Imagens exclusivas do
acervo de Ísis Nefelibata. © Direitos reservados.
ARDENDO
Ardendo dos pés à cabeça
Eu me sinto escorrer na entrada da buceta
E me toco para me perceber
Sou fonte inesgotável do seu prazer
Jorrando no seu cipó que me salva
De todos os meus pecados imortais
Ardendo, sim, ardendo de sentir o sangue frigir
Nas veias que não me suportam
Porque nada me supre, a não ser a sua presença
Encaro pelo espelho e esmigalho entre os dedos
O grelo enlouquecido, querendo o seu caralho
Estou de cá e ali no espelho, todas de mim
São loucas que se escabelam por desejá-lo tanto assim
Faço poses e me escancaro, sou sua somente, isso é raro
Porque não me reconheço mais sem seus toques anais
Seus carinhos doces ou brutais, suas enfiadas gostosas demais
Não me entendo gente sem seu corpo de seda, tão quente
Sem suas mãos a me apertarem, me esfregarem, me alisarem
Sem seu cacete inquieto a me fazer ajoelhar e nele rezar
Eu sou nada e ninguém, quando está longe e não vem
Para me abraçar, me proteger, em mim se lambuzar
E me encantar com seu canto, seus sussurros de espanto
Quando o surpreendo com meus gestos atrevidos
Como viver sem suas lambidas, chupadas
Sua língua solta e desenvolta nos meus ouvidos
Ardendo, sim, estou ardendo, estou febril, estou ardendo
Cada dia passa longe de você, sinto-me morrendo
Até que você chega e me lava de amor para me ressuscitar
Veja aqui.