Foto/Arte: Derinha Rocha
SHAKESPEAREANA
II
(OUTRA VEZ)
Luiz Alberto Machado
Toda sexta-feira, meio dia em ponto, ela apronta de tudo comigo e pronto!
Ela chega e me olha e toda se desfolha para o bem-me-quer.
Ela se abre mulher e eu sorrio, ela se rela e vira cadela no cio e me abraça e me beija, e se faz de puta e princesa quando me quer e eu sou sua passarela onde o sangue dá na canela pro que der e vier.
Ela ronda, me cheira e me fela, ela usa e lambuza, se descabela e me acusa de só abusar dela.
Ela lambe e abocanha, ela vence e me ganha na melhor de três.
Ela me agarra medonha, ela me bate uma bronha na maior maciez.
Ela chupa e me suga, ela aponta pra fuga e me faz descortês.
Ela agita e me alisa, ela grita e repisa que é a última vez.
E nem bem recomeça, ela me prega uma peça e posa sisudez.
Ela bole, suspira e rebola, ela delira e quase degola a minha rigidez.
E se aninha e engalfinha, ela jura que é minha por mais de um mês.
Ela assunta e se enrosca, ela se faz mesa posta e eu seu freguês.
Ela ajeita e retruca, ela monta mutuca e diz que não fez.
Ela esfrega e renega, ela rega e pula a janela da minha timidez.
Ela atiça e se esfola, ela então faz escola pela insensatez.
Ela aguça e me inflama, ela me queima na chama da sua nudez.
Ela se arrisca de fato, ela fica de quatro na maior viuvez.
Ela torce e retorce, ela morde, rejeita e se ajeita e nem se refez.
Ela goza e remexe, ela arrocha e debocha na maior altivez.
Ela treme e me grita e quer sair muito bem nessa fita com toda malvadez.
E quando eu gozo espalhafato de folia de bombo
Ela sorri que de fato fui salvo pela zoada do gongo.
VEJA MAIS:
VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
TODO DIA É DIA DA MULHER
CIDADANIA & FREVO NAS ESCOLAS