
Imagem: The Morning Bath – 1883, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo francês Edgar Degas (1834-1917).
USO & ABUSO
Luiz Alberto Machado
O olhar. E eu vejo o meu verso indeciso nas suas entremanhãs. Nas suas manhas vãs. E sou mais que herói na sua retina. A ponto que afina as necessidades e ela com vaidade me segura com toda travessura pr´eu não ir embora. Agora? Não, nunca, só ela que adunca acha que posso ir embora.
É canção. E ouço. Função por todo meu osso. De dor e prazer eu canto. Rigor e lazer, seu manto. E ela me ouve mortal criatura como se eu tivesse a candura de enfeitiçá-la. Quando na sala ela está nua para que eu a possua até o final dos tempos.
Toco seu corpo, sua pele macia. É puro conforto quando vasculho sua alvenaria.
É perfume no ar. É o seu cheiro a me fazer levitar no seu ventre com seu grito ancestral entre os dentes e a vida caindo na sua face sorrindo o atlântico sol.
É quando ela desmancha na minha boca ancha com o seu gosto singular: o meu verso incisivo a poetar na sua carne cunhã que usufruo com afã seu sabor de caju, maracujá, de abacaxi, de cajá, é quando ela foca e com a ponta da língua ela toca todos os meus poros, eu só revigoro e me rendo de paixão com ela estirada inteirinha na palma da minha mão.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
VEJA MAIS:
A DELICIA DA PAIXÃO
CRÔNICA DE AMOR
GUIA DE POESIA
PALESTRA: CIDADANIA NAS ESCOLAS
BRINCARTE
RÁDIO TATARITARITATÁ – LIGUE O SOM & CURTA!
PUBLIQUE SEU LIVRO – CONSÓRCIO NASCENTE
TCC – FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS
