sexta-feira, julho 10, 2009

VERS&PROSA DE AMOR PELA MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha

DE TODO JEITO É BOM

Luiz Alberto Machado

É nela que tudo é bom e se o verso não me intriga, o poema faz bem. E bem demais porque dela vem rastejando a língua marruá lambendo meus versos, sexo e alma e tudo se sobrevém comigo e se conjuga verbos e versos com Eros na baia e várias luas no seu corpo nu que ensaia a vida e me completa e me acende vários sóis nos seus seios trêmulos.

É nela que nada é demais, oferta e procura, sanidade e loucura, no vão do meio, no veio de seu amanhã que é meu amanhecer de todo peso e medida do trapézio que o cotidiano de nossa intimidade faz nervura no desejo com desassossego porque sou passageiro, sou biguzeiro e andarilho na vigília da sua vagina onde reinam todas as suas inquietações e se faz alçapão que habito e se faz guia que me desorienta serena de gozo nos confetes de nosso carnaval.

É nela que todo jeito é bom no que cheiro, no que toco, agarro, entorto e apalpo todas as ladeiras e precipícios de seus recantos, mantos e travessuras no meio do pendulo de sua usura sem agenda pro futuro na fronha dos sonhos de todos os pecados que suturo e afloram e se incineram erodidos por novas fugas no viveiro dos gritos que formam os andaimes de nossa ruidosa entrega sem freio e meio a meio eu recolho e sou alpinista que freqüenta seu corpo de artista, suas manhas, marés, sanhas, cafunés, espantos, ventres, cantos, vertentes, toda exatidão de seus aromas e perfumes me inebriando pro amor.

É nela que tudo é melhor porque todas as suas imagens, limites, encantamentos, meandros e malabares me envolvem e me encantam no meio dos seus ventos atlânticos mornos insulares de novembro com todas as lufadas basilares que me varrem o senso e incendeiam meu sexo por seus descampados, vales, ventanias e maleitas, pelo remanso de sua concha difusa que eita presenteia flores para minha fome impetuosa inheta tomada por entre seus braços, entre suas pernas esguias, me apertando contra o peito até me reduzir ao penhor da euforia do seu guardado para sempre no sutiã, na calcinha e na mania arredia de me fazer servo e senhor.

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