CONCÚBITO
Estou querendo carinho,
querendo chamego
Vê se me pega de jeito,
me joga no ninho
Sem dó nem clemência,
domine os meus regos
Chegue com seu pau e se
esfregue em meus cantos
Devolva-me a vida,
prazer inigualável
Com você não há receios,
tão pouco qualquer espanto
Tudo é mais do que
gostoso, simplesmente incansável
Estou querendo um dengo,
querendo os seus beijos
Fungue em meu pescoço,
me deixe sem caminho
Sua voz vibrando
indecências, meu corpo em arrepios
Encontre-me nos suspiros
e gemidos, em todas as estações
Vem que eu o esquento,
faço os seus gostos
Escancaro-me em
querências, toda solta no cio
Sou sua jóia rara, o seu
pergaminho
Poetize em mim seus
desejos mais loucos
Estou querendo os seus
abraços, seus fortes amassos
E me empurre seu mastro
até o fim de mim
Entre e saia, se afunde
em meus poços
Que subo e desço, me
contorço e me perco
Em todos os nossos
meios, começos e fins
Estou querendo de novo
todos os seus gozos
(De sua, eternamente sua
e nua, Isis Nefelibata)
PRÊMIO
Quero ter-te aqui – sei que
tu não vens...
Quero ir-me – tu sabes que
não vou...
Mas preciso saber o que tu
tens
Tens de ver o que o tempo
em mim guardou.
Impiedosa a distância nos
protege
Como se a gente fosse o Sol
e a Lua.
Quero sentir teu corpo...
assim... entregue...
Tu queres me sentir...
assim... tão tua.
Nosso encontro será o
prêmio final
Que o sonho reservou para a
esperança,
Que de esperar, a vida não
se cansa.
Como o nosso amor não
existe igual:
Ao te buscar, te encontro
no meu peito...
Dentro de ti estou – não
tem mais jeito...