quarta-feira, julho 06, 2011

LUCIAH LÓPEZ



Imagem: Nu sentado, de Eliseu Visconti

O ERÓTICO INTROIBO AD ALTARE DEI & OUTROS VERSOS SENSUAIS DE LUCIAH LÓPEZ

INTROIBO AD ALTARE DEI

Os meus seios de mar
Em suas mãos
Atlânticas.
Divino espelho,
Mulher de mar.

Algas marinhas
Onde seus dedos tocam.
Verde mar de areia,
No ventre líquido
Que escorre...

Seios de maresia
Flutuam em ondas.
Na sua boca,
Elástica língua
Sobre a perola.
Girando... girando... girando...

Pedaços de espuma
Sargaços convexos na escura gruta,
Alguidar do teu sêmen.

Espuma no vento.
Colisão da noite.
Verde mar azul
No gozo atlântico
Do seu líquido,
Gozo derramado...

LILYTH

Diante do teu olhar
Minha pele arrepiada
Transpira o desejo
E a vontade do teu corpo
No meu.
A minha boca úmida
Entreabre-se flor/cálice
Saciando a sede da tua boca
Enquanto em minhas costas
As tuas mãos, ah, as tuas mãos
Abrem sulcos na minha pele
Fazendo nascerem asas
Asas de um anjo decaído – Lilyth.
Faminta dos teus beijos
Deixo-me navegar
Nas ondas de calor
Que ardem as minhas carnes/vermelhas/sangue
Que te recebe a carne/desejo meu
Que me possui enquanto me alimento
Daquilo que me ofereces – o teu amor
Enquanto juntos, só meu.

AMAR NA MADRUGADA

E amava tanto quE se
perdeu
no vácuo de quem
respira
tranpira sUor de amor
frágil dor
em poesia.
Chuva à meia luz
menina de paixão
seduz
a lua escondida
encabulda, enamorada
sorri um beijo
de erva doce
promessa e ladainha
sonho
imorTal
na
nudEz

das coxas
mãos aflitas
luz
m
o
r
t
i
ç
a
horas quietas
neste

aceno do dia
que lamenta a distância
e a ousAdia
deste olhar lascivo
na madrugada
uM só
s
u
s
p
i
r
o
enquantO ama...

AMOR


Abre a tua mão e passeia sobre mim
com a tua existencia
até onde a loucura inicia.
Abre os poros da minha pele
fazendo arder a carne que te deseja.
Passeia sobre mim...
Passeia com teus cavalos de fogo
pisando os meus seios
abrindo feridas famintas
sangrentas...
Passeia sobre mim...
Passeia com teu olhar de anjo
e devora-me com tua boca
até minha alma abster-se
de toda luxuria e entregar-se
mansa ao teu prazer.
Passeia sobre mim...

CORPO NU

Do teu corpo nu, eu sou a sombra.
Quando se separa a pétala do cálice
Nesta dourada taça
Que me oferece
E no verniz das ceras que te revestem.
Do teu suor, eu sou o sal.
Que inexoravelmente arde tuas feridas
A meia noite enquanto te impregnas
Desta ardência nervosa que me atrevo a te entregar.
Do teu fôlego, eu sou o ar.
Que imperceptivelmente te alimenta
Enquanto executas pensamentos devassos.
Do teu sangue, eu sou a vida.
Que te escorre em fontes omnímodas
E alimenta a voracidade vermelha das minhas entranhas.
Dos teus sonhos, sou a alegoria.
Incógnita hibridez da tua lascívia
Para sempre inscrita na tua memória.

CORPOS NUS

Antes que o dia escorra
luzes
pelos nossos corpos nus,
possua-me!
Eleva-me no teu delírio,
gozo da tua alma
entrelaçada à minha.
Somos um só
neste êxtase de sons,
murmurios e gemidos
que adentram o silencio
da madrugada.
Navega na minha pele,
tão sua
enquanto meu, o teu corpo nu.
Arrebata minha lucidez
com teus beijos
na minha boca
trazendo à tona todo desejo
que te tenho.
Ama-me
antes que o dia acorde
e traga o sol
e o vento sopre acalmando
todo calor do meu corpo.
Ama-me.

ENTRE SANGUE E AMOR

As tuas mãos ardiam a minha pele
Enquanto a tua boca me passeava céu e inferno
Do meu corpo alucinado.
Norte e sul do minha existencia
Se rasgando no atrito irrestrito
Do teu corpo sobre o meu
Expondo a fêmea que te devora
E chora um prazer ilimitado
Meu corpo te pertence
Agora que teu beijo
Provou o sabor do meu sangue
Doce veludo na tua lingua tesa
Que incendeia e acalma
A fúria que te cavalga homem/centáuro
Que me possui entre o silencio e um grito rouco
De dor e prazer.

MALÍCIA

Vento de vendaval
Descobre a nudez do deserto
Faz passear os olhos que me olham
Na curva das minhas costas...
Escorrega as suas areias pelos meus labirintos
E desenhando um nome na minha pele nua
Crua de desejos e malícias
Acorda a fêmea que há em mim.
Açoita minhas coxas
Desça pelos meus seios sucumbindo amores
Em meus ouvidos
E calores nos meus infinitos gozos.
Vento de vendaval
Sopre o calor sobre mim
Vertendo o suor de cada poro
Sal para sua boca
Vida para seus sonhos.

MEIO DIA/MEIA NOITE

Dias brancos...
Passeia-me o sonho
Nestas pétalas desabrochadas
Ante o teu olhar de verdes estações
Nuances do meio dia/meia noite em teus braços
Hora de magia
Hora nossa...
O que olha agora, amor meu?
O que vê no espelho dos meus olhos?
É isso, uma flor que se abre
Aos teus carinhos?!
Ah, meu amor
Atiça-me o desejo
Na maciez da tua pele e o cheiro
Do teu desejo alucina...
Me solto e te acompanho
Enlouquecida te possuo
E te cavalgo
Feito amazona nua
Faminta do teu amor...
Cavalgo-te enquanto olhas o meu olhar
Enquanto me sacio cravando as unhas no teu peito
Vertendo o teu sangue
Que minha língua lambe
Fazendo adocicar minha boca
Cada vez mais ávida do prazer.
Tuas palavras em meus ouvidos
Pedindo-me, me fazendo cada vez mais alucinada
Nesta entrega sem pressa
Nesta magia onde nossos corpos
Fizeram-se um só
Somos e fomos além do universo
Num gozo abençoado
Numa explosão de puro amor
Só nós dois, amor, só nós dois.
Só nós dois...

O MEU DESEJO

Minhas mãos tremulas e suadas
Num desatino rasgam suas roupas
Expondo teu corpo, teu cheiro de homem,
Objeto do meu insano desejo...

E percorrem numa ânsia louca
Desvendando teus segredos,
Arrepiando ao leve toque os teus mamilos
Sedentos de meus lábios...

Tua pele quente se oferece às minhas carícias
Loucuras, doçuras, canduras, fantasias, desejo de amar.
E nesta fome do teu corpo, nesta sede da tua saliva
Afogo minhas fantasias refletindo-me em teu olhar...

Minhas mão te possuem. Te tocam
Conhecem e sentem o teu desejo de me amar
Enquanto me faço amada e amante
Saciando meu corpo
Nesta cavalgada sem tréguas...

Eu te possuo enfim...
Por um momento sou dona do teu prazer
Te sinto em mim e
Eu sou dona do teu corpo,
Dona do teu ser.
Dona...
Dona do teu amor...

E quando extenuada defaleço em seus braços
És meu dono, amor
Meu único dono...

VELUDO

O teu calor me persegue
serpente de fogo,
queimando minha pele
enquanto me despe de poudores/odores
Tuas mãos me desenham,
fêmea/mulher tua
agonia e êxtase
na pele nua/veludo.
Tua boca beija/beijos
escorregados
indecentes
molhados
florescendo
orvalhando meu corpo.
Teu sussuro entre/dentes
traz a loucura do gozo
iluminando os poros
acendendo meu olhar dentro do seu olhar
no momento em que a tua boca se aproxima
e beija a minha...

LUCIAH LÓPEZ – A escritora Maria Lúcia Lopez Ribeiro que adotou o pseudônimo de Luciah López edita o blog Palavras de Vidro, integra a Poetas Del Mundo e reúne seu trabalho literário no Recanto das Letras. Esta a nossa homenagem pela passagem no dia de hoje do seu aniversário. Parabens, poetamiga.

E veja mais novidades na Agenda da HomeLAM e os clipes do show Tataritaritatá no YouTube ou baixe todas as músicas gratuitamente na Trama.