segunda-feira, novembro 24, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Volúptia, de Nuno Bernardo.
MOTO PERPÉTUO
Luiz Alberto Machado
É na cadência de tua ginga possante de refratária deusa que vou sirene alerta a errar afoito na poesia que se derrama da sinuosidade das ondas de mar de tuas ancas revolutas, delírios da vida, porto de amar.
Eu já não sei de nada e perco tudo no encalço do rabo-de-arraia que se alheia flores do campo, aroma perfeito que faz-de-conta no inferno da minha insônia, no meio do moinho desse carrossel que é suíngue da carne como oblação que arde relembrado desejo no Jardim do Éden da minha luxúria.
Ah sesso que me corrompe obcecado e que vou pronto para compor a harmonia de nossa melódica dança obscena, quando se mostra eivada de pecados de terra e céu virando minha cabeça num espetáculo fantástico que se faz afrodisíaco na minha idéia para o meu permanente estado de graça na primeira lua em torno da tua cintura ondulada de toda perversão gostosa de teu balanço formoso.
Ah culatra da serva de Afrodite que manda ver num passe de mágica o verdadeiro simulacro no golpe sutil do teu charme coroando o amor e as nossas delícias na mecânica da sedução demarcando o moto-perpétuo do prazer e sexo encarnado ao meu toque no menor movimento das coxas que cede terreno, desimpedida pro meu paroxismo prestes a derramar em profusão no terreno baldio da tua exacerbação.
Ah, minha Paulina, crédula matrona, sou teu mortal admirador acrimonioso disfarçado do deus Anúbis no nosso sagrado intercurso convoluto na captura desenfreada da convecção que se aventura tocha ardente transpondo limites pelo trajeto do teu insubmisso bordejar remexendo o quadril que estremece de desejo no frêmito do prazer.
Ah pódice de hetaira cheia de graça que triunfa por tantas demandas profusas na matéria-prima do esplendor de toda maravilha do corpo esbelto agitado em convulsão para que eu seja nuvem de chuva na tua terra desejada de alcatra indulgente cumulada dos excessos da corrente tempestuosa e perversa a me afogar na maior tentação de umbral onde o predador faz ajuste de contas para que a serpente hiberne voluntariosa na gostosura do teu esconderijo sacralizado.
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