Imagens exclusivas do
acervo de Ísis Nefelibata. © Direitos reservados.
MIRAGEM
O vento se
perde no deserto da saudade
Sedas
esvoaçantes me fazem lembrar o seu toque
E através da
areia fina que se levanta a reboque
Eu penso ver
sua imagem, encantadora imagem
Será verdade
ou será miragem
Corro em
busca do amado querido
Mas o caminho
parece longo demais
Saudade que
adoece, maltrata o peito
Visões que
se confundem de todo jeito
E meu
coração se acelera, sutil mensagem
Será verdade
ou será miragem
O vento não
cessa e o mundo é vazio
O sol arde
em minha pele e ao mesmo tempo um arrepio
Sussurra em
meus recantos que ali você não está
Mas o
desespero chega, toma conta
Já não sei
mais se estou lúcida ou tonta
E não me
entendo nessa roupagem
Será verdade
ou será miragem
Deliro
febril a chamar o seu nome
Tanto mais o
vento me leva, o ar me consome
Estendo os
braços para alcançá-lo
Quanto mais
tento mais distante parece estar
Sinto sede e
fome, mas não de alimento
É você meu
paladar, sabor e tormento
Nada mais
poderá me curar, nem mesmo sei se sobrevivo
Não sou
linha nem verso, nem inspiração nem margem
Será verdade
ou será miragem
Senti suas
mãos alcançarem as minhas
Senti seu
corpo acender todas as chamas
Perdi-me em
nuvens, céus e mares
Pensei ver
coqueiros por todos os lugares
Água da
fonte, comida aos montes
E você a me
sorrir, brindando ao nosso amor
Abraçando-me
forte, amando-me, que sorte
Seu sorriso
no meu, meu olhar se perdeu
Adormeci, me
esqueci, acho que eu morri
Renasci em
você, colada como tatuagem
Será verdade
ou será miragem
Veja aqui.