
surfa nas trilhas
dessas
coxas estéticas
nas curvas
deste abismo morno;

recital de devaneios
ilhados;
sonata de gemidos
oníricos,teu corpo
navalha de segredos
incandescentes
taça de abissais sussurros.

E quando à noite tua vulva
salta dentro da minha língua
e deita;

meu poema dança , derrama
nécta
veleja calmo
nos lençóis de brisas
rasgando tempo ,debulhando
dias,
se deleitando no apogeu
das horas ,bebendo seiva
flutuando tácito
adormecendo num (des)lumbramento
ardente.

BANQUETE (SILÊNSIOS SÍSMICOS)

Desnudas tua alma e deitas
nesta cama de cremosos labirintos
míticos,
tecida pelas mãos destes
olhos métricos;

temperarei teu corpo
com molho de tempestades
lívidas
caldo com nuvens acesas e melodias
cítricas;

pedaços de gemidos aveludados e
cálidos;

algumas fatias de mansos abraços,
pitadas de cheiro verde
e brócolis
com lábios achocolatados
e céticos.

E quando o sol abrir suas pálpebras
mágicas,
saciar-te-ei numa bandeja
de sussurros
rítmicos,
num forno de suspiros
atávicos;

esculpindo minha língua
nas linhas deste templo
tântrico;
farei do meu café da manhã
escultura de espumas
líricas
banquete de harpas adormecidas
e beijos de silêncios
sísmicos.

BRENA

Mãos postas,olhar ácido
circunscrito;levito
Brena insana se insi(nua)
de joelhos;

arrepios excomungados
sacrossantos esparramados
Brena intensa permanece
de joelhos;

Raios círculos cicuta
vinhos líricos,na gruta
extremunção cataclisma
Brena extrema conti(nua)
de joelhos;

esbaforidos espasmos
redemoinhos ocasos
arrebatamentos inexatos;

língua palmilhando
br(asas)
arcanjos ofegantes garças
Brena amena se exte(nua)
de joelhos.

FORNALHA

Entre olhos fustigantes
trafegas,
pareces uma garça de veludo
e silêncio;

escondes o sol entre os cabelos
tens olhos de vagalumes
e um jeito levemente aceso

de domar o mundo com frescor ,
ternura
e abraços de hortelã;

entre metáforas e verbos
ardentes
fico imaginando teu corpo
numa taça de vinho
e arrebol,
desejando tomá-la
num gole ecumênico!

GEMIDOS ILÍCITOS

Gemidos ilícitos?

Corpo infinito efêmero
exala
hálito de manhãs
suadas
dilúvios de saladas
cítricas
recheios de versos
temporal de musgos

tece sussurros
movediços súbitos

adormeço untado de salivas
mântricas;
espumas roucas regogizos
múltiplos

corpo infinitivo efêmero
éden de chocolate rítmico
doces de ninfas no apogeu
dos silvos;
me atravessa feito flecha
insana;
banha meus olhos
de vinhos tintos
brandos
como serpente de inusitado
assombro
me faz de sopa com gemidos
ilícitos
desvirtuando minha
alma cândida.

SEXO VIRTUAL

No teclado dos teus seios
orgasmo por e-mail,digital,
vislumbro layout do teu site
tuas coxas reluzem um abismo:
suco de gemidos,sumo de laranjas.

Entre clics,arquivos,mega bites
dança e rumina tua alma explorer,
salivando links,espumando telas,
debulhando lírios.

Lábios de vírus,fike,spam,batom
boca molhada,cintilante,
beijos itálicos,ne(gritos) errantes,
arrob@ de carícias
e abraços hotmail,ponto com.

Me aconchego na plumagem
do teu gozo
na tez desta nudez incandescente,
embebido nas postagens de afeto
me deleto nesta cama virtual
no caps lock deste êxtase cibernético.

PROF SEBAH - Sebastião Costa Andrade é professor universitário e poeta,titular das disciplinas de Antropologia Cultural e Sociologia da Comunicação. Mestre em Ciências Sociais e Doutor em Sociologia. Publicou diversos artigos em revistas dentro de sua formação acadêmica . Autor do livro 'O HOMEM E A MULHER NO CANCIONEIRO POPULAR: Um Olhar Antropológio' - Ed. Manufatura, 2002 e do livro de poemas: 'CÂNTICOS ERÓTICOS E ENTRELAÇADOS' - Ed. Usinas de Letras, Rio de Janeiro, 2008. Possui ainda mais dois livros[POEMAS] inéditos: 'O AVESSO DAS MIRAGENS' e 'NERVOS TÍSICOS'. Confira mais Sebastião Costa Andrade e o blog Laboratório Poético.

Confira mais:
clipes da Crônica de amor por ela, Nitolino & a arte de Luiz Alberto Machado no YouTube ,
Big Shit Bôbras , O sol nasce para todos, e As previsões do Doro para 2010

E mais:
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Luiz Alberto Machado no DOMINGÃO DO FAUSTÃO.
PS: já está disponível para download de todas as edições do Tataritaritatá na Rádio Difusora de Alagoas no seu computador

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sexta-feira, janeiro 22, 2010

ANA TERRA



Imagem: The Fisherman and the Siren, c.1856-58, do pintor e escultor do Romantismo Vitoriano inglês, Lord Frederic Leighton (1830-1896]

TÍMIDOS

ANA TERRA


Gosto dos homens tímidos. Aqueles que se atrapalham e aceleram quando deviam freiar. Que se surpreendem falando mais do que deviam quando queriam calar. A voz sobe na tentativa de abafar o coração, batendo mais alto que devia. Aqueles que temem uma mulher porque sabem do que ela é capaz quando ela o deseja porque ele a deseja. Assim de rabo de olho, basta um faiscar.

Gosto desse jogo tímido onde os dois roubam e se fazem de desentendidos. Homens introvertidos que mandam bombom e poesia numa aparente cortesia. De amizade, de cavalheirismo, para não se comprometer. E desistem porque seria muito complicado e também nem tem tanta certeza assim de que é correspondido, ou quem sabe assustou a moça quando acelerou em vez de frear.

Gosto desses homens que tecem o tempo e aguardam o momento propício para jogar a isca outra vez. E dizem que te acham o máximo, especial, única. E dizem isso desviando os olhos, inventando metáforas, engolindo as sílabas. E eu preciso ser delicada, respeitar seu tempo, gerar confiança. Para que ele saiba que não sou uma louca, uma destruidora de lares, que não vou dar bandeira, atrapalhar sua vida.

E eu fico pensando como fazer isso sem parecer desinteresse. A alquimia certa, a hora certa. Enquanto espero meu corpo estremece pensando nele. Sei que um homem tímido custa a se entregar porque teme que eu seja um rio ou um mar traiçoeiro, com correntezas que o arrastem para longe da terra firme.

Uma mulher pode destruir um homem. Sei do que são capazes. Querem transformá-lo no que ele não é. Cobram do tímido que não o seja. Que seja atirado, falante, ousado. Estão presas ao senso comum. Não suportam seus silêncios e quietude. Seus avanços e recuos. Sua vasta e intensa vida interior. Sua vontade de ficar em casa viajando pra dentro.

Mas aos poucos ele mergulha, bóia, mergulha outra vez. E sente que eu o acolho, refresco, o faço mais leve. Que sou a água que deve ser uma mulher. Para matar sua sede, lavar suas feridas, limpar as sujeiras do mundo. Água de mar para temperar. Água de rio para adoçar.

E um dia ele se entrega sem resistência: sou todo seu. Com a coragem e a confiança que só os tímidos tem. Deus me faça capaz de merecê-lo. Porque é o melhor amor do mundo.

Sábado, dia das águas, 09 de janeiro de 2010. Ana Terra

ANA TERRA - A poeta, escritora, compositora e produtora musical e audiovisual carioca, Ana Terra, é autora de livros, espetáculos, composições musicais e espetáculos. Confira a entrevista dela no Guia de Poesia.


Confira mais:
clipes da Crônica de amor por ela, Nitolino & a arte de Luiz Alberto Machado no YouTube ,
Big Shit Bôbras , O sol nasce para todos, e As previsões do Doro para 2010

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sexta-feira, janeiro 01, 2010

OUTRA CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Toilette de Venus, do pintor do Classicismo Acadêmico francês, Paul Baudry (1828-1886)

OUTRA CRÔNICA DE AMOR POR ELA


Luiz Alberto Machado


Foi ela quem me deu a vida quando eu não sabia de nada.

Foi ela quem me deu o sorriso quando eu tomava pé do mundo e das coisas, olhos grandes sobre tudo.

Dela aprendi a lição do amor quando tudo era novo e eu dependente do seu jeito, agarrado ao cós da saia sem saber para onde ir. E me fiz menino atado ao seu estímulo, crescendo como dádiva dos que precisam. E virei garoto atento embaixo das saias com o meu fascínio a 40 graus de curiosidade e perseguição.

A nudez dela me levou pelas frestas, fechaduras, brechas, combongós, cumeeiras, basculantes, escondido por cima do muro no quintal da vizinha, até saber-me pronto para o deleite.

Ela sempre foi a minha festa com seus cabelos sedosos de ventos.
Com seus olhos de manha cheios de ternura.
Com suas feições dóceis de pele macia.
Com seus lábios salientes dos beijos mais expostos.

Ela sempre o meu refúgio nos seus ombros aconchegantes.
Com seus seios angelicais de todas as frutas do pomar.
Com seu ventre de sol alumiando meu destino.

Foi dela que recolhi todas as estrelas brilhantes que me encantavam os sonhos e a esperança, quando eu cantava Fonte como se não tivesse mais saída.

Foi dela que aprendi a acolhida na cilada das horas, quando eu andava perdido saindo pra outra depois de um chega pra lá.

Pra mim ela se fez meu tudo e eu grato dei meu coração e toda minha vida.


Confira mais:
Feliz Ano Novo, Nitollino e a arte de Luiz Alberto Macfhado no YouTube e As previsões do Doro para 2010

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quarta-feira, dezembro 30, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha.

ULTIMA CANÇÃO À FLOR DO ADEUS

O amor quando acontece a gente logo esquece que sofreu um dia...” (O amor quando acontece, de João Bosco & Abel Silva)

"[...] e o que é o amor, para mim que estou jurado a morrer de amor". (Meu bem-querer, Djavan)

"[...] amar é um deserto e seus temores [...] Vem me fazer feliz porque eu te amo..." (Oceano, Djavan)


Luiz Alberto Machado


O amor é como a lua: duas faces que se imantam no imprevisível.
Quando ela é visível, é vibrante em toda sua plenitude.
Quando ela é nova como o primeiro beijo, é inteira como os desejos mais intensos.
Quando ela é cheia, dá-se inteira como quem vai às cegas para as circunstâncias.
Quando ela é crescente, é metade promissora que dói fingir que nada sente.
Quando ela é minguante, é como um pedaço que se esvai jogado ao nada.

Do outro lado, é escura que oculta o que há de mais belo quando não se cobre de noite para nunca mais. E ela jamais ponderou do meu amor, jamais sacou as juras mais arraigadas que de mim entoava em canção de flor ignorada.

Assim é o amor: como um rio excitante na nascente e que me banha caudaloso nas profundas correntes, integral indecente na entrega do mar.
E é como o vento que leva solto o ar da vida pela brisa de todos os modos de embalar.
É como o dia que nasce brando e espetacular para espantar meus olhos que crescem fortes, iluminando tudo no meio do meio dia e que cede enfim para se render na escuridão.
É como o fanatismo de quem professa o credo mais ardente.
É como a embriaguês do vinho, total, desmedida e despudoradamente.
E leva a palpitações infindas quando vem com o caos da emergência, com o teor da premência, com a sede da urgência.

É no amor que se aquece a aura e se padece de sofreguidão. Principalmente quando a paciência é pouca, a compreensão inexiste, ou quando não quer o que a gente quer dar. E eu me dei, corpo, alma, promessas verdadeiras de amor.

E eu dei até o que não tinha e pude dar porque era tudo dela como a vida é pro vivo.

Fica a decepção do insuficiente quando tudo já era totalmente incontido. Nada, mero olvidar na janela do ouvido. É isso. Mesmo eu gritando e me esboroando que era dela como a sede pra bebida, como o olho é pro olhar, como uma fera que se quer devorar, como cada um é pra somar e a tudo se duplicar milhões de vezes mais e maior que a própria necessidade.

E nela eu fui com toda a gula do faminto, porque ela era o paraíso de Shangri-lá, onde aprendi o bê-a-bá e toda ela tive como o direito que é justo se pleitear, como a fonte que é pra jorrar, como o gol do jogador, com todo fôlego dos náufragos por todos os seus degraus.

Dei pra ela minha vida com toda a especialidade do exclusivo e nela fiz meu rincão, meu regaço de veneração, meu poço de arrebatamento.

Ela se fez meu cordão de isolamento, meu refugio, minha possessão. E se fez o meu plano de vôo e minha aterrissagem. Minha embarcação, minha atracagem. Meu caminho e condução.

Ela se fez minha diáspora, meu exílio, a maior cantiga do meu idílio e me embalou por todos os redemoinhos da paixão quando eu tinha todas as bandeiras da exploração, todas as estratégias de guerra, todas as crenças de veneração.

E com todos os mergulhos do acasalamento, todas as maneiras de copular, eu invadi seu corpo e sua alma por todas as minas inexploradas, todas as veredas intransitáveis.

Todas as distâncias siderais, todas as condições inaceitáveis.

Todas as profundezas inacessíveis, todos os flagrantes indefensáveis.

Todas as querências inauditas, todos os limites inalcançáveis.

Todas as divisas indivisíveis, todos os segredos irreveláveis.

Todas as reentrâncias inatingíveis, todas as fontes inesgotáveis.

Todas as poses irresistíveis, todas as juras inventáveis.

Todos os devaneios comestíveis, todas as funduras insondáveis.

Todos os gestos imperceptíveis, todas as graças inenarráveis.

Todos os fervores inconsumíveis, todos os pecados irresponsáveis.

Todos os abraços intraduzíveis, todos os afetos incontroláveis.

Todas as fraquezas possíveis, todas as entregas intermináveis.

Todos os agarramentos impossíveis, todas as cobiças inadiáveis.

Todos os êxtases irredutíveis, todas as volúpias insaciáveis.

Todas as trelas possíveis, todos os gozos incansáveis.

De mim, de nós dois, sobrou mais nada. Ficou a indiferença, a intolerância, a incompreensão, a impaciência que fez virar o amor dela em ódio, o que é muito lamentável, uma decepção. Perdemos todas as batalhas e dela só o gesto da navalha no ar. É só e mais nada. O pior é não ter pra onde ir. E o melhor é não poder deixar na carne nua dela um beijo de adeus e de feliz ano novo.

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segunda-feira, dezembro 21, 2009

MAX WEBER



Imagem: Venus at her Mirror, 1613-15 do pintor do Barroco Flamengo, Peter Paul Rubens (1577-1640).

A ESFERA ERÓTICA DE MAX WEBER


A ética fraternal da religião de salvação está em tensão profunda com a maior força irracional da vida: o amor sexual. Quanto mais sublimada é a sexualidade, e quanto mais baseada em principio, e coerente, é a ética de salvação da fraternidade, tanto mais aguda a tensão entre o sexo e a religião.

Originalmente, a relação entre o sexo e a religião foi muito íntima. As relações sexuais faziam, frequentemente, parte do orgiasticismo mágico ou eram resultado não-intencional da excitação orgiástica. A base da seita dos skoptsy (castradores) na Rússia, evoluiu de uma tentativa de eliminar o resultado sexual da dança orgiástica (radjeny) do Chlyst, considerada como pecaminosa. A prostituição sagrada nada tinha que ver com uma suposta promiscuidade primitiva; foi, habitualmente, a sobrevivência do orgiasticismo mágico no qual todo êxtase era considerado sagrado. E a prostituição profana heterossexual, bem como homossexual, é muito antiga e, com freqüência, bastante sofisticada. (O treinamento das tríabes ocorre entre os chamados aborígenes).

A transição dessa prostituição para o matrimonio legalmente constituído está cheia de todos os tipos de formas intermediarias. Concepções do matrimonio como uma disposição econômica para garantir a segurança da esposa e a herança legal para o filho; como uma instituição importante (devido aos sacrifícios mortais dos descendentes) na vida no além; e tão importantes para a procriação – essas concepções do casamento são pré-proféticas e universais. Nada tem, portanto, com o ascetismo em si. E a vida sexual, per se, teve seus fantasmas e seus deuses como qualquer outra função.

Uma certa tensão entre a religião e o sexo só se destacou com o culto temporário da castidade dos sacerdotes. Essa castidade bastante antiga nem pode ter sido determinada pelo fato de que, do ponto de vista do ritual vigorosamente padronizado do culto da comunidade, a sexualidade era facilmente considerada como especificamente dominada pelos demônios. Além disso, não era por acaso que subsequentemente as religiões proféticas, bem como as ordens de vida controladas pelos sacerdotes, regulamentavam, quase sem exceção importante, as relações sexuais em favor do matrimonio. O contraste de toda regulamentação racional da vida com o orgiasticismo mágico e todos os tipos de frenesis irracionais se expressa nesse fato.

A tensão entre religião e sexo foi aumentada pelos fatores evolucionários, de ambos os lados. No lado da sexualidade, a tensão levou da sublimação ao erotismo, e com isso a uma esfera cultivada conscientemente e, portanto, não rotinizada. O sexo foi não-rotinizado não só, ou necessariamente, no sentido de ser estranho às convenções, pois o erotismo contrasta com o naturalismo sóbrio do camponês. E foi precisamente o erotismo que as convenções da Cavalaria habitualmente tomavam como objeto de sua regulamentação. Essas convenções, porém, regulamentaram caracteristicamente o erotismo, disfarçando as bases naturais e orgânicas da sexualidade.

A qualidade extraordinária do erotismo consistiu precisamente num afastamento gradual do naturalismo ingênuo do sexo. A razão e significação dessa evolução, porem, envolvem a racionalização universal e a intelectualização da cultura. Desejamos, delinear, brevemente, as fases dessa evolução. Partiremos de exemplos do Ocidente.

O ser total do homem está, agora, alienado do ciclo orgânico da vida camponesa; a vida se tem enriquecido cada vez mais em seu conteúdo cultural, seja esse conteúdo avaliado intelectualmente, ou de forma supra-individual. Tudo isso se operou, através do estrangulamento do valor da vida, em relação ao que é simplesmente dado, no sentido de um maior fortalecimento da posição especial do erotismo. Este foi elevado à esfera do gozo consciente (no sentido mais sublime da expressão). Não obstante, e na verdade devido a essa elevação, ele parecia uma abertura para a essencia mais irracional, e portanto mais real, da vida, em comparação com os mecanismos da racionalização. O grau e a forma pela qual uma ênfase de valor é colocada no erotismo, como tal, variaram enormemente por toda história.

Para os sentimentos incontidos dos guerreiros, a posse das mulheres e a luta por elas tiveram o mesmo valor que a luta pelos tesouros e conquista do poder. Na época do helenismo pré-classico, no período do romance cavalheiresco, uma decepção erótica podia ser considerada por Arquíloco como uma experiência significativa, de relevância duradoura, e a captura de uma mulher podia ser considerada como um incidente incomparável numa guerra heróica.

Os tragediógrafos conheciam o amor sexual como um poder autentico do destino, e seu repertório incluía ecos duradouros dos mitos. Uma mulher, porem – Safo -, não foi igualada pelo homem na capacidade de sentimento erótico. O período helênico clássico, o período do exercito dos hoplitas, concebia as questões eróticas de uma forma relativa e excepcionalmente sóbria. Como o provam todas as suas confissões, esses homens foram ainda mais sóbrios do que a camada educada dos chineses. Não obstante, não é exato que esse período não conhecesse a ansiedade mortal do amor sexual. O amor helênico caracterizou-se exatamente pelo oposto. Devemos lembrar-nos – apesar de Aspásia – do discurso de Péricles e finalmente da conhecida oração de Demostenes.

Para o caráter exclusivamente masculino dessa época de democracia, o tratamento da experiência erótica com mulheres como destino da vida – para usar nosso vocabulário – teria parecido quase que ingênuo e sentimental. O camarada, o rapaz, era o objeto exigido com toda a cerimônia do amor, e este fato ocupava precisamente o centro da cultura helênica. Assim, com toda a sua magnificência, o Eros de Platão é, não obstante, um sentimento muito controlado. A beleza da paixão baquica não era um componente oficial dessa relação.

A possibilidade de problemas e de tragédia tendo por base um principio surgiu na esfera erótica, a principio, através de algumas exigências de responsabilidade que, no Ocidente, nascem do cristianismo. A conotação de valor da sensação erótica, como tal, evoluiu porem primordialmente e antes de tudo o mais sob o condicionamento cultural das noções feudais de honra. Isto aconteceu pela transferência dos símbolos da vassalagem cavalheiresca na relação sexual eroticamente sublimada. O erotismo recebeu uma conotação de valor mais frequentemente quando, durante a fusão da vassalagem e das relações eróticas, ocorreu uma combinação com a religiosidade cripto-erótica, ou diretamente com o ascetismo como durante a Idade Média. O Amro dos trovadores da Idade Media cristã foi um serviço erótico dos vassalos. Não se dirigia às moças, mas exclusivamente às mulheres dos outros homens; envolvia (teoricamente!) noites de amor abstemias e um código de deveres casuísta. Com isso começou a provação do homem, não perante seus pares, mas frente ao interesse erótico da dama.

A concepção de dama foi constituída exclusiva e precisamente em virtude da sua função de julgar. A masculinidade do helenismo contrasta claramente com essa relação entre o vassalo e a dama.

O caráter especificamente sensacional do erotismo desenvolveu-se ainda mais com a transição das convenções da Renascença para o intelectualismo crescentemente nã0-militar da cultura dos salões. Apesar das grandes diferenças entre as convenções da Antiguidade e da Renascença, estas últimas eram essencialmente masculinas e de luta; sob esse aspecto, aproximavam-se muito da Antiguidade. Isso se deve ao fato de que, à época de Cartegiano e de Shakespeare, as convenções renascentistas haviam acabado com a castidade dos cavaleiros cristãos.

A cultura dos salões baseia-se na convicção de que a conversação intersexual é importante como força criadora. A sensação erótica, clara ou latente, e a comprovação do cavalheiro frente aos olhos da dama, tornaram-se meio indispensável de estimular essa conversação. Desde as Lettres Portugaises, os problemas amorosos das mulheres tornaram-se um valor de mercado intelectual e especifico, e a correspondência amorosa feminina tornou-se literatura.

A ultima intensificação da esfera erótica ocorreu, em termo das culturas intelectualistas, quando essa esfera colidiu com o traço inevitavelmente ascetico do homem especialista vocacional. Sob esta tensão entre a esfera erótica e a vida cotidiana racional, a vida sexual especificamente extraconjugal, que havia sido afastada das coisas cotidianas, pode surgir como o único laço que ainda ligava o homem à fonte natural de toda vida. O homem emancipara-se totalmente do ciclo da velha existência simples e orgânica do camponês.

Uma tremenda ênfase de valor sobre a sensação especifica de uma avaliação interior em relação à racionalização foi o resultado disso. Uma alegre vitoria sobre a racionalidade correspondeu, em seu radicalismo, à rejeição inevitável, igualmente radical, de uma ética de qualquer tipo de salvação no outro mundo, ou supramundana. Para essa ética, a vitoria do espírito sobre o corpo deveria encontrar seu clímax precisamente aqui, e a vida sexual poderia até mesmo adquirir o caráter de ligação única e necessária com a animalidade. Mas essa tensão entre uma salvação da racionalidade que se voltava para o mundo interior e a que se voltava para o mundo exterior será mais aguda e mais inevitável precisamente onde a esfera sexual é sistematicamente preparada para uma sensação erótica muito valorizada. Essa sensação reinterpreta e glorifica toda a animalidade pura da relação, ao passo que a religião salvadora adquire o caráter de uma religião do amor, fraternidade e amor pelo próximo.

Nessas condições, a relação erótica parece oferecer o auge insuperável da realização do desejo de amor na fusão direta das almas entre si. Nessa entrega sem limite é tão radical quanto possível em sua oposição a toda funcionalidade, racionalidade e generalidade. É citada aqui como o significado singular que uma criatura, sem sua irracionalidade, tem para outra, e somente para essa outra especifica. Do ponto de vista do erotismo, porem, esse significado, e com ele o conteúdo de valor da própria relação, baseia-se na possibilidade de uma comunhão, experimentada como uma unificação completa, como um desaparecimento do tu. É tão esmagadora que pode ser interpretada simbolicamente: como um sacramento. O amante considera-se preso à essência da verdadeira vida, que é eternamente inacessível a qualquer empresa racional. Sabe-se livre das frias mãos ósseas das ordens racionais, tão completamente quanto da banalidade da rotina cotidiana. Essa consciência do amante baseia-se na indelebilidade e inexauribilidade de sua própria experiência, que não é comunicável e, sob esse aspecto, equivale à posse do místico. Isso ocorre não apenas devida à intensidade da experiência do amante, mas à dedicação da realidade possuída. Sabendo que a própria vida está nele, o amante coloca-se em posição ao que, para ele, é a experiência sem objetivo do místico, como se enfrentasse a luz mortiça de uma esfera irreal.

Assim como o amor consciente do homem maduro está para o entusiasmo apaixonado do jovem, assim a ansiedade mortal desse erotismo do intelectualismo está para o amor cavaleiresco. Em contraste com esse ultimo amor maduro do intelectualismo reafirma a qualidade natural da esfera sexual, mas o faz de modo consciente, como uma força criadora materializada.

A ética da fraternidade religiosa opõe-se, radical e antagonicamente, a tudo isso, do ponto de vista de tal ética, essa sensação interior e terrena da salvação pelo amor maduro compete, da forma mais aguda possível, com a devoção a um deus supramundano, com a devoção a uma ordem de deus eticamente racional, ou com a dedicação de um anseio místico de individuação, que só parece genuíno à ética da fraternidade.

Certas inter-relações psicológicas das duas esferas aumenta a tensão entre religião e sexo. O erotismo mais elevado coloca-se psicológica e fisiologicamente numa relação mutuamente substitutiva com determinadas formas sublimadas da piedade heróica. Em oposição, ao ascetismo racional, ativo, que rejeita o sexo como irracional, e que é considerado pelo erotismo como um inimigo poderoso e mortal, essa relação sucedânea é orientada especialmente para a união mística com Deus. Dela segue-se a constante ameaça de uma revanche mortalmente requintada da animalidade, ou de um deslizar inexorável do reino místico de Deus para o reino do Demasiado-Humano. Essa afinidade psicológica aumenta naturalmente o antagonismo dos significados interiores entre o erotismo e a religião.

Do ponto de vista de qualquer ética religiosa da fraternidade, a relação erótica deve manter-se ligada, de forma mais ou menos requintada, à brutalidade. Quanto mais sublimada for, tanto mais brutal. Inevitavelmente, esta relação é considera como de conflito. Tal conflito não é exclusivamente, nem mesmo predominantemente, o ciúme e a vontade de possessão, excluindo terceiros. É muito mais do que a coação mais intima da alma do companheiro menos brutal. Essa coação existe porque jamais é percebida pelos próprios participantes. Pretendendo ser uma dedicação extremamente humana, ela constitui o gozo sofisticado de si mesmo no outro. Nenhuma comunhão erótica consumida sabe-se baseada em qualquer outra coisa que não uma destinação misteriosa de um para o outro: o destino, neste sentido mais elevado da palavra. Com isso, ela se sabe legitimada (num sentido inteiramente amoral).

Mas para a religião da salvação, esse destino é apenas o incendio puramente fortuito da paixão. A obsessão patológica, assim criada, a indiossincrasia e as variações de perspectivas e de toda justiça objetiva podem parecer, à religião, como a mais completa negativa de todo amor fraternal e toda servidão de Deus. A euforia do amante feliz é considerada como boa; tem a necessidade cordial de poetizar todo o mundo com características felizes, ou encantar todo o mundo num entusiasmo ingênuo para a difusão da felicidade. E encontra sempre a zombaria fria da ética radical, e de base verdadeiramente religiosa, da fraternidade. Os trechos psicologicamente mais completos das obras de Tolstoi podem ser citados, quando a isso. Aos olhos dessa ética, o mais sublime erotismo é pólo oposto de toda fraternidade, orientada religiosamente nestes aspectos: deve, necessariamente, ser exclusiva em sua essência interior; deve ser subjetiva no mais alto sentido imaginável; deve ser absolutamente incomunicável.

Tudo isso está, decerto, longe do fato de que o caráter apaixonado do erotismo, como tal, parece à religião da fraternidade como uma perda indigna do auto-controle e da orientação no sentido da racionalidade e sabedoria das normas desejadas por Deus ou da posse mística da santidade. Para o erotismo, porém, a paixão autentica, per se, constitui o tipo de beleza, e sua rejeição é blasfêmia.

Por motivos psicológicos e de acordo com seu sentido, o delírio erótico só está em uníssono com a forma orgiastica e carismática de religiosidade, que, porém, num sentido especial, é interiorizada. A aceitação do ato do matrimonio, da copula carnalis, como sacramento da Igreja Catolica, é uma concessão a esse sentimento. O erotismo entra facilmente numa relação inconsciente e instável de substituição ou fusão com o misticismo exterior e extraordinário. Isso ocorre com a tensa interior muito forte entre erotismo e misticismo. Ocorre porque são psicologicamente substitutivos. Fora dessa fusão, o colapso no orgiasticismo ocorre muito rapidamente.

O ascetismo voltado para o mundo interior e racional (ascetismo vocacional) só pode aceitar o matrimonio racionalmente regulamentado. Esse tipo de matrimonio é aceito como uma das ordenações divinas dadas ao homem, como uma criatura inevitavelmente amaldiçoada em virtude de sua concupiscência. Dentro dessa ordem divina, é dado ao homem viver de acordo com as finalidades racionais que ela impõe e somente de acordo com elas: procriar e educar os filhos, e estimular-se mutuamente ao estado de graça. Esse ascetismo racional interior deve rejeitar a sofisticação do sexo transformado em erotismo, como uma idolatria do pior gênero. Por sua vez, esse ascetismo reúne a sexualidade primaria, naturalista e não-sublimada do camponês, transformando-a numa ordem racional do homem como criatura. Todos os elementos da paixão, porém, são então considerados como resíduos da queda. Segundo Lutero, Deus, para impedir o pior, é tolerante para com esses elementos da paixão. O ascetismo racional voltado para o mundo exterior (ascetismo ativo do monge) também rejeita os elementos apaixonados, e com eles toda a sexualidade, como um poder diabólico que põe em risco a salvação. A ética dos quacres (tal como se evidencia nas cartas de Willaim Penn à sua mulher) bem pode ter conseguido uma interpretação autenticamente humana dos valores interiores e religiosos do casamento. Sob tal aspecto, a ética quacre foi alem da interpretação luterana, um tanto grosseira, do significado do matrimonio.

De um ponto de vista exclusivamente interior, somente a ligação no matrimonio com o pensamento da responsabilidade ética de um pelo outro – daí uma categoria heterogênea à esfera exclusivamente erótica – pode encerrar o sentimento de que alguma coisa única e suprema poderia estar encerrada no matrimonio; que ele poderia ser a transformação do sentimento de um amor consciente da responsabilidade, através de todas as nuanças do processo vital orgânico, até o pianíssimo da velhice, e uma garantia mutua e uma duvida mutua (no sentido de Goethe). Raramente a vida oferece um valor em forma pura. Aquele a quem é dado, pode falar da graça e fortuna do destino – e não do seu próprio mérito.


MAX WEBER (1864-1920). O jurista, economista e sociologo alemão Maximillian Carl Emil Weber foi um intelectual alemão, jurista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Ele também foi filósofo, professor universitário, jornalista influente e historiador. A obra de Weber, complexa e profunda, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, constitui um momento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais e, ao mesmo tempo, da reflexão sobre o método das ciências histórico-sociais. Weber trata dos problemas metodológicos com a consciência das dificuldades que emergem do trabalho efetivo do historiador e do sociólogo, sobretudo com a competência do historiador, do sociólogo, e do economista. Crítico da "escola historicista" da economia, Weber reivindica contra ela, a autonomia lógica e teórica da ciência, que não pode se submeter a entidades metafísicas como o "espírito do povo" que Savigny, nas pegadas de Hegel, concebia como criador do direito, dos sistemas econômicos, da linguagem e assim por diante. Para Weber, o "espírito do povo" é produto de inumeráveis variáveis culturais e não o fundamento real de todos os fenômenos culturais de um povo. Por outro lado, o pensamento de Weber caracteriza-se pela crítica ao materialismo histórico, que dogmatiza e petrifica as relações entre as formas de produção e de trabalho (a chamada "estrutura") e as outras manifestações culturais da sociedade (a chamada "superestrutura"), quando na verdade se trata de uma relação que, a cada vez, deve ser esclarecida segundo a sua efetiva configuração. E, para Weber, isso significa que o cientista social deve estar pronto para o reconhecimento da influência que as formas culturais, como a religião, por exemplo, podem ter sobre a própria estrutura econômica. Para Weber, a Sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social. Por isso, considerava o indivíduo e suas ações como ponto chave da investigação evidenciando o que para ele era o ponto de partida para a Sociologia, a compreensão e a percepção do sentido que a pessoa atribui à sua conduta. O principal objetivo de Weber é compreender o sentido que cada pessoa dá a sua conduta e perceber assim a sua estrutura inteligível e não a análise das instituições sociais. Com este pensamento, não possuía a idéia de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, dando importância à necessidade de entender as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam essas situações sociais. Ou seja, a sua idéia é que no domínio dos fenômenos naturais só se podem aprender as regularidades observadas por meio de proposições de forma e natureza matemática. É preciso explicar os fenômenos por meio de proposições confirmadas pela experiência, para poder ter o sentimento e compreendê-las. Weber também se preocupou muito com a criação de certos instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem que ele se perca na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento é o tipo ideal, o qual cumpriria duas funções principais: primeiro a de selecionar explicitamente a dimensão do objeto que virá a ser analisado e, posteriormente, apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas. Para Weber, a ciência positiva e racional pertence ao processo histórico de racionalização, sendo composta por duas características que comandam o significado e a veracidade científica. Em que estas duas características são o não-acabamento essencial e a objetividade, em que esta, é definida pela validade da ciência para os que procuram este tipo de verdade, e pela não aceitação dos juízos de valor. Para Weber também há uma separação entre política e ciência, pois a esfera da política é irracional, influenciada pela paixão e a esfera da ciência é racional, imparcial e neutra. O homem político apaixona-se, luta, tem um princípio de responsabilidade, de pensar as conseqüências dos atos. O político entende por direção do Estado, correlação de força, capacidade de impor sua vontade a demais pessoas e grupos políticos. É luta pelo poder dentro do Estado. Já o cientista deve ser neutro, amante da verdade e do conhecimento científicos, não deve emitir opiniões e sim pensar segundo os padrões científicos, deve fazer ciência por vocação. Se o cientista apaixonar-se pelo objeto de sua investigação não será nem imparcial nem objetivo. Para Durkheim política é a relação entre governantes e governados. A sociologia de Max Weber se inspira em uma filosofia existencialista que propõe uma dupla negação. Nega Durkheim quando afirma que nenhuma ciência poderá dizer ao homem como deve viver, ou ensinar às sociedades como se devem organizar. Mas também nega Marx quando diz que nenhuma ciência poderá indicar à humanidade qual é o seu futuro. A ciência weberiana se define como um esforço destinado a compreender e a explicar os valores aos quais os homens aderiram, e as obras que construíram. Ele considera a Sociologia como uma ciência da conduta humana, na medida em que essa conduta é social. Weber fundamenta sua definição de valores na filosofia neokantiana, que propõe a distinção radical entre fatos e valores. Os valores não são do plano sensível nem do transcendente, são criados pelas desilusões humanas e se diferem dos atos pelos quais o indivíduo percebe o real e a verdade. Para Weber, há uma diferença fundamental entre ciência e valor: valor é o produto das intenções, diferentemente de Durkheim que acreditava encontrar na sociedade o objeto e o sujeito criador de valores. Weber o contesta dizendo que as sociedades são meios onde os valores são criados, mas ela não é concreta. Se a sociedade nos impõe valores, isso não prova que ela seja melhor que as outras. Sobre o Estado, o conceito científico atribuído por Weber constitui sempre uma síntese realizada para determinados fins do conhecimento. Mas por outro lado obtemo-lo por abstração das sínteses e encontramos na mente dos homens históricos. Apesar de tudo, o conteúdo concreto que a noção histórica de Estado adota poderá ser apreendido com clareza mediante uma orientação segundo os conceitos do tipo ideal. O Estado é um instrumento de dominação do homem pelo homem, para ele só o Estado pode fazer uso da força da violência, e essa violência é legítima, pois se apóia num conjunto de normas (constituição). A religião também foi um tema que esteve presente nos trabalhos de Weber. "A ética protestante e o espírito do capitalismo" foi a sua grande obra sobre esse assunto. Nesse seu trabalho ele tinha a intenção de examinar as implicações das orientações religiosas na conduta econômica dos homens, procurando avaliar a contribuição da ética protestante, em especial o calvinismo, na promoção do moderno sistema econômico. Weber concebia que o desenvolvimento do capitalismo devia-se em grande parte à acumulação de capital a partir da Idade Média. Mas os pioneiros desse capitalismo pertenciam a seitas puritanas e em função disso levavam a vida pessoal e familiar com bastante rigidez. As convicções religiosas desses puritanos os levavam a crer que o êxito econômico era como uma benção de Deus. Aquele definia o capitalismo pela existência de empresas cujo objetivo é produzir o maior lucro possível, e cujo meio é a organização racional do trabalho e da produção. É a união do desejo do lucro e da disciplina racional que constitui historicamente o capitalismo.

Bibliografia
WEBER, Max. Rejeições religiosas do mundo. São Paulo: Abril, 1980
_____. Sociologia. São Paulo: Atlas, 1979.
_____. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2003.
_____. A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo: Martin Claret, 2003.

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quinta-feira, novembro 19, 2009

JOHN KEATS



Imagem: The Tub, 1886, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo Frances Edgar Degas (1834-1917)

POEMAS DE JOHN KEATS


LA BELLE DAME SANS MERCI

IV

Uma dama nos prados encontrei,
Todo-formosa, filha de uma fada:
A cabeleireira longa, os pés ligeiros,
A vista descuidada.

V

Tomei-a em meu corcel de passo lento
E o dia inteiro nada mais vi, não;
Pois pendida de lado ela cantava
De fada uma canção.

VI

Fiz-lhe uma grinalda para a fronte,
E pulseiras e um cinto redolente;
Ela me olhou com ar de quem amasse,
Gemendo suavemente.

VII

Procurou para mim raízes doces,
Orvalho de maná e mel do mato;
E numa linha estranha murmurou:
“Eu amo-te de fato”.

VIII

Levou-me para a sua gruta mágica,
E com suspiros fundos me fitou;
Fechei-lhe os olhos tristes, descuidados,
- Meu beijo a acalentou.

IX

Na gruta, sobre o musgo, nós dormimos,
E ali sonhei – que triste a minha sina! –
O último sonho que haja eu sonhado
No frio da colina.

X

Guerreiros, e reis pálidos, e príncipes,
Todos, de morte pálidos, eu vi
E me diziam: “Pôs-te em cativeiro
La belle Dame sans merci”.

ODE SOBRE UMA URNA GREGA

II

(…)
Ela não pode se fazer: se não alcanças teu prazer,
Para sempre a amarás e ela será formosa!

III

Felizes, ah! Felizes ramos! Não podeis perder
As vossas folhas, nem dizer adeus à primavera;
Melodista feliz, infatigável,
Para sempre a modular cantigas para sempre novas.
Oh mais feliz amor! Oh mais feliz, feliz amor!
Ardendo para sempre e sempre a ser fruído,
Arfando para sempre e para sempre jovem!
Amor acima da paixão dos homens que respiram,
Essa que deixa o coração desconsolado e farto
A testa em fogo e ressequida a língua.

ASTRO FULGENTE

Fosse eu imóvel como tu, astro fulgente@
Não suspenso da noite com uma luz deserta,
A contemplar, com a pálpebra imortal aberta,
- Monge da natureza, insone e paciente –
As águas moveis na missão sacerdotal
De abluir, rodeando a terra, o humano litoral,
Ou vendo a nova máscara – calda leve
Sobre as montanhas, sobre os pântanos – da neve,
Não! Mas firme e imutável sempre, a desncasar
No seio que amadura de meu belo amor
Para sentir, e sempre, o seu tranqüilo arfar,
Desperto, e sempre, numa inquietação- dulçor,
Para seu meigo respirar ouvir em sorte,
E sempre assim viver, ou desmaiar na morte.

ODE SOBRE A MELANCOLIA

Não, não, não vás ao leste, nem o acônito,
De raízes firmes torças para obter seu vinho venenoso;
Nem sof5ras que te beije a fronte pálida
A beladona, a rubra uva de Prosérpina;
Não faças teu rosário com os globulos do teixo
Nem falena-da-morte nem escaravelho sejam
Tua Psiquê lutuosa, nem partilhe o mocho penujento
Dos mistérios da tua nostalgia;
Pois sonolenta a sombra à sombra chegará,
Afogando a aflição desperta de tua alma.

Mas quando o acesso da melancolia
De súbito cair do céu, como se fosse a nuvem lacrimosa
Que alenta as flores todas de inclinada fronte
E em mortalha de abril oculta o verde outeiro:
Sacia então tua triteza em rosa matunal,
Ou no arco-iris de salgada onda sobre a areia,
Ou na opulência das peônias globulares;
Ou se a amada mostrar cólera rica,
Toma-lhe a mão suave, e deixa-a delirar
E bebe fundo, a fundo, nos seus olhos sem iguais.

Ela mora com a beleza – com a beleza que perecerá;
Com a alegria de mão aos lábios sempre erguida
Para dizer adeus; e junto do prazer dorido
Que se faz veneno enquanto a boca suha, pura abelha;
Sim, no próprio templo do deleite
É que a melancolia tem, velada, o seu supremo santuário,
Embora só a veja aquele cuja língua estrênua
Rebente a uva da alegria contra o céu da boca;
A alma deste provará a tristeza que é o seu poder,
E em meio aos seus troféus nublados ficará suspensa.

PARTIU O DIA

Partiu o dia, e tudo, nele, o que é doçura!
Doces lábios e voz, mão e seio macio,
Morno alento, enlevado, encantador cicio,
Talhe perfeito, olhar de luz, langue cintura!
Ada flor e seus botões as graças não diviso;
A visão da beleza ao meu olhar perdida
A forma da beleza de meus braços ida
Indas voz e calor, a alvura e o paraíso...
Tudo se esvaneceu ao fim do entardecer
Quando o fusco dia santo, ou antes noite santa
Do amor de olente cortinado a trama adianta
Da escuridão, para ocultar todo prazer:
Mas li o missal do amor e dormirei portanto
Que vê o amor como jejuo e rezo tanto.

ODE SOBRE A INDOLENCIA

III

Te4rceira vez passaram perto, e enquanto isso
Voltaram um momento o rosto para mim:
Depois esvaeceram e, para segui-las,
Ardi e ansiei por asas, pois reconheci-as;
A primeira, formosa virgem, era o amor;
A segunda, a ambição, de palidez nas faces
E sempre atenta com seus olhos fatigados;
Na última, que quanto mais censuram tanto
Mais eu amo, donzela extremamente indócil,
Reconheci o meu demônio, a Poesia.

SE TENHO MEDO

Se tenho medo de meus dias terminar
Antes de a pena me aliviar o espírito, antes
De muito livro, em alta pilha, me encerrar
Os grãos maduros como em silos transbordates;
Se vejo nas feições da noite constelar,
Enormes símbolos nublados de um romance,
E penso que não viverei para copiar
As suas sombras com a mão maga de um relance;
Quando sinto que nunca mais hei de te ver,
Formosa criatura de um momento ideal!
Nem hei de saborear o mítico poder
De amor irrefletido! – então no litoral
Do vasto mundo eu fico só, a mediar,
Até ir fama e amor no nada naufragar.

JOHN KEATS - John Keats (1795-1821) foi um poeta Inglês do periodo Romântico. Durante sua curta vida, Keats produziu uma profunda e impressiva coleção de trabalhos. Entre seus mais refinados trabalhos encontram-se 65 sonetos, tais como Ode a Uma Urna Grega. O trabalho de Keats raramente foi bem recebido pelo público e pela crítica. Indiferente a isso, ele escreveu com abundância e qualidade, por toda a sua curta vida. Entre 1818 e 1819, concentrou-se em dois poemas importantes: Hyperion (inacabado), em versos brancos, sob a influência de John Milton, e La Belle Dame Sans Merci. Dedicava todo tempo livre à leitura. No ano em que se publica Endymion, Keats encontrou Fanny Brawne, a grande paixão de sua vida. Teve que separar-se dela em 1820, devido à tuberculose que ele havia contraído. Foi para a Itália, onde morreu poucos meses depois. Sobre seu túmulo, no cemitério protestante de Roma, foi esculpida a inscrição que ele mesmo redigira: Here lies one whose name was writ in water (Aqui descansa um homem cujo nome está escrito sobre a água). Os poemas selecionados são do livro “Poemas de John Ketas”, traduzido por Pericles Erugenio da Silva Ramos.

Fonte:
KEATS, Jogn. Poemas. São Paulo: Art, 1985.

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