terça-feira, novembro 06, 2012

OS DESEJOS DE ÍSIS



Imagens exclusivas do acervo de Ísis Nefelibata. © Direitos reservados.

VERSOS E GOZOS PARA ELE

Eu me espreguiço, não tenho sono

Então eu te leio, me enguiço, me abandono

São letras airosas, palavras libidinosas

Encontros de amor, querências demais



Quantas vezes e vezes quantas

Ouviste e disseste frases gostosas

De prazeres e gozos, um filme em cartaz

Que o tempo reprisa nas telas do amor



Eu me espreguiço e percebo o meu corpo

Ele arde febril, não é mais gentil

Porque o tempo é cruel

Paixões desmedidas, transas despidas

De pudores e receios, apenas os entremeios

De tantas pernas que te enlaçaram

Ergueram-se na dança da tua lança inquieta

Mulheres bonitas de corpos suados

Olhos de mares, de céu e outros encantares

Deixaram seus motes em versos eternizados

Deixaram suas sombras em vários recantos



Eu me espreguiço, me toco, arrepio

Mas aqui tu não estás

Tão longe, distante, condena-me o semblante

Aos banhares das lágrimas e o coração arredio

Bate culpando-me pelo que não inspirei



Ali naquelas páginas os cheiros de sêmen

Misturam-se aos sonhos que eu nunca sonhei

Atrevidas, chocantes, palavras picantes

Tesões desvairadas, mulheres peladas

Amores felizes, demorados ou não

Mereceram linhas e versos, registro em canção



Ainda me espreguiço, o sono não vem

Com as mãos eu me atiço mesmo a soluçar

Parece feitiço e eu também quero mais

Como alguém que em algum lugar, em certo tempo

Também implorou pelo seu esporrar

Sacanas aventuras, pornográficas loucuras

Coisas de macho, sem rédea alguma

Sem medir consequência nenhuma

Em tantas se enfiou, nem mesmo tia escapou

Jogos de olhares, disfarçados relares

Por baixo de mesa, tantos roçares

Encontros furtivos, corpos ao dispor

Bucetas molhadas, nem mesmo cunhada

Do poeta cantante se livrou

Também pudera, quem manda ser bom

Em tudo o que faz, na cama e no tom

Das cordas que acordam sempre a mulher



E eu cá vou te lendo, com raiva e receio

De descobrir que outras bundas te dão

Calor e prazer, cavalgadas e fodeção

Não posso nem imaginar que em nosso meio

Outros corpos te encostem, te roubem de mim



E eu me espreguiço, soluço a tremer

Com os desejos acesos porque despertaste

A puta em minh’lma que não existia

Agora tu me tens toda pra te adorar

Pra ser tua pra sempre, pra sempre ser tua

Grelo endurecido e eu toda nua



Espreguiço-me e me masturbo

Ofereço-te como prêmio, os meus escorreres

Até que a vida permita que venhas pra mim



Outras vezes, tantas vezes, vezes tantas

Que chegue e se arranche, se guarde enfim

Em minhas entranhas, fenda carmesin

Gruta com fontes e meu túnel anal

E a boca sedenta, faminta e babenta



Espreguiço-me de gozo e sinto o teu cheiro

Ergo a taça do orgasmo a ti, meu amor

Um brinde ao poeta de todas elas

Serás tu agora somente de mim?



Nessa lisura minha

Teu mastro me quer bandeira

Abro-me, tu te encaixas

Toda tua, nuinha

Pra ser muito festeira

Na lança que me cravas

Em todos os meu fundos

E sempre te quero mais...

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