HOMEM X MULHER
A GENÉTICA - O princípio básico da genética é conhecer o material
genético do ser humano e, assim, observar seu funcionamento e suas
anormalidades.
No núcleo de cada célula do indivíduo, está contido o material
genético, acondicionado em cromossomas. Esses são compostos de ácido
desoxirribonucléico (DNA) e nucleoproteínas complexas. Cada pessoa possui 22
pares que são iguais tanto nos homens quanto nas mulheres, estes são
denominados autossomas. A diferenciação se dá com o 23o par, os
cromossomos sexuais, o qual, nas mulheres, é composto de dois cromossomas X e,
nos homens, de um cromossoma X e um cromossoma Y. Desse par de cromossomas
sexuais, um é proveniente da mãe e outro do pai.
Por meio de estudo científico descobriu-se que as células sexuais
das mulheres, durante a intérfase, apresentavam cromatina sexual, enquanto as
do homem não. A presença ou não da cromatina sexual, se deu por conta da teoria
de inativação do X. Tal teoria se fundamenta em que as células somáticas das
mulheres normais possuem um cromossoma X inativado, igualando, assim, a
expressão de genes ligados ao X nos dois sexos. O X inativado é representado
pelo corpúsculo de Barr. Dessa forma, todas as células somáticas diplóides,
tanto nos homens quanto nas mulheres, possuem um único cromossoma X ativo, seja
qual for o número de Xs ou Ys presentes. Ainda não se sabe qual é o papel exato
dos cromossomas sexuais na diferenciação sexual, visto acreditar-se que o
cromossoma Y não é o único determinante do sexo fenotípico.
Durante a espermatogênese e a oôgenese há a produção de
espermatozóides e óvulos contendo um dos dois cromossomas que irão determinar o
sexo genético. No óvulo, há a presença apenas de cromossomas X, visto que a
mulher não possui o Y. No espermatozóide pode haver a presença do cromossoma X
ou do cromossoma Y. O cromossoma Y é muito menor que o X e possui os genes que
fazem com que as gônadas de um feto se diferenciem em testículos. Portanto, o
espermatozóide é que determina o sexo genético do zigoto. Se ele tiver o
cromossoma Y, o 23o par será formado por XY; se ele tiver o
cromossoma X, será XX. O cromossoma Y confere o sexo genético masculino, e o X
confere o sexo genético feminino.
A
ANATOMIA E FISIOLOGIA NA SEXUALIDADE: HOMEM X MULHER
HOMEM – Anatomia sexual masculina compreende os órgãos sexuais
masculinos compõem-se de genitália externa e genitália interna.
A genitália externa compõe-se da bolsa que contém os dois
testículos e parte do pênis.
A bolsa escrotal é formada por uma camada muito fina enervada por
fibras musculares que afastam os testículos com o calor e os aproxima com o
frio, a fim de que a produção dos espermatozóides se mantenha sempre na mesma
temperatura (abaixo de 37º). Nos testículos são produzidos os espermatozóides e
os hormônios LH, FSH e testosterona.
A testosterona, a principal substância secretada pelos testículos,
é inibidor primário da secreção de LH nos homens. A testosterona pode ser
metabolizada no tecido periférico e transformada no potente androgênio
diidrotestosterona ou no potente hormônio estrogênico estradiol. Esses
androgênios e estrogênios agem de forma independente na modulação da secreção
de LH. O mecanismo de controle por retroalimentação dos níveis de FSH é
regulado por uma substância produzida pelas células de Sertoli, chamada
inibina. Reduções na espermatogênese são acompanhadas por menor produção de
inibina, e essa diminuição da retroalimentação negativa está associada à
elevação recíproca dos níveis de FSH. Aumentos isolados dos níveis de FSH
constituem importante e sensível indicador do estado do epitélio germinativo. A
prolactina também apresenta complexa inter-relação com as gonadotrofinas, o LH
e o FSH. Nos homens com hiperprolactinemia, a prolactina tende a inibir a
produção de gonadoliberina. Além de inibir a secreção de LH e a produção de
testosterona, níveis elevados de prolactina podem exercer efeito direto sobre o
sistema nervoso central. Em pessoas com níveis elevados de prolactina tratados
com testosterona, a libido e a função sexual não voltarão ao normal enquanto os
níveis de prolactina se mantiverem elevados.
O saco escrotal é a bolsa que está logo atrás e abaixo do pênis. O
saco escrotal contém as glândulas sexuais masculinas, ou testículos. A
principal função do saco escrotal é a de manter a temperatura dos testículos à
aproximadamente 34ºC, pois nessa temperatura a produção de espermas é
otimizada.
O pênis é um órgão cilíndrico, composto, em sua maior parte, por
tecidos que podem enrijecer-se quando se enchem de sangue. Esses tecidos estão
imediatamente abaixo da pele e separados do conduto urinário. Estão agrupados
em duas espécies de cilindros, uma ao lado do outro, chamados "corpos
cavernosos" e se estendem desde o osso púbico até a glande. Normalmente,
as paredes que constituem esses corpos cavernosos estão quase secas, pregadas
uma à outra. Quando, durante a excitação sexual, o sangue entra nesse tecido,
fica retido lá dentro. Produz-se então uma clara expansão, tanto no sentido
longitudinal, como na largura. Este é o mecanismo estrito da ereção: o
enchimento, com sangue, desses tecidos habitualmente vazios. Enquanto o sangue
fica retido dentro dos corpos cavernosos, a ereção se mantém. Ela é
conseqüência do fluxo de entrada, menos o fluxo de saída.Quando existe alguma
alteração no volume de sangue que chega (arterial) ou na quantidade de sangue
que sai (venoso), o sangue escapando pelas veias penianas para o interior do
abdome, ocorre a chamada detumescência, cuja conseqüência final é a ausência de
ereção, a flacidez. O pênis em estado de repouso tem um tamanho diferente de
quando ereto, que, dessa forma, pode ficar até três vezes maior.
A parte externa do pênis chama-se rafe peniana ou corpo do pênis,
e constitui sua parte pendular. A parte separada do corpo do pênis por um suco
coronal, chama-se glande. Esta é a parte mais sensível do pênis devido às
inúmeras terminações nervosas, papilas gustativas e corpúsculos sensíveis à
pressão e ao tato. Na extremidade inferior da glande, encontramos o meato
uretral, que é o orifício por onde são expelidos o esperma e a urina.
No homem, o pênis e o saco escrotal são os orgão sexuais externos
do homem. A glande do pênis - a glande constitui a cabeça do pênis. Em homens
não circuncisados, a glande está geralmente coberta pelo prepúcio. A glande é
altamente sensível, assim como a coroa.
A coroa é a parte do pênis que demarca onde a glande e o corpo se
juntam.
O prepúcio é a pele que cobre a cabeça do pênis em homens não
circuncisados, é a pele que cobre o pênis e a glande até o sulco coronal.
Fimose é quando essa pele tem um orifício muito pequeno, dificultando a
exteriorização da glande. Quando é excessivamente longa, trata-se de prepúcio
redundante. Nesses dois casos deve ser feita uma intervenção cirúrgica.
O frênulo é uma pequena faixa de carne localizado na parte de
baixo do pênis ligando o corpo à cabeça.
O pênis do homem brasileiro em ereção tem em média de 8 a 14cm. É
muito raro um homem que tenha um pênis pequeno a ponto de impedi-lo de ter uma
atividade sexual normal. Teria que ter menos de 4cm no estado flácido e 7cm em
ereção.
Já a genitália interna é composta dos órgãos que compõem a
genitália interna masculina são a glândula prostática, o canal deferente, as
glândulas de Cooper e o utrículo prostático.
Na anatomia interna, os testículos são as duas glândulas sexuais
masculinas e estão localizadas dentro do sacro escrotal ou escroto. Têm a
finalidade de produzir esperma e testosterona. Cada testículo produz em média
150 milhões de espermatozóides à cada 24 horas. O epidídimio é a "sala de
espera" dos espermatozóides que foram produzidos pelos testículos. Eles
ficam aqui até a ejaculação. O ducto deferente é o ducto ou canal que liga o
epidídimio à vesícula seminal. Este é o canal que é cortado no procedimento da
vasectomia. A vesícula seminal produz o sêmen, um fluído que ativa e protege os
espermatozóides depois da ejaculação. A próstata também produz um fluído que
constitui o sêmen. A próstata ao se comprimir, controla o canal da uretra para
a bexiga, evitando assim que a urina se misture ao sêmen. O corpo cavernoso são
dois cilindros de tecido esponjoso em ambos os lados do pênis que retêm o
sangue das artérias causando a ereção. O duto ejaculatório é o caminho pelo
qual o sêmen passa na ejaculação. As glândulas de Cooper estão situadas na base
do pênis. Em situação de excitação sexual, elas secretam um líquido
transparente e viscoso que neutraliza a acidez causada pela urina.
Os espermatozóides são nutridos com um líquido alcalino rico de
nutrientes e prostaglandinas produzidos na glândula prostática e sua locomoção
depende do líquido seminal produzido na vesícula seminal. As glândulas de
Cooper são responsáveis pelo líquido produzido durante a excitação, preparando
a mucosa da glande para facilitar na hora a penetração na hora do coito.
O canal por onde passa a urina e ou o esperma, a uretra, começa
depois da bexiga e termina na ponta da glande. O processo ejaculatório é
controlado por dois sistemas nervosos, o SNN que depende de nossa vontade e o
SNI que é involuntário. A produção dos espermatozóides ocorre nos testículos,
que seguem pela cauda do epidídimo, chegando ao canal deferente, quase na base
da bexiga, recebem o líquido seminal e prostático. Até aí, o processo pode ser
controlado, porém se o esperma avançar para dentro do pênis além do bulbo
uretral, a ejaculação é inevitável.
MULHER – Já o conjunto de órgãos genitais femininos é dividido em
externos e internos.
Na mulher, a anatomia externa comprende a vulva que é a parte
externa do orgão sexual da mulher.
Os órgãos genitais femininos externos são aqueles que, devido à
repressão da sexualidade, um grande número de mulheres nunca examinou
atentamente sua própria anatomia genital. Para conhecê-los bem as mulheres
devem pegar um espelho e se agachar, abrir as pernas, e colocar o espelho no
chão, entre as duas pernas. Deve-se fazer um exame durante alguns minutos seus
órgãos genitais para identificar as várias estruturas anatômicas. Toda essa área dos órgãos genitais que está
sendo vista é conhecida como vulva, ou genitália externa.
Há várias estruturas formando a genitália.
Monte de Vênus é a área acima do osso púbico, geralmente coberta
de pelos, sendo, portanto, o coxim gorduroso que cobre o osso pubiano e
localiza-se abaixo do abdomen e acima do prepúcio clitoriano. O Monte de Vênus
é sensível em algumas mulheres e protege o osso pubiano diminuindo o impacto
durante a relação sexual.
A parte externa do ânus é enervada pelos ramos do nervo pudendo,
que chegam às outras partes da genitália feminina. Aí existem também fibras
sensitivas que, quando estimuladas, podem ser extremamente prazerosas.
Órgãos genitais femininos internos são aqueles identificados como
a genitália interna feminina que é formada pela vagina, colo do útero, útero,
trompas de falópio e ovários.
A vagina é formada por uma série de músculos, mede de 7 a 10 cm de
comprimento. Possui suas paredes extremamente vascularizadas e, durante a fase
de excitação máxima produz um líquido lubrificante. A vagina é um orifício
virtual, ou seja, suas paredes são coladas, e se abrem na hora da excitação.
Lábios são duas estruturas duplas que cercam as aberturas da
vagina e da uretra.
Lábios externos ou grandes lábios são grandes dobras cobertas de
pêlos. Os grandes lábios são as pregas de tecido fibro-gorduroso que vão do
Monte de Vênus ao períneo. São geralmente cobertos por pêlos pubianos e possuem
várias glândulas sudoríperas e sebáceas. Alguns dizem que o cheiro expelido por
tais glândulas são sexualmente estimulantes.
Lábios internos ou pequenos lábios: são estruturas sem pêlos, que
contém uma maior concentração de terminações nervosas. Os pequenos lábios
formam uma capa de pele que cobre a ponta do clitóris. Os pequenos lábios constituem-se
de fibras elásticas e conjuntivas e estão localizados entre os grandes lábios.
Protegem a vagina, a uretra e o clitóris. A aparência dos pequenos lábios podem
variar muito de mulher para mulher. Tanto os pequenos quanto os grandes lábios
são muito sensíveis ao tato e à pressão.
O clitóris está localizado entre o topo dos lábios pequenos e o
prepúcio clitoriano, sendo uma saliência carnuda e muito sensível
correspondente ao pênis. Durante uma estimulação sexual, o clitóris pode
extender-se e o prepúcio retrair-se deixando-o mais acessível. O tamanho do
clitóris varia mulher para mulher. Alguns são muito pequenos e outros são tão
grandes que o prepúcio não chega à cobri-lo totalmente.
O prepúcio do clitóris é a dobra de pele localizada acima do
clitóris.
O Clitóris em sua maior parte não pode ser vista, pois sua haste é
localizada internamente. A única parte visível é a ponta, do tamanho aproximado
de uma ervilha, também conhecida como glande clitoriana. Localiza-se logo
abaixo do ponto em que os pequenos lábios se encontram, e na maioria das
mulheres é extremamente sensível ao toque e à pressão.
O
Ponto-G foi descrito primeiramente pelo médico alemão Ernst Grafenberg.,
localizado na região conhecida como glândula Skenes que tem um propósito ainda
desconhecido. Apesar da controvérsia, muitas mulheres afirmam que a pressão
nessa área da vagina é extremamente prazerosa.
Na parte central existem três orifícios: a uretra, a vagina e o
ânus.
A abertura da uretra está logo abaixo do clitóris. Não está
relacionado com o ato sexual ou com a reprodução, mas é a passagem por onde
passa a urina. Por estar muito próximo ao ânus, as mulheres devem sempre se
limpar com movimentos da frente para trás, evitando assim possíveis infecções
da vagina e da uretra por bactérias que estão na região do ânus.
O meato da uretral, por onde sai a urina, está na linha média
entre o clitóris e o orifício da vagina, que, apenas na espécie humana, é
fechado parcialmente por uma membrana chamada hímen. O hímen é perfurado, tendo
um orifício, de forma e dimensão variáveis de mulher para mulher, que permite a
saída do sangue menstrual.
A
anatomia interna feminina compreende a vagina que é um canal elástico que
extende-se da abertura vaginal até o colo uterino. Localizado entre a uretra e
o ânus, tal canal tem em média 12 cm de comprimento. A vagina é o receptor do
pênis em uma relação sexual, e é o canal por onde passa o bebê durante o parto.
Assim sendo, tem a capacidade de acomodar qualquer tamanho de pênis, voltando
ao seu estado normal após a relação. A parte mais externa da vagina é a mais
sensível.
A distância entre o orifício vaginal e o clitóris é em média de
3,5cm.
O períneo é a pequena região que começa na parte de baixo da vulva
e extende-se até o ânus. Em algumas mulheres o períneo é uma região muito
sensível ao tato e à pressão. Possui área da pele sem pêlos entre a base dos
lábios e o ânus. Embora muitas mulheres não se dêem conta disso, o períneo é
muito sensível ao toque e à pressão, devido à sua rica enervação.
O
colo uterino é a abertura do útero por onde os espermatozóides sobem em direção
ao ovário. Pode variar de 1 a 3 milímetros dependendo do cilclo menstrual em
que a muher esteja. Também é a região por onde a menstruação desce do útero
para a vagina, e possui inúmeras glândulas produtoras de muco. É localizado no fundo do tubo vaginal, e existe nele um
orifício que permite a entrada dos espermatozóides na trompa. Suas glândulas
secretam um muco transparente e que, no período de pico ovulatório, ou seja,
por volta do 14º dia após a menstruação, liberam um muco cristalino indicativo
de que a mulher está ovulando. É nesse período que a concepção pode ocorrer se
a mulher tiver tido relações sexuais. Por medida de segurança, se não
interessar a gravidez, as relações devem acontecer dez dias antes e depois
dessa fase.
O
útero é o principal órgão reprodutivo da mulher. É lá que se desenvolvem os
fetos durante todo período da gravidez. É constituído por fortes músculos que
empurram o bebê para fora durante o parto. Possui o formato
de uma pêra invertida. É constituído de fibras musculares e coberto
internamente por uma membrana chamada endométrio, que, dependendo das variações
estrogênicas, durante o ciclo menstrual, apresenta-se pregueada e que, em torno
do 28º dia do ciclo, sob ação dos hormônios, desprende-se e descama, formando o
que conhecemos por menstruação.
As
trompas uterinas são dois tubos que se abrem no ovário. São nelas que que
ocorre o encontro do óvulo com o espermatozóide. De lá, o óvulo fecundado migra
para o útero na formação do feto.
Os ovários são as glândulas sexuais femininas ou gônadas,
responsáveis pela produção total de 200 mil óvulos durante a vida de uma
mulher. Além disso, segregam hormônios - os estrógenos e a progesterona - que
determinam as características sexuais secundárias femininas. Possuem duas funções básicas: a produção dos
hormônios femininos, e a maturação e expulsão dos óvulos. No nascimento, os
ovários chegam a conter 400,000 óvulos. Depois da maturação, um único óvulo viaja
até a trompa uterina, uma jornada que dura de 3 à 4 dias - esse é o período em
que a mulher está fértil e no qual a gravidez pode ocorrer. Óvulos que não
forem fecundados serão expelidos durante a menstruação.
A cada mês, no meio do ciclo menstrual, um óvulo é liberado pelo
ovário e inicia uma viagem pelo corpo da mulher descendo em direção ao útero
pelas Trompas de Falópio, onde poderá ser fertilizado pelo espermatozóide,
dando origem à célula-ovo.
Quando o óvulo não é fertilizado, naturalmente rompe-se e é
absorvido pelas células da trompa de Falópio. O endométrio (o "forro do
útero") deixa de se preparar para a fecundação e o volume de hormônio
diminui. O endométrio se desintegra sem os hormônios que o sustentam e desce a
menstruação. As placas de sangue escuro que aparecem no fluxo menstrual são os
resíduos do endométrio.
Ainda
vem o Eixo Hipotâlmico-Pituitário-Gonadal. O hipotálamo
é o centro integrador do eixo reprodutivo e recebe mensagens do sistema nervoso
central e dos testículos para a regulação da produção e secreção de hormônio
liberador de gonadotropina (GNRH). Os neurotransmissores e neuropeptídeos tanto
exercem influência inibidora como condicionante sobre o hipotálamo. O
hipotálamo libera a GNRH de forma pulsátil, o que parece ser essencial para
estimular a produção e liberação de hormônio luteinizante (LH) e hormônio
foliculoestimulante (FSH). É interessante e paradoxal constatar que, após a
estimulação dessas gonadotropinas, a exposição constante à GNRH resulta na
inibição da sua liberação. O LH e o FSH são produzidas na pituitária anterior e
secretadas de forma intermitente em resposta à liberação pulsátil de GNRH. O LH
e FSH ligam-se a receptores específicos nas células de Leydig e nas células de
Sertoli que se encontram nos testículos.
A natureza feminina apresenta uma infinidade de traços muito
peculiares que exigem uma compreensão mais profunda. É necessário entendermos
como os caracteres anatômicos, fisiológicos e psíquicos da mulher interagem
entre si, e como essa totalidade complexa se reflete na problemática ginecológica.
Não são apenas "partes" ou fragmentos isolados do corpo da mulher que
exigem a atenção do profissional, mas sim o todo do feminino, a sua totalidade
somatopsíquica. Desse modo, a prática da Ginecologia deve abranger não só a
Medicina e a Biologia, como também a Psicologia e a intrincada relação
mente-corpo. Além disto, ela está muito mais próxima da reflexão filosófica e
metafísica do que talvez possa parecer.
O SEXO
O SEXO – Homens e mulheres procuram o sexo. Entretanto, é preciso
ter desejo para se buscar um bom sexo, mas sem um bom funcionamento da
aparelhagem sexual, não há condições. Os órgãos sexuais do homem e da mulher
diferem, mas eles são muito mais que o sistema genital, não sendo formados
apenas pelo pênis ou pela vagina. O aparelho sexual é um conjunto amplo de
órgãos que responde ao estímulo sexual. Alguns estão na área genital, outros,
fora, isto é, intra e extragenital.
Na mulher, os principais órgãos de prazer são o clitóris e a
vagina. No entanto, em todo o corpo pode-se encontrar partes responsivas ao
desejo sexual: os seios (mamas), a própria pele, o ânus e o reto, e mesmo os
órgãos internos como o útero, a uretra, e a bexiga.
No homem, o pênis é o principal órgão. No entanto, não é o único
"artista". O escroto (saco, pele que recobre os testículos) e os
testículos (ovos) também fazem parte desse conjunto, tanto quanto a pele, os
mamilos, o reto, o ânus, a bexiga e a uretra.
Os avanços científicos principalmente bioquímicos sobre a
fisiologia sexual masculina no final dos anos 80 e na década de 90 introduziram
um arsenal farmacoterápico para os problemas sexuais masculinos principalmente
os de causa não emocional.
Em ambos os sexos, há duas importantes reações fisiológicas quando
se inicia o estímulo sexual: a vasocongestão e a miotonia. A vasocongestão nada
mais é que o enchimento de sangue dentro dos órgãos. A miotonia é a contração
regular ou em espasmos involuntários que se observa em alguns tecidos
musculares.
O acúmulo de sangue no pênis é o responsável pela ereção.
Na mulher, o acúmulo de sangue no clitóris, nos pequenos e grandes
lábios e no terço inferior da vagina forma o que denominamos de Plataforma
Orgásmica.
Um pouco antes do clímax sexual, a tensão muscular e a vasocongestão
atingem o seu auge, a miotonia aparece como espasmos. Então ocorre a tão
esperada explosão orgásmica, quando há liberação de toda essa tensão, e um
sentimento de profundo deleite, de bem-aventurança. Uma substância chamada
endorfina é liberada pelo cérebro, sendo responsável pelo prazer e por aquele
"soninho" depois do sexo.
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