quinta-feira, setembro 11, 2008
PENSAMENTO DO DIA
Imagem: Nude Woman, Reclining, 1887, do pintor do Impressionismo holandês Vincent van Gogh (1853-1890)
REFLEXÕES ERÓTICAS DE GEORGES BATAILLE
“Creio que o erotismo tem para os homens um sentido que o esforço cientifico não pode atingir. O erotismo só pode ser considerado se levarmos o homem em consideração”.
“O erotismo, em seu conjunto, é infração à regra das interdições: ele é uma atividade humana. Mas, ainda que ele comece onde acaba o animal, a animalidade não deixa de ser seu fundamento. (...) a sexualidade é para o erotismo o que o pensamento é para o cérebro: da mesma maneira, a fisiologia permanece sendo o fundamento objetivo do pensamento”.
“A sexualidade e a morte não são nada além de movimentos agudos de uma festa que a natureza celebra com a inesgotável multidão de seres, ambos tendo o sentido de desperdício ilimitado ao qual a natureza vai ao encontro do desejo de durar, que é próprio de cada ser”.
“(..) o homem é um animal que permanece proibido diante da morte e diante da união sexual (..) Os povos sentem necessidade de esconder os órgãos sexuais de maneiras diferentes; mas, geralmente, eles escondem o órgão masculino da ereção; e, a principio, o homem e a mulher procuram um lugar reservado no momento da união sexual. (...) A interdição, que em nós se opõe à liberdade sexual, é geral, universal; as interdições particulares são seus aspectos variáveis”.
“(...) Sade – o que ele quis dizer – geralmente causa horror mesmo àqueles que fingem admirá-lo e não reconheceram este fato angustiante: que o movimento de amor, levado ao extremo, é um movimento de morte”.
“(...) mas que justamente o cristianismo, ao opor-se ao erotismo, condenou a maioria das religiões. E, num certo sentido, a religião cristã talvez seja a menos religiosa”.
“(...) em tempo de festa, o que é habitualmente proibido pode sempre ser permitido, às vezes exigido (...) a festa consome em sua prodigalidade sem medida os recursos acumulados no tempo do trabalho. (...) Acumular e gastar são as duas fases das quais essa atividade é composta: se partimos desse ponto de vista, a religião compõe um movimento de dança no qual o recuo faz apelo ao salto”.
“(...) considerada pelo conjunto, a vida é o imenso movimento composto pela reprodução e a morte”.
FONTE:
BATAILLE, George. O erotismo. São Paulo: Arx, 2004.
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