quinta-feira, novembro 19, 2009

JOHN KEATS



Imagem: The Tub, 1886, do pintor e escultor do Realismo/Impressionismo Frances Edgar Degas (1834-1917)

POEMAS DE JOHN KEATS


LA BELLE DAME SANS MERCI

IV

Uma dama nos prados encontrei,
Todo-formosa, filha de uma fada:
A cabeleireira longa, os pés ligeiros,
A vista descuidada.

V

Tomei-a em meu corcel de passo lento
E o dia inteiro nada mais vi, não;
Pois pendida de lado ela cantava
De fada uma canção.

VI

Fiz-lhe uma grinalda para a fronte,
E pulseiras e um cinto redolente;
Ela me olhou com ar de quem amasse,
Gemendo suavemente.

VII

Procurou para mim raízes doces,
Orvalho de maná e mel do mato;
E numa linha estranha murmurou:
“Eu amo-te de fato”.

VIII

Levou-me para a sua gruta mágica,
E com suspiros fundos me fitou;
Fechei-lhe os olhos tristes, descuidados,
- Meu beijo a acalentou.

IX

Na gruta, sobre o musgo, nós dormimos,
E ali sonhei – que triste a minha sina! –
O último sonho que haja eu sonhado
No frio da colina.

X

Guerreiros, e reis pálidos, e príncipes,
Todos, de morte pálidos, eu vi
E me diziam: “Pôs-te em cativeiro
La belle Dame sans merci”.

ODE SOBRE UMA URNA GREGA

II

(…)
Ela não pode se fazer: se não alcanças teu prazer,
Para sempre a amarás e ela será formosa!

III

Felizes, ah! Felizes ramos! Não podeis perder
As vossas folhas, nem dizer adeus à primavera;
Melodista feliz, infatigável,
Para sempre a modular cantigas para sempre novas.
Oh mais feliz amor! Oh mais feliz, feliz amor!
Ardendo para sempre e sempre a ser fruído,
Arfando para sempre e para sempre jovem!
Amor acima da paixão dos homens que respiram,
Essa que deixa o coração desconsolado e farto
A testa em fogo e ressequida a língua.

ASTRO FULGENTE

Fosse eu imóvel como tu, astro fulgente@
Não suspenso da noite com uma luz deserta,
A contemplar, com a pálpebra imortal aberta,
- Monge da natureza, insone e paciente –
As águas moveis na missão sacerdotal
De abluir, rodeando a terra, o humano litoral,
Ou vendo a nova máscara – calda leve
Sobre as montanhas, sobre os pântanos – da neve,
Não! Mas firme e imutável sempre, a desncasar
No seio que amadura de meu belo amor
Para sentir, e sempre, o seu tranqüilo arfar,
Desperto, e sempre, numa inquietação- dulçor,
Para seu meigo respirar ouvir em sorte,
E sempre assim viver, ou desmaiar na morte.

ODE SOBRE A MELANCOLIA

Não, não, não vás ao leste, nem o acônito,
De raízes firmes torças para obter seu vinho venenoso;
Nem sof5ras que te beije a fronte pálida
A beladona, a rubra uva de Prosérpina;
Não faças teu rosário com os globulos do teixo
Nem falena-da-morte nem escaravelho sejam
Tua Psiquê lutuosa, nem partilhe o mocho penujento
Dos mistérios da tua nostalgia;
Pois sonolenta a sombra à sombra chegará,
Afogando a aflição desperta de tua alma.

Mas quando o acesso da melancolia
De súbito cair do céu, como se fosse a nuvem lacrimosa
Que alenta as flores todas de inclinada fronte
E em mortalha de abril oculta o verde outeiro:
Sacia então tua triteza em rosa matunal,
Ou no arco-iris de salgada onda sobre a areia,
Ou na opulência das peônias globulares;
Ou se a amada mostrar cólera rica,
Toma-lhe a mão suave, e deixa-a delirar
E bebe fundo, a fundo, nos seus olhos sem iguais.

Ela mora com a beleza – com a beleza que perecerá;
Com a alegria de mão aos lábios sempre erguida
Para dizer adeus; e junto do prazer dorido
Que se faz veneno enquanto a boca suha, pura abelha;
Sim, no próprio templo do deleite
É que a melancolia tem, velada, o seu supremo santuário,
Embora só a veja aquele cuja língua estrênua
Rebente a uva da alegria contra o céu da boca;
A alma deste provará a tristeza que é o seu poder,
E em meio aos seus troféus nublados ficará suspensa.

PARTIU O DIA

Partiu o dia, e tudo, nele, o que é doçura!
Doces lábios e voz, mão e seio macio,
Morno alento, enlevado, encantador cicio,
Talhe perfeito, olhar de luz, langue cintura!
Ada flor e seus botões as graças não diviso;
A visão da beleza ao meu olhar perdida
A forma da beleza de meus braços ida
Indas voz e calor, a alvura e o paraíso...
Tudo se esvaneceu ao fim do entardecer
Quando o fusco dia santo, ou antes noite santa
Do amor de olente cortinado a trama adianta
Da escuridão, para ocultar todo prazer:
Mas li o missal do amor e dormirei portanto
Que vê o amor como jejuo e rezo tanto.

ODE SOBRE A INDOLENCIA

III

Te4rceira vez passaram perto, e enquanto isso
Voltaram um momento o rosto para mim:
Depois esvaeceram e, para segui-las,
Ardi e ansiei por asas, pois reconheci-as;
A primeira, formosa virgem, era o amor;
A segunda, a ambição, de palidez nas faces
E sempre atenta com seus olhos fatigados;
Na última, que quanto mais censuram tanto
Mais eu amo, donzela extremamente indócil,
Reconheci o meu demônio, a Poesia.

SE TENHO MEDO

Se tenho medo de meus dias terminar
Antes de a pena me aliviar o espírito, antes
De muito livro, em alta pilha, me encerrar
Os grãos maduros como em silos transbordates;
Se vejo nas feições da noite constelar,
Enormes símbolos nublados de um romance,
E penso que não viverei para copiar
As suas sombras com a mão maga de um relance;
Quando sinto que nunca mais hei de te ver,
Formosa criatura de um momento ideal!
Nem hei de saborear o mítico poder
De amor irrefletido! – então no litoral
Do vasto mundo eu fico só, a mediar,
Até ir fama e amor no nada naufragar.

JOHN KEATS - John Keats (1795-1821) foi um poeta Inglês do periodo Romântico. Durante sua curta vida, Keats produziu uma profunda e impressiva coleção de trabalhos. Entre seus mais refinados trabalhos encontram-se 65 sonetos, tais como Ode a Uma Urna Grega. O trabalho de Keats raramente foi bem recebido pelo público e pela crítica. Indiferente a isso, ele escreveu com abundância e qualidade, por toda a sua curta vida. Entre 1818 e 1819, concentrou-se em dois poemas importantes: Hyperion (inacabado), em versos brancos, sob a influência de John Milton, e La Belle Dame Sans Merci. Dedicava todo tempo livre à leitura. No ano em que se publica Endymion, Keats encontrou Fanny Brawne, a grande paixão de sua vida. Teve que separar-se dela em 1820, devido à tuberculose que ele havia contraído. Foi para a Itália, onde morreu poucos meses depois. Sobre seu túmulo, no cemitério protestante de Roma, foi esculpida a inscrição que ele mesmo redigira: Here lies one whose name was writ in water (Aqui descansa um homem cujo nome está escrito sobre a água). Os poemas selecionados são do livro “Poemas de John Ketas”, traduzido por Pericles Erugenio da Silva Ramos.

Fonte:
KEATS, Jogn. Poemas. São Paulo: Art, 1985.

Confira mais:
o Fecamepa à República e uma perguntinha que não quer calar: você ainda vai pra Caixa Economica Federal, vai?

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quarta-feira, novembro 18, 2009

PAPA HIGHIRTE



Imagem: foto da atriz Eliza Dushku (Revista Allure)

DE UMA CENA DE PAPA HIGHIRTE, DE ODUVALDO VIANA FILHO

(...)
Papa Highirte – É. Você tem bom gosto menina...

Graziela –Que é isso, Papa, eu não...

Papa Highirte – Tenho vinte séculos, menina, completos em março, não pense que me engana... É justo. Eu preciso de ajuda mesmo para amar você.

(Senta-se. Bate nas pernas. Graziela senta-se no colo dele).

Papa Highirte – Agora beijos.

(Graziela sorri. Encosta-se nele. Beija-o).

Papa Highirte – Por que não veio ontem?

Graziela – Assim... não vim... fiquei assim...

Papa Highirte – Boa explicação, menina, boa explicação....

(Riem. Ficam abraçados. Muda a luz. Papa continua com Graziela no colo)

(....)

Papa Highirte – Tem belas coxas a Graziela... é a putinha mais bem conservada que conheço, a putinha... um seio pequeno, a putinha tem um seio pequeno de donzela... hein? Você não acha bonita a coxa de Graziela?... Hein, Mariz?..... hum.... o rapaz tem seus orgulhos....

(...)

Mariz - Falou do seu peito, da sua coxa, da sua anca, anca de égua de Grande Prêmio.... me contou como beija seu peito, peito de menina debutante, que ele beija seu peito até ficar roxo o bico do seio...

(Graziela ri).

Graziela - ... sabe? E ele senta numa cadeira e pede pra mim andar, primeiro vestida, assim toda coberta, eu fico andando, aí ele pede pra tirar o soutien, fico só de vestido o seio balançando, acho que andei um dia a tarde toda, parecia uma exaustão, ele fica olhando, fuma, bebe pulque, sabe o que ele mais gosta que eu faça? Vou andando assim de costas, a blusa fechada, aí eu pego chego bem de longe e assim de repente viro assim com a blusa aberta, fico um instante, zapt, ai viro de novo, ai ele pede pra mim dançar como eu danço na boite....

PAPA HIGHIRTE – peça teatral do autor e ator Oduvaldo Viana Filho (1936-1974), participante ativo do Teatro de Arena, fundador do Centro Popular de Cultura e do Grupo Opinião. Teve sua trajetória personificada pela luta contra o imperialismo cultural. Sua dramaturgia coloca em cena a realidade brasileira através do homem simples e trabalhador, sendo unanimemente considerada a mais profícua de sua geração, com textos como Chapetuba Futebol Clube, Papa Highirte e Rasga Coração. Papa Highirte foi escrita em 1968, relata ocaso de um ditador latino-americano, no exílio, amargando suas obsessões e seus fantasmas do passado. Por mais que ele se veja como um bom homem, sua ação ou omissão causou um injusto aglomerado de vítimas. O texto se tece e constrói em torno desse ajuste de contas fatal, quando o personagem cogita o regresso ao seu País. Esse texto, assim como Rasga Coração, foram duas obras-primas de Vianinha, ambas premiadas em concursos promovidos na época, pelo Serviço Nacional de Teatro.

FONTE:
VIANA FILHO, Oduvaldo. O melhor teatro Oduvaldo Viana Filho. São Paulo: Global, 1984.

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domingo, novembro 15, 2009

ANTÍGONA DE SÓFOCLES



Imagem: Desenho de Jack Bice


ANTÍGONA DE SÓFOCLES – O CORO


“Amor, invencível Amor, tu que subjugas os mais poderosos; que repousas nas faces mimosas das virgens; tu que reinas, tanto na vastidão dos mares, como na humilde cabana do pastor; nem os deuses imortais, nem os homens de vida transitória, podem fugir a teus golpes; e, quem for por ti ferido, perde o uso da razão!

Tu arrastas, muita vez, o justo à pratica da injustiça, e o virtuoso ao crime; tu semeias a discórdia entre as famílias...

Tudo cede à sedução do olhar de uma mulher formosa, de uma noiva ansiosamente desejada; tu, Amor, te equiparas, no poder, às leis supremas do universo, porque Vênus zomba de nós!”


ANTÍGONA DE SÓFOCLES – Antígona é uma das grandes tragédias escritas há mais de 2 mil e 500 anos pelo dramaturgo grego Sófocles, colocando o confronto entre a coragem da princesa Antígona e a tirania do rei déspota Creonte. A tragédia trata dos filhos de Édipo, os irmãos Polinices e Etéocles, que se atraiçoam e reciprocamente se matam pelo poder, restando apenas da linhagem edipiana as duas filhas Antígona e Ismenia. Com a morte dos irmãos, assume Creonte o poder, uma vez cunhado de Édipo e tio de seus filhos, indignado com Polinices e honrando a memória de Etéocles. Por isso, lança édito condenando Polinices ao relento sem sepultamento, o que leva Antígona a se indignar e descumprir suas ordens. Indignado com Antígona Creonte planeja uma morte dolorosa e lenta, determinando que fosse levada a sua última morada, para se juntar com o que ela venerava: os mortos. Após esse desfecho, Creonte ouve do adivinho Tirésias o que poderia acontecer se concretizasse todo o seu ódio em relação à filha de Édipo.Com receio que suas premonições se realizassem Creonte vai ao local onde mandou aprisionar Antígona, chegando à tumba encontra ao lado do corpo dela o de seu filho, que num ato de revolta volta-se contra seu pai e não conseguindo aplacá-lo, suicida-se. Não bastando à morte do filho sua esposa ao tomar conhecimento do fato também suicida. (Tradução de J. B. Mello e Souza).

FONTE:
SÓFOCLES. Antígona. São Paulo: W. M. Jacnson Inc, 1969.

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sexta-feira, novembro 06, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Foto: Derinha Rocha

BEM NA HORA


Luiz Alberto Machado


O meio-dia era ela.

E eu com insolação para morrer afogado no seu mar.

Era quando, bem na hora, meio dia em ponto, ela me afagava entre os seus domínios.

E eu menino peralta me valia de suas correntes oceânicas para viver além de suas profundidades.

Era o seu corpo de mar e as suas marés me embalando vida adentro com todos os brinquedos de seus tesouros.

Até que me fizesse lua e ficasse orbitando ao ser redor, walkaround, virando comensal jubarte caçando seus cardumes de beijos, suas formas totais de encantos e carinhos que me davam a sua baía para minha invasão, surfando por suas ondas na minha satisfação frenética de recolher todos as suas mínimas expressões, a ponto de vasculhar sua lama e me relar no seu lodo e curtir sua imundície e saborear a sua deletéria emanação num banquete ginofágico que se fazia a terra onde vivo e sou predador, se fazia o planeta que me abriga, a nave que me leva inimputável, o porto de todos os meus abrigos.

E dentro dela sou barco errante e teimoso a navegar num cruzeiro hedonista a brincar de luas e marés, marés de lua quando crescente eu estou rijo no cio para escalpelá-la com minhas sandices voluptuosas.

E na lua cheia ela é madura no ponto para meu regozijo pleno.

E na lua nova ela goza para me fazer o maior entre os mortais.

E na minguante ela me recolhe letárgico no seio de todas as revigorantes paixões avassaladoras.

E ela maré alta, eu rio Amazonas, o gozo em pororoca.


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sexta-feira, outubro 30, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha

A REFÉM


Luiz Alberto Machado


No meio da tarde, a plenitude do dia.

É quando ela, heroína minha, se faz repleta de gozo, vencedora de todos os desafios da carne e da alma.

Aí ela se revela em suas orações e súplicas quando então se ajoelha e contrita no meu sexo bebe do meu gozo e faz seu rosário como quem jamais se farta e terá sempre em abundancia.

E haverá de sempre comer e beber em mim a sua vida e colher os lírios do campo.

E à sua vida mais lhe acrescento e ela glorifica porque derramo sobre seu corpo toda a glória da vida: porque sou o mar que invade a terra e ela a ilha que se deixa inundar pela minha voraz vontade de tê-la integral e totalmente minha.

Porque na nossa contenda eu sou a orca e ela o leão marinho.

Porque sou o urubu-rei cravando a minha marca para sempre sobre o seu domínio.

Porque sou eu a torcida do Flamengo fanatizada por seu jeito, feito o Abaporu cada vez mais forte, viril e supremo por haver sugado e me abastecido de toda sua vitalidade.

Porque sou seu ídolo de adoração e ela a deusa da minha veneração.

E sobre sua majestade e submissão eu ergo a taça da nossa mútua vitória.

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sexta-feira, outubro 23, 2009

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL



Foto: Derinha Rocha

FESTA NO CÉU


Luiz Alberto Machado


Enquanto rodopiava pelos devaneios solfejando a canção dos seus idílios, ela sonhava comigo: um quase príncipe encantado na sua predileção que chegasse gentil e sedento com o fervor apaixonado de um Dom Quixote buscando nela a Dulcinéia desejada.

Enquanto ela encantadoramente azul passeava sobre as nuvens oníricas dos meus desejos, eu coaxava sonhando com uma rã-pintada nua e maravilhosa na fonte das águas amorantes.

Ela dava conta de mim nos seus sonhos de princesa.

Eu ansiava a sua vida nas minhas alucinações de anuro desolado da beira do rio.

Quanto mais cantarolava, mais transluzia infinitamente iridescente na vida. E eu cada vez mais apegado à imagem anfíbia de sua expressão mágica.

Certo dia a princesa veio se bronzear no campo.

Foi quando correu o boato de que haveria uma festa no céu.

Essa eu não poderia jamais perder. Porém, para meu desapontamento, fui excluído pelos promotores do evento por ter a boca grande.

Uma desfeita.

Mas, cá pra nós, uma provocação para minhas astúcias. E fui: aproveitei a ocasião e me acomodei cuidadosamente dentro da calcinha da princesa e ali fiquei escondido.

Ah, um verdadeiro porto seguro, a maloca mais aconchegante e segura que já tinha saboreado desde a maternal fase da concepção.

Era o reino da vida e da paixão.

Parecia até que ela gostava da minha presença ali. E, por isso, fiquei todo ancho, maior que o meu próprio tamanho.

Lá para as tantas, eu fui surpreendido.

É que a princesa deu por minha existência.

Assustou-se, permitindo que eu caísse em queda livre.

Nessa hora pude cantar aos gritos de socorro: “Béu, béu, béu! Se desta eu não escapar, nunca mais festa no céu!”.

Tei bei.

Lasquei-me!

Estava eu ali desfeito em zis pedaços pelo chão.

Ao ouvir minha cantiga a princesa azul lembrou dos conselhos de uma cigana despachada que lhe adivinhara as palpitações ocultas na alma, recomendando que desenhasse a efígie do amor dos seus sonhos para sacudi-lo na boca do primeiro sapo que encontrasse e que, ao encontrá-lo, deveria depositá-lo embaixo da sua cama, cuidando para que fosse a sua existência regada à base de ouro, dinheiro e metais.

Com isso e só com isso seus desejos se realizariam.

Foi aí que ela se encheu de ternura e compaixão, caindo de cócoras cantarolando a juntar pacientemente os meus pedaços.

Ao juntá-los passou a cerzir cuidadosamente até me deixar inteiramente coaxando enamorado e todo remendado na beira dos seus sonhos.

Ah, a emenda foi melhor que o soneto.

É que ela passou a me embalar com canções de sua predileção a me tratar com carinhos até me deitar confortavelmente numa aveludada tipóia embaixo da cama e no escuro do seu quarto.

Eu, aos pinotes, queria voltar pro meu habitat, enquanto ela me cercava por todas as direções, cuidando para eu não fugir.

Numa dessas tentativas de fuga, fui agarrado e no pedestal de uma de suas mãos espalmadas, ela me fitou os olhos: leu-me a alma e o amor.

Não sei, acho que se apaixonou por mim. E beijou-me.

Crás!

Desencantei.

Não era o príncipe que ela esperava, mas nem deu tempo para que nomes ou feições valessem nessa hora.

Passamos a nos confundir aos beijos um no outro. E rodopiamos juntos o idílio dos nossos sonhos. E desnudados cavalgamos os dias e as noites, lambendo um ao outro para nos purificar de amor e nos entregarmos no meio da chuva que explodiu dos nossos mais selvagens desejos no reino da paixão.

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sexta-feira, outubro 16, 2009

VERS&PROSA PARA MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha

USO & ABUSO

Luiz Alberto Machado


O olhar.

E eu vejo o meu verso indeciso nas suas entremanhãs. Nas suas manhas vãs. E sou mais que herói na sua retina. A ponto de afinar as necessidades e ela com vaidade me segura com toda travessura pr´eu não ir embora.

Agora? Não, nunca, só ela que adunca acha que posso ir embora.

É canção.

E ouço. Função por todo meu osso. De dor e prazer eu canto. Rigor e lazer, seu manto.

E ela me ouve mortal criatura como se eu tivesse a candura de enfeitiçá-la.

Quando na sala ela está nua para que eu a possua até o final dos tempos.

Toco seu corpo, sua pele macia.

É puro conforto quando vasculho sua alvenaria.

É perfume no ar.

É o seu cheiro a me fazer levitar no seu ventre com seu grito ancestral entre os dentes e a vida caindo na sua face sorrindo o atlântico sol.

É quando ela se desmancha na minha boca ancha com o seu gosto singular: o meu verso incisivo a poetar na sua carne cunhã que usufruo com afã seu sabor de caju, maracujá, de abacaxi, de cajá.

É quando ela foca e com a ponta da língua ela toca todos os meus poros, eu só revigoro e me rendo de paixão com ela estirada inteirinha na palma da minha mão.

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quinta-feira, outubro 15, 2009

MILENE POSSAS SARQUISSIANO



Imagem: foto sem título de André Brito

A SEDUÇÃO DOS VERSOS DE MILENE POSSAS SARQUISSIANO

TUA...

Quero entrar na tua vida
E preencher com meu sorriso
A tristeza que habita tua alma.

Permita que no teu deserto
Eu seja formosa flor
Miragem do amor possível...

Deixa-me ser a estrada
Que te levará mundo afora
Orientando teus passos...

E quando meus cabelos
Se fizerem travesseiro
E neles adormeceres...

...Embalado pela batida
Dos nossos corações
Terei certeza..
Sou...TUA!

AMOR INDECENTE

A minha prenda tá diferente
Quer um amor tipo indecente
Me quer insano, despudorado
Fazendo cara de homem tarado!

Nas mãos, colocar algemas,
No corpo, chuva de alfazemas.
Venda nos olhos...ai! que perigo!
Beber champanhe dentro do umbigo.

E num ato típico de teatro
Sem dó, te botar de quatro
No meu pampa te fazer potranca
Cavalgando em tuas belas ancas.

Selar o feito com um belo grito
Sentir-se herói pela desenvoltura
Rir-se sozinho, de tão contente
Agradecendo à prenda o amor diferente.

MASTURBAÇÃO


Arrepia, Arregaça, Arrebenta...
Estica, Explode, Excita...
Alarga, Alonga, Alastra...
Engata, Engole, Engasga...
Degusta, Deglute, Devora...
Serve, Sorve, Sente...
Sua, Seca, Soca...
Tara, Treme, Tesão...
Porre, Porra, Punheta...
Gosto, Gosma, Gozo...
...Solidão!!

PROSTITUTA!


Tantos homens passaram pela minha cama
Tantos outros ainda passarão...
Alguns, deixaram o melhor de si
Outros, levaram o melhor de mim
Uns, me fizeram mulher...
Outros, foram mais mulher que eu!
O cheiro de alguns, me inebria
O cheiro de outros, me enoja!
Com uns, paguei meus pecados
Outros, fiz ajoelhar e rezar!
Pra alguns, fui meiga donzela
Pra outros, safada e cadela
Alguns, marcaram meu lençol com sêmem
Outros, deixaram marcas(filhos)em mim
Os filhos não vingaram...
Por pura vingança!
Sabiam que uns, seríam filhos da mãe...
Mas todos, seríam filhos da puta!

QUERES DANÇAR COMIGO?


Queres mesmo dançar comigo?
Mas não será uma dança qualquer
Nessa dança serás conduzido
Pelos desejos de uma mulher

Quero que me pegues de jeito
E te abraçes à minha cintura
Com os seios vou roçar teu peito
E ler teu corpo, feito partitura

Feche os olhos, se deixe seduzir
Na insanidade dos meus movimentos
Que o melhor da dança está por vir

É quando o juízo faz strip-tease
E me invades, sem constrangimentos
Pra que em teu corpo eu me realize

INVASÃO

Ah, amor...
Sonho contigo todas as noites
Quando me invades, sem pedir licença
Deixando meu corpo inconsciente
Só de imaginar-te, sob os lençóis...

Encachaçada por tua ausência
Trago-te à minha inebriante cama
Onde descabido, te esparramas
Fazendo do meu corpo...
...Usucapião!

A carne se faz quente e sangrenta
Os olhos latejam...
...Turvos de desejo!
O seio arde em intensa chama
Queimando o bico, de tanto prazer...

E num atropelar quase suicida
Saboreias o meu gosto de mato
Nos pêlos em que tua língua tropeça...

Minha umidade se faz rio
Pra te receber...
Acordo!
Inundada de solidão...

SEDE


Baila tua língua na minha
Num beijo sabor veludo
Arrepiando a minha saliva
Me deixando à deriva...
Estupra a minha razão
Pra que eu perca a noção
Do que é certo e errado...
E que temperada de ousadia
Eu me deite à tua mesa
Sendo prato principal e sobremesa...
Toma os meus fartos seios
Na carne flácida dos teus lábios
Inebriando-te no meu perolado leite
E mata a tua sede de mim...

PRISÃO PERPÉTUA


Eu quero um amor bandido
Que me faça correr riscos
Que ponha minhas mãos pro alto
E faça em meu corpo, assalto
Vasculhando o meu bem precioso
Revirando-me pelo avesso
Num delito de intimidades
Que me deixe na miséria
E leve de mim, o que quiser

E que depois, seja o mocinho
E eu, o temido bandido
Que me encoste contra a parede
Com as pernas bem afastadas
E me passe em revista
Apalpando-me minusciosamente
Numa tortura quase hedionda
Me fazendo ré confessa
Algemada e prisioneira

E que, quando necessário
Nomeie-se meu advogado
Com totais e plenos poderes
Me defenda incondicionalmente
Garantindo-me o habeas corpus

E que eu, posta em liberdade
Faça mau uso do juízo
Pra me tornar reincidente
E voltar para o teu cárcere
Inafiançável, e agora, perpétuo

MILENE POSSAS SARQUISSIANO – A jornalista e poeta gaucha Milene Possas Sarquissiano edita o blog Cio & Cia e publica seus trabalhos no Planeta Literatura.

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sexta-feira, outubro 09, 2009

VERS&PROSA PARA MENINA AZUL



Imagem: foto de Derinha Rocha

ENGATINHANDO NA NOITE AZUL


Luiz Alberto Machado


De repente tudo fica deliciosamente excedente entre nós.

A dimensão dela deixa tudo com ar de fantasia cosmogônica num idílio para lá de transcendental. E isso era mais que um sonho real.

Toda a via-láctea ali, ao nosso dispor. E ei-la linda mameluca com sua angélica brancura na noite azul, com sua franzinice primaveril e uma gula gigantesca no seu olhar Sinéad O´Conoor, com as querências inauditas dos seus desejos mais secretos.

Tímida com o querer maior que o mundo.

Parceira de ir além da última curva do universo.

Por um lapso de tempo nos espreitamos atraídos pelo mútuo ardor das carnes incendiadas de paixão.

Quase não ser possível manter-me distante da sua provocação corpórea nua, com seus peitinhos de goiaba-boa que me enche a boca d´água e deságua no meu sexo como lança pronta para desferir o golpe certeiro.

Impossível desgrudar daquele corpo que é um verdadeiro aconchego de gozo.

Para minha grata surpresa, ela arqueia e sai engatinhando na minha direção: língua lambendo os beiços, olhos imantados no meu sexo.

Ousei uma artimanha: recuei dificultando sua chegada. Mas ela engatinhou e sorriu safada como quem se dispunha a bordejar genuflexa entre as estrelas oníricas do nosso cenário jubiloso.

Perseguiu firme ela por todos os cantos da cama, perseverou com desassossego até que com seu jeito Cristina Kirchner, fermento do meu desejo a me envolver e se apoderar da minha emanação total, levando-me pelos limites do prazer.

É quando ela jura todo o seu amor eterno e perjurando das suas para batizar-se nas minhas crenças, a se entregar por inteiro como quem vai pro carrasco no cadafalso da sua última hora.

Ah, como tudo é tão bom! Bom demais. Muito demais.

É quando todas as delícias degustadas, exauridas e satisfeitas, ela tão Marina Lima sela o nosso amor com um beijo de paixão.

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terça-feira, setembro 29, 2009

IARAMEL



Imagem: Sente a luz que te beija a pele, foto de Daniel Pedrogam

OS VERSOS SEDUTORES DE IARA MEL


DEVORA-ME

Devora-me
Faça-me tua presa
Enlace teu corpo junto ao meu
Explora-me pacientemente
Feito serpente...
Cola tua boca na minha
Sugue de meus lábios úmidos
Este desejo alvoroçado
Faz-me profanar em teus atos
Entrelace perfeito...
Ouça meu gemido
Feito um pedido
Possua-me
No instante que nos enlaça
No realce dos corpos nus
No limiar que reluz
E estampam as paredes do quarto...
Gotas de suor de um gozo anunciado
Pelo tremor que antecede
Sussurros que nos despem dos pudores
Entregamos-nos aos ruídos ilícitos
Para nós
Puros cantos líricos!

VEM ME SEDUZIR

Vem me seduzir
No silêncio da noite
Prazer e deleite
Possuir-me por inteira
Sob a claridade
Deste fogo que incendeia
Nossos corpos grudados
No ar o cheiro exalado
De um amor ousado
Sem fingir
Somente sentir
O gosto do “pecado”
Deste fato consumado
Marcado
Suado
Amado...

ENTREGA

Sinto teu corpo suado, cansado, molhado/Quero ao teu lado me deitar /Como sentindo meu olhar, abraça-me para mais uma vez me amar/E como em sonho, sinto tuas mãos quentes, suavemente me acariciar /Teus lábios sedentos, em minha nuca, me fazem suspirar... Vem , me faz sentir o pulsar de teu corpo sobre o meu , de teus lábios a me percorrer, me faz novamente viver /Entrelaça teu corpo no meu , como animal no cio,e como louca me esguio, para aos poucos me entregar.../Seja seu o meu corpo, seja você meu prazer... Olha-me como louco, beija-me como poucos, geme, aperta... Estremece... Aperta-me com teu corpo , me beija mais um pouco e me faz delirar/Aumentam-se os movimentos, que ao mais belo momento,
gemidos me deixa escapar.../No auge do nosso instante, gemidos são mais constantes e há prazer em nossos olhares.../Minha boca na sua geme, nossos corpos se estremecem, e atingem o prazer./Abraçados adormecemos, sentindo o cheiro de amor no ar. /Descansamos os corpos suados, para mais tarde acordar!

ABRAÇA-ME

Abraça-me assim, com ardor, abraço de desejo, com excitação, respirando as ondas de calor que nos aquece, aguçando ainda mais um corpo ao outro!

Abraça-me, entrelaça os corpos, moldando-os, e de amor se entregando e neste amor a intimidade se desnuda, possui...

Seu desejo com o meu se envolvendo, como que dançando ao som de uma suave musica, palavras sussurradas, ao longo desta dança inebriante de prazer.

Seus olhos fitando-me sensualmente, teu corpo agarrado ao meu, e me possui lentamente.

E, extasiados na ânsia do prazer, cerramos os olhos e apenas sentimos o amor saciado entre dois corpos cansados!

QUERO-TE... VEM?

Teu olhar doce invade e arde
Faz minha pele queimar em chamas
Meus sentidos não obedecem
É meu corpo que cede
Tento por varias formas esquecê-lo
Impossível tentativa de renovar o dia que amanhece
Na ânsia louca sentir tuas mãos
Explorando, desvendando meus segredos
E me entrego novamente a devaneios
Sinto o pulsar de teu peito de encontro ao meu
Exalando o perfume que entontece
De seus lábios, palavras que me enlouquecem
Perturbando sentimentos que adormecem
Bebo de tua boca, o sabor do mel
Misturado ao gosto do amargo do fel
Invadindo minha alma
Neste escuro breu
È quando te devoro com meu pensar
Fazendo tua sua sede em meu corpo saciar
Numa vontade inconseqüente
Do teu jeito moleque
Amando-me docemente...
Devoras-me com teu doce olhar
Enquanto entrego-me sem pensar
Esqueço cada instante
Quero-te insistente
Sem nada temer
Quero ontem, hoje e sempre
Sentir junto a ti
Um delicioso estremecer
De prazer

SIMPLESMENTE TUA

Também em meu peito
O amor somente não me satisfaz
Quero-te mais e mais
Sentir que se enroscar em mim
Fazendo um nó, e tornando-nos um ser somente
Queimando num desejo ardente
Que nos surpreende tamanha intensidade
Pura , insanidade!
E vou provocar-te com meus beijos
Adocicados pelo gosto de tua boca
beijar-te a nuca
Ouvir baixinho teus gemidos
Depois...
Ah, depois...
Quero aninhar-me em teu peito
Sentir o cheiro do teu corpo
Exalado nos momentos
Que me fez tua
me puseste nua
Saciando meu desejo
Com sua maneira "animal"
Pra mim, tão natural
Sem igual
Assim quero-te amor meu
Desta forma meu homem "animal"
Meu mundo desigual.

VOCÊ EM MIM!
Meus lábios te percorrem
Excitante
O prazer aumenta
Tua boca docemente me atormenta
Sinto teu corpo vibrante...
Em ondas de delírios incessantes
Exalando o cheiro de teu corpo
De encontro ao meu
Num delírio louco
Num aguçar de sentidos
Levando-me da sã realidade
À loucura extrema
Sou tua, por inteira
Teu olhar revela
O instante anunciado
Num ritmo alucinado
O prazer refreado
Sem nada dizer
Aperta-me de encontro a ti
Fazendo das siluetas esboçadas
Um só “croqui”
Nesta hora
Arrepios nos atacam ferozmente
Em ondas, e simultaneamente
Aos movimentos acelerados
Marcando este gozo já anunciado!

IARA MEL – a poeta, escritora e auxiliar de enfermagem paulista, Iara A. Máximo Melchor, que se assina Iara Mel, mora em Guarulhos – SP. Tem seus trabalhos publicados no Recanto das Letras, no Portal CEN e no Poetas Del Mundo.

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sexta-feira, setembro 25, 2009

LOLITA



Imagem: Cerca... de Nelson Perez

OS TEXTOS PICANTES DE LOLITA

TERAPIA DO SEXO

Quando estou com problemas, preciso transar. Sou uma mulher sensível, que precisa de amor e carinho, mas quando estou angustiada não me importa fazer amor, quero o sexo puro e simples. Preciso de um homem que me deseje até a raiz dos cabelos e me faça sentir pura e simplesmente mulher.
Sempre senti fascinação e respeito pelo sexo desde a mais tenra idade; dois corpos, duas almas em um abraço sem controle, sem razão, mágico.
Meu companheiro entende muito bem quando chego amuada, sem muitas palavras, me aninhando em seu peito como uma gatinha acuada. Foi assim que cheguei, ontem. Sei que isso o excita e a mim também, me fazendo pensar que essas são nossas melhores performances.
O encontrei no shopping, no final de uma tarde fria e nublada. O mau tempo só acentuou minha melancolia. Entrei em seu carro e o beijei. Quando estou assim, não pergunto pra onde vamos e ele também não me diz. Acendi um cigarro e fiquei observando a paisagem sem ver. Conseguia ouvir sua respiração, dirigindo tão concentrado. Às vezes, passava os olhos nos meus e voltava a fitar o trânsito, sem sorrir, sem demonstrar qualquer tipo de emoção. Isso me excita ainda mais por me dar a impressão de estar com um estranho. Como se tivesse pegado uma carona pensando ir a um certo lugar e, na verdade, estar a mercê de sabe-se lá quais intenções do motorista.
Fiquei observando este que é meu homem; pele morena, braços torneados e adornados com uma bela tatuagem... Um homem bonito e viril. Entramos em um motel. Chegamos ao quarto superluxo e meu companheiro sentou na cama, tirou os sapatos e continuou fitando o chão. Tomei um gole de vodka com gelo. Estava de vestido. Começou a chover. O quarto estava escuro. Levantei o vestido e tirei a calcinha, dobrando o corpo até os pés. Ele parou pra me observar. Cheguei a sua frente e sentei em seu colo, com as pernas abertas, encharcada de desejo. Ele segurou minha nuca e me beijou. Desabotoei sua camisa, enquanto ele apertava meus seios. Fiquei de joelhos entre suas pernas, abri sua calça e descobri seu sexo pulsante. Antes que eu fizesse qualquer coisa, ele estava completamente ofegante. Sabe como se chupa um picolé? ... Exatamente!
Ele ficou fora de si, me pegou pelo braço, me apoiou na cama, senti sua mão roçando entre minhas pernas, depois afastando minhas nádegas... Nunca fizemos isso! Tentei me virar, ele me imobilizou com firmeza e me penetrou por trás. Dor! Gritei mas ele continuou firme, gemendo, me arranhando e aos poucos fui sentindo que ia ficando gostoso. Friccionei meu clitóris e gozei longamente sentindo meu homem gozar comigo.
Me levantei e entrei no banho. Estava me sentindo leve, bem. Nada como um bom sexo selvagem pra relaxar! Liguei o chuveiro, mas quando bati o olho na banheira, mudei de idéia. Deixei que a água morna fosse me cobrindo, massageei meus seios, meu clitóris... Abri um pouco mais as pernas, deixei o jato d’água bater lá dentro... quando me dei conta de que ele estava lá, parado na porta, me olhando com o sexo ereto. Andou, entrou na banheira sem tirar os olhos de mim, agarrou meus cabelos, se enfiou entre minhas pernas e me penetrou impetuosamente sem se importar se eu estava pronta ou não. Ora, tentava segurar na borda da banheira, ora cravava-lhe as unhas. Seus movimentos eram tão violentos que a água estava revolta. Pra mim, era uma mistura de tesão , dor e prazer, às vezes eu pensava em pedir pra parar mas a verdade é que eu não queria. Ele me abraçou e ficou de pé, comigo no colo saiu da banheira e me deitou na cama, me beijou carinhosamente e sussurrou no meu ouvido um pedido de desculpas. Eu não tinha o que desculpar. Deitou sobre mim e me beijou como se fosse a primeira vez. Eu me sentei na cama e quando vi que ele fez o mesmo, sentei em seu colo e assim cavalguei às estrelas o mais rápido que pude. Caímos exaustos e molhados na cama. Nunca tinha dito e não foi dessa vez, mas principalmente nesses momentos eu sentia que o amava com todas as minhas forças. E naquele exato momento eu soube que deveria vender as ações sem medo. Melhor terapia que essa não há.

UMA CARONA PARA AS NUVENS

Dia cheio. Dia quente. Mas eu prefiro isso a um dia vazio e molhado. Um dia, ainda vou ter um carro. Embora só por hoje eu possa agradecer por não ter um. Se tivesse e não precisasse andar até a parada de ônibus, não teria pegado a melhor carona da minha vida.
Estava fazendo minha caminhada de sempre, depois do trabalho, quando ouço uma buzina e vejo um carro encostar ao meu lado. Loucos tarados costumam fazer isso e eu morro de medo porém quando olhei direito pra direção, vi que não se tratava de um tarado e sim de um colega de sala da faculdade me oferecendo carona. Legal! Engraçado ele ter me visto e parado. Na faculdade, a gente conversa e tal mas não anda junto nem nada.
Sempre o achei uma gracinha mas não sou do tipo que dá em cima mesmo sabendo que, aparentemente, ele não tem ninguém. Chamem de lerdeza, o que quiserem. Não sou muito boa na arte da sedução, confesso.
Fomos batendo um papo tão agradável que eu pedi que ele me deixasse na rodoviária. E continuamos discutindo sobre a obra do destino de termos nos encontrado tão por acaso e podia não ser acaso, etc. Paramos em um sinal vermelho e aconteceu um lance mágico. Não consigo me lembrar o que estávamos conversando exatamente quando olhamos um para o outro sorrindo e o tempo parou. Senti uma vontade enorme de beijá-lo mas fiquei quieta. Ele rompeu o transe avançando pra mim de sopetão, me dando um beijo. Levei um susto e por impulso virei o rosto, de modo que o beijo pegou na bochecha. Foi, então, que reparamos que o sinal estava verde há muito tempo com um monte de carros buzinando e arrancando em mil xingamentos. Caímos na gargalhada. Paramos de falar, contudo, havia alguma coisa ali, um clima descontraído e algo mais de misterioso, excitante.
Sem dizer nada ele tomou o caminho do Parque e como se eu intimamente quisesse, desejasse o que nem sabia direito, consenti sem dizer palavra. Em poucos minutos, estávamos estacionados em uma área incrivelmente deserta do Parque, onde não se via sinal de viva alma. Meu coração batia no estômago quando mal ouvi ele dizer:
--- Se chegamos até aqui, é porque nós dois sabemos o que queremos.
E por incrível que pareça, nessa hora, eu o beijei. Um beijo forte, quente, cheio de desejo. No fundo, no fundo sempre o quis. E me sentia mais solta, relaxada e excitada sentindo que ele me queria também. Ele me beijava com força, com fome punha a língua reta, dura na minha boca, me sugando como se quisesse mostrar com o beijo o que iria fazer com meu corpo depois.
Eu estava completamente mole, entregue. Entre beijos incendiários, praticamente sem fôlego, sussurrei em seu ouvido:
--- Faça o que quiser comigo...
Ainda tive tempo de tirar a calça. Ele me puxou pra cima dele, então, estava em seu colo, tendo-o entre minhas pernas, grudados de cima a baixo por causa do volante logo atrás de mim. Ele tirou a blusa e eu desabotoei sua calça. Assim, sentada em cima dele, pude sentir como estava excitado. Eu mexia o quadril pra deixá-lo ainda mais louco e ele segurava minha cintura com força e dizia:
--- Vou por tudo dentro de você, você vai ver!
Eu mordiscava sua orelha e sussurrava:
--- Vem, eu quero sentir você todo dentro de mim.
Ele tirou minha blusa, desabotoou meu sutiã e ficou beijando meus seios, mordiscando o bico. Enquanto isso, ele enfiou os dedos por entre minha calcinha e introduziu dentro de mim. Eu estava completamente molhada. Ele dizia:
--- Eu quero você todinha!
Ele tirou pra fora, completamente latejante, eu segurei e coloquei a pontinha quente por entre a calcinha. Ele me olhava de um jeito extremamente selvagem. Fui descendo, sentindo-o entrar quente e rijo dentro de mim. Não conseguia mais segurar os gemidos e ouvia os dele junto com a respiração acelerada. Ele estava todo dentro de mim, um caminho sem volta. Daí pra frente só sentíamos a ânsia violenta dos corpos na busca da satisfação. Ele segurava minha cintura com uma força incrível, movimentando meu quadril e me beijando. Em certa altura, ele deitou o banco do passageiro. Entendendo o que ele queria, rapidamente passei para o outro banco e ele veio por cima de mim, abriu minhas pernas e com um beijo de tirar o fôlego me penetrou com força. Indescritível o êxtase de sentir seu corpo pressionando o meu, suas mãos me segurando, me apertando, senti-lo me penetrando com força e me beijando com carinho, seus movimentos ficando cada vez mais rápidos.
Em uma mistura de suspiros e gemidos, com os olhos fixos em mim, senti seu gozo quente invadir meu corpo, provocando o meu cheio de espasmos de prazer. Ficamos um tempo assim, imóveis.
--- Quem diria... --- disse ele --- você esperava por isso? Nem eu.
Vestimos as roupas e retomamos minha carona como se no meio do caminho tivéssemos sobrevivido a um furacão. O que não deixa de ser metaforicamente verdade. Nos despedimos com um beijo e cada um seguiu seu caminho. Nos encontramos depois, na faculdade e é engraçado ver como ambos encaramos tudo como uma simples carona e de vez em quando trocamos olhares cúmplices. Quem sabe um dia repetimos a dose...

LOLITA – Lolita é o pseudônimo da escritor Suzana Naihara Fernandes Pereira Silva, que é forma em Letras pela UCB, Cidade Ocidental – Goiás. Ela reúne suas poesias e textos eróticos no Recanto das Letras.

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quarta-feira, setembro 16, 2009

LADY M



Imagem: A almofada vermelha pintura digital vetorial (Flash) 32x45 cm, de João Werner.

OS VERSOS PICANTES DA LADY M

ASTROLÁBIO

Tua língua, hábil instrumento...
Usa-a com precisão
Mapeando os astros, presentes na imensidão do céu do meu desejo

Descobre no recôndito do meu corpo galáxias a serem exploradas
Astros que lampejam luz, excitantes faíscam...
P.a.c.i.e.n.t.e.m.e.n.t.e explora...

Entro em um voraz desvario que me consome... E assim...
Todos os novos astros que descobre têm apenas um nome: ‘Prazer’

TEU CORPO EM MEUS BRAÇOS

Observo-te dormindo - nu em nossa cama -
entre os lençóis amarfanhados pelos nossos corpos
Um arrepio eriça minha pele, me deixa em chamas
só por olhar-te. Tenho uma idéia insana...

Lentamente acaricio teu corpo cheio de sono
Nem assim te mexes – pareces um anjo -
Arranho-te levemente com minhas longas unhas...
- Gata no cio que ronrona a provocar o macho –

Beijo tua nuca, orelhas... Banho-te com a língua quente
- Sorris ainda com os olhos fechados -
Descubro-te do lençol para cobrir-te com meu corpo
Aos poucos despertas e fundes teu corpo ao meu...

Mordes minha boca, meu corpo, e meu desejo todo
Invade-me a intimidade com força - Desvario puro!
Depois do transe, voltas a dormir extenuado
- Teu corpo em meus [a]braços -

POESIA ASSANHADA

Minha poesia quer fazer um 69 com seus versos.
Quer saboreá-los em riste, descobrindo seu gosto.
Ser penetrada por seu verso ardente... Com urgência...
Minha poesia quer deliciar-se com suas metáforas.
Sem medo de ser devorada por seu swing canibal.
Quer embrenhar-se nas suas palavras lascivas...
Minha poesia quer um sexo primitivo com seu poema obscuro...
Quer morder o tesão provocante dos seus pontos de interrogação.
Na vã tentativa de ser desvendado, seu olhar grita... De desejo!
Minha poesia serpenteia pelos teus versos.
Sedenta desse manancial de prazer.
Que emana das tuas sílabas poéticas...
Minha poesia se despe.
De todos os preconceitos e tabus.
Entrega-se nua... Mas perfumada...
Quer ser possuída com amor... Paixão...
Que perdure pela eternidade!

VOU TE DEIXAR.... LOUCO!

Vou te deixar
Louco de desejo
Doido por meu corpo
Ansiando por meus beijos
Vou te deixar
Embriagado com meu cheiro
Molhado com minha essência...
Naquele quarto de motel
Vou te deixar
Excitado até o último fio de cabelo
Com a pele arrepiada
Desvairado por tomar-me nos braços
Vou te deixar
Uma tatuagem feita com a língua em chamas
Nesse corpo que clama
Gritando com o olhar...
E quando amarrado na cama
Implora por penetrar meus recantos mais íntimos...
Vou te deixar, amalgamado ao meu corpo...
Pra sempre...

CHEIRO DE SEXO, AMORA E CHOCOLATE

O teu Cheiro
É aquele cheiro de amora e chocolate
Daquela tarde quente na minha cozinha
O teu cheiro me invade
E alucina
Esse cheiro é de sexo
Amor
Cor
E sabor
Teu cheiro e teu sabor
Inesquecíveis
Ao calor de uma tarde quente!

MEU ALUNO GOSTOSO

Diz que me quer como professora de línguas...
Bem, meu currículo é vasto e meu preço é alto.
Pagará com noites cheias de tesão sem descanso...?
Saberá aprender de modo lúdico
a língua que quer que eu ensine a você...?
A linguagem dos corpos, sedentos e em desvario...
Os beijos quentes, sugados e alucinantes...
Eu fêmea no cio...
Conseguirá aplacar meu fogo?
Terá que exercitar muito a língua,
em exercícios constantes, profundos e penetrantes...
Memorizá-los e saber identificar
os movimentos desse linguajar excitante...
Quando quer começar...?
...

OFIOFILIA SEXUAL

Eu: a presa

Você: a serpente

Morrer pra sentir-me viva...


DE OLHOS VENDADOS

De olhos vendados
A sensação...
A percepção tátil aumenta...
Não vejo, apenas sinto...
Sua boca na minha vulva.
Que tortura!
Suga, enlouquece...
Morde, belisca, invade, penetra...
É um degustador cheio de gula...
E pra não deixar minha boca
Apenas salivando,
Traz na sua meu gosto...
Me beija, sinto meu gosto de fêmea...
_E-n-t-o-r-p-e-c-e-n-t-e_
Desce, vai escravizando meu sexo...
E quando gozo em sua boca,
Bebe,
Se lambuza,
Mas nunca se farta...

INCÊNDIO

Mulher como eu não nega fogo

Venha logo que apago o teu

Sem nenhum tipo de jogo.


EXPLORAÇÃO SEXUAL

Eu: arqueóloga
Seu corpo: o sítio
Tesouro a desvendar...


SEXO ANIMAL

Eu: a amazona

Você: meu corcel

Cavalgada em busca do prazer...


SEXO COM ANJO DO INFERNO

Diz que me quer...

Então cedo...

Todo meu desejo e tesão

Na banheira, ou no chão...

Tudo deixará de ser sonho

Quando sentires

A quentura sugada

Da minha boca, minha fome insaciável...

Já me disseram que tenho sexo de anjo do inferno

É verdade...Por isso nunca me satisfaço...

Seja rápido, aproveite ao máximo

Porque como miragem eu logo parto!


LADY M (por ela mesma) - LadyM é uma personagem [criada por M. escritora amadora]. Nasceu no Brasil porém atualmente vive em Londres. É uma Mulher de 30 anos...Não tem papas na língua. Fala o que bem entende sem medo de machucar a quem quer que seja... "I'm Dangerous!" Adoro sexo... Sou louca e lasciva... Cheia de tesão e sem tabus... Dona de personalidade forte... Inteligente... Muito irreverente... Sou atraente... Sedutoramente envolvente... Mas odeio homem que mente! About me... I'm a woman who dreams too much, living between reality and dream. Living between the fiction and the reason. I love him very much, I'm very passionate. I have a man who reigns in my heart. My thoughts are for him, my kisses to your mouth, my fire to heat it. Ela publica seus textos no blog SEGUNDAS INTENÇÕES e no Recanto das Letras.

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terça-feira, setembro 08, 2009

ANA TERRA



Imagem: Woman, do pintor surrealista belga René François Ghislain Magritte (1898-1967)

HOMENS


Por Ana Terra


Vivências e memórias de uma poetisa e letrista da MPB.

Homens, melhor tê-los. E aprender com eles o que nos ensinaram por meio da poesia, da literatura, das artes, quando dominavam sozinhos esses territórios. O amor romântico é uma invenção do masculino. Fruto da inteligência emocional para tornar menos árida a luta pela sobrevivência e a reprodução da espécie. Afinal, o que fazer no intervalo entre um ato sexual e outro? Como me ensinou um amigo: quem ama é o homem, a mulher confia.

Mas há os desencontros, desacertos e uma grande discussão entre natureza e cultura, como se os humanos não fossem filhos dos dois. E agora a nova lei que equipara abuso a estupro, para o bem e para o mal.

Homens não são objeto de desejo das feministas radicais de gênero, que acreditam ser o órgão sexual do homem, assim como o machado, uma arma utilizada desde a pré-história para atemorizar as mulheres e mantê-las sob seu jugo. E que toda sedução masculina é um estupro, só que alguns homens se dão ao trabalho de comprar uma garrafa de vinho.

A teoria oficial do estupro, nos Estados Unidos, originou-se no livro de Susan Brownmiller, Against our Will (Contra nossa vontade), lançado em 1975, que apresenta o estupro como crime de violência e não de sexo.

A doutrina do “bom selvagem”, aliada à percepção da década de 1960, quando o sexo deixa de ser visto como sujo e passa a ser encarado como natural, e como o que é natural é bom, o estupro sendo um mal não teria vinculação com o sexo. Como se o sexo não fosse também cultural e um tsunami fosse bom porque é um fenômeno da natureza.

A idéia das feministas passa a ser uma avaliação consensual e, em 1993, a Organização das Nações Unidas (ONU) declara: “O estupro é um abuso de poder e controle no qual o estuprador tenciona humilhar, envergonhar, embaraçar, degradar e aterrorizar a vítima.”

Essa idéia foi posta em dúvida quando, em 2000, é publicado A natural of rape, do biólogo Randy Thornhill e do antropólogo Craig Palmer. A lógica apresentada na pesquisa é que havendo possibilidade de procriação, mesmo que pequena, poderia ser uma “tática oportunista”, uma ação selecionada, e não excluída, do processo de seleção natural. “Ou poderia ser subproduto de duas outras características da mente masculina: o desejo por sexo e a capacidade de praticar violência oportunista para atingir um objetivo.”

Esses cientistas não apresentam nenhuma justificativa moral para o estupro, pelo contrário, apresentam cenários onde haveria maiores possibilidades de ocorrência e fazem sugestões para evitá-lo. Também sugerem que a aversão das mulheres ao sexo forçado teria origem na sua natureza biológica: a fêmea é que escolhe o macho para copular, selecionando os genes que desejam para dar continuidade à espécie. Essas idéias incendiaram o campo feminista e a crítica em geral: os autores haviam desrespeitado um tabu.

A questão principal que se apresenta é que se o estupro e sua proibição estão presentes em todas as sociedades humanas, o que pode ser feito para diminuir sua ocorrência?

Legislação com graves punições é uma óbvia medida, afinal o papel da cultura é afastar o homem de sua natureza animal e instituir regras civilizatórias. Quando os laços da civilização se afrouxam, no caso de guerras e ausência do Estado, o estupro é uma prática muito mais frequente do que gostaríamos de supor. Assim como a tortura, amplamente divulgada, infringida por soldados americanos, homens e mulheres, a prisioneiros iraquianos, por exemplo.

A relação sexual evidentemente deve ser consensual mas, excluindo os casos praticados por psicopatas e os de guerra (considerando-os uma patologia coletiva), até onde pode ser razoável atribuir toda responsabilidade ao homem?

Quando depois de aceitar o jogo de sedução, uma mulher concorda em ir para o quarto de um homem? Temos o famoso caso do lutador Mike Tyson que rendeu uma boa indenização à vítima e cadeia para o acusado. Neste, como em tantos outros, não existiria um consentimento implícito da mulher? Não podermos desconsiderar o puritanismo da sociedade americana e a consequente hipocrisia, além da indústria de indenizações, que é uma instituição naquele país.

No oposto ao puritanismo, o que dizer dos bailes funk do Rio de Janeiro onde se praticam, pública e anonimamente múltiplos “estupros consentidos”? E o que pensar do argumento que justifica a violência como expressão legítima dessas comunidades?

E por que não se discute seriamente a precoce erotização das crianças pelos programas infantis da televisão. E por que confundi-los com a prática em voga de dar “selinho” e dizer “eu te amo”, como se essas expressões fossem destituídas do erotismo que, na verdade, contêm? O ato sexual é para adultos. Às crianças deve-se permitir a infância. E todas as fantasias que lhes cabe em suas mentes infantis. E não as nossas. Será que para elas um tapinha não dói?

6/9/2009. Fonte: ViaPolítica/A autora
Referências:
Pinter, Steven. Tábula rasa - A negação contemporânea da natureza humana. São Paulo, Companhia das Letras, 2004. Cap. 18: Gênero

ANA TERRAAna Terra é compositora profissional desde 1975 e tem cerca de 100 gravações de obras musicais com letras de sua autoria, como Elis Regina - “Essa Mulher”, “Pé sem Cabeça”, “Sai Dessa”. Milton Nascimento e Nana Caymmi - “Meu Menino”. Maria Bethânia -“Da Cor Brasileira. Emílio Santiago - “Ensaios de amor” e “É só uma canção”. Barão Vermelho e Ângela Rô Rô - “Amor meu grande amor”. Elton Medeiros - “Virando Pó”, “Direito à vida”, “Mãe e Filha”. Sueli Costa e Lucinha Lins - “Insana”, “Minha Arte”. Dori Caymmi, Leila Pinheiro e Renata Arruda - “Essa Mulher”. Lisa Ono - “Os dois”, “Eu sou carioca”, “Diz a Ela”, “Essência”. Mart’nália - “Sai Dessa”. Publicou os livros Letras e Canções (poesia) e Estrela (prosa). Recebeu prêmio do Ministério da Cultura pelo roteiro original do longa-metragem Os Campos de São Jorge. Produz e dirige audiovisuais e tem peças de teatro inéditas. Ao lado da criação artística, atua como ativista política desde os anos 1970, participando do movimento independente das artes, da implantação do canal comunitário de Niterói, dos fóruns de música. Em 2004 foi tema do documentário Ana Terra, do cineasta Luiz Rosemberg Filho. Veja a entrevista de Ana Terra pro Guia de Poesia.

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sexta-feira, setembro 04, 2009

MENINA AZUL



Imagem: Foto de Derinha Rocha

PROVOCAÇÃO

Luiz Alberto Machado

Naquela manhã meus olhos flagraram o frêmito dos seios dela tremulando dentro da sua blusa decotada e ela sequer desconfiava o quanto a amava por inteiro, a desejava além da vida e da morte, a venerava além do querer e poder e persigo e persevero e a quero comigo para sempre e a todo momento.

Ela a minha anfitriã que amo e ela pensa que não, insegura e dando o melhor de si só por dar e por amar num pirão que o meu mar engrossa e eu raspo a panela de todas as suas deliciosas emanações.

O seu jeito lindo de ser era mais que sensacional com um encanto pronunciado na exibição daquelas duas frutas saborosas mexendo-se a cada movimentada de seu corpo nos afazeres domésticos.

Ela inteiramente dedicada à labuta enquanto eu fazia juras silenciosas de amor e paixão por ela.

Ela remexendo inocente e eu fazendo estréia da cobiça buscando os agasalhos do seu corpo.

Havia poucas horas da nossa chegada, mas ela logo se dedicara às arrumações colocando suas vestes sumárias, provocando instantaneamente em mim o vuque-vique de seus caprichos corporais: era o tempo do cozimento e eu fervendo imaginando a nossa gangorra.

E eu me deliciando qual voyer descarado imaginando suas curvas, remexidos, sensualidade, tudo dela ao meu dispor.

Ali eu me continha fazendo um esforço danado para agarrá-la atrapalhando sua diligência.

Mas, a cada olhadela, eu suava frio e tudo desembocava ventre abaixo se avolumando nas minhas partes baixas só para fazer-lhe um parque de diversão além do que eu podia dar.

Era a explosão do amor na paixão mais medonha que eu já tivera oportunidade de viver.

Era a paixão mais devastadora de todas.

E ao lado de uma tesão que surgia inopinadamente para consagrá-la integralmente dona do meu coração.

Com isso eu me insinuava aproximando-me o máximo que podia de sua dedicada atuação na limpeza da cozinha.

Cada sacudidela dela no arremate das funções, mais eu me achegava lambendo os beiços e atacando sutilmente suas intimidades, roçando-lhe a nuca, as reentrâncias, o osso do mucumbu, enfeitiçando-lhe para arrancar os seus suspiros mais vibrantes e a deixá-la minando de emoção.

Ela ainda sequer tinha a mínima idéia da minha mais absoluta paixão.

Quanto mais amava, mais queria e queria.

Era ela, sim, ela, tudo o que sempre quis e passaria a querer dali por diante.

Com os meus ardis em pauta mais procurava domá-la nas intenções mais safadas a ponto de apoderar-me por inteiro de todo seu desejo, seu corpo e alma.

Dominada, ela se entregava como quem dar-se ao carrasco.

E eu deliciosamente sorvia cada bocado de sua mais extremada emanação corpórea e anímica.

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