terça-feira, janeiro 11, 2011

VILMA ORZARI PIVA



Imagem: Mulher Nua, de Niceas Romeo Zanchett

OS FRUTOS DO PARAISO DE VILMA ORZARI PIVA


DEBAIXO DA PENUMBRA

Como se o mundo cantasse na minha carne
O fogo do sol em danças de lavas a queimar,
Sonhei-te aos quatro cantos da minha cama
Em febre ardorosa dos lençóis a me tocar.

Debaixo da penumbra da minha pele
Tua boca ardente no meu seio a sussurrar
Palavras molhadas junto do meu corpo
Abraçado ao teu num rito a me desvendar.

Quenturas dançantes em movimentos
Rasgando meus sete véus em sustenidos,
Requebravam reais desejos na tua clave
Regente do meu ventre num gozo derretido.

De amor e tesão em frenesis ensandecidos
Num só corpo em labaredas de alucinação
Sentindo-te explodir no meu calor incendiário
De odalisca toda nua no teu corpo de paixão.

NOSSO NINHO, NOSSO VINHO

Teus braços de amar em nosso ninho
Prendem meu corpo pelas bordas
Do gozo, na taça desse teu carinho
De avinhado gosto que me transborda.

À tua carne nua, perdida e louca,
Nas tramas das volúpias reatadas,
Pelo à pelo, bebendo em tua boca
A ebriez das nossas peles atadas.

E de tão perto sinto teu respirar,
Quente, aquecendo meus picos,
Estreitando meus seios no arfar

Do nosso sexo, gemente por amar
Noite e dia, entrelaçados, etílicos,
Nessa paixão sem nos desabraçar.


TRAGO-TE

Trago-te nessa fluidez do meu corpo
Invadido dos teus sóis em melodias
Em sintonia desejosa ao despertar
Nessa minha sentença de te amar.

Lado a lado, envolta nos teus braços
Que bem me sabes no que bem te sei
Na minha pele louca em transpiração;
Na volúpia implacável das vontades
E tu, seduzido minha boca de paixão.

Impregnado nos lençóis dos meus pelos,
Teso, na febre dos meus beijos ardis
Desnudando desejos nos teus quadris
Emprestando-me a coragem que senti,
No gozo alucinante das tuas mãos viris.

E te tenho na minha língua confessa
Traçando meus lábios no teu peito
Num deslizar de dedos em fulgores
Trilhando afrodisíacos suores
Nas reentrâncias sedentas
Do meu corpo faminto no colo teu.

FAGULHAS DA PAIXÃO

Teus lábios nos meus é um regalo
De mel desejoso, ardiloso!
É céu de emboscadas para amá-lo
Enleado do meu beijo mais ansioso.

Beijo de fazer amor contigo,
Perdida em tuas mãos sem reversas
Descobrindo-te doce castigo
Nas reentrâncias de ser tua Eva.

No paraíso do teu corpo suado,
Ofegante e louco em prontidão
Ao bote de um cio serpenteado

De fagulhas nos poros da paixão,
Estendendo-me o éden molhado
De carícias na tua língua- sedução.

MEU DENGO

Meu dengo, te tenho no meu capricho
Assanhando reentrâncias sem juízos
A morder minha boca louca de guizos
No cheiro da tua pele sou toda rabicho.

Em ti me espicho ao assalto do teu peito
Sento no teu colo e beijo-te o pescoço.
Tuas mãos nos meus seios em alvoroço
Sobem calafrios acinturados de estreitos.

Nas tuas lambidas que gemem roucas
No banho dos suores na minha anca
Entalhas-me o teu corpo molhado.

Em ondas de desejos que alavanca
Meu trote sem rédeas de potranca,
Morro nas selas do teu amor atiçado.


FRUTOS DO PARAISO

Num sopro divinal, humano e quente,
Homem, parceiro de Deus da criação;
Guardião que deita as suas sementes
A florir as terras férteis do meu chão.

Entre carícias de lençóis em beijos
Liberto teus alívios nos meus seios;
Milagre da vida na trama dos meios;
Amor perfeito entre nós sem pejos.

E sobre o altar sagrado da nossa cama
Teu corpo me seduz e me esparrama
Felicidade fecunda da maçã em chamas.

No júbilo molhado dos nossos improvisos
Ardem as sarças terrenas de avisos:
Homem e Mulher - Frutos do paraíso!

ME BEIJA E ME ABRAÇA - Rondel VIII

Me beija, amor! Me abraça forte!
Quero meu norte de enlouquecer
com teu cheiro no meu cangote,
ver o paraíso em abraços de viver.

Quero a sede da tua boca de beber
tremores em meus lábios de mote:
Me beija amor! Me abraça forte!
Quero meu norte de enlouquecer.

Quero-te e que nada mais importe
Às nossas línguas na taça à sorver
O tempo do amor que à toda sorte
Brinda gostoso esse nosso prazer.
Me beija amor! Me abraça forte!

DANÇO CONTIGO

Danço contigo de olhos fechados
A cada nota, cada palavra da canção,
Ritmada aos bailados da emoção
Num mosaico de sonhos alados.

E conduz-me enlaçada em teus braços
Na cadência dos corpos num só compasso
Acentuas gingas acinturadas ao teu laço
Rodopiando-me desejosa nos teus passos.

E respiro-te próximo da alegria e do prazer
Na música das nossas pernas movendo-nos
Na pista do ir e vir orquestrando-nos
Amantes, sedutores para um só querer.

MAR DE ZEUS

Lua e mar bailam ondas maliciosas
A pecar comigo teu corpo molhado
Nas águas de ondas ardilosas
Somos atraídos ao gozo salgado.

E deixo-te em meu corpo de pecado
Saboreando tua boca nos meus seios
Enrijeces auréolas do amor retesado
Deitas-nos arrebentações em meneios.

E dilatas-me de amor ensandecido
A deslizar teu tórax nos lábios meus
Sinto fibras, veios embevecidos,
Friccionando–me no teu mar de Zeus.

Mergulho na tua pele expandida,
Portentoso de não caber em mim,
Olho-te nas estocadas a me dizerem sim
E gozo encaixada no amor, absolvida.

POSSEIROS DE NÓS

A música regente traz o compasso
Lascivo das melodias da nossa cama
Estreitando-nos sensores de quem ama,
Corpo à corpo, pelo à pelo, passo à passo.

E capturas-me nos enleios da tua voz
Deixando-me louca, impregnada ao colchão
De loucuras dançarinas no quarto da paixão,
Entre quatro paredes, posseiros de nós.

E cadencio meu corpo junto de teus ais
De tessituras azuis e músculos aguçados
Que me apertam em requebros molhados,
Ao ritmo da boca mordiscante de teus sais.

E rodopio nas delícias faiscantes do teu peito
Gingando contigo, envolvente no meu quadril,
Fibras-me ao maciço do prazer em luas de abril
Aconchegada entre tuas pernas, meu doce leito!

AMANHECER EM TEUS ACORDES


O amanhecer das flores orvalhadas, por entre beijos guardados nas reentrâncias dos travesseiros, acorda-me perfumada de ti , e conferes minha pele nas pontas de teus dedos carinhosos, que perceptíveis expandem-se por caminhos umedecidos em tuas noturnas digitais.

Acaricias meu rosto, meus cabelos estendidos na temperatura de teus abraços reluzindo o sol sobre a cama desarrumada.

Ao som dos pássaros canto teu nome no céu da minha boca e vislumbro o amor nas paredes azuis do nosso quarto.

Sinto o néctar de nossas línguas embebidas de licores, despertando meu corpo no transpirar das gotas da tua saliva, e estremeço minhas pernas na harmonia de teus cânticos deixados sobre meu umbigo.

Afasto suavemente o lençol... Encontro sobre meus seios teu beijo tatuado num sorriso. Estendo-te minha mão. Palmo à palmo acaricio teu peito de acordes e envolves-me ao rocio dos desejos. Quero-te!

E invade-me o tremor da tua voz ancorada nos meus ouvidos, palpitando-me felicidades sobre os balcões dos dias que renascem para nos ver felizes!


VILMA ORZARI PIVA – A poeta e educadora paulista especializada na área da deficiência mental, Vilma Orzari Piva, já foi premiada no concurso Mamede Souza - Araras/SP e é integrante da Antologia de Novos Talentos da Literatura Brasileira. Edita o blog Poesias e Prosas, possui clipes no YouTube e também reúne seu trabalho literário no Recanto das Letras.

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