...
aproxima-te mais!
Mais
perto!
Perto!
Tão
perto
Que
tuas palavras saiam de meus lábios...
(Rudolf Peyer)
POR QUE NÃO FALAR DE SEXO? – Ora, ora! Já fomos longe demais com os
mitos e tabus que transitam sobre a dimensão sexual. Vamos quebrar todas as
barreiras, afinal já dizia Simone de Beauvoir: “A mulher só se torna mulher sob o olhar de um homem; o homem só se torna homem sob o olhar de uma mulher. O
que isto expressa é exatamente a reciprocidade em que um se descobre por meio
do outro”. Então comecemos a falar do corpo: o templo da nossa alma. É
preciso dar prazer ao corpo para sermos felizes.
O CORPO SOB AS MAIS
DIVERSAS ÓTICAS – Já dizia
o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano: “A igreja diz: o corpo é uma culpa. A ciência diz: o corpo é uma
máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. O corpo diz: eu sou uma festa”
(Eduardo Galeano, Janela sobre o corpo).
AFINAL, O QUE É O ORGASMO? – O orgasmo é a fase denominada de
reação orgásmica por Kaplan e de orgasmo por Master e Johnson, sendo
objetivamente caracterizada pelo quadro miotônico das contrações musculares
reflexas. Subjetivamente é marcada pela sensação de prazer sexual, perda da
acuidade dos sentidos, sensação de desligamento do meio externo, e referida por
Kinsey como “la douce mort”. No campo neurológico, domina o sistema
simpático. Segundo Ricardo e Mabel
Cavalcanti, não é só um reflexo biológico caracterizado por fenômenos físicos bem
definidos, tendo como componente psicológico a percepção prazerosa de um clímax
que coincide com a fase máxima de incremento da tensão sexual. É também um fenômeno
sociológico na medida em que pode ser influenciado por fatores socioculturais. O
psicanalista Alexander Lowen (1910-2008), ao desenvolver sua psicoterapia
mente-corporal, observou que: “A
capacidade de vivenciar um orgasmo total é a marca da natureza apaixonada. É o
resultado do acúmulo de um nível de excitação positivo e forte o sufiente para
dominar o ego e permitir que a pessoa expresse livre e totalmente a paixão
plena de seu amor. Num orgasmo como esse não há violência, retenção ou
hesitação na entrega do self”.
A DANÇA DOS HORMÔNIOS – Em seu livro Erotismo, sexualidade, casamento e infidelidade: sexualidade conjugal e
prevenção do HIV e da AIDS, a pós-doutorada e mestre em Psicologia Clínica,
Ana Maria Fonseca Zampieri, traz pra gente a dança dos hormônios: “[...] Sintetizando, os atores hormonais desta
dança sexual são: PEA a instigadora. Estrogênio: o caloroso e sedutor.
Progesterona: a protetora e psicótica. Testosterona: a lutadora, a agressiva e
a caçadora. LHRH: o diretor, o liberador do hormônio luteinizante,
perfeitamente capaz de explorar a distribuição de todo esse elenco de atores
hormonais. Prolactina: a governanta que desativa o impulso sexual inspirando
maternidade e amamentação. Ocitocina: a concorrente subterrânea do contato
sexual, a que envolve os casais. Vasopressina:: a que evita que a pessoa se
desvie do parceiro e a direciona para a relação. DHEA: contribui para o impulso
sexual de homens e mulheres de várias formas, aumentando a libido ao
sensibilizar as zonas erógenas para o tato e promovendo odores sexuais
positivos. Dopamina e serotonina: a primeira aumenta o impulso enquanto a
segunda pisa no freio da busca sexual. A
testosterona aquece, solicita, leva ao desejo, a fantasias, ao sexo e ao
orgasmo. O estrogênio favorece a receptividade ou pode esfriar o apetite
sexual. A progesterona pode esfriar os adolescentes ou deixar mulheres
irritadas e deprimidas pois tem poder de diminuir a sensação genital. Um esquenta,
o outro é ambivalente e o outro esfria. São hormônios em suas varias danças
para os encontros sexuais entre homens e mulheres”.
A SEXUALIDADE E A EDUCAÇÃO
SEXUAL – “A sexualidade pode ser vista como
constituída e constituinte de relações sociais; discuti-la, compreendê-la,
recriá-la e re-significá-la, obriga-nos a transitar, não só na biologia, mas
também na contribuição de estudos na áreas da história, da pedagogia, da
psicologia, da antropologia, da sociologia, da moral, da evolução social, da
política econômica, da literatura, da publicidade, da mídia. [...] Em se tratando da sexualidade e da Educação
Sexual, torna-se imperiosa a busca de um referencial que possibilite analisar e
teorizar o processo educativo através de uma teoria critica em termos de campo
político cultural. Precisamos ver a educação, a pedagogia e o currículo como
campos de luta e conflito simbólico, como arenas contestadas na busca da
imposição de significados e de hegemonia cultural”. (Jurema Furlani, Mitos e tabus da sexualidade humana)
A SAÚDE SEXUAL DE ERIK
ERIKSON – A saúde sexual
é alcançada, segundo o psiquiatra Erik Erikson (1902-1994): “Quando o individuo é potencialmente capaz de
alcançar a mutualidade do orgasmo genital e constituído para suportar um certo
grau de frustração sem uma regressão patológica”.
A SAÚDE DE WILHELM REICH – Já dizia o médico e cientista natural
Wilhelm Reich (1897-1957): “A saúde psíquica
depende da potencia orgástica, isto é, do ponto até o qual o individuo pode
entregar-se, e pode experimentar o clímax de excitação no ato sexual natural. As
enfermidades psíquicas são o resultado de uma perturbação da capacidade natural
de amar... e são a consequência do caos sexual da sociedade, que tem sujeitado
o homem às condições dominantes de existência... tornando-o incapaz de agir
independentemente”.
E
vamos falar mais de sexo e sexualidade aqui.