domingo, fevereiro 06, 2011

HENRY MILLER



SEXUS DE HENRY MILLER

“[...] Mulher alguma é capaz de resistir à dádiva do amor absoluto”.

“[...] Só pensava em duas coisas – comida e sexo. Fui ao banheiro e, distraído, deixei a porta destrancada. Recuei um pouco por causa de um tesão lento e venenoso induzido pelo conhaque, e estava de pé assim, com o pau na mão e fazendo mira na privada numa curva alta, quando a porta se abriu de repente. Era Irene, a mulher do paralitico. Soltou uma exclamação abafada e começou a fechar a porta, mas por algum motivo, talvez por eu ter me mantido totalmente calmo e imperturbável, acabou ficando parada junto à porta e, enquanto eu terminava minha mijada, conversou comigo como se nada de incomum estivesse acontecendo. Um belo desempenho, disse ela, enquanto eu sacudia as últimas gotas. Você sempre fica assim a essa distância? Eu a peguei pela mão e puxei-a para dentro, trancando a porta com a mão livre. Não, por favor não faça isso, suplicou ela, com uma expressão de muito medo. Só um instante, murmurei, esfregando o pau em seu vestido. Cobri sua boca vermelha com os lábios. Por favor, por favor, implorava ela, tentando escapar do meu abraço. Você vai me desgraçar. Eu sabia que devia soltá-la. Mas trabalhava depressa e furiosamente. Eu vou soltá-la, disse eu, só mais um beijo. E dizendo isso apoiei suas costas na porta e, sem sequer me dar ao trabalho de levantar seu vestido, dei-lhe repetidas estocadas, emitindo uma carga considerável em seu vestido de seda negra”.



“Caminhamos um pouco, da estação do metrô até a cada dela. No meio do caminho, paramos debaixo de uma arvore e começamos os trabalhos. Enfiei a mão por baixo do seu vestido e ela remexeu em minha braguilha. Encostamo-nos no tronco da arvore. Era tarde e não havia vivalma à vista. Eu podia ter me deitado com ela ali mesmo na calçada. Ela tinha acabado de por meu pau para fora, e estava afastando as pernas para eu poder abrir caminho [...] Mara tremia como uma vara verde. Caminhamos até um terreno baldio e nos estendemos na relva. [...] A noite estava quente e eu me estendi de costas, olhando para as estrelas. Uma mulher passou mas não percebeu que estava deitado ali. Meu pau estava para fora e recomeçava a se manifestar com a brisa quente. Quando Mara voltou, ele já vibrava e corcoveava. Ela se ajoelhou ao meu lado com as ataduras e o iodo. Meu pau a fitava direto nos olhos. Ela se inclinou para a frente e abocanhou-o com avidez. Empurrei todas as coisas para o lado e a puxei para cima de mim. Quando disparei minha carga ela continuou a gozar, um orgasmo depois do outro, até eu pensar que aquilo jamais acabaria. [...] Anda não posso deixar você ir, disse ela. E em seguida atirou-se em cima de mim, beijando-me apaixonadamente e estendendo a mão para minha braguilha com uma pontaria mortífera. Dessa vez nem nos demos ao trabalho de procurar uma área desimpedida e caimos ali mesmo na calçada, debaixo de uma árvore enorme. A calçada não era confortável – precisei me deslocar alguns metros até um trecho de terra macia. Havia uma pequena poça d´água perto do cotovelo dela, e eu quis tirar o pau de novo para me deslocar mais alguns centímetros, mas quando tentei puxá-lo para fora ela ficou louca. Nunca mais tire isso de dentro de mim, pediu ela, ele me deixa louca. E me fode, me fode! Fique dentro dela me contendo por muito tempo”.

“[...]Será que a Maude ainda está acordada? Estou sentindo um certo tesão. Andando de volta para casa, abro a braguilha e ponho o pau para fora. A boceta de Maude. Ela fode muito bem quando resolve. É preciso pegá-la semi-adormecida, com as defesas baixas.deitado, quietinho, e chegando por trás feito uma colher. Enfio a chave na fechadura e empurro o portão de ferro. Ferro frio contra um pau fremente. Preciso me esgueirar, dar um jeito de entrar nela quando ela ainda sonha. Subo a escada sem fazer barulho e me livro das minhas roupas. Eu a ouço virar-se na cama, aprontando-se no sono para apontar aquela bunda quente na minha direção. Enfio-me de mansinho na cama e a envolvo com meu corpo. Ela finge estar desacordada, morta para o mundo. Não posso me movimento muito depressa, ou ela acorda. Precisa acontecer com ela dormindo, caso contrario ela ficará ofendida. Ponho a ponta do meu pau perto dos pelos soltos. Ela está terrivelmente imóvel. Bem que quer, a vaca, mas não dá nenhum sinal. Tudo bem, pode se fazer de cachorro morto! Eu a desloco um pouco, só um pouquinho. Ela se comporta como um tronco encharcado. Vai continuar assim, com todo o peso e fingir que está dormindo. Bem, já enfiei a metade. Preciso deslocá-la um pouco para o lado, mas ela se encontra num estado móvel, e tudo está devidamente lubrificado. É maravilhoso foder a própria mulher como se ela fosse um cavalo morto. Você conhece cada ruga dos lençóis sedosos; pode demorar bastante, e ficar pensando no que quiser. O corpo é dela, mas a boceta é sua. A boceta e o pau, eles estão casados, por Deus, pouco importa que os corpos estejam indo em direções opostas. De manhã, os dois corpos irão encarar-se e trocar palavras casuais; agirão como se fossem independentes, como se o penis e aquela outra coisa só servissem para verter água. Profundamente adormecida, Eça não se incomoda com a maneira como eu a manipulo. Estou com um desses tesões imbecis e insensíveis, como se meu pau fosse uma mangueira de borracha sem bico. Com a ponta dos dedos, posso deslocá-la à vontade. Esporro nela e deixo tudo lá dentro, toda a mangueira de borracha grossa, quer dizer. Ela se abre e se fecha como uma flor. É uma agonia, mas a agonia do tipo certo. A flor diz: fique aqui, filhinho! A flor fala como uma esponja embriagada. A flor diz: aceito esse pedaço de carne para com ele me satisfazer até acordar. E o que diz o corpo, a carga independente que se desloca sobre rolamentos de esferas? O corpo está ferido e humilhado. O corpo perdeu temporariamente o nome e o endereço. O corpo gostaria de cortar fora aquele pau e guardá-lo para sempre dentro de si, como se fosse um canguru. Maude não é o corpo deitado de bunda para o céu, vitima indefesa de uma mangueira de borracha. Maude, se o autor fosse Deus e não seu marido, vê-se pudicamente de pé no meio de uma campina dourada [..] De fato, Maude, é uma delicia. [...] A relva verde e limpa, o cheiro do couro quente do animal, a coisa comprida e macia que ele enfia e tira – ah, Deus, quero que ele me foda como se eu fosse uma vaca. Og, quero foder e foder e foder...”



“Então agora me coma!, sussurrou ela, e sua boca se contorcia com selvageria. Deitou-se atravessada na cama, com a saia em torno do pescoço. Tire!, implorou ela, febril demais para encontrar os fechos. Quero que você me coma como se nunca tivesse me comido na vida. Espere um pouco, disse eu, desvencilhando-me. Primeiro vou tirar essas coisas malditas. Depressa, depressa!, suplicou ela, enfie tudo, meu Deus, Val, eu não posso viver sem você...isso, bom, bom.... isso mesmo. Ela se contorcia como uma enguia. Oh Val, você não pode me deixar ir embora nunca. Com força, me abrace com força! Oh meu Deus, vou gozar... me abrace, me abrace. Esperei que os espasmos passassem. Você não gozou, não foi?, perguntou ela. Não goze ainda, deixe ai dentro. Não se mexa. Eu fiz o que ela pediu: meu pau estava bem fundo dentro dela e eu sentia as bandeirolas lá no fundo, agitando-se como avezinhas famintas. Espere um instante, querido.... espere. Ela acumulava forças para mais uma explosão. Seus olhos estavam úmidos e bem abertos, relaxados, pode-se dizer. À medida que o orgasmo foi chegando eles ficaram mais concentrados, dardejando loucamente de um canto ao outro, como se procurassem freneticamente alguma coisa em que pudessem se fixar. Agora, pode fazer agora, pediu ela com voz rouca. Vamos, agora meta em mim! Novamente, sua boca exibia aquela contorção selvagem, aquela expressão obscena de soslaio que, mais do que movimentos mais violentos do corpo, desencadeia o orgasmo do homem. Quando descarreguei o esperma quente dentro dela, ela teve convulsões. Parecia uma trapezista fazendo piruetas perto do reto. E, como ocorria frequentemente com ela, os orgasmos se sucederam em rápida sequencia. Cheguei quase a esbofeteá-la , para fazê-la parar com aquilo. [...] As vezes acho que o meu coração vai parar... e que vou morrer no meio disso. Estava relaxada, com a graça de uma pantera, as pernas bem afastadas, como que para deixar o esperma escorrer. Meu Deus, disse ela, levando uma das mãos ao meio das pernas, anda está escorrendo,... me dê uma toalha, por favor. Inclinado por cima dela com a toalha, enfiei meus dedos em sua boceta. Eu gostava de sentir como ela ficava depois de uma foda. Chegava a me dar arrepios. Não faça isso, implorou ela com voz fraca, ou vou começar tudo de novo. Enquanto falava, balançava a pélvis voluptuosamente. Bem de leve, Val... fiquei um pouco assada. Assim. Pois a mão em meu pulso e ficou com ela ali, conduzindo meus movimentos com uma pressão delicada mas segura de seus dedos. Finalmente, consegui retirar a mãe e imediatamente colei a boca em sua racha. Que maravilha, suspirou ela. Tinha fechado os olhos. Estava tornando a cair no vaio escuro do centro do seu ser. Estávamos deitados de lado, as pernas dela passadas em torno do meu pescoço. E então eu senti seus lábios encostando na minha pica. Eu estava separando suas nádegas com as duas mãos, meu olho fitando fixamente o pequeno botão castanho acima de sua boceta. Aquele é o cu dela, pensei eu. Era bom de se olhar. Tão pequenino, tão encolhido, como dele só pudessem sair pequenas titicas de ovelha negra”.

“[...] A bunda nos diz tudo sobre a mulher, seu caráter, seu temperamento, se é sanguinea, mórbida, alegre ou volúvel, capa ou não de corresponder, se é maternal ou amante dos prazeres, se é leal u mentirosa por natureza”.



HENRY MILLER – Henry Miller nasceu na cidade de Nova York, em 1891, de pais germano-americanos e passou toda a infancia no Brooklyn. Em 1909 ingressou no City College of New York, onde permaneceu por apenas dois meses. Passou a trabalhar em empregos variados, que iam de motorista de taxi a bibliotecário, até ingressar, em 1920,, na empresa de telegrafo Western Union. Em 1924, deixou o emprego, divorciou-se da primeira mulher, com quem tinha uma filha, e passou a viver com June Smith, taxi-girl que o estimulou a levar adiante a carreira de escritor. Em 1928, Miller que já escrevera dois romances não publicados, foi com June para Paris, na esperança de encontrar um editor. De volta a Nova York, escreveu um terceiro romance e, com o fracasso de seu casamento, partiu de novo para a Europa, onde viveu por uma década. Sobrevivendo basicamente de doações e trabalhos esporádicos como jornalista, em Paris conheceu Anais Nin, com quem teve um longo relacionamento. Lá, ela ajudou a publicar, em 1934, seu primeiro e mais famoso romance, Trópico de Cancer. Fortemente autobiográfico e sexualmente explicito, o livro foi banido de países de língua inglesa, ficando proibido por quase 30 anos nos Estados Unidos. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, Miller passou seis meses na Grecia, em visita ao escritor Lawrence Durrel, seu amigo e um dos primeiros admiradores de sua obra, e nesse período escreveu Colossus of Maroussi. De volta aos Estados Unidos, viajou pelo país. De 1944 a 1963 morou no Big Sur, California. Em 1949 surgiu Sexus, primeiro volume da trilogia autobiiográfica A crucificação rosada, acompanhado de outros dois Plexus e Nexus, que narra sua luta em Nova York, na década de 1920, para se tornar escritor. Com a liberação dos seus livros nos Estados Unidos, Miller, já reconhecido pela critica como um dos maiores escritores americanos do século 20, tornou-se também um best-seller.em 1957, foi eleito para o National Institute of Arts and Letters e, nos anos 70, foi indicado para o Premio Nobel. Morreu em 1980, em sua casa em Pacific Palisades.



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