Imagem: Acervo Ísis Nefelibata
BOQUETADA
Tu me falas obscenidades
Eu me abro e te dou as
intimidades
Tu me provocas, me levas
à perdição
Provocando-te, eu te
mantenho em minhas mãos
Com elas te aliso,
esfrego, te aperto e puxo
Sou mulher atrevida, tua
puta de luxo
Encaro-te duro, coisa
linda de se ver
É teu moquém todo
entregue ao meu prazer
Tu me passas o mastro
nas entranhas
Eu me empino pra que
subas nas montanhas
Do meu corpo nu em lavas
abrasantes
Meus movimentos te
deixam delirante
Com teus dedos procuras os
meus veios
E te perdes em meus
começos, fins e meios
Tu me cravas os dentes
no pescoço
Sou tua fruta, teu suco,
teu almoço
Sou teu rum, teu bombom,
sobremesa
Verás do que é capaz a
tua tigresa
De quatro perco as
contas matemáticas
Somos todas as condições
climáticas
Quando te adentras em
meus canais
Palavras libidinosas nos
atiçam mais
Gestos insanos, delírios
em nossa alcova
Sou lua sem fases, tu és
sol que me renova
No espelho, as nossas
silhuetas que se encaixam
Tão perfeitas e os
prazeres que se acham
Levam-nos a um delicioso
sessenta e nove
Ah, nada há que então
nos desaprove
Tua boca gostosa me
lambe a carne de primeira
Com tua língua minha
vulva se faz festeira
Enquanto a minha
abocanha o teu cacete
No mais delicioso de
todos os boquetes