quarta-feira, janeiro 07, 2009

VAN LUCHIARI



Imagem: Light blue, de Daniel Oliveira.

A ESSENCIA CARNAL DOS VERSOS DE VAN LUCHIARI

FOME

Derrama o teu amor na minha língua
profano, devasso, proibido, viscoso.
Minha boca é feita para receber-te
duro, forte, explosivo, guloso.
Derrama-te em mim por inteiro
que todo o resto é nada
e é de ti que eu me alimento.
Eu desejo o teu gosto,
o teu cheiro, teu unguento.
Se escorrer uma só gota
eu recolherei com um beijo.
E se tu quiseres, amor,
podes me lamber que eu deixo.

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De baixo pra cima
O banquete completo:

Entrada
Prato principal
Sobremesa

Pode vir que tá na mesa!

TE COMER

Te comer.
Te comer com a língua, te comer com a alma.
Te comer no elevador, no corredor, te comer com amor.
Te comer com manteiga, com mel, com sorvete, com chantilly.
Em pé, sentado, no sofá, no chão, na cozinha, no restaurante,
No prato, em duralex, em eucatex, no provador e naquela estante.
Te comer sem medo, sem pudor, sem medidas, sem dó.
Ao sumo, molhado, fluído, sólido e duro.
Te comer na cama, na grama, na aspereza do muro.
Te comer com gosto, com gula, te comer com fúria e prazer.
Até que em mim te derrames todo, te dês inteiro até o talo.
Pra encher meu ser de ti e minha boca do teu falo.
Até que me sacies. Até que eu engula teu nome.
Te comer em goles. Te comer com fome.
Te comer com fome.

TUA

Essa noite eu serei tua.
Serei das tuas palavras que me atam gentilmente...
Farei da tua sede a minha amarra intensa e excitante.
Serei só da tua vontade, submissa aos teus quereres
Farei-me inteira tua posse, tua escrava, tua amante.
Essa noite eu serei tua.
Serei para ti as provocações suculentas e urgentes
Que a tua língua anseia e os teus dedos tremem.
Serei tua presa... oferenda vulnerável e nua.
Escorrendo coxas, esfregando pernas e mordendo dentes.

Seios, carnes, gozo, gemidos.... Serei tua aos pedaços.
Lentamente desvendada.... Nó a nó. Laço a laço.
Serei das tuas palavras, do teu pecado, da tua gula.
Essa noite eu serei tua. Essa noite eu serei tua.

DOS DIREITOS DE SER TUA

Reservo-me o direito de ser a pedra bruta
onde tu esculpes com teus dedos ávidos
o inevitável gozo.
Reservo-me o direito de esculpir meu corpo
no teu ir e vir frenético e pulsante
e deslizar minha pele na tua
até que a forma completa se conclua.
Reservo-me o direito de ser o rascunho rústico
onde tu experimentas o teu erotismo
e penetras intensamente os orifícios
sem argumentos ou artifícios.
Reservo-me o direito de ser tua!
Somente tua!
Tira-me os excessos. Mata-me as imperfeições.
E saboreia tua obra.
A minha pele te espera.... inteira e nua!
...
Vem

TUDO EM MIM

Despi-me. Estou nua.
Minhas mãos atrevidas invadindo os caminhos. As coxas abertas em entrega voluntária. Os dedos todos em mim. Penetram deliciosamente percorrendo os úmidos que me escorrem por tua causa. (Por tua causa) Respiro ofegante... Tudo em mim palpita. (Tudo) A boca seca implorando pelos teus dentes. Os lábios ensopados implorando pela tua língua. Os dedos lambuzados que eu levo à boca, tentando matar a minha sede de ti. Mas o gosto doce que sinto é o meu. (E é bom) Provo novamente. E denovo. Minhas fendas ensopadas sendo devassadas pelos dedos gulosos. Gemidos escapam trêmulos das entranhas do meu corpo. Tudo em mim se rende. E na cabeça só uma pergunta: Por que não é você? Por que não é você?

ARDENTE

O que eu preciso diariamente
Abrir-me aos teus dentes
Sentir-te entrando e queimando-me
num trago longo e quente.
Derramar-te meu gozo
dar-te minha pele nua e latente.
Sentir-te beber lentamente
meu peito, meu leite, minha mente.
Até não haver mais poro
ou buraco em mim que te ausente.
Sorver-te deliciosamente.
Até o fim, impiedosamente.

O que eu preciso diariamente
é de uma dose bem farta
da tua água-ardente

GUARDA-ME

A tua carne é uma gaveta
onde eu deposito os meus fluidos
onde eu guardo os meus segredos
onde eu arremesso os meus desejos.
A tua pele é um baú
onde eu armazeno os meus sonhos
onde eu abafo os meus éteres latejantes
onde eu decanto o meu gozar inebriante
O teu corpo é um recipiente
onde eu derramo minha essência mais pura
onde eu lambuzo e perfumo o meu sexo
e a minha língua prova a intumescida cura.

Noutras palavras....

RITUAL

Desejar-te é meu ritual diário.
Uma devoção insana
que me escorre pelo corpo
que me queima feito brasa.
Podes me queimar com tuas línguas!
Por ti eu queimo todos os meus fogos!
É porque eu te amo que eu sou tua!
E por ser tua, de mim mesma esqueço.
Querer-te é um altar onde me ofereço.
Aos teus pés me arreganho e sacrifico.
Desejar-te é meu ritual diário.
Por isso eu te quero. Por isso eu fico!

DEPUDORADA

Mostro-me! Revelo-me! Não tenho mais pudor!
Veja-me por inteiro. Receba o que te dou.
Esteja aqui. Invada meus sentidos, minha pele.
Pra ti eu dou meu gozo, minhas noites, meu amor.

EM TUDO

No meu corpo
nos meus olhos
nos meus dentros
nos meus centros...
Em tudo há você.
Nos meus cantos
nos meus profundos
nos meus olhos
nos meus mundos...
Em tudo há você.
No meu desejo
na minha umidade
no meu gozo
nas minhas metades...
Em tudo há você.
No chão em que me deito
no ar que eu respiro
no sonho em que te encontro
na nudez que eu transpiro...
Em tudo o que eu faço.
Em tudo o que eu vejo.
Em tudo o que eu fantasio.
Em tudo o que eu minto e sinto.
Em tudo há você.
Nos meus olhos fechados
Na minha alma despida
Em todas as músicas
Em tudo há tua vida.

Em tudo há você.

DIAS

Dia quente e eu te sinto em mim
Tua língua passeia voraz e furiosa
Degustando lábios e pingando uvas
Intumescendo grelos em tremor de vulvas
Despudorado e intenso meu amor escorre
Em tua boca aflita um gosto doce morre
Dia quente e eu te sinto em mim
Quisera o dia não tivesse fim.

VOCÊ VEIO

Foi num sonho... Você veio.
Invadiu-me sorrateiro
Pôs um beijo no meu corpo
Bico a bico, seio a seio
Você veio.
Delicado e faminto
foi sorvendo meu instinto
Dominando meu desejo
Arrepiando meus pelos
Você veio.
Intumescendo meu grelo
Sequestrando meus fluídos
Aprisionando meus anseios
Nas tuas unhas, nos teus dedos
Mordendo minha pele
Intoxicando meu cheiro
Batendo em minha bunda
Puxando os meus cabelos
Foi num sonho... Você veio.
Apaixonado e furioso
Penetrando sexo e orifícios
Devorando vulva e lábios
Possuindo meus anseios
Foi num sonho... Você veio.
Lobo em pele de cordeiro
E eu fui sua... por inteiro.

TEU

Meu corpo é o depositário do teu amor
O invólucro do teu desejo, do teu querer
O abismo onde o teu gozo explode
em jatos fortes e quentes.
Meu corpo é o guardião da tua insanidade
A cura de todos os teus males
Meu corpo é um mergulho profundo
em águas densas e mornas
Meu corpo é um deslizar macio
onde se esconde tua fuga, teu mundo.
Meu corpo é a tua cama,
teu aconchego, teu tudo.
Brasa queimando em ardor.
Lava latejante de vulcão.
Meu corpo é o recipiente dos teus pecados
Meu corpo é teu. Por todos os lados.

DEMORE-SE

Coma-me.... e pronto!

Demore-se nisso.
Teu corpo é onde eu existo
é onde eu me encontro.
Demore-se em mim, amor.
Que eu preciso esquecer a dor
reaprender o desejo, o calor.
Devolva-me a minha fome
a minha alma, o meu ardor.
Agora que você me tem
Deguste-me até o fim
Até que não reste nada
Pra mais ninguém.
Pra mais ninguém.

INSTANTES

Eu tenho mil instantes para te dar
Mil beijos, mil unhas, mil peles...
Mil desejos, mil pedidos, mil gozares.

Eu tenho mil instantes para te amar
Mil fomes, mil línguas, mil entradas...
Mil perfumes, mil pecados, mil mordidas.

Mil infinitos. Mil eternidades.
Mil vontades. Mil caminhos.

Tu tens mil instantes para mudar a minha vida!

ADVERTÊNCIA

O meu corpo é guloseima
para a tua boca faminta e exigente.
O meu corpo é iguaria
para saborear com fúria e lentamente.
Lambendo dedos, poros, dentes...
Mordendo lábios, grelos, peles...
Meu corpo é intoxicante
de efeito imediato e inebriante.
Rasga o teu desejo numa fome urgente.
Meu corpo é vício.
Toma-o.
Não aprecie moderadamente.

SOB TEU DOMÍNIO

Sob o teu domínio eu me rendo
Sou presa em cativeiro
à mercê da tua luxúria.
Sob o teu domínio eu me prendo
entregue às tuas unhas, à tua fúria
misturada à tua carne, ao teu cheiro,
aos teus gozos, línguas e dedos...
Submissa dos teus quereres
vou cumprindo os meus deveres
de amar-te assim corajosa e constante
Tua fera, teu anjo, teu pecado, tua amante
Delicada e nua, ponho tudo ao teu alcance.
Sob o teu domínio, coisas que nunca tive...
Sob as tuas presas, sinto-me livre!

VIRA-ME

Vira a noite, vira os olhos...
Tu me invades e revira tudo.
Vira-me o corpo, enfia-me a língua
penetra-me fúria, áspero e veludo.
Vira-me inteira pra ti
caminhos abertos, lubrificados...
Transformo todo o desejo em pecado.
Derramo-me nova, doce e sal
Como uma fruta desconhecida, carnuda
Virada em mistério, carne desnuda.
Oferecida assim à tua boca, ao teu mundo...
Viro-me em êxtase profundo.
Reviro-me em gozos e gritos
Minha alma é minha pele.
Lisa e nua, sou pra sempre tua...
Fêmea úmida de natureza crua.
Em ti, serei pra sempre fome e fartura.
Vira o ano, vira a vida...
Tu me reviras sempre!
Só o meu amor não muda.
Só o meu amor não muda.

VAN LUCHIARI – poeta, cantora e compositora paulista Van Luchiari, tem uma série de trabalhos poéticos e musicais publicado na rede. Destaque-se o blog Love Secret Love, a sua página no MySpace e a sua comunidade Van Filosofia.

VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA

segunda-feira, dezembro 22, 2008

FELIZ ANO NOVO




Gentamiga,
Agora entro de férias até o dia 12 de janeiro!

Beijabrações & Feliz Ano Novo!!!

Luiz Alberto Machado

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
SOS SANTA CATARINA
MUSA TATARITARITATÁ 2008

sábado, dezembro 20, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Naked Lights V, de Nuno Belo.

POR VOCÊ

M´amour, m´amour o que é que eu amo e onde estás?” (Ezra Pound)

“...por você vou roubar os anéis de Saturno” (Rita Lee)

Luiz Alberto Machado

Por você tenho estado a levitar incólume pelas nuvens mágicas do amor, a cantar o Exagerado de Cazuza para orbitar contumaz toda flor de sua emanação.

Por você tenho dedicado todo infrene teor do meu verso lascivo, toda meta da minha perseguição da felicidade, todo meu corpo, minha alma, idéias e pensamentos e já não consigo distinguir o que é meu de seu nessa correspondência para lá de imantada pelos nossos mais aderentes desejos.

Por você sigo perseverante a desafiar de deus, do mundo e de tudo, a fazer da minha crença apenas a sua deificação.

Por você vou rompendo barreiras porque recito de cor um a um dos cinco mil versos d´Os Cantos de Pound enquanto aliso a corcova de suas ancas miríficas onde perco todos os pontos cardeais afiançando a valia de todos os seus atributos.

Por você subestimo convenções porque quero passear de mãos dadas e trocando beijos apaixonados no meio do espetáculo da aurora boreal até a austral e vê-la seguir com o meu monograma tatuado no seio como o distintivo do nosso amor.

Por você vasculho o universo de sua compleição, faço surf no tsunami de suas carnes, viro goleador no Maracanã do seu ventre, percorro a nado todo Amazonas de suas águas profundas, faço happy hour na lua dos seus seios, enfrento a fera do seu desejo exaltado e recolho de sua mais absoluta e íntima graciosidade todos os acepipes exatos da minha esfomeada vontade de você.

Por você todo limite usurpado no fogo insano do prazer a ponto de não haver extintor de incêndio capaz de apagar a feroz volúpia de possuí-la a mais das suas dimensões angulares.

Por você toda exata e possessa como uma naja de capuz estufado, premida pela necessidade excitante de ver-me enveredar por seu olho pidão, por seus lábios bons de beijar, pelos seios de todos os sabores, pelas pernas carnudas, nádegas voluptuosas até o ventre ávido com nuto pro concúbito.

Por você terei o muito de todo tudo, porque na paixão, o que for demais além da infinitude, para o querer, ainda é muito pouco.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
MUSA TATARITARITATÁ 2008

segunda-feira, dezembro 15, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Em sonhos fui sereia, de aoluar

AMAR VOCÊ

Luiz Alberto Machado

Amar você é minha festa porque é a maior maravilha do universo o seu amor.

Por isso você é a minha religião, meu credo, minha devoção; a sintonia do meu dial, meu porto de abrigo na chegada, o meu pouso, o meu combustível para viver.

Amar você é o meu prêmio porque você é a camisa 10 da minha predileção, craque de fazer embaixadinhas de mim, firulas, banhos de cuia, toques de arrodeio, marcando de letra e a me deixar extasiado com seu gol de placa na minha paixão.

Você é a pole position na minha preferência, sempre largando na frente, batendo recorde em todas as voltas e recebendo a bandeirada da minha mais exaltada satisfação.

Você é a obra-prima da natureza representada na mulher de Copacabana com seus olhos de mar, seu feitio sedutor, seu riso cativante, sua grandiosa generosidade.

Amar você é a minha vida.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
MUSA TATARITARITATÁ 2008

terça-feira, dezembro 09, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Fran Nua, de Amanda Com

EU TE AMO

Luiz Alberto Machado

Quanto mais os dias renascem em manhãs ensolaradas ou frias, mais eu te amo como quem busca na tua fonte a água de todas as sedes

E quanto mais as horas se consomem por si só na voracidade do tempo, mais ratifico a minha confissão de dívidas com o teu amor, sem o menor arrependimento ou culpa, como se cumprisse à risca a nossa mútua promessa de escoteiro, o nosso anímico pacto de sangue

E quanto mais os dias passam loucamente uns nos outros na maior confusão da vida, mais eu te amo como súdito fiel que guarda a recompensa e a devoção pela lua-de-mel das nossas mil e uma noites

E quanto mais os meses viram cinzas na página virada que já será jamais, mais persigo megalômano ao ninho do nosso repasto mútuo, miss minha, como um marupiara encantado tal qual Aquiles venerando Pentesiléia e que jamais deixará morrer a vibrante incandescência da musa

E quanto mais os anos revolvam nossas vidas anunciando que o futuro jamais chegará, mais eu te amo e chegarei sempre ávido e pronto a decorar de cor e salteado o teu mapa para massagear com apalpadelas acariciantes e manusear febril de desejo e paixão o teu corpo de deusa, minha Vênus de Milo estonteante

E quanto mais de ti me vieres com nuto afirmativo, mais te amarei derrubando as muralhas dos nossos limites, cultivando a liberdade da nossa entrega, e mais me escravizarei ao teu encanto, e mais me fascinarei pela posse do teu afeto, e mais me extasiarei com o toque do teu afago e mais te agarrarei a efígie, o busto, a epiderme, a aura, o gesto, o jeito, a alma, a pérola de tuas sensações mais desacorrentadas de ti, o perfume mais inebriante de tua expressão

E quanto mais te achegares ansiando por descobrir meus mistérios mais ignotos, quanto mais faminta e encantadora, quanto mais vívida e sedutora, quanto mais possessiva e acasaladora, mais te amarei e mais e mais estarás me cativando ao paraíso de teu domínio que me promete a felicidade além dos céus e a paixão além dos confins de tudo.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

segunda-feira, dezembro 08, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Eine Tanzerin, 2003, de Jan Saudek.

JURAMENTO

Eu juro te querer enquanto o ouro do turno da tarde cair no beiral (...) meu lado, luz acesa de pescador bom de mar, quer me ver sonhar? Traz a tua vida mais pra perto de mim...” (Djavan, Beiral).

Prometo te querer até o amor cair doente, doente...”
(Chico Buarque & Cristóvão Bastos, Todo sentimento)

Luiz Alberto Machado

Quando a tarde faz vida no mormaço do seu corpo, eu juro por todas as delícias de céu e terra mergulhar nos ventos agitados de sua prodigiosa nudez sacudindo minha lucidez nas raias da loucura e é quando sou de mim mais que real.

Eu juro por sermos feitos pelo amor e para o amor onde tomo por testemunho o meu corpo e o meu sangue no seu corpo e sangue, que não haverá perjúrio porque juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade porque a verdade é a sua alma nua exposta para a minha iniciação. E prometo pelo fogo do prazer no calor do seu sexo que se empanzina com o meu, linda, nua, caprichada de beleza acendendo a luz de todas as noites na beira do amor, pelando de febre, que cantarei aos berros a canção viva com versos queimando a pele, a cumprir que nos seja dado gozar feliz da vida para ir até longe de onde não se volta mais.

E juro com os olhos vendados de paixão por seu corpo que carrega o tempo de muitas sedes no seu minadouro, como a maior e mais completa maravilha do mundo, enquanto a terra gira entre suas pernas e sexo febris com a gula das minhas mãos côncavas agarrando enlaçado na idade dos sonhos que giram sem parar na corda bamba que me devolve multiplicadas vezes a vida que me faz mais vivo que nunca!

E juro pela doçura dos seus lábios de orquídeas molhadas com o cheiro do riso destamanho com o amor queimando a face, relâmpago nos seios na promessa de que em mim tudo de seu sobreviva, a tesão apaixonada se fortaleça e o que for do amor se concretize em nós. E juro por seu olhar de titânio com toda atração do meio dia de místicos fulgores dos que dão tudo à vida debaixo da chuva do edredom onde a tempestade demorada inflama o paiol de todos os gozos desgovernados até o derradeiro pousar da voz de zis luxúrias do seu doce-de-leite coração.

Por isso e só por isso eu canto inteiro com toda paixão a nossa eucaristia.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

domingo, dezembro 07, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Estella, de Tuta.

PARTILHA



PARTILHA

“(...) E por entre as coxas da noiva envolvente, a mulher com seus seios e o pássaro de crista celestial, foi ele enfim derrubado ardendo no leito nupcial do amor, no torvelinho do centro desejado, nas dobras do paraíso, no botão rodopiante do universo”. (Dylan Thomas, Conto de inverno).

“(...) Debaixo de ti e de mim, tu e eu, sinceramente, teu cadeado afogando-se de chaves, eu, subindo e suando e criando o infinito entre tuas coxas”. (César Vallejo, Doçura por doçura).

Luiz Alberto Machado

Saibam todos quantos virem esta canção entoada que eu amo esta mulher nua e linda como a terra que me faz abrigo e me reparte toda a felicidade universal de sua beleza ruidosa no meu coração.

Saibam. E que este poema exaltado seja o testemunho do quanto vivo e me sou dado à propícia magia da boca fresca de uma mulher com o seu riso refulgente espalhando o prazer perpétuo, onde fecho os olhos para imergir no beijo e seja lá o que deus quiser.

Por isso eu canto toda canção para ela nua e linda, porque eu conheço todas as astúcias de quem cavalga na minha carne onde o seu nome é o sexo úmido a pulsar exsudando gozo aos grandes goles.

Por isso eu declamo aos quatro ventos todos os versos viscerais do meu poema imperfeito, porque conheço a fundura do paladar de quem se debruça oferecendo a maçã com um verso na mão estendida e uma poesia na carne de todos os molhos para que eu faça festa impudente e reine com açoites para ocultar-me no porão de sua alma.

Por isso vou vociferando com meu coração barulhento todas as rezas da maior adoração de quem na lonjura conhece o abraço do jeito irrigado que tece a luz do sol e vou decidido a transpor além das margens e colunas do seu jeito crepuscular à maneira de quem soterra quente rajada do que sou por todos os lados até levar-me tapete mágico por todos os seus dons ao alcance do meu canto.

Por isso sou terno eternamente grato porque conheço o perfume de quem me espera nua em cada esquina, porque conheço o aguaceiro que nos lava o íntimo envolto em névoas oníricas até sermos alagados de suspiros na luz rubra do archote que empunhamos em nome da paixão.

Por isso sou reiteradamente grato porque conheço o namoro do olhar que não repara de nada e reata amorante as distâncias por todos os ângulos de espera e se arrasta até pôr-se de pé pedinte e acossada que eu seja infindável na minha poesia rústica até a fronteira que nos divide quando somos na total comunhão.

Por isso me faço cantor para envolver os braços de cisne jurado de amar que não medem um palmo sequer, nem se demora um triz e prevalece na altura estelar adivinhando a vigília de quem é capaz de empreender a mais inescrutável loucura na voz que trespassa tudo a me dizer que amar é costume gostoso que dá na gente e faz da vida a festança de partilhar do amor.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

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sábado, dezembro 06, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Capa revista com modelo no estadio futebol do Cor, de Daniel Segundos.

CONFISSÃO

Luiz Alberto Machado

Hoje amanheci repleto de sol pleno dos dias claros e das noites tórridas matando a sede milenar dos meus desejos desenfreados pela musa que me cativa confessando um grande amor, ah! eu nunca fui feliz!

Para quem sempre se dera por voraz Varnhagem, abrindo a porta atônita da procura, flagrando os olhos do mar de Copacabana, beijando o rosto dos lábios do sorvete de morango, abraçando o corpo da felicidade amarela, ah! nunca tivera mesmo a oportunidade de ser feliz

Aí que me banhei no chafariz de todos os seus líquidos,
que debulhei os carinhos mais ternos e amorantes,
que esqueci das ruínas da minha vida no colo da verdadeira pedrália de Schaffer,
que exorcizei minhas maldições nas sinuosidades do mais saboroso retângulo de Cruls,
que dilapidei todas as querências do mais delicioso quadrilátero de Goiás,
que despenquei extasiado em queda livre na arquitetura de aeronave enfeitiçadora das latitudes 10 e 15 graus sul da tua tropical climática,
até alcançar o pico do Roncador na serra do Sobradinho do teu planalto central,
ah! logo eu que nunca pude ser feliz!

E me confessei amante incorrigível sob o lençol macio que encobria a nossa nudez,
que saculejei profano como um candango indômito sob o edredon de nossas vertigens mais desvairadas,
que me danei a beijar o riso lindo e safadinho de tua satisfação apoiada no travesseiro da sorte apaixonada
e que retribuí desaguando-me por toda a tua sedução incorporada na minha alma pedinte,
deixando-me as marcas do teu sotaque carioca no cerrado imenso de tua esplendorosa magnitude,
a me fazer migrante retido a cultivar teu solo fértil
e pronto para ser servido,
ah! como eu nunca fui feliz!

E desse amor me vem a mais absoluta constatação de que não poderei jamais te deixar
porque não mais haverá de mim nada mais que teu magnífico esplendor
e a verdadeira sorte de ser,
pela primeira vez,
verdadeira e estrondosamente feliz.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA

sexta-feira, dezembro 05, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: flies to me, de Daniel Oliveira

CIRANDA

Luiz Alberto Machado

Sim, foi você singela e nua quem veio do fundo dos oceanos para redimir meu abandono, veraneando a minha vida enquanto eu estava na beira da praia ouvindo as pancadas das águas do mar.

Foi exatamente com a sua súbita aparição que meus devaneios revividos puderam entoar o enleio pelos estribilhos de cirandeira, sua mão na minha mão, de braços dados e na cadência da zabumba, tarol, saxofone, gingando descalços nas areias do mar.

Foi quando pude ter a noção de que seria encurralado por seu domínio e por seu feitiço solaçoso, me iniciando em seus mistérios no tamanho cósmico da nossa entrega na beira do mar.

Foi, portanto, a minha oportunidade de ser feliz.

Foi e meu coração cresceu de amor e exagerou na dose dos versos mais audaciosos, até saber-me cantor dos quereres que nos anima a alma.

E cantei o amor porque essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá.

Sim, é o fogo do seu corpo que revitaliza o meu, é a candura da sua alma que restabelece a minha, é a grandeza do seu amor que me faz ser seu.

VEJA MAIS:
CRÔNICA DE AMOR POR ELA

quinta-feira, dezembro 04, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Curvas, de Mircea Marinescu.

PAINEL DAS FÊMEAS

Luiz Alberto Machado

A mulher jaz do meu lado
E de mãos dadas
Somos finalmente felizes
Felizes além da vida
A vida pelo amor

A nossa consangüinidade sob a auréola da paixão
A pérola dela que mastiga meus pensamentos
E me atrevo chegar ao seu trono
Súdito sem cetro do seu querer
Inculto fiel da imagem dela

A quem seria dado à permissão de lhe desposar
Que plebeu afortunado alcançaria sua majestade
E renunciando um reinado
Seria apenas seu amante
Um rei destronado
Entronizado apenas pelo amor

A mulher jaz do meu lado
É quase de manhã
E a nossa distância cislunar
No que pese ser feliz

Ainda sinto seu cheiro quente
Seu repouso incólume
Depois da entrega dos corpos
Sem condenação inquisitorial
Sem gravidez rejeitada
Sem a perseguição de sicários

Dorme sem saber Heloísa
Sem a despedida de Tzvetaeva
Pelos vitrais dos sonhos
No prisma de turmalina
A deusa mulher que jaz do meu lado

Seu corpo modelado
Sua ferida santa e viva
Seu jeito grácil
O milagre da prodigalidade
Seu rosto belo
Feliz semblante de Thereza
A viúva bela
Mais bela sem par
Seu nome endereçado
O seu condão
O seu sexo desejado
Sua graça e seu feitio

A mulher jaz do meu lado
E insulto primeiro afeto
O seio embaixo da blusa
As mãos ungidas pelo prazer
A boca dos desejos que não se dizem
O corpo de tão puro recheio

- os maus pensamentos de Moliére repousam na minha cabeça

Minhas mãos resvalam e apalpo e enlevo
Pelo evasé de sua saia bandô
As coxas grossas
Roliças
A anca macia
A vulva
Fulvas redondas
Remexe o quadril a minha intemperança
A minha concupiscência

Hei de vê-la ferver no molde exato
A dar o que me falta
Coisa feita de coisas que não se dizem

Seu olhar lânguido na avareza do querer
Endemoninhando minha sede

Bebo na sua boca a água que me sacia
E me incendeia
Testemunho, portanto, seu poder de seduzir minha alma

Deusa Maceió
Invado sua maldita reclusa
Reclusa que detona o viço
E me engalfinho em seu esconderijo
Por suas peças íntimas
E intumescido e cheio
Me afogo
Bebo o seu rio
Mordo a sua carne
- sou seu canibal!!!

Índia pura
Seu corpo baila no meu Albertville
Achega-me
Sua chama me domina
A mira
O alvo
Tonta
E dança
Mais dança o meu coração
A dança do ventre de Sheyla Matos
Quando pudesse estimar o meu extermínio

E ela vem tão indomável quanto santa
A se despir
- um pênalti na pequena área do meu coração

E ela vem bulindo
Dinamitando meus sonhos
A se dissolver em mim
Com meu dedo na boca
E despejo a minha vida
E engole o meu sêmen
No centro do feitiço

Viúva alada
Dorso febril
E a febre e a cintura
Roço-lhe o esfíncter até Grafemberg
Na sua nudez Carolina Ferraz do Pantanal
Na penumbra ardente do seu ser

O seu gemido me extasia no movimento sensual
De Margret, de Durga, de Rachel
Das três uma de cabelos lisos em seu tamanho menor
Da geografia colada no vestido curto
No Delicate Sounds of Thunder

Faz valer a minha fantasia e desmaia
Oh! coreografia do prazer
Bundinha vai-e-vem

Viúva bela
Minha tenda de Maria Brown
Me enlaça e diz que sou a camisa dez do seu coração!!!
Me espera que eu contarei das aventuras
Ao me reabilitarem entre os vivos
E reinarei sobre sua volúpia
E derramarei meu esperma
E saltarei fundo na paixão

Vou dormir nos seus olhos
Com toda a minha agonia de ilha encantada
E cantarei a linda canção de amor de J. Alfred Pruckfork
E será lindo acordar com você do lado

A mulher jaz ao meu lado
Depois de um xeque mate no xadrez de Midleton

Sua meiguice sem pudor
No dever de sermos o protótipo dos deuses

Me acuda
São juras sinceras de um poeta vário e um verso lascivo

Amar não faz mal a ninguém
E ensaio versos pros seus olhos
Faço cantigas pro seu jeito
Rainha minha, rainha nua

Sequer suspeita que eu já morria
Enrubescido e despudorado
Com a cara e a coragem peculiares aos enamorados

Cadê você? Pedi tanto pra São Lunguinho lhe encontrar
Logo jamais deixarei partir

Amando com voragem até saber
O feitiço do cogumelo de Alice
Que me rasga e me cura
E com todo ímpeto eu espero sem medo, viúva
Espero ver-lhe o talhe a alma o ser
Anestesiado na moita
Repousado às suas coxas
Na noite roxa e olhos revirando
No gemido de estar gozando
O prazer extremo
O átimo
O ápice
Da minha jugular aberta
Minha aorta infecta
De ser feliz deste lado
E do seu lado, viúva
Pra mulher que jaz
Agora aqui comigo.

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quarta-feira, dezembro 03, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: 3036, de Luis Azevedo.

SOB O VÉU DA VIÚVA NEGRA

Luiz Alberto Machado

A minha alma no aranzel de nossas juras amorosas

Oh! meu amor

Minha matrona
Que sei mais nada
No visgo da tua teia

O jugo que me recolheu
E atendi todas as suas súplicas nos arredores da paixão

És abelha-raínha reinando sobre a colméia
E eu sou o teu zangão no vôo nupcial
O teu alimento é sugado do meu ventre

Vasculho teu corpo, teus contornos
Minha vestal que viceja,
Minha cortesã e o coito é meu elixir

Gosto de ter esses seios expostos,
essas coxas adúlteras,
esse pescoço e a minha mordida,
essa respiração ofegante à espera de que eu invada a tua vulva
no encontro mais desejado de chegar à citera,
inteiramente submissa,
se esgazeando perante o meu carinho obsceno

E eu deslizo o teu tegumento
Matando a minha sede no teu pote

E o teu rosto, o meu ombro
E teu sorriso de carícia
Beijando os meus olhos e amando e gozando
E teu prazer me amarrará,
Me coagirá nossas núpcias e serás meu credo

Deste-me o fruto do prazer e em retribuição dar-te-ei minha vida

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segunda-feira, dezembro 01, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: S/T, de Pedro Gonçalves

UMA VEZ NA GRUTA DO CÉU

Luiz Alberto Machado

Visitei teus aposentos
Tua tenda,
Gueixa minha,
Uma fragrância calmante de delírio no ar

Adentrei fervendo de paixão
E te desnudei
Oh! Não se esquive,
Oh! Não se esquive,
vou te conquistar
e como vou!
Inteiramente
Totalmente

E vou capturar o teu olhar faminto
A tua sede mulher
Quando me debruçar no teu corpo
E devorar tua oferenda: a gruta do céu!

Vou invadir teu território
Acariciando teu rosto
A tua expressão imaculada

Vou invadir teu hangar
E deslizar impune escancarando tuas pernas
E provando de todo sabor do teu fruto exposto à comida para pecaminosas mordidas de amor

E vou fustigar com afago tuas entranhas
O teu desejo sedento
E toda tua exaltação

E vou lamber teu umbigo
Chupar tua América do Sul
Alcançar teu profundo poço
E me afogar enaltecido de ti, minha odalisca tão lasciva

E vou eriçar teu pelo e te montar, égua minha,
No pleno domínio com meu talismã de Sigefredo
O meu poder sobre o teu
O teu sob o meu
Com toda a tua beleza
Tua prodigalidade

Verás o meu dardo empurrando a espada rija
No vai-e-vem do remexido dos quadris
Arrepiando tua alma
Revolvendo tuas entranhas
E te fazendo mulher amada

Vou sorver todo o teu néctar, Hero minha
Entregar-te com toda inquietude para que meu dna possa te fecundar na fúria louca do prazer

E suaremos juntos
E gozaremos mútuos
E desfaleceremos iguais

E saberemos unidos a plenitude e a agonia do amor
Qual Filemom e Baucis
Eu feito Abelardo condenado de heresia pelo amor de Heloísa
Tal qual Endimião morto pelo amor à deusa Selene
Feito Dáfne e seus versos à Cloe

O teu nome ficará para sempre na tarja do meu coração
Preso ao sortilégio do amor
A morar para sempre no Monte Latmo, totalmente minha

E quando eu morrer
me salvarás, Minha Ísis,
Juntarás meus pedaços de Osíris
E eu serei todo teu ressuscitado
Refém eterno de tua delícia

Minha alma a ti se revelou
És meu amor

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domingo, novembro 30, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: S, de Antonio Louro.

CLOSE

Luiz Alberto Machado


Ela é linda no coração dos meus olhos onde em folia abre alas com toda permissão de passagem, invade destemida em sua quietude mansa até desalojar o meu íntimo para se ocupar com o meu próprio despejo.

Não satisfeita rouba a minha identidade e descarta a minha gana desmemoriada a ponto de desfiar o flerte só para a mudez da catarse na minha retina.

Ao se apossar revira tudo de ponta-cabeça na correnteza dos delírios sem opção de prumo, restando a certeza de quase mais nada.

E se faz ultrajante com seus olhos e lábios pedintes envolta no negrume da noite insone da minha solidão.

Invade a minha privacidade a dilapidar posses e devaneios, provocando o ermo em sua evasão de álibi inexorável que me faz espantado patético quando se dá refratária às minhas investidas, como se eu deparasse a intransponível quarta margem de rio a desdizer de sonho, loucura e erro.

Ao menos vem circunspecta mais vingativa desmanchando a cobiça de sua efígie emoldurada na idéia enquanto sou mãos carentes de seu afeto e insisto em tê-la mesmo que seja impressão nas águas apenas refletida no prazer de matar minha sede.

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sexta-feira, novembro 28, 2008

DERINHA ROCHA



DERINHA ROCHA
Hoje é o aniversário da Derinha Rocha.
Aqui eu não poderia passar em branco. Principalmente porque ela tem sido nos últimos 3 anos uma das parceiras mais presentes nas minhas páginas, além de ser a maravilha em forma de gente do meu coração.
Tenho que manifestar aqui, para ela, a minha gratidão.
Foi ela quem fez todos os clipes das minhas canções e poemas que estão no Youtube, MySpace, Vimeo e Videolog.
Foi ela quem fez todas as fotos da minha Home Page.
Foi ela quem tirou a maioria das fotos dos posts daqui, como os painéis para posts de todos os meus blogues e muito mais: fez um sonho lindo para encantar o meu coração e a minha vida.
Não poderia ser diferente, senão: muito obrigado, Derinha lovalinda. Obrigado por tudo.
Como presente, trago um poeminha:

UMA CANÇÃO PRO MEU AMOR

Luiz Alberto Machado

É quando a tarde é mansa que o meu desejo acende com a gula de querer além da conta toda a sua inexprimível sedução.

É quando vou esfaimado mergulhar no seu riso de sol vasto porque nasci destinado a amá-la completa e indecentemente.

É aí que me atiro mergulhando nos seus olhos de mar que me dão seu sexo fulgurante e desesperado que emerge do seu jeito nu e completamente minha clamando com o remexido de sua dança sensual onde sou suicida de suas montanhas mais que ambicionadas.

É quando me jogo e subo por suas pernas onde semeio minhas lambidas que rebenta na minha obscenidade inescrupulosa de retê-la toda para mim até repousar no seu ventre fuviando ao alcance da minha assanhada posse demoradeira sem regresso.

É quando me extasio na sua reluzente boca que me engole varada de astúcias e bebe do meu sobejo e brinda festiva até ficar lavada por meu sêmen para sufocá-la com a minha euforia.

É quando você se faz meu abrigo porque descobri sua concha que levo comigo e me faz esfaimado hóspede que deprava seus desejos ignorando o futuro, penetrando a sua solidão e mantendo o seu trote delicioso e interminável.

E se me fosse dado o poder de refazer tudo que já fiz, eu queria nunca ter que ir embora. Mesmo que fosse tarde, mesmo que fosse nunca, ou jamais.

E se me fosse dado o poder de sonhar de novo tudo o que sonhei, jamais queria acordar, mesmo que a vida me dissesse para não valer.

E se eu tivesse que vencer um dia o invencível, só queria vencer toda sua querência quando me dá o que é para mim de nunca acabar

Porque eu tenho a sua flor e não quero que ela seja cinza na minha mão.

Porque eu tenho o seu beijo tatuado na minha alma e não quero jamais que a solidão me ensine que tudo um dia basta.

Porque eu tenho a sua dor e sorri para que nascesse o sol sempre na nossa entrega.

Eu recolhi a sua lágrima e a gente rio caudaloso que se esvaia em desejos e desencontros.

Eu vivi o seu sonho e fui com seu desespero onde tudo é o que não tem pra onde ir e ficamos juntos porque eu sempre tive a sua pele na minha alma como se nunca fosse possível arrancá-la, levando a vida que pude ter para viver.

Porque na gente a dor não vai durar pra sempre pelo que foi ou jamais será só porque ontem soubemos nos alimentar do irrefreável prazer.

Porque o azul nos salva dos abismos. E eu enlouqueci me refugiando no seu mangue irremediavelmente delirante a me fazer percorrer por seu sangue os sonhos de cão sem dono que tenho tudo na sua triunfante teia de amor impossível.

Em nós nunca caberá o aceno do adeus porque estou perdido das lembranças a me enfincar incendiado no fogo eterno de seu ser que é meu e é todo de maravilhas.

Aos saltos meu coração implode tudo e rebenta nos seus seios para que eu seja as labaredas acesas ressaltando seus dotes para sempre a me dar todos os versos e a me entregar todos os poemas. E me faz seu amo a recolher toda minha poesia saindo de sua carne e eu como bicho morto de sede e de fome miseravelmente apaixonado.

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quinta-feira, novembro 27, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Perfect, de Paulo Almeida – Pasma

ÂNSIA DO PRAZER

Luiz Alberto Machado

Quando me projeto sobre a plataforma espalmada do teu corpo provocante com jeito de façanhosa adefagia, de amorável jácea devorante, de exuberante calim tisneira, da nudez ofertada para minha apoteose de ensandecido enamorado delineando a minha sede vulcânica pelo favo que escorre feito sopa da tua fonte minante no desvelo de minha realização ebrifestiva.

Ah é com isso que me faço exorbitante bardo e se agiganta minha tesão de amante excitado e dou provas da minha beligerante vontade de possuir-te sempre inteira até derramar minha vida esborrando meu desejo, esporrando minha loucura e entornando meu gozo para que sintas o benéfico da nossa agonia libidinosa, no teu extremo grito de se sentir dominada, explorada, uivando com o meu estertor penetrante para o teu itifalo adorado, saboreando meu gozo delirante e selando com a entrega o nosso amor.

II

Os teus olhos flagraram a apoteose da minha paixão arrebatada dependente de tuas carícias, viciado de teu corpo, excitado com a promessa do prazer total que toda emanação de ti me satisfaz.

Vieste nua e solícita e acariciaste meu corpo em brasa, envolvido na atração recíproca da entrega mútua.

E te acercaste do meu desejo indomável pronto para devorar-te com meu apetite insaciável de sangue quente e possessão irrefreável.

E suspiraste com minhas ânsias e gemidos suplicantes, dominando a loucura de querer-te sempre mais e inteira, cavalgando majestosa por todos os meus furores iminentes.

E me entregaste a oferenda do gozo máximo para tornar-me escravo da tua delícia, servo de teu sabor, refém da tua explosão mágica de prazer.

E dominaste minha alucinada exacerbação povoando minha vigília e todos os meus devaneios que porventura possa sonhar.

Ah eu te amo como quem se entrega voluntário à combustão do teu inflamável e delicioso amor.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Eu e Tu, de Marta Ferreira.

PLETORA DOS ANTÍPODAS

Luiz Alberto Machado

A sua nudez se agiganta na minha afeição.

E eu recolho o seu corpo como quem persegue a salvação da vida.

E persigo escalando suas encostas íngremes e latejantes de carne firme, ilha perfumada nua em pêlo, arrepiada com toda a seiva transbordante com cheiro bom de enlouquecer.

E enlouqueço enquanto você se prolonga na alegria do meu coração que se apropria de toda sua esbelta deidade tentadora para deixá-la encurralada nas minhas carícias à queima roupa.

E vou desenfreado pilhando seu corpo que se precipita sobre o poderio do meu falo rijo que lambuza a generosidade do triângulo púbico até a celebração sinuosa da dança pélvica que me arregala os olhos de forma assustadora com seu embalar de felicidade por possuí-la suculenta e depravada.

E na nossa obscena empatia eu vou explorando as minas de ouro escondidas sob a língua sibilante da Britney cheia de imprecações, no regato dos seios que nutre nossa atração recíproca e nossos corpos mútuos, nos pontos de ebulição que acende a clareira de nossa vertigem despudorada, nas nádegas arrebitadas que bamboleia para o meu completo enlouquecimento, na sua guarita onde a minha vontade endurecida mergulha no abismo para que possa hibernar soterrado de prazer.

E na descoberta da delícia, vou investindo com lambidas ferozes cada fatia da deusa do meu panteão, minha suméria Nammu que pariu o céu e a terra no caos enquanto o meu sexo guerreiro golpeia e empurro com estocadas loucas cerrando os dentes, penetrando sua alma como um cavalo selvagem que atravessa o seu gemido gutural apertando meu membro no prazer crescente e inevitável, até transbordar todos os impulsos e peripécias do nosso bom bocado onde o bumerangue vence a parada de todo quilate de sua satisfação tantalizada.

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terça-feira, novembro 25, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Naked Lights I, de Nuno Belo.

PECADO

Luiz Alberto Machado

Lá vem ela deusa viva nua e linda, atiçando meus pecados mais libidinosos.

Vem completamente nua qual princesa atlântica pecaminosa com seus olhos sedutores de pôr-do-sol.

Vem das altitudes andinas dos desejos luxuriosos com a graça da ninfa tropical resplandecente, pesunhando meus castigos com a aranhola das ridentes manhãs.

Vem. E vem altiva musa nua pronta para o melhor pecado dos mortais.


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segunda-feira, novembro 24, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Volúptia, de Nuno Bernardo.

MOTO PERPÉTUO

Luiz Alberto Machado

É na cadência de tua ginga possante de refratária deusa que vou sirene alerta a errar afoito na poesia que se derrama da sinuosidade das ondas de mar de tuas ancas revolutas, delírios da vida, porto de amar.
Eu já não sei de nada e perco tudo no encalço do rabo-de-arraia que se alheia flores do campo, aroma perfeito que faz-de-conta no inferno da minha insônia, no meio do moinho desse carrossel que é suíngue da carne como oblação que arde relembrado desejo no Jardim do Éden da minha luxúria.

Ah sesso que me corrompe obcecado e que vou pronto para compor a harmonia de nossa melódica dança obscena, quando se mostra eivada de pecados de terra e céu virando minha cabeça num espetáculo fantástico que se faz afrodisíaco na minha idéia para o meu permanente estado de graça na primeira lua em torno da tua cintura ondulada de toda perversão gostosa de teu balanço formoso.

Ah culatra da serva de Afrodite que manda ver num passe de mágica o verdadeiro simulacro no golpe sutil do teu charme coroando o amor e as nossas delícias na mecânica da sedução demarcando o moto-perpétuo do prazer e sexo encarnado ao meu toque no menor movimento das coxas que cede terreno, desimpedida pro meu paroxismo prestes a derramar em profusão no terreno baldio da tua exacerbação.

Ah, minha Paulina, crédula matrona, sou teu mortal admirador acrimonioso disfarçado do deus Anúbis no nosso sagrado intercurso convoluto na captura desenfreada da convecção que se aventura tocha ardente transpondo limites pelo trajeto do teu insubmisso bordejar remexendo o quadril que estremece de desejo no frêmito do prazer.

Ah pódice de hetaira cheia de graça que triunfa por tantas demandas profusas na matéria-prima do esplendor de toda maravilha do corpo esbelto agitado em convulsão para que eu seja nuvem de chuva na tua terra desejada de alcatra indulgente cumulada dos excessos da corrente tempestuosa e perversa a me afogar na maior tentação de umbral onde o predador faz ajuste de contas para que a serpente hiberne voluntariosa na gostosura do teu esconderijo sacralizado.


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GUIA DE POESIA

sexta-feira, novembro 21, 2008

SONIA DELSIN



Imagem; nothing to say... de Lili.

OS VERSOS VOLUPTUOSOS DE SONIA DELSIN

GULOSA

Se os olhos contam pra que mentir?
Pra que ocultar o que conta o olhar?
Gulosa de abraços.
De beijos.
De corpos que fazem laços.
Por que ignorar o que o corpo vive a cobrar?
Gulosa de amar.

SOU SUA

Eu não o quero de joelhos
implorando.
Ó não!
Mas o quero a meus pés
me adorando.
Me beijando.
Alisando minhas coxas.
Quero suas mãos nos meus quadris.
Meu corpo lhe chama.
Vem, me ama.
Sou sua, lhe quero.
Eu sei que também me quer.
Sou sua mulher.

GOSTO

Gosto de me sentar no seu colo
quando suas mãos deslizam
pelas minhas costas
e suas carícias me deixam louca.
Gosto de beijo na boca!
Gosto de carinhos ousados
Quando ficamos enroscados.
Somos tão apaixonados!
Não podemos viver separados.
Gosto de sua pele
se eletrizando
ao meu contato.
Gosto de seus olhos
nos meus
a dizer-me tudo.
Gosto de me sentir desejada.
Gosto de seu corpo quente.
Exigente!
Vivo, presente!
Gosto de seu jeito de ser.
Gosto de você se entregando,
me esperando...
aguardando meu maior prazer.

SONHO ERÓTICO

Sonhei com seu olhar sobre mim despindo-me.
Sonhei seus lábios procurando os meus.
Suas mãos nos meus cabelos.
Seus pêlos.
Nossos corpos nus...
o encontro de nossos corpos ávidos de amor.
Sonhei paixão de uma hora. Duas.
Sonhei possuir-te, ser possuída.
Entregar-me à sensualidade.
Entregar-me às luzes todas.
Cortinas azuis.
Abajur.
Frases de amor... procura... encontro.
Sua voz sussurrando meu nome... que delícia!
Só foi um sonho... uma quimera.
Lembrança de outra era.

TREMO

Ao ver-te eu tremo.
Sob teu corpo eu gemo.
De prazer.
Ah, de prazer!
Tu tens uma pele que se casa com a minha.
Eu que vivia tão sozinha.
Tens uma boca.
Uma boca tentadora.
Tens uns olhos que me queimam.
Tremo.
Tremo ao ver-te.
Sei que estaremos juntos.
Que sentirei todo teu corpo colado ao meu.
Sei quão bom será.
Sei que nos veremos de novo.
De novo e de novo.
Sei que me fazes tremer.
E que me matas de prazer.

TEU GOZO

Como é gostoso teu gozo!
A maneira como diz.
Ai, como sou feliz!
Teu gozo é meu gozo.
É minha alegria.
Quero esta festa todo dia.
Esta festa dos desejos.
Esta festa de nossos beijos.

SONIA DELSIN edita os blogs Poemas Gerais e Poemas Variados. Confira.

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segunda-feira, novembro 17, 2008

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Falling in love, de Angelica.

CHEGADA

Vieste na hora exata / Com ares de festa e luas de prata / Vieste com encantos, vieste / Com beijos silvestres colhidos pra mim / Vieste com a natureza / Com as mãos camponesas plantadas em mim / (...) Vieste me dando alento / Me olhando por dentro, velando por mim / Vieste de olhos fechados / Num dia marcado sagrado pra mim / Vieste com a cara e a coragem / Com malas, viagens, pra dentro de mim, meu amor” (Ivan Lins/Vitor Martins, Vieste).

Tens no olhar, morena, laços, ai! (...) sou fraco quando te vejo, teus olhos me roubam a vida!” (Cantiga de domínio popular recolhida por Tião Carvalho, Páginas serrano-catarinenses).

Luiz Alberto Machado

Ela vem nua e linda com os olhos que roubam a minha vida.

Nua e linda ela vem e veio como quem havia de alcançar a última esperança perdida.

E eu a tomei tão contida como quem chega de um fiapo de luz e se faz de bem acolhido com a querência de terra revolta no ventre pegando fogo, lábios tremendo de rogo, o sexo de fora e o olhar de desmaio, os desejos todos num balaio com relevos da carne de peitinhos empinados e nenhuma rédea no juízo.

E nua e linda chegou com gosto de saudade.

De lembrança de coisas guardadas e sentidas.

Chegou e ficou resolvida a morar pro resto da vida dentro de mim.

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