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acervo de Ísis Nefelibata.
“Na
minha imaginação não há sequer uma parte de mim que não tenha sido beijada por
uma boca ardente. Na minha imaginação não existe depravação do mais baixo nível
que eu não tenha experimentado”.
“Uma
menina, a partir de seu nascimento, está exposta à sugestão-invevitável, seja
ela transmitida com brutalidade ou delicadeza – de sua inferioridade”.
“Metade
da raça humana está descontente com o sexo que lhe foi designado”.
“O
homem é motivado pela inveja do útero, pelo ciúme da maternidade”
“[...]
A minha crença é no homem dotado da capacidade e do desejo de desenvolver a sua
potencialidade e de tornar-se um ser humano decente. [...] Creio na capacidade
do homem de mudar e continuar mudando por toda a vida”.
KAREN HORNEY (1885-1952) - Nasceu em Hamburgo, na Alemanha. A mãe era casada com um
capitão de navio religioso e taciturno, muito mais velho que ela, por medo de ficar
solteira e desejando sempre a morte do marido. Karen sentia-se inferior, inútil
e hostilizada pelos pais que dedicavam mais atenção ao seu irmão mais velho. Na
adolescência ele se entregou às varias paixões na busca frenética pelo amor e
pela aceitação que não encontrava em casa. Depois começou a frequentar por ruas
repletas de prostitutas. Criou o jornal chamado Órgão Virginal para
Supervirgens. Contra a vontade dos pais ingressou na University of Berlim no
curso de Medicina, tornando-se Doutora em 1913. Casou-se, teve três filhas,
sofria de depressão e envolveu-se em muitos relacionamentos até divorciar-se.
Seu relacionamento mais duradouro foi com o psicanalista Eric Fromm, terminando
depois numa profunda depressão. A busca do amor e a atração por homens mais
fortes refletiam paixões edipianas da infância. A partir daí, adotou uma vida
sexual promiscua. Passou a estudar psicanálise freudiana em Berlim, divergindo
da ideia da inveja feminina do pênis proposta por Freud. A falta de amor dos
pais promoveu a descoberta da ansiedade básica, conceito que resulta de
atitudes paternas dominadoras, bem como da falta de proteção e amor e o
comportamento errático. Definiu as necessidades neuróticas em tendências, entre
as quais, a personalidade condescendente em que o individuo vai ao encontro de
outros na busca de aprovação, afeto e parceiro dominante; a personalidade
independente, quando o individuo se afasta dos outros na busca pela
independência, perfeição e isolamento; e a personalidade agressiva, quando indivíduo
vai ao encontro dos outros expressando a necessidade de poder, de exploração,
de prestigio, admiração e conquista. Ela começou a trabalhar com a psicologia
feminina em 1922 e foi a primeira mulher a apresentar um trabalho abordando
esse tópico em um congresso internacional de psicanálise, presidido por Freud,
em 1930, em Berlim. Ela traçou a distinção entre a mulher tradicional, como
aquela que vivia em busca da própria identidade no casamento e na maternidade,
da mulher moderna que busca a identidade na carreira profissional. Lutou pelo
direito da mulher de tomar decisões próprias para enfrentar as restrições
impostas pela sociedade machista dominadora. Tornou-se uma psicanalista e
feminista à frente do seu tempo.
REFERÊNCIAS:
DAVIDOFF,
Linda. Introdução à psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN,
James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
HORNEY,
Karen. A personalidade neurótica do nosso tempo. São Paulo: Veja, 1979.
______.
Psicologia feminina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
SCHULTZ,
Duane; SCHULTZ, Sidney. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
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