Imagens: Acervo de Ísis Nefelibata
DEPOIMENTO
DE ISIS
Depois de todo
esse querer, eu estava ali, largada, entregue e submissa aos seus caprichos...
O cansaço havia chegado, mas o sorriso nos lábios
era a prova de que havíamos chegado ao ápice do prazer. Seus olhos me fitavam
tão profundamente, buscando em minha alma a certeza de que eu havia entendido o
significado daquele momento: a entrega de vida e morte de sua essência em
minhas mãos. Havíamos feito um pacto e diante das súplicas desesperadas que
marejavam em seu olhar, deixei que o cheiro de amor que exalava pelo quarto me
trouxesse à lembrança os nossos delírios. Ainda podia sentir em minhas
entranhas a sua invasão priápica e eu me acendia como um candeeiro apenas com
seu hálito quente em minha pele, roçando os meus sentidos, provocando a minha
libido...
Eu me perdia novamente em seus caminhos, me
encontrando em seus beijos e carícias que me enlouqueciam cada vez mais.
Eu estava ali... alienada ao seu querer, ao seu
mandonismo, às suas ousadas libações, sentindo-me liberta de mim mesma, porém
presa aos seus sentidos mais ousados, aos seus atrevidos carinhos, aos seus
desejos desvairados... E eu, adorando ser uma ninfa totalmente desfalecida, sem
forças, acorrentada a todo tipo de loucura a que me expunha, enquanto o paraíso
se desmanchava por sobre a cama, clamando por todos os deuses para que me
pudesse acudir, diante daquele orgasmo ensandecido e múltiplo de nossos sexos,
como se nossa alma fosse arrojar todo a via láctea ali, naquele momento,
naquele lugar, daquela forma...
O peito arfante demonstrava exaustão... mas ao
fitarmo-nos, sequer tínhamos noção de cansaço... ah!... os corpos eram nossos
escravos e nos pedíamos, nos ordenávamos, nos impelíamos a mais um ato de
insanidade erótica, de desespero de nós mesmos, tudo em nome dessa paixão que
corrói nossa carne, que abrasa os sentidos, que inflama o nosso coração em nome
desse amor, desse querer que nos alucina...
LONGA ESPERA
Fiquei esperando para revê-lo
No domingo que transcorria triste
Eu juro: tentei até esquecê-lo
Mas quem gosta pra valer não desiste.
E as horas teimavam em não passar
Insistindo em não me trazer você
Tudo estava triste e até no cantar
Dos pássaros não havia por que.
Refleti sobre o pouco que o conheço
E o muito que em mim por você nasceu
Posso sentir isso quando amanheço
Escrevendo cada verso que é seu.
Nem mesmo a noite quis que você viesse
Nem mesmo o meu chamado o alcançou
Mesmo assim, gostaria que soubesse
Que sem querer, o amor você plantou.
"Amanhã poderei vê-lo" - pensei
E fiquei esperando a madrugada
Ela se fez caprichosa bem sei
Pois estendeu os meus passos na estrada.
Na luz da manhã que vinha chegando
Eu tentei sentir a sua presença
Mas senti que o tédio estava voltando
Marcando pra mim outra sentença.
Deixei que a esperança me alimentasse
E saí tentando encontrar seu rosto
Não havia nada que me agradasse
Nem mesmo as músicas me davam gosto.
O pôr do sol não possuía beleza
As montanhas me impediam de vê-lo
Estava triste toda a natureza
E eu aqui, na longa espera, sem tê-lo.
Fiquei esperando para revê-lo
No domingo que transcorria triste
Eu juro: tentei até esquecê-lo
Mas quem gosta pra valer não desiste.
E as horas teimavam em não passar
Insistindo em não me trazer você
Tudo estava triste e até no cantar
Dos pássaros não havia por que.
Refleti sobre o pouco que o conheço
E o muito que em mim por você nasceu
Posso sentir isso quando amanheço
Escrevendo cada verso que é seu.
Nem mesmo a noite quis que você viesse
Nem mesmo o meu chamado o alcançou
Mesmo assim, gostaria que soubesse
Que sem querer, o amor você plantou.
"Amanhã poderei vê-lo" - pensei
E fiquei esperando a madrugada
Ela se fez caprichosa bem sei
Pois estendeu os meus passos na estrada.
Na luz da manhã que vinha chegando
Eu tentei sentir a sua presença
Mas senti que o tédio estava voltando
Marcando pra mim outra sentença.
Deixei que a esperança me alimentasse
E saí tentando encontrar seu rosto
Não havia nada que me agradasse
Nem mesmo as músicas me davam gosto.
O pôr do sol não possuía beleza
As montanhas me impediam de vê-lo
Estava triste toda a natureza
E eu aqui, na longa espera, sem tê-lo.
Veja mais Isis Nefelibata.