segunda-feira, maio 23, 2011
DIANA BALIS
Imagem: Strong Woman, foto de Marlon Santos Delai
A ALMA SAFADA DE DIANA BALIS
SORVER - TE!
Vem sorvete!
Exposta
Entre dentes,
As gotas,
Aquecendo-me,
Umedecendo o paladar.
Lambendo-te,
Em partes
Suaves.
Derrama-me no rosto
Sensual
Gosto!
Seduzido sentido.
Cai doce
Sorver-te
Na boca
Molhada!
Ingerindo-te,
Fluxo
Amor.
ALMA SAFADA
Dormi de camisola,
E acordei pelada!
Vivo só!
Será que tenho,
Alma Safada?
III
De que adianta brigar?
Enquanto durmo,
Minha alma safada, feliz da vida, marca encontros com você!
V
Seminua bate a porta
Na manhã calada e rompida
O sol invade a alma safada.
VI
Alma safada
Insone ou dormente
Só pensa no amor!
VII
Alma safada como consegue?
Amanheci com a calcinha puxada, qual córrego entre duas montanhas.
Em vez de sair a passear, hoje trouxe o amor para fazer sexo comigo!
A PORTA RECHEIA LOUCURAS
A porta recheia loucuras
A blusa sem alça recai na sua testa
A saia diminuta abocanha a boca sedenta
O corpo treme e a sombra se esvai
Colares despencam peças
Nos íntimos vapores,
Chove na fria madrugada
O tempo revela o amor
No entre braço vem o forte desejo
O alaúde na tarde,
Sente a menção honrosa
Revejo ensaios e navego ilhas
Prevejo a paixão descabida
Vem alimentar a alma com as loucuras
A porta recheia a vida,
Só aventuras.
AMOR E SEXO
O amor aponta o desejo
A marca no gosto da boca apertada
Derrete os lábios e anseios
Na cobiça, abaixo da blusa
Apitam os sinos do castelo
No encantamento da torre de marfim que se eleva
O caminho tortuoso excita a morada e abre-se
Amor e sexo escorrem no córrego da paixão
É turbulência no debate do rio
E esbanjam a vontade de mar
A estreita passagem dá sentido à espera
O tamanho é apetite guardado
O amor é completude no gozo dos astros
Navegam juntos agora as estrelas do céu.
BEIJOS
Beijos, carícias, sedução,
Aguçam o doce céu de sua boca.
Molhados, os fluidos confundem-se.
Em calmas maresias de envolventes ternuras,
Vejo-te aquecendo-me mais ardente.
Sou sua. Inteira, entregue e seduzida.
Repleta rua do seu gozo.
CORPO QUENTE CHAMA
Abraço-te e te seguro macho
Apenas ergo-te na intenção do olhar.
Te pego descalço, subo por tuas pernas
Pelos entrededos, enrolo-me aos teus cabelos,
O desejo já se mostra, somos protuberâncias.
A imagem é rósea, os lábios carnudos.
Lampejos de energias fluindo, indo e vindo.
Esfrego-me,gemo, sou sorrisos.
Apenas serei suave, entregue e sedenta.
Saberia apenas ter-me? Sem indagar-me?
Corpo quente apalpado entre as rochas cindidas chama.
O lago agora borbulha... Serão felizes maresias.
O amor por você soterrado, vulcaniza.
DELÍCIA
A ponta da sedução
Quebra ondas no meu mar
O rosto abafa e gritando
Almeja terra, água e ar
Beija-me ardente
Sorrindo eu respondo
Amo, amo, e o engano?
Delícia é doce a jorrar.
DESEJO
Inteiro!
Ao seu peito,
Agarrar-me!
No seu corpo,
Subir e descer.
Cavalgar!
Gemer,
Estremecer e
Suar!
Aguar...
Nua e
Sua!
II
Apalpe-me e alcance-me
Lança-me entre laços
A boca carnuda ao compasso
Dança encalço
Aos lábios enfrente-me,
Mulher é passo
Aberta e espreita vida
Aguarei ao sedento sentir
Tremendo, gemo. Agarre-me duro
Caindo suavemente ao canal
A imagem é o desejo carnal.
O JOGO DA SEDUÇÃO
Ela o encontrou no almoço informal.
Seu desejo era lúcido.
Ele negava o afeto, num passado de medo.
As lembranças ficaram para trás?
O tempo amarelou o desejo entre os dois?
Tudo era sensualidade: os olhares, o toque, o beijo.
Os sentimentos dela não se perderam no tempo.
O momento deveria ser de sedução.
Ele escolhe a comida japonesa cálida, porem, era intencional.
Ele não poderia agüentar mais um golpe do destino.
Há emoção brotando. Ela de novo em seus braços?
Diferente dos sonhos da adolescente apaixonada que partia,
Ela imaginava o encontro amoroso com alegria.
Ele pensava num jeito de fazê-la esquecer.
Ela o queria lembrando de tudo!
Sua comida quente eram os frutos do mar,
E muitos morangos com calda de chocolate na sobremesa.
Ela levantou-se ao toalete seduzindo-o
Ele observa-a tímido e desejoso,
Ela voltou e entregou-lhe um pacote,
Ele não poderia abri-lo naquele momento!
Eles se despediram.
O seu corpo encostado aos seios dela ofegante.
Grande sensação, as lembranças dos corpos colados,
Coxas e abraços na sensualidade, o desejo vingado no beijo.
Ela abanou os braços na despedida silenciosa.
Ele entrou no carro e sentiu o pacote macio e leve.
Sensual, ela estava de vestido curto,
Ele agora a desejava.
Lembrou-se, quem era ela?
A sua nua mulher,
Presenteou-o com a calcinha.
DIANA BALIS – A escritora, psicóloga e professora de teatro e musicalização infantil, Diana Balis, é diretora do Grupo Conto & Cena, publica seu trabalho literário no Recanto das Letras e edita o blog Diana Balis.
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