Imagens acervo de Ísis Nefelibata.
O SONHO DE ÍSIS
Era tarde...
Bem tarde da noite estrelada,
após adormecer tão cansada
dos momentos mágicos que passamos...
Eu acordei sentindo-me assim,
ainda com seu
gosto na minha boca
e a sensação
de sentí-lo dentro de mim.
Nos ouvidos,
ressoava a sua voz rouca
e ecoavam em
meu íntimo
as bobagens de
amor proferidas...
Ah!... são as
deliciosas coisas da vida!
Eu olhei para
o lado, pensando ainda sonhar
e você dormia
tranquilo,
parecendo um
menino feliz
quando ganha o
presente que mais deseja...
Que rosto
lindo!
Eu queria
saber dos seus sonhos;
queria
adentrar-me em sua alma
e percorrer
todos os caminhos transitados
naquele
momento de profunda calma...
Delicadamente
eu toquei o seu rosto,
seus braços,
seu peito, que pele macia!...
Desmanchando-me
de amor, seu calor eu sentia.
Fui
acariciando seu corpo calmamente
e todo o meu
ser se despertava mansamente
daquelas horas
de sono profundo,
após os
delírios de amor que vivemos...
Percebi por
baixo dos lençóis que algo em você também acordava,
independente
do sono que ainda o mantinha largado...
Seu membro,
sentindo as carícias das minhas mãos, me pedia
que eu o
cuidasse, não o deixasse sozinho...
Encantada com
a magia da natureza que vibra sem parar,
eu tomei o seu
membro entre os dedos
e num passe
maravilhoso de mágica, ele cresceu mais ainda,
para me dizer
que não sentisse medo
porque logo,
seu dono iria mesmo acordar...
E num ímpeto
frenético de desejo, eu o coloquei na boca
e assim, como
me senti a mulher mais louca
por amá-lo com
tanta paixão!
Era a fêmea
que exalava o perfume do amor carnal,
se esquecendo
até mesmo do coração
que batia
descompassadamente, como se afinal
ele morresse
naqueles espasmos de meu orgasmo.
Você acordou
sorrindo, como se prevesse o desfecho
daquela
madrugada orvalhada
e vi, então,
tremer o seu queixo,
querendo
sussurrar palavras de delírio
pelo membro
que em minha boca sumia...
E na volúpia
daquele instante,
eu o sugava
com tanta avidez
que nem mesmo
percebi que você
me abria na
posição inversa, para também me beber...
Ali, naquele
momento, nos perdemos em nós mesmos,
tanto quanto
eu o chupava, o engolia, me fartava de você,
você também me
devorava, como um lobo faminto
quando devora
a sua presa...
E eu era a
presa mais feliz naquele instante,
estava ali,
solta e aberta ao meu amor, ao meu amante
e tudo o que
eu mais sentia era a certeza
de que o gozo,
o prazer de nossos corpos
se refletiam
em nossas almas unidas
pelos
escorreres de nossas seivas
naquele final
de madrugada,
quando a noite
se despedia e o dia chegava
para acolher o nosso prazer e nossas juras de amor...
para acolher o nosso prazer e nossas juras de amor...
(De sua Ísis
Nefelibata)
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