domingo, fevereiro 01, 2009

VERS&PROSA DE AMOR PARA A MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha.

QUARTO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL

Luiz Alberto Machado

O quarto poema de amor nasceu numa noite fria. Nasceu duma fantasia que eu sonhava então. Apesar de ser verão, chovia longamente. Foi então no de repente que sonhei, ave-Maria. Eu já sabia porque ela passeia nua de dia e na noite da minha vigília e nos capítulos dos meus sonhos mais medonhos. Sempre nua e minha e toda etérea, vem pousando toda aérea na atmosfera que anoitece. Aí o seu encanto me embevece e tudo em nós nos apetece, nada engilha, tudo enrijece, sorvo muito e bocadão. É de endoidar qualquer cristão porque o beijo da sua boca é o mais gostoso. O seu jeito a se entregar é tão demais delicioso, chega perco a vida e a noção. Isso é só provocação. Aí me torno cativo do carinho, ela faz com que amocegue o seu caminho e lhe sirva de escravo e servil. Estou a mais de mil e faço o que ela quiser. Dou-lhe tudo que tiver, dou-lhe posse e poder. Até não ter mais o que e me tenha despojado, réu confesso e condenado, dela todo poderio. Que desvario! Ela me soma em seus beijos quando em meus desejos ela se subtrai. É tudo demais! A gente se enrosca e se retalha em posta para servir de prazer. A gente abre as comportas, escancara todas as portas, todo limite a vencer. Aí me chama na grande e brame louca a valer, me explora pra sobreviver, a me fazer servo e senhor. E me faz seu pirão, me chama de bestão e me joga no seu balaio. Inda diz: ai, ai, meu papagaio! E a coisa dá na canela, de apertar todas as costelas, de desmaiar de paixão. E me faz seu refrão e quero que ela me ame como a musa de Modigliani, se entregue ronronando entrecortadas frases, feito Amy Winehouse com toda inquietude e deixe a minha morenice na sua branquitude sem que me visse pelas pernas entreabertas, eu que sentisse minha farra ereta no seu corpo lavado pelo estupor e o meu cio a chave certa, o seu grunhido e o seu sabor. Isso é que é show! Ela é linda e nua na minha loucura! É de fato. É como um retrato de valor que emoldura com torpor a candura do amor.

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