sexta-feira, dezembro 05, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: flies to me, de Daniel Oliveira

CIRANDA

Luiz Alberto Machado

Sim, foi você singela e nua quem veio do fundo dos oceanos para redimir meu abandono, veraneando a minha vida enquanto eu estava na beira da praia ouvindo as pancadas das águas do mar.

Foi exatamente com a sua súbita aparição que meus devaneios revividos puderam entoar o enleio pelos estribilhos de cirandeira, sua mão na minha mão, de braços dados e na cadência da zabumba, tarol, saxofone, gingando descalços nas areias do mar.

Foi quando pude ter a noção de que seria encurralado por seu domínio e por seu feitiço solaçoso, me iniciando em seus mistérios no tamanho cósmico da nossa entrega na beira do mar.

Foi, portanto, a minha oportunidade de ser feliz.

Foi e meu coração cresceu de amor e exagerou na dose dos versos mais audaciosos, até saber-me cantor dos quereres que nos anima a alma.

E cantei o amor porque essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá.

Sim, é o fogo do seu corpo que revitaliza o meu, é a candura da sua alma que restabelece a minha, é a grandeza do seu amor que me faz ser seu.

VEJA MAIS:
CRÔNICA DE AMOR POR ELA