PENSAMENTO DO CHÃO
TEMPO
quem tem
olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele
soprando
sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo
andou riscando meu rosto
com uma
navalha fina
sem
raiva nem rancor
o tempo
riscou meu rosto
com
calma
(eu
parei de lutar contra o tempo
ando
exercendo instantes
acho que
ganhei presença)
acho que
a vida anda passando a mão em mim.
a vida
anda passando a mão em mim.
acho que
a vida anda passando.
a vida
anda passando.
acho que
a vida anda.
a vida
anda em mim.
acho que
há vida em mim.
a vida
em mim anda passando.
acho que
a vida anda passando a mão em mim
e por
falar em sexo quem anda me comendo
é o
tempo
na
verdade faz tempo mas eu escondia
porque
ele me pegava à força e por trás
um dia
resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você
tem que me comer
que seja
com o meu consentimento
e me
olhando nos olhos
acho que
ganhei o tempo
de lá
pra cá ele tem sido bom comigo
dizem
que ando até remoçando
muitas doenças
que as pessoas têm são poemas presos
abscessos
tumores nódulos pedras são palavras
calcificadas
poemas sem
vazão
mesmo cravos
pretos espinhas cabelo encravado
prisão de
ventre poderia um dia ter sido poema
pessoas às
vezes adoecem de gostar de palavra presa
palavra boa é
palavra líquida
escorrendo em
estado de lágrima
lágrima é dor
derretida
dor endurecida
é tumor
lágrima é
alegria derretida
alegria
endurecida é tumor
lágrima é
raiva derretida
raiva
endurecida é tumor
lágrima é
pessoa derretida
pessoa
endurecida é tumor
tempo
endurecido é tumor
tempo
derretido é poema
palavra suor é
melhor do que palavra cravo
que é melhor
do que palavra catarro
que é melhor
do que palavra bílis
que é melhor
do que palavra ferida
que é melhor
do que palavra nódulo
que nem chega
perto da palavra tumores internos
palavra
lágrima é melhor
palavra é
melhor
é melhor poema
RECEITA PAR
ARRANCAR POEMAS PRESOS:
você pode
arrancar poemas com pinças
buchas
vegetais. óleos medicinais
com as pontas
dos dedos. com as unhas
com banhos de
imersão
com o pente.
com uma agulha
com pomada
basilicão
alicate de
cutículas
massagens e
hidratação
mas não use
bisturi nunca
em caso de
poemas difíceis use a dança.
a dança é uma
forma de amolecer os poemas
endurecidos do
corpo.
uma forma de
soltá-los
das dobras dos
dedos dos pés. das vértebras
dos punhos.
das axilas. do quadril
são os poema
cóccix. os poema virilha
os poema olho.
os poema peito
os poema sexo.
os poema cílio
ultimamente
ando gostando de pensamento chão
pensamento
chão é poema que nasce do pé
é poema de pé
no chão
poema de pé no
chão é poema de gente normal
gente simples
gente de
espírito santo
eu venho do
espírito santo
eu sou do
espírito santo
traga a
vitória do espírito santo
santo é um
espírito capaz de operar milagres
sobre si mesmo
PARA UMA NOVA
GRAMÁTICA:
imagine um
sentimento água. um sentimento árvore.
uma agonia
vidro. uma emoção céu. uma espera pedra.
um amor manga.
um colorido vento sul. um jeito casa
de ser. uma
forma líquida de pensar. uma vida paredes.
uma existência
mar. uma solidão cordilheira. uma alegria pássaro em chuva fina. uma perda
corpo.
acho que hoje
acordei semente. tenho andado muito temporal. minha irmã vive um momento tudo.
a vida
às vezes
transborda pelos poros. me atinge um estado livro. aurora em meus joelhos. tem
pessoas ponte.
algumas
carregam a gravidade nas costas. já conheci gente
PROSA PATÉTIA
Nunca fui de
ter inveja, mas de uns tempos pra cá tenho tido.
As mãos dadas
dos amantes tem me tirado o sono.
Ontem, desejei
com toda força ser a moça do supermercado.
Aquela que
fala do namorado com tanta ternura.
Mesmo das
brigas ando tendo inveja.
Meu vizinho
gritando com a mulher, na casa cheia de crianças,
sempre
querendo, querendo.
Me disseram
que solidão é sina e é pra sempre.
Confesso que
gosto do espaço que é ser sozinho.
Essa extensão,
largura, páramo, planura, planície, região.
No entanto, a
soma das horas acorda sempre a lembrança
do hálito
quente do outro. A voz, o viço.
Hoje andei
como louca, quis gritar com a solidão,
expulsar de
mim essa Nossa senhora ciumenta.
Madona sedenta
de versos. Mas tive medo.
Medo de que ao
sair levasse a imensidão onde me deito.
Ausência de
espelhos que dissolve a falta, a fraqueza, a preguiça.
E me faz
vento, pedra, desembocadura, abotoadura e silêncio.
Tive medo de
perder o estado de verso e vácuo,
onde tudo é
grave e único. E me mantive quieta e muda.
E mais do que
nunca tive inveja.
Invejei quem
tem vida reta, quem não é poeta
nem pensa
essas coisas. Quem simplesmente ama e é amado.
E lê jornal
domingo. Come pudim de leite e doce de abóbora.
A mulher que
engravida porque gosta de criança.
Pra mim tudo
encerra a gravidade prolixa das palavras: madrugada, mãe, ônibus, olhos,
desabrocham em camadas de sentido,
e ressoam como
gongos ou sinos de igreja em meus ouvidos.
Escorro entre
palavras, como quem navega um barco sem remo.
Um fluxo de líquidos.
Um côncavo silêncio.
Clarice diz,
que sua função é cuidar do mundo.
E eu, que não
sou Clarice nem nada, fui mal forjada,
não tenho bons
modos nem berço.
Que escrevo
num tempo onde tudo já foi falado, cantado, escrito.
O que o
silêncio pode me dizer que já não tenha sido dito?
Eu, cuja única
função é lavar palavra suja,
nesse fim de
século sem certeza?
Eu quero que a
solidão me esqueça.
RECEITA PARA
LAVAR PALAVRA SUJA
Mergulhar
a palavra suja em água sanitária.
Depois
de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas
palavras quando alvejadas ao sol
adquirem
consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida.
Existem
outras, e a palavra amor é uma delas,
que
são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar
e
bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São
poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem
que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda
tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.
Agora
nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda
e morte na medida em que são alvejadas
soltam
um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura,
que
é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O
aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em
um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer
é
somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente
sabão
em pó e máquina de lavar.
O
perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no
contato umas com as outras. Culpa, por exemplo,
a
culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra
mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo,
sendo
uma palavra intensa, quase agressiva, pode,
o
que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já
a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro
cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob
o risco de perderem o sentido.
A
sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz
uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito
importante na arte de lavar palavras
é
saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva
com a palavra durante alguns dias.
Deixe
que se misture em seus gestos, que passeie
pela
expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite,
não
a seu lado mas sobre seu corpo.
Enquanto
você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera
em toda sua possibilidade.
Se
puder suportar essa convivência até não mais
perceber
a presença dela,
então
você tem uma palavra limpa.
Uma
palavra limpa é uma palavra possível.
ANA
Ela
era linda. Tinha os olhos saltados e a boca rasgada como uma fenda. Macia e
profunda. Seus cabelos negros reluziam em sua pele branca. Ela era linda e
mesmo pequena ocupava todos os espaços. Reinava como um rapaz afeminado. Um
pássaro molhado. Um tigre. Um grande tigre ou dragão. Doce como o mel dos gozos
era frágil como os poetas. E triste. Profundamente triste apesar da alegria
rubra que escorria pelo eterno sorriso felino. Ela era grande. Grande como são
as estrelas. E até podia ser feia e era. Mas erguia as mãos quando fumava e os
dedos caídos pediam aos deuses um espaço no Olimpo. Seus gestos diziam tanto
que mesmo sem o maior encanto embriagava os homens. E assustava as mulheres.
Umas lhe rendiam homenagens enquanto outras faziam vodu e pregavam alfinetes em
seu peito miúdo. Ela era linda e tão linda que um dia caiu de bruços e um
brutamontes lhe comeu o cu.
PROSINHA
É
maio no Leblon uma família almoça sossegadamente. O pai de onde vejo é um tanto
calvo e grisalho. Os filhos duas meninas moças que parecem bonitas. Uma bem
magrinha e a outra quase passa da medida em gordura. São bem novas entre quinze
e dezessete mais ou menos. Tem também um garoto de uns treze que vejo muito
pouco. A mãe se senta sempre onde não consigo ver de minha janela. No centro da
mesa pratos arrumados, talheres, copos. As mãos se servem e parece que
conversam. Fecho os olhos e imagino o cheiro de carne assada ou quem sabe
almôndegas de frango ou bife acebolado. No quarto ao lado uma senhora que nunca
senta à mesa permanece em uma cadeira de balanço. Acho que não anda mais. Ela
vê televisão. De vez em quando alguém se senta perto dela. À tardinha as
meninas fazem os deveres de casa. Espalham cadernos e canetas e livros e lápis
de cor. Estudam horas. Depois arrumam tudo e preparam a mesa para o lanche. O
pai fuma na janela. Tudo isso porque é maio e uma vontade enorme de escrever me
empurra e eu não tenho assunto. Mesmo porque não importa o assunto. É maio
outra vez.
IRENE
Depois de
rodopiar casa adentro sem paz nem descanso, há dias espremendo cravos no rosto,
não escrevo desde o ano passado. O estado de represa não é exatamente um estado
de repouso mas de cheia e pressão. Estado de menstruação em atraso e amor
contido. Alguma farpa no pé doendo, os peitos inchando e enchendo sem que haja
filho. Estorvo e não escrevo. Não escrevo desde o ano passado. Se bem que o ano
passou há pouco, pensei: palavras como filhos. Como eu queria escrever a
história de um homem sentado na janela de um trem de minas, de terno escuro de
linho e óculos, olhando a menina moça que vende doce de leite em forminhas de
empada. Ele olha pra ela e depois o foguista ganha uns peixes do rapaz que um
dia vai enamorar dela e casar. O rio corre ao largo sempre ralo e barrento. O
homem de terno escuro olha como eu gostaria de ter olhado, a estação e a
menina, que nem percebe o rapaz que deu os peixes e mora na pensão. Marília
talvez fosse o nome dela. Marília de vestido amarelo amaria na relva o rapaz,
somente pra que eu pudesse compor o amarelo em marília, ou o amor dos dois na
relva. Caso pudesse suportar. Caso não fosse eu essa represa de poros por onde
tudo vaza aos pouquinhos. Escorreria entre as mãos da mãe de Marília em casa,
ao redor das crianças menores e limpas, tão limpas como o paninho bordado que forra
a bandeja de doces. E o rapaz dos peixes eu o faria filho mais velho de uma
mulher miúda e forte. Eles se amariam. aquela mulher e seu filho mais velho.
Quando ela morresse ele choraria enrolado no chão como uma cobra. E a ternura
dos olhos da mãe fincando morada nos olhos dele. O homem de terno escuro me
pergunta e agora? ele quer saber pra onde eu vou levar essa gente e eu digo que
essa gente me leva. A doçura do rapaz dos peixes me leva. O paninho bordado da
bandeja de doces me leva, às tardes silenciosas quando bordávamos, minha avó e
eu, na varanda que via o santuário. Me lembro do vento fresco e das agulhas
furando o pano. Nossos planos miúdos e as roscas com café entre uma pausa e
outra. A água molhando as rosas do jardim, a terra vermelha, e o silêncio,
marcando tudo a ferro. Caladas, bordamos uma eternidade. Nos sabíamos irmãs,
mesmo com o fosso do tempo entre nós. Nos sabíamos em silêncio a bordar. Foi
quando aprendi a pegar o silêncio com as mãos, enfiar no buraco da agulha, e
escrever. Tudo que escrevo desfio dessas tardes. Desvio dessas tardes. Escrevo
a saudade dessas tardes. E um nó na garganta. amém.
TODA PALAVRA
Procuro uma palavra que me salve
Pode ser uma palavra verbo
Uma palavra vespa, uma palavra
casta.
Pode ser uma palavra dura. Sem
carinho.
Ou palavra muda,
molhada de suor no esforço da
terra não lavrada.
Não ligo se ela vem suja, mal
lavada.
Procuro uma coisa qualquer que
saia soada do nada.
Eu imploro pelos verbos que tanto
humilhei
e reconsidero minha posição em
relação aos adjetivos.
Penso em quanta fadiga me dava
o excesso de frases desalinhadas
em meu ouvido.
Hoje imploro uma fala escrita,
não pode ser cantada.
Preciso de uma palavra letra
grifada grafia no papel.
Uma palavra como um porto
um mar um prado
um campo minado um contorno
carrossel cavalo pente quebrado
véu
mariscos muralhas manivelas
navalhas.
Eu preciso do escarcéu soletrado
Preciso daquilo que havia negado
E mesmo tendo medo de algumas
palavras
preciso da palavra medo como
preciso da palavra morte
que é uma palavra triste.
Toda palavra deve ser anunciada e
ouvida.
Nunca mais o desprezo por coisas
mal ditas.
Toda palavra é bem dita e bem
vinda.
RIOS
Rios, quando ainda são rios,
Conservam vegetação nas margens.
Córregos são águas geralmente
claras
Que correm rasas entre as pedras.
Algumas vezes árvores chegam a
cobrir um rio por inteiro:
Suas copas vão tecendo um véu
verde sobre as águas
(em geral muito limpas) que
correm.
As margens de um rio são
plantas e terra molhada.
Terra e água em convivência
pacífica.
Que não é lama, é terra e água,
Em sua diferença.
O leito se sabe leito daquele
fluxo líquido inserido no chão.
Eu poderia chorar de coisas assim:
Corre um rio de minha boca corre
um rio de minhas mãos.
Dos meus olhos corre um rio.
Na verdade sofro de excessos, que
me dão certo vocabulário
Como derramar, escorrer,
atravessar.
Tenho a impressão de que tudo vaza
em sobras.
Tenho dificuldade em
caber.
Pra caber mais derramo por nada
derramo sem motivo.
Vou acalmar meu excesso pensei
Ministrando doses diárias de
barcos ancorados ao sol,
Rodeados por pequenos pássaros em
busca de restos de peixe.
Águas se lançando sobre as pedras
e um vento que parece vivo,
Como se tivesse a intenção de às
vezes fazer agrados
Em minha pele.
Meu rosto tem muita simpatia por
ventos,
Reconhece certos humores próprios
a vento.
Gosto de coisas que se movem.
Por isso aprecio rios e não sou
tanto assim apegada a mares.
E árvores.
Se bem que tenho enorme ternura
por bois
Fincados no pasto como palavras no
papel.
Palavras são estacas fincadas ao
chão.
Pedras onde piso nessa imensa
correnteza que atravesso.
DESATO
É preciso fritar o arroz bastante
antes de jogar água fervendo.
E não pode mexer jamais depois de
a água ser posta.
O alho deve fritar no óleo junto
com o arroz.
Coisas que eu sei e que não. Eu
sei muitas coisas.
Faxina por exemplo. Sei limpar uma
casa de tal modo
Que não sobra um canto que não
tenha sido tocado
Por minhas mãos.
Depois vou sujando. Com muito
gosto.
Deixo peças na sala e louças sujas
na pia.
Não na mesma hora mas um pouco
Bastante depois volto limpando.
Assim me faço.
Nos objetos que me acompanham.
Gosto de andar nas ruas e comprar
coisas
Que vão se arrumando em torno de
mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer,
tenho muitas camadas.
Uma camada de livros outra de
sapatos.
Tem a camada de plantas. E toalhas
de rosto.
Tenho camadas de cosméticos e de
adereços.
Uma camada de nomes e de coisas
que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor. Em
forma de corpo.
Um corpo que me sustenta quando o
meu próprio me falta.
Cadeiras são meus ossos. Sapatos
são meus braços.
Torneiras em meus poros. Paredes
como roupas de inverno.
(Quando toca música em minha casa
sai do umbigo)
Descanso recostada nas paredes da
casa
Que me guardam como um abraço.
Me abraço quando me derramo na
sala.
E na cozinha. Em geral adormeço no
quarto.
Tudo em minha casa tem existência.
Todas as coisas significo.
Com os olhos. Ou com as mãos.
Minha casa tem silêncios
Que ás vezes ouço. Em meu corpo
Tem silêncios maiores ainda.
Que às vezes ouço. E faço poemas.
Faço poemas dos silêncios que
ouço.
TUDO QUE VEJO
Era tarde nas janelas da sala,
Um gosto de tarde que eu queria
lamber.
Tenho vontade de lamber as coisas
que gosto,
Mesmo as que não gosto costumo
lamber sem querer.
Às vezes com a língua mesmo.
Molhada e escorrida.
Outras vezes uso a língua da
palavra,
Quando tem cheiros ruins
Ou asperezas estranhas ao paladar
de minha pessoa,
Ou por nada mesmo por gosto
Passo a língua nas coisas que vejo
E passo as coisas que vejo pra
língua.
VIVIANE MOSÉ – A poeta, filósofa, psicóloga e psicanalista capixaba, Viviane
Mosé, é especialista em
“Elaboração e implementação de políticas públicas” pela Universidade Federal do
Espírito Santo, mestra e doutora em
filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. É autora de diversas obras, entre elas Stela do
Patrocínio -Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, publicado pela Azougue
Editorial e indicado ao prêmio Jabuti de 2002, na categoria psicologia e
educação. Publicou em 2005, sua tese de doutorado, Nietzsche e a grande
política da linguagem, pela editora Civilização Brasileira. Escreveu e
apresentou, em 2005 e 2006, o quadro Ser ou não ser, no Fantástico, onde trazia
temas de filosofia para uma linguagem cotidiana.