domingo, janeiro 30, 2011

DELÍCIAS DO PASSADO



Imagem: /-\, de Alexandre Grand.

SEXTA POSTURA

Luiz Alberto Machado

Por vontade e gosto ela sempre fez de tudo para me premiar além da conta.

Era ela sempre disposta com sua compleição de Vênus de Menton, ao meu dispor e com toda suculência farta de suas intimidades amealhadas e com o olhar de quem havia de explodir todos os limites da sensatez, realizando seus sonhos mais guardados e preteridos das horas da minha ausência.

Dava-se ao prazer da minha caça imprevisível como quem servia às honras do vencedor e adorava sentir-se desprevenida escrava para as minhas investidas mais teimosas por todas as brechas de sua mais secreta emanação.

Não negava fogo nem vacilava das minhas investidas mais estabanadas, dava-se como travessa pronta para ser devorada na alcova da mais selvagem tirania enlouquecida.



Ilustração: Milton DaCosta.

Sempre grato, eu não arredava o pé de me danar passageiro no seu jeito abrandado, levado por sua mão serviçal aos esconderijos mais profundos de sua carne aveludada em polvorosa, pronta para me agasalhar na revelação da plenitude de toda vitalidade.

Aos beijos muitos, eu me realizava nos seus lábios sedutores como quem roubava de suas entranhas a força viril para vergá-la aos meus caprichos mais dominadores. E ela mais cedia como terrina de todas as iguarias deliciosas para eu me fartar com sofreguidão. E lambia seus seios como quem rouba o leite para me esbaldar. E mordia seu ventre como quem arrancava o sumo vital da sua fortaleza. E me agarrava ao seu tronco como quem capturava a meliante mais ladina e perspicaz. E usava de toda sua graça anatômica como quem padecia esfomeado de sua venturosa exposição. Não largava por nada. E ela a mim se doava como quem à morte se entregava.



Imagem: La Face Cacheé des Fesses, de Caroline Pochon e Allan Rothschild.

Lavada pelos deleites da vagina pingando de tesão, salivou com satisfação de paladar o meu pássaro Bennu adorado por ela e sobejou-me o ventre com seu espírito catarista de quem me banha para a salvação. E gineteira eximia ainda me lambuzou com a sua seiva íntima que escorria pela biqueira de sua ardente sensação de prazer. E eu fazia festa entre as suas coxas e revirava suas pernas e cravava as unhas no seu dorso até que em decúbito ventral emitia um riso de quem quer me presentear o aniversário. E com imprevisível ancada, seduziu-me cunilíngua para lubrificar mais sua azeitada engrenagem até chegarmos ao grau de Epsilon com o orifício do pódice ávido de ser surpreendido pela minha Fênix incendiada. Parti para a embrechada e dei-lhe a enfiada dela estremecer na sexta postura como uma hetaira disposta a se imolar em nome do amor e da paixão. E nos perdemos temulentos para que ela flagelasse com as faces esfregadas na parede enquanto eu enterrava minha espada por sua arrabeirada como quem vencia o Everest e me vangloriava campeão sobre sua submissão de entregue à mão do seu dono.



Imagem: foto de Mirita Nandi

Veja mais Delícias do passado

Confira mais:
Comemorando 5 anos do Tataritaritatá e suas mais de 150 mil visitas ,
Também comemorando pelas mais de 160 mil exibições e acessos no canal LAM do YouTube ,
ARTE CIDADÃ ,
As previsões do Doro para 2011 ,
PROJETO CORDEL NA ESCOLA ,
TCC ONLINE CURSO
TODO DIA É DIA DA MULHER,
CRENÇA: PELO DIREITO DE VIVER E DEIXAR VIVER,
CANTARAU: CANÇÕES DE AMOR POR ELA,
MINHAS ENTREVISTAS.