quinta-feira, junho 23, 2011

ROSANGELA ALIBERTI



Imagem do fotógrafo português José Coelho.

A POESIA EROTICAMENTE SUAVE DE ROSANGELA ALIBERTI

EROTICA_MENTE S...U...A...V...E

............................................d
e
s
e
j
o
s,
gotas
transparentes
serpenteando
sobre a vidraça
...flashes de imagens
cirandas criativas
contatos
quadriculações
o assinalar rítmico
de olhares
murmúrios
secretos sinos
ecos afrodisíacos
dando o timbre
...a colcheia
as...mãos...
nas...co-xas...
notas musicais,
beijos carimbados...
No nosso céu!!!
O deslizar de bocas,
O ardor na nuca
corpos embalando
um suor perfumado
eminente_mente
s...u...a...v...e
instalando
vibrações
pelos poros
estalos Ballets
emanações
de emotividade
múltiplas explosões
p r a t e a d a s
Erotica_mente
S e l v a g e m
O olor do incenso!
Banhos de Amor...
gotas de desejos
transparentes
erótica
é a mente
s u a v e
aves
tocam nas
nuvens
Tua
boca
e o
céu...

CAMA DE GATO SUI GENERIS

nas orquídeas
os sorrisos
não nascem distraídos
são toques
claros
que abrem os sentidos
extraordinaria_mente
improvisados são os
abraços
irados entre as pernas
[doce e raro
o mel dos apaixonados
jorra com cheiro
de frutas frescas
nas travessas
aos domingos]
assim...
foram teus braços
unidos aos meus
num movimento simultâneo
com um sabor de sonho,
nada sofrido.

ELE & ELA

I
entregas
na flor do seio da pele
abrem-se as portas das revelações
a sensibilidade prega
arde
(des)encarde peças
lentamente antigos amores
tornam-se desimportantes
- artigos indefinidos
atrás do muro do cemitério
restos de pó, levantam
ossos
que se desgrudam dos calçados
tudo começa
com uma lingerie fora da caixa...

II

um poeta despe vestes
em febres passageiras
ele nunca terá dona
sonho, astro-rei no silêncio
vento em movimento...
uma poeta versa a fala do amor
nos labirintos de papel
ela nunca terá dono
como nasce a chuva?
- no balançar na rede
pronomes pessoais
pressentem banhos de estrelas
em metamorfoses
despertam-se pássaros
acima de fios conectados
borboletas
[fogem de algemas
nunca de desafios.

&

desencontros linguísticos
nunca formarão pares
(nunca minta para si mesmo)

PROGESTERONA

donos de fartas percepções...
há poetas natos
na demarcação de territórios
o punho finca letra pós letra
nos dias e meses dos calendários
dando um gosto latente
guerras de morangos cerejas
& pequenos frascos de perfumes
bandeira e mastro
no espaço do meio fio
no cio do silêncio
se sobe a temperatura...
fecham-se os corpos com um poema
deixando outros a verem navios...
na sala das revelações

POEMINHA SEM-VERGONHA

Saíram de casa
desagarradinhos
como pingos da mesma nuvem
sem guarda-chuva
começou uma garoa fininha
fininha...
fininha... mesmo
foram dividindo
batatinhas
ruídos ao vento
de outro saco plástico
no banco detrás no carro

no caminho a esperança
que a água
no vidro cessasse
antes do último
pedaço de pão francês
prá dois
os pêlos dos casacos
estavam molhados
fora do quarto escuro
só espeques

gargantas rasgavam
ao luar
sem chopp
conhaque mel ou chicletes
tropeçaram noutras delícias
saíram de casa
esquecendo das identidades
cheios de fome
grávidos de mágoas
sem vergonha
das pobres paisagens
aborrecidas
rock e pé da estrada...

dois bicos dos seios
denunciaram
que ainda havia
um restinho de T
suando sem pudor...
mudaram o ritmo da respiração
viajaram até os anéis de Saturno
versos saltaram da boca
feito peixes
- o que restou...?
da última recordação
do choro na camisinha?

na barraca do camping
ocorreu o interesse
em se desligar do ar
do hospital
outro tipo de sonda
se aproximou de Vênus
voltaram cúmplices
depois de desfazer
as velhas dores
tornaram a ser
amantes
ao trancar a porta na
home sweet home
a pressão abaixou

PARA MEU ALQUIMISTA

´Merlin´ meu amor, dono dos lábios cor de granada
não troco tua lábia e teus beijos de fogo, por nada.
Vendo bombons: o supra-sumo do afrodisíaco
a gosto do freguês (de janeiro a dezembro)
meu chocolate é mágico querido, tu sabes...
à ti reservo O especial cujo recheio é todo... teu
(sem nenhuma pitada de virtualidade, no dia 12.06)
Só, contigo... distribuo estrelas multicoloridas...
- Vamos reacender as labaredas?
Tua namorada´altamente light´dietética:
´Md.Minzinha´.

ROSANGELA ALIBERTI – A escritora e psicóloga clínica paulistana ítalo-brasileira e geminiana, Rosangela Aliberti, trabalhou como Química na área de Metalúrgica, atua como Psicoterapeuta Floral de Bach e Minas; concluiu Especialização em Psicologia em Hospital Geral pelo Hospital das Clínicas em São Paulo (FMUSP), onde atuou como coordenadora de apoio às escolas públicas. Ela é integrante da Oficina de Rascunhos Poéticos na Casa das Rosas em São Paulo, desde 2005. Seus textos literários estão reunidos no Recanto das Letras e no Fórum do Guia de Poesia.

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