sexta-feira, outubro 10, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Harry Candelario

ENCONTRO DO PÍCO VIGOROSO AO TERRAÇO DA JÓIA

Luiz Alberto Machado

Primeiro tempo: do flerte à dança, o desvario da paixão

Agora o momento conspira favoravelmente e mais persevera quando flagro a divícia de toda a sua compleição convidativa que dá provas inequívocas do requinte da sedução.

Eu mereço, tenho certeza, esse pulcro e luzidio jeito menina sapeca a me enfeitiçar com o semblante misto entre angelical e satânico, com um cumprimento no olhar chamativo num estro a não perder jamais de vista – pálpebras lânguidas de inesperadas ternuras, suspiros ao léu, com o frêmito nos lábios com gosto de primavera vigente, com jeito dócil no pescoço a descoberto, nas alças fulgurantes da blusa a expor toda a atmosfera do decote emanando fulgurante pôr do sol entre os seios de fruta no pomar, com indulto na cintura que vai dar na circunferência da saia colada no corpo Maracanã das minhas emoções – corpo matéria-prima do milagre -, girando, girando a exalar o frescor da vida para meu sobressalto e delírio.

É espetáculo demais de desejos entreabertos para o trapézio do amor, onde os beijos estalam adocicados e insinuam jogadas na pequena área de nossas contumazes deprecações de satisfação; que saltam do seu olhar de ébano a desnudar-me a alma e levá-la folha seca pela ventania forte e nas vazantes etéreas de sua imantação, que me dá conta dos seus lábios rubros e que por tal fresta vem o sopro vital nas minhas narinas e me assalta o toque macio que ao menor contato me eletriza a ponto de invulgar combustão pélvica e que nos abrasa a embolar no meio de campo a confundir de nós a própria vida.

É chegada a hora e pronto já test-drive vou margeando, contornando, walkaround, até cravar as minhas garras nessa delícia geográfica além do querer, aspirando do infinito nas asas da sua graciosidade que dá o braço a torcer, tomada de assalto pela minha agonia faminta e já se faz pronta na rendição dos meus galanteios mais lúbricos.

Segundo tempo: a nudez, o toque e o prazer estufando o gol do amor

Vê-la nua é o sabor do instante na maravilha de estar vivo, onde me faço ourives a deslindar toda alvura carnuda imarcescível de sua extrema condição de amante, carregada com nova leva de carícias para o meu estopim mais arvorado.

O seu corpo é a cidade onde habito com todos os temores e explosões, onde cultivo a crença que professo quando o dia começa a romper, onde semeio o que há de melhor em mim para a completa comunhão do dar e receber.

É o seu corpo o verdadeiro prêmio que cobiço, é a estrada que transito e me perco e me encontro quando me expõe os seios, montanhas do Cáucaso de meus delírios, à minha bocarra insaciável devolvendo a plena vida sugando o sal da terra.

Eu solapo todas as medidas com o exame tátil de nossas inquietações na furiosa tempestade a devassar todos os limites dos domínios e nas dimensões do seu corpo que predispõe a loucura do gozo e vou num ritmo ideal de jogo com todas as firulas e mando de campo, encarando a zaga e na jogada, lance de bandeja, vou buscar a enfiada profunda para alcançar o conteúdo das suas redes mais ao rés-do-chão do paraíso almejado.

Eu corro perigo com o assédio dos seus encantos como se fosse o meu refeitório eivado de luxúria de completa adrenalina quando penetro entre as suas pernas oblíquas e avultamos nossos urros, nos dizimamos um ao outro em nossos apegos mais íntimos, até que nossos corpos caiam estiolados fenecendo de prazer.

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