sexta-feira, junho 20, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Foto de Nato Canto.

GALOPE DO AMOR DOIDO DE ALEGRIA

Luiz Alberto Machado

O galope só é bom quando a beira-mar é o corpo da mulher amada, mar que é o amor e o amor é o que o amor faz: festa nos meus olhos, balbúrdia no meu coração súdito acorrentado na vertigem de todas e tantas taras.

O galope é festa no movimento gracioso - glória mulher nas alturas que minha alma anseia! - e atrai todas as atenções: é ela danada violentando as águas como quem bota pra quebrar no que me sobra em ser feliz e lavro armado pela rampa onde ocupo o espaço, tamanho de tudo.

É ela protagonista do meu verso agalopado quando seu corpo todo talento para me surpreender é a guitarra cósmica e eu me faço dedos de Stewe Howe dedilhando sua carne a dar lugar ao poema vida acesa, águas navegáveis, nave ligeira, a fúria do inarredável.

É ela fêmea desvairada galopando enjaulada pelo meu desejo nas coxas de fruta nativa estendidas com seu encrespado ventre onde vou chovendo na lavoura, superfície e entranha, os meus ventos nela e todo dia renasço com os raios indômitos do seu vulcão faustoso.

É ela ventura que me atrai toda contumácia em estado de graça doido de alegria pelo tesouro de mina fabulosa e vou roubando seus sabores porque nela bebo as ondas do mar: seus braços e pernas aceitam de bom grado o vazio que sou e não me poupa e todo meu ser se faz inteiro nas carícias por todos os atalhos dela como um sino aos dobres no meu coração.

É ela tarde enorme nos louros da vitória de paixões inventadas, alma de safira, pele de turquesa, seio em flor, pérola do colo, alívio do meu viver, mexendo toda na apoteose do galope do amor.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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