domingo, junho 17, 2012

GINOFAGIA




Imagens acervo de Ísis Nefelibata.

HEDONISMO


Ela chega toda imoderada feita Ísis esplêndida e insone qual fêmea nua alada a carregar outros nomes de antanho na guarda louca de em si ser todas as outras inominadas efêmeras ao banho no bálsamo das noites e dias lascivos do amálgama intemperante da loucura do meu hedonismo para lá de despudorado.

Ela chega venturosa à minha vida vesga desmedida com seus lábios sedentos como se fossem sábios em polvorosa reunindo todas as prendas amealhadas a me premiar por comenda todas as suas oferendas aprazíveis de tudo e de nada.

Chega etérea de guarida úbere tal fruteira guarnecida de todas as seivas dos deleites incontáveis, ardendo de cio e minando de viço no antro inguinal de todas as iguarias apetitosas que me apetecem e tornam-me corsário reinando sobre todos os seus pertences.

É nela que vou idôneo e contumaz de fato, sem licença pelo cheiro da fenda fêmea que ao meu tato subjaz perdulária pelo desacato de prendê-la pelo ancôneo e me apraz submetê-la com toda a abastança do seu pódice na varanda feudal da minha grei abastada até rompê-la aviltada, vou feito um bei a devorar o seu mignon filé que é onde faço o meu cânon e escrevo a minha lei.


Nela eu vou prear carniceiro ginófago, esfolando matreiro canibal a sua carne vadia arfante e sensual, feito priapo galante festeiro aos sopapos escarnecendo dos seus selos intactos, seus contornos esfregados aos montões a valer, seu dorso morno fulgurante a me embevecer, a lhe aprisionar com os grilhões do meu poder.

É quando ela soluça toda tinhosa atávica, desaprumada errante e idílica, ninfomaníaca ensopada, agarrada no meu galho rijo na sua boca volúvel de todos os devaneios onde ouso jorrar queda dágua na sua cuia e seus meios com a minha cunha e todo estandarte do meu carnaval.

Espalmada e nua ela rendida me presenteia a sua grelha emergida para que eu possa espargir meu gozo na sua carne suada, delineada e tépida, nítida na escuridão.

Mais eu lhe encharco e sinto seu gozo chiando farto e eu sorvendo seus regatos que escoam no guante do meu desejo, a matar a minha sede na sua vulva férvida onde vejo o palco inusitado para minha língua e meus dedos traquinos vasculharem seus vãos femininos e me acendem para arregaçar minha nova gula na sua altivez que me enlouquece a bússola e de vê eu tomo e crivo pra me apoderar de toda a sua languidez espalmada, tomo enfim posse do que é meu na raça e como um deus furtivo em estado de graça nela faz a morada por onde a vida passa e eu vivo.