terça-feira, março 04, 2008
Imagem: Stella Bianco.
LAVANDO A JEGA
Luiz Alberto Machado
Era 8 de dezembro de mil novecentos e não me lembro, dia de festa da padroeira local, quando a cidade estava apinhada de gente que se achava elegante na sua indumentária peculiar, tudo novinho em folha do penteado ao chulé.
Deus meu, quantos ocrídios esnobes nas caricaturas jocosas dos curaus de todas as marcas e laias mais inesperadas? Eu procurava por beldades para paqueras, quando só me aparecia brucutus desinfelizes. Vôte!
Era, a região inteira acorria para os festejos tradicionais, cada um mais lambido que o outro, pescando satisfação pessoal.
Achando pouco o volume estrondoso da efeméride, o prefeito inventou de, no mesmo dia, entregar algumas obras, fazendo sua promoção pessoal. Dentre as mais bestas e as mais despropositais, estava a principal: a rodoviária. Se tudo era um festejo, todo ano, neste dia a coisa tava maior: era pipôco desde as seis da manhã.
No meio desse festeiro, comecei a bebericar numa barraca na praça da matriz desde as três da tarde e já me encontrava, lá pelas dez da noite, bem bicado. Presenciei tudo: alvoroço, estardalhaço, mungangas, peiticas e apertões. A inauguração fora ruidosa.
Mais tarde, deu vontade, pela vigésima vez, de mijar: - vou inaugurar a rodoviária. E fui depois de ter me aventurado a sapecar mijada nos locais mais insólitos. Fui lá. Era gente como a praga. Só para entrar tive que transpor uma multidão de boquiabertos engolindo mosquito com sua leseira.
Com a dificuldade de locomoção para transpor a mundiça toda, o negócio apertou. Saí empurrando e na primeira porta que encontrei aberta, adentrei. Não deu tempo nem de olhar a diferença, tudo muito limpo - porque, banheiro de homem, fede. Tem nada mais chato que fedentina de mijadouro masculino, tem?
Não obstante, ali tudo limpinho, imaginei porque era tudo novo, ainda por usar. Procurei onde e não encontrando – novidade, hem? -, já fui arriando o zíper porque não agüentava mais segurar e fui inaugurando o mijadeiro no piso de azulejo branquinho.
Andando, divisei com uma porta e empurrei. Que susto! Eu com o pingulim derramando e uma moça loura e linda depositada no trono. O mijo, sem querer, respingou nela. Nossa, fiquei estatelado. Imaginava o escândalo. Paralisei-me. Como pedir desculpas? Procurei um buraco no chão e não encontrei como me safar daquilo. Não sabia se corria ou tentava enxugar a baboseira que fiz. Até o mijo tranquei. Ainda consegui ver a carinha linda dela com seus olhos fechados, as mãos levantadas para não ser atingida e aquele corpo sentado na privada. Mais nada. Estava tudo muito claro. Sem saída, eu berrei:
- Moça, a senhora está no banheiro errado!
- Negativo! Você que está no sanitário errado, meu caro!
Foi aí que dei conta da mudança, da modernidade que apostava ter chegado à cidade, não era nada, era a toalete feminina que eu...
Agoniei-me e fiz menção de sair o mais depressa daquela situação difícil, mas a porta havia se fechado atrás de mim: dei uma cabeçada de ficar zonzo. Voltei, me contorcendo, mas busquei o trinco, não achava, e a fechadura dificultava abrir.
Foi quando ela, a moça loura do jeito de Cristina Berndt pegou-me pelo braço e puxou-me para perto de si. Fiquei com o meu membro rente ao seu rosto, imóvel. Ela tateou, alisou e ficou admirando minha manjuba. Nossa, o que fazer? Ela remexeu carinhosamente e logo meu caralho deu sinal de vida, estirando-se todo, ficando rijo. Ela remexeu mais, o negócio tava ficando bom. Foi friccionando e eu apertando os olhos até que não agüentei e, depois da exímia manipulação dela, fiquei exaltado, durinho-da-silva. Perigo e prazer se misturavam na minha cabeça e corpo. Ela continuou acariciando, melando o meu pau-madeira-de-lei, e numa carícia infinda botou um palmo de língua pra fora e começou a libar proficiente com aquela grunhideira doce - essa, com certeza, não tinha papas na língua -, o meu cajado no seu eurístomo lépido de Elaine Mickeli, tomando no gargalo, calibrando, beijando, cheirando, lambendo, de não haver quem queira se desvencilhar.
Justo eu um arolas franzino, quebra-freios, todo gamela, birrento, pimponete com a domingueira em dia, com a soberba machista da adolescência, beldroega ancho com aquilo, sem oficio nem benefício, o raio da celebrina dum graveto de gente, lambaio, estava exaltado, danou-se! É hoje! Medroso para não cair em alrotaria pelo flagra em local indevido, nossa! Perdi as estribeiras! Mas ela peitou, pegou no bico da chaleira-quente, agüentou o repuxo e me expôs o seu paladar, mordendo com os lábios, mastigando carinhosamente, inferindo, salivando, de alcançar sua abóbada palatina, por todos os cantos, eu morrendo, sapequei:
- Bota pra cá o agasalha-rola, vai! Vou te enfiar o meu pé-de-mesa!
Hum... ela lambeu os lábios demonstrando uma carinha de anja safada doida pela foda. Foi aí que ela se remexeu, ficou de quatro se apoiando na bacia sanitária mostrando aquela lindeza de bundinha.
- Isso não é bunda, é uma verdadeira obra de arte! -, disse eu então empolgadíssimo com aquele pódice para lá de maravilhoso. Não podia ser diferente, com aquela belezura toda pronta para ser servida na minha frente, não fiz por menos, encanguei-me naquela garupa e quase estrompo a moça, todo malicioso e inclemente, enfiando até topar no canto. E tome e tome e tome e tome, vuque-vuque da porra, ela gemendo, se esgoelando. Quanto mais eu enfiava mais ela requebrava gemente pedindo mais e mais e mais. Enlouquecidos e ensopados de suor, mais caprichava nas estocadas, empurrando firme até que gritamos, em uníssono, nosso gozo agoniado. Esporrei tudo, ela urrava de prazer, enquanto molhávamos de suor e resfolegávamos satisfeitos, cansados, felizes. Ali, desfalecemos de prazer.
Era a surpresa mais maravilhosa que já havia sentido até aquele momento. Ela com a carinha mais linda foi deslizando pela parede até sentar-se no piso. Imitei-lhe e fiquei fitando a sua beleza taful: era a glória de Deus! Fitamo-nos um tempão, até que, lá para as tantas, ela me disse:
- Muito prazer, rola-doce!
- Prazer é meu, boceta-gostosa -, respondi-lhe.
Nisso, batem na porta, silenciamos e não nos mexemos. Ficamos algum tempo ali, trancados, silentes. A tesão já dava sinal de vidas.
- Adoro foder em lugares assim, aperriados -, falou-me com seu jeito safado.
- Também -, assenti.
- Vamos vasculhar outro lugar assim? -, surpreendeu-me com jeito putinha safada.
- Agora? -, perguntei mais abestalhado que nunca.
- Sim -, assentiu.
- Vamos.
Quando não ouvimos mais nenhum barulho, saímos de mãos dadas e negociamos nossos quereres nas noites perdidas, achadas, desencontradas até o fim do nosso idílio.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados do autor.
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