Imagens exclusivas do
acervo de Ísis Nefelibata. © Direitos reservados.
VERSOS E GOZOS PARA ELE
Eu me espreguiço, não tenho sono
Então eu te leio, me enguiço, me
abandono
São letras airosas, palavras libidinosas
Encontros de amor, querências demais
Quantas vezes e vezes quantas
Ouviste e disseste frases gostosas
De prazeres e gozos, um filme em cartaz
Que o tempo reprisa nas telas do amor
Eu me espreguiço e percebo o meu corpo
Ele arde febril, não é mais gentil
Porque o tempo é cruel
Paixões desmedidas, transas despidas
De pudores e receios, apenas os
entremeios
De tantas pernas que te enlaçaram
Ergueram-se na dança da tua lança
inquieta
Mulheres bonitas de corpos suados
Olhos de mares, de céu e outros
encantares
Deixaram seus motes em versos
eternizados
Deixaram suas sombras em vários
recantos
Eu me espreguiço, me toco, arrepio
Mas aqui tu não estás
Tão longe, distante, condena-me o
semblante
Aos banhares das lágrimas e o coração
arredio
Bate culpando-me pelo que não inspirei
Ali naquelas páginas os cheiros de
sêmen
Misturam-se aos sonhos que eu nunca
sonhei
Atrevidas, chocantes, palavras picantes
Tesões desvairadas, mulheres peladas
Amores felizes, demorados ou não
Mereceram linhas e versos, registro em
canção
Ainda me espreguiço, o sono não vem
Com as mãos eu me atiço mesmo a soluçar
Parece feitiço e eu também quero mais
Como alguém que em algum lugar, em
certo tempo
Também implorou pelo seu esporrar
Sacanas aventuras, pornográficas
loucuras
Coisas de macho, sem rédea alguma
Sem medir consequência nenhuma
Em tantas se enfiou, nem mesmo tia
escapou
Jogos de olhares, disfarçados relares
Por baixo de mesa, tantos roçares
Encontros furtivos, corpos ao dispor
Bucetas molhadas, nem mesmo cunhada
Do poeta cantante se livrou
Também pudera, quem manda ser bom
Em tudo o que faz, na cama e no tom
Das cordas que acordam sempre a mulher
E eu cá vou te lendo, com raiva e
receio
De descobrir que outras bundas te dão
Calor e prazer, cavalgadas e fodeção
Não posso nem imaginar que em nosso
meio
Outros corpos te encostem, te roubem de
mim
E eu me espreguiço, soluço a tremer
Com os desejos acesos porque
despertaste
A puta em minh’lma que não existia
Agora tu me tens toda pra te adorar
Pra ser tua pra sempre, pra sempre ser
tua
Grelo endurecido e eu toda nua
Espreguiço-me e me masturbo
Ofereço-te como prêmio, os meus
escorreres
Até que a vida permita que venhas pra
mim
Outras vezes, tantas vezes, vezes
tantas
Que chegue e se arranche, se guarde
enfim
Em minhas entranhas, fenda carmesin
Gruta com fontes e meu túnel anal
E a boca sedenta, faminta e babenta
Espreguiço-me de gozo e sinto o teu
cheiro
Ergo a taça do orgasmo a ti, meu amor
Um brinde ao poeta de todas elas
Serás tu agora somente de mim?
Nessa lisura minha
Teu mastro
me quer bandeira
Abro-me, tu
te encaixas
Toda tua,
nuinha
Pra ser
muito festeira
Na lança
que me cravas
Em todos os
meu fundos
E sempre te
quero mais...