sexta-feira, março 14, 2008
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Jan Saudek
ÁRIA DA DANAÇÃO
“Que nos perdemos por amar se diz... Tolice! Outra é a verdade, podes crer: Só quem não ama sente-se infeliz!“ Aretino (1492-1556)
Luiz Alberto Machado
Naquela tarde tudo parecia azul e ela nua e linda no súbito ímpeto de inundar-me com toda fragrância onímoda do seu corpo Kilimanjaro a me seduzir misteriosamente na minha loucura de querer a mais que o limite do horizonte.
Ah, esse corpo aeronave do prazer que me leva pelas corredeiras da tesão para seguir as trilhas dessa obra-prima divina e que me reduz apenas a duas pálpebras abertas de estupefação por se apossar de sua fenda mágica e deliciosa onde recolho o gozo na água da paixão de sua fonte de todos manjares mais apetitosos e inenarráveis.
Ah esse corpo vesco que me faz atleta do esporte mais radical para seguir insone à adrenalina do topo da torre abissal do seu prazer e vou de cabeça em queda livre num salto sem engates nem cintos como bungee jump por toda exuberância de sua excelsa geografia.
É onde suplanto o cume das colinas de toda sua extensão corpórea com a pirotecnia de vencer o Matsumoto, ou de ascender pela Machame Route, acampar no Barafo Hut, de sobrepujar o Huascaran no Peru de todas as suas sinuosidades de sua íntima compleição e lá erguer o punho como quem celebra a vitória de todas as ejaculações prementes na esporrada de corpo e alma sexo e profanação.
É onde usurpo os cimos alcantilados que se precipitam pelas serrarias de sua graciosidade assimétrica e buliçosa e vou aturdido a gozar das benesses de sua nudez incandescente nos meus olhos cheios de frêmitos das alturas complacentes de todas as profundezas escaladas do point livre de sua emanação esguia onde sou alpinista carregado de emoção no espetáculo fantástico da minha Guta Estresser desfilando nua na passarela do meu coração.
Ah esse corpo de ária encantada na minha danação que se faz boom nas minhas festas febris, se faz the best na agonia faminta dos meus delírios somáticos que reclamam seu toque e seu feitiço a todo instante ao meu contato para me acalmar nos seus desabridos sabores e me sentir a salvo nos seus braços de fortuna abandonada que requer comandante-em-chefe de todas as suas vontades diuturnas e inacalmáveis.
Ah esse corpo manhã de maio inquieta na minha lareira inextinguível, sou cativo errante de seus encantos que me fazem pródigo amante a poetar todos os limítrofes encantos inesgotáveis de sua entrega alada.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
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