segunda-feira, dezembro 01, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: S/T, de Pedro Gonçalves
UMA VEZ NA GRUTA DO CÉU
Luiz Alberto Machado
Visitei teus aposentos
Tua tenda,
Gueixa minha,
Uma fragrância calmante de delírio no ar
Adentrei fervendo de paixão
E te desnudei
Oh! Não se esquive,
Oh! Não se esquive,
vou te conquistar
e como vou!
Inteiramente
Totalmente
E vou capturar o teu olhar faminto
A tua sede mulher
Quando me debruçar no teu corpo
E devorar tua oferenda: a gruta do céu!
Vou invadir teu território
Acariciando teu rosto
A tua expressão imaculada
Vou invadir teu hangar
E deslizar impune escancarando tuas pernas
E provando de todo sabor do teu fruto exposto à comida para pecaminosas mordidas de amor
E vou fustigar com afago tuas entranhas
O teu desejo sedento
E toda tua exaltação
E vou lamber teu umbigo
Chupar tua América do Sul
Alcançar teu profundo poço
E me afogar enaltecido de ti, minha odalisca tão lasciva
E vou eriçar teu pelo e te montar, égua minha,
No pleno domínio com meu talismã de Sigefredo
O meu poder sobre o teu
O teu sob o meu
Com toda a tua beleza
Tua prodigalidade
Verás o meu dardo empurrando a espada rija
No vai-e-vem do remexido dos quadris
Arrepiando tua alma
Revolvendo tuas entranhas
E te fazendo mulher amada
Vou sorver todo o teu néctar, Hero minha
Entregar-te com toda inquietude para que meu dna possa te fecundar na fúria louca do prazer
E suaremos juntos
E gozaremos mútuos
E desfaleceremos iguais
E saberemos unidos a plenitude e a agonia do amor
Qual Filemom e Baucis
Eu feito Abelardo condenado de heresia pelo amor de Heloísa
Tal qual Endimião morto pelo amor à deusa Selene
Feito Dáfne e seus versos à Cloe
O teu nome ficará para sempre na tarja do meu coração
Preso ao sortilégio do amor
A morar para sempre no Monte Latmo, totalmente minha
E quando eu morrer
me salvarás, Minha Ísis,
Juntarás meus pedaços de Osíris
E eu serei todo teu ressuscitado
Refém eterno de tua delícia
Minha alma a ti se revelou
És meu amor
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